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Na penúltima Lectio Divina deste ano, o evangelista apresenta os ensinamentos de Jesus sobre as trevas e a luz, a vida e a morte

Com a Lectio Divina (Leitura Orante da Bíblia) sobre a Ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-45), realizada no dia 1º de abril, na Paróquia Universitária São João Evangelista, Dom Moacir Arantes, bispo auxiliar de Goiânia, encerrou os temas propostos neste ano, à luz do Evangelho de João, com o objetivo de preparar melhor os jovens para a vivência da Quaresma, bem como para a Semana Santa. Neste encontro, o bispo dividiu a Lectio em cinco partes, pontuando os versículos da leitura.

Na primeira parte, ele apresentou a notícia da morte de Lázaro. A constatação, de acordo com Dom Moacir, dá ao leitor a oportunidade de receber de Jesus, um ensinamento sobre as trevas, como morte; e a luz, como vida. A notícia também transmite, de acordo com o bispo, o ensinamento de que nem todo sofrimento é causado pelo pecado. “Existem sofrimentos que são oportunidade para Deus manifestar sua glória”, destacou, conforme está escrito no versículo 4. Todo sinal de Deus – continuou ele –, serve para despertar a fé e acreditar nele.

O encontro de Jesus com Marta também é muito simbólico. Pelas suas palavras, ele leva a mulher a crer na luz, na vida e não na perspectiva do túmulo, que é a realidade apresentada visivelmente neste momento. A palavra de Jesus leva Marta a manifestar a fé que ele deseja: “Creio firmemente” (v. 27), assim como aconteceu nas semanas anteriores da Lectio Divina, com a samaritana (Jo 4,5-42) e o cego de nascença (Jo 9,1-41).

Foi destacado também pelo bispo o encontro de Jesus com Maria, ação que repete as mesmas palavras ditas por sua irmã Marta: “Senhor, se estivesse estado aqui...” (v.32). Não houve diálogo sobre a ressurreição, mas Maria caiu de joelhos diante de Jesus, expressão que nos lembra a adoração e o reconhecimento da divindade. Dom Moacir explica que em Maria há a mesma manifestação dos fiéis doloridos pela morte, mas que não entendem o seu projeto. Jesus então se comove pela dor dos seus amigos. “A perturbação, o sentimento interior de Jesus diante da fé dos seus e da descrença dos adversários, o leva a agir. O agir dele motiva o agir dos presentes, mesmo diante das dificuldades”, disse. De acordo com o bispo, antes de ressuscitar Lázaro, o Mestre faz um ensinamento: “Ele mostra que o que acontecerá será para despertar a fé e a adesão dos que o escutam”. Lázaro é chamado para a luz, para a vida, para o Cristo. Aquele que estava morto segue Jesus pela voz, pois não podia ver, já que o rosto estava envolto em panos. “Lázaro segue a Palavra de Jesus, como a samaritana e o cego de nascença”, afirmou.

Desse sinal de Jesus, ou seja, a ressurreição de Lázaro, resulta duas atitudes: um grupo que crê e o outro que fortalece a convicção de destruí-lo porque o projeto de vida que ele oferece não interessa aos seus planos. No momento da meditação, Dom Moacir comentou que no Evangelho de João, Jesus quer nos fazer ver os seus sinais para despertar a nossa fé nele e no desígnio de Deus. “Jesus convida a entrar nessa realidade de viver a vida divina já aqui e descobrir o seu alcance e poder de transformação. Ele chama a confiar na sua Palavra, a tirar a cegueira, o véu que nos impede de ver, e as ataduras que nos prendem, que nos oprimem, que nos reduzem a viver como cadáveres, condenados ao túmulo”.

O bispo conclui ensinando que o ponto máximo da debilidade humana é ver a morte como final da vida e isso está bem claro no episódio da ressurreição de Lázaro. “A morte leva o homem a fraquejar diante de tantas outras realidades: o medo da morte, o medo da dor, o medo da solidão, o medo... livre desse medo radical, Jesus nos torna verdadeiramente livres. A verdadeira liberdade é possuir-se plenamente para poder se doar verdadeiramente”, concluiu.

No dia 25 de março, Dom Moacir refletiu sobre a cura do cego de nascença. Ontem, 1º de abril, a meditação foi sobre a ressurreição de Lázaro. No último encontro, dia 8, haverá celebração penitencial

No quarto encontro da Lectio Divina com os jovens, na Paróquia Universitária São João Evangelista, Dom Moacir Arantes, bispo auxiliar de Goiânia, fez o caminho da Leitura Orante da Palavra de Deus a partir do Evangelho de João (9,1-42), que apresenta a cura do cego de nascença, um dos sinais de Jesus. Em seis blocos, o bispo convidou os presentes a refletirem sobre o que o Senhor quer que enxerguemos.

Nos três primeiros versículos, ele disse que o Mestre constata a realidade ao passar pela beira do caminho, momento em que o cego chama a atenção dos discípulos e Jesus aproveita a oportunidade para se revelar. A figura do cego, conforme Dom Moacir, representa um morto em vida que nunca conheceu a luz. “Conhecer a luz é ter vida”, afirmou. Nos versículos 4 a 5, Jesus diz que é preciso que se faça a obra daquele que o enviou, porque, sem ele, não há luz, vida, obra de Deus.

O agir do Mestre, nos capítulos 6 e 7, orienta o cego a procurar sua libertação. “Ele não pediu cura porque não sabe da sua doença. Nunca enxergou, mas Jesus vai até ele e toma a iniciativa de curá-lo”, afirmou. O bispo também explicou a simbologia deste momento: “Jesus fez o seu barro, usou sua saliva para curar o cego e dar a ele sua liberdade de ir ou não a algum lugar. A piscina, lugar da água, representa o Espírito Santo, o amor de Deus que ele experimenta ao se lavar para recobrar sua saúde”.

Curado, o homem muda de vida e nem mesmo os seus vizinhos o reconhecem. Nesse momento, segundo Dom Moacir, o ex-cego é apresentado pelo escritor sagrado não mais como um mendigo sentado, mas como um novo homem. Aqui aparece o questionamento dos fariseus sobre a cura ter sido realizada no sábado, ação que vai contra a cultura judaica. “Percebemos ainda duas cegueiras nesse momento: a cegueira de nascença e a resistência em aceitar Jesus. O homem, por sua vez, sabe que quem o curou é alguém de Deus, mas desconhece que ele seja filho do Altíssimo”. Adiante, nos versículos 35 a 38, Jesus fica sabendo que os fariseus expulsam o ex-cego e então o procura. É nesse momento que o Mestre pede que o curado faça sua escolha. “Tu crês no Filho do Homem?” E ele reconhece que está diante de Deus. “O projeto de Jesus é que ele se livre da cegueira, que o homem escolha Deus, se livre da morte e da escuridão, e o ex-cego adere”.

A cegueira no dia a dia

O confronto com os fariseus também é muito simbólico, segundo o bispo. “O homem agora curado já não está mais sozinho e Jesus o defende porque Deus sempre busca o interesse da pessoa. A nós cabe conhecer o projeto dele, sabendo que rejeitar é mais grave do que parece porque a quem muito foi dado, muito será cobrado”, disse. O cego de nascença – continuou Dom Moacir – é um exemplo de que Jesus atrai, cura, ajuda a reencontrar o seu lugar junto do Pai. Ele convidou os presentes a se colocarem no lugar do cego. “Em que estágio estamos no projeto de Jesus? Tem gente que reflete sobre ele o dia inteiro, mas não o adere. Nós fingimos que somos cegos diante da vida. Às vezes somos cegos quando nos interessa”. O bispo também questionou sobre como nos relacionamos com nós mesmos, com o próximo, e que tipo de barro estamos sendo na família, na sociedade, no trabalho. “Precisamos tirar a trava dos nossos olhos para depois tirar a do nosso irmão”, pontuou.

Os participantes da Lectio Divina também foram convidados a colocar uma venda preta. As luzes foram apagadas e Dom Moacir os convidou a viverem a experiência do cego por alguns minutos. “Ser cegos para valorizarmos a visão de uma vida inteira. Precisamos pedir a Jesus que nos mostre nossas cegueiras. O que precisamos ver para viver?”, refletiu. “Qual é a escuridão que nos tem atormentado, de que precisamos ser libertados? Jesus é a luz. Então peça luz para a decisão que precisa tomar por meio de sua oração interior”, convidou. Em seguida, todos tiraram as vendas, como sinal de adesão à luz.

Como proposta de ação, Dom Moacir desafiou os jovens a ajudarem alguém a conhecer a Eucaristia e o Sacramento da Confissão. Pediu também que façam o exercício de convidar amigos e familiares a participarem da Santa Missa, bem como a tentar enxergar alguém da família de modo positivo, pelas suas qualidades. “A cegueira nos faz enxergar apenas os defeitos, o negativo”, completou.

Mais uma Lectio Divina com os jovens foi realizada na Paróquia Universitária São João Evangelista, proposta do Setor Juventude da Arquidiocese de Goiânia para a vivência intensa da Quaresma. Orientou as reflexões, no dia 18 de março, o vigário paroquial, padre Luiz Henrique Brandão, que refletiu sobre o 3º Domingo da Quaresma, à luz do Evangelho de João (4,5-42), o qual apresenta o diálogo de Jesus com a samaritana. Os versículos descrevem que Jesus atravessava a Samaria, região entre a Judeia e a Galileia, habitada por pessoas que os judeus desprezavam. Enquanto isso, os discípulos vão à cidade procurar alimento e Jesus permanece onde se encontrava o poço de Jacó e ali pede água a uma mulher, que chegara para tirar água. O diálogo começa a partir desse pedido.

No trecho (Jo 4,10-14), está a essência do encontro de Jesus com a mulher. “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?”. Jesus lhe respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva’”, uma água que sacia toda sede e se torna fonte inesgotável no coração de quem a bebe. A samaritana já tinha tido cinco esposos e estava no sexto. Jesus pede: “Vai chamar teu marido e volta aqui! (4,16). A mulher responde que não tem marido e ele replica: “Disseste bem que não tens marido” (4,17).

Comentando o longo Evangelho, padre Luiz Henrique explicou que a sede de Jesus era fazer a vontade do Pai. “Jesus tem sede de nós, não porque precisa, mas porque é misericordioso e quer que participemos do Reino de Deus”, disse. Em relação aos esposos da samaritana, no momento em que Jesus diz que o marido não pertence a ela, é porque ela estava diante do seu verdadeiro esposo. “A samaritana simboliza toda a humanidade que traiu o Pai. O momento com Jesus foi o ícone do encontro do esposo com a esposa”, acrescentou o padre. A passagem, segundo ele, faz uma relação com a Carta de São Paulo aos Efésios (5,21-26), em que cita o amor recíproco dos esposos, que deve ser semelhante ao de Cristo à Igreja.

Continuando a reflexão, padre Luiz Henrique questionou quando se deu o matrimônio de Cristo com a Igreja. De acordo com ele, Jesus se colocou no caminho esponsalício com o primeiro milagre nas Bodas de Caná (Jo 2,1-12). “Mas a verdadeira celebração do seu matrimônio com a humanidade se dá na cruz”, enfatizou. Ele comentou que, em Apocalipse 22, está escrito que o Cordeiro espera sua noiva e que Jesus deu tudo de si até o fim, sacrifício que foi antecipado na última Ceia. Segundo o padre, tudo isso tem a ver conosco, na medida em que Jesus sabia que nossa resposta teria falhas, que precisaríamos de tempo para entrar no mistério. “Cada pessoa participa dessa relação esponsal de Cristo na medida em que livremente dá o seu sim. Não seria matrimônio se não fosse uma decisão pessoal. Por isso a Santa Eucaristia se perpetua no tempo para que possamos dar o nosso sim cada vez que entramos na fila da comunhão, porque sob o altar está de novo o esposo que se entrega à sua esposa”, refletiu.

Voltando a se dirigir à samaritana, o padre explicou que a sede dela era Cristo, por isso a mulher largou o cântaro, já que não fazia mais diferença estar com sede fisiológica. “Como Igreja, devemos agradecer imensamente a Deus por nos ter dado seu filho. Por isso, como diziam os mais antigos, devemos andar léguas para ir à missa, se for preciso”. Por fim, padre Luiz Henrique disse que o Evangelho da samaritana quer provocar o grande desejo de ir ao encontro do Senhor que está lá. “Não devemos perder tempo indo ao encontro de outros esposos. Que esposo ou esposa estou sendo? O que estou fazendo por esse esposo que deu sua vida por nós? O Cristo que nós cremos não é teoria, aquele que nos ama tanto está lá. É nele que eu creio. Tudo o que eu disse aqui só tem sentido se depois nos encontramos com ele”, completou.

Como proposta de ação para a semana, ele pediu aos jovens que participassem da Santa Missa, fizessem momentos de adoração e dissessem a Jesus que, se não o amam como deveriam, gostariam pelo menos de amá-lo como ele merece. Pediu também que falassem de Jesus a quem encontrassem. Como símbolo daquele dia, foi entregue a miniatura de um cântaro de barro a cada um dos participantes da Lectio Divina.

Neste sábado (25), o tema da Lectio Divina foi A cura do cego de nascença, sob orientação do bispo auxiliar Dom Moacir Arantes. No próximo sábado, 1º de abril, será sobre A ressurreição de Lázaro. O último encontro será no dia 8 de abril, com a celebração penitencial, às 19h30. Recomenda-se que todos levem suas Bíblias.

No dia 11 de março, o bispo auxiliar de Goiânia Dom Moacir Arantes se encontrou com os jovens, na segunda noite da Lectio Divina (Leitura Orante da Palavra de Deus), que acontece todos os sábados da Quaresma, às 19h30, na Paróquia Universitária São João Evangelista, no Setor Leste Universitário. O tema dessa noite foi A Transfiguração do Senhor (Mt 17,1-9), em que Jesus conduziu três discípulos, Pedro, Tiago e João, a uma alta montanha e transfigurou-se diante deles.

Dom Moacir explicou aos jovens presentes que, nesse episódio, o lugar e o tempo são pontos importantes que dizem muito sobre nossas vidas. Em relação ao tempo, o trecho em que se diz seis dias depois (17,1) refere-se à primeira narrativa da Paixão do Senhor (16,21). Seis dias antes, Jesus tinha falado de sua Paixão e Pedro reagiu. “Quando Pedro diz: ‘Senhor, é bom estarmos aqui’, ele revela que não quer perder Jesus, não quer perder o amor que encontrou, e esse é o desejo do coração humano: segurar junto de si o que ama, porque é uma necessidade humana”, explicou. “Quem não pensa como Jesus vira uma pedra de tropeço no caminho de Deus”. Por isso, no anúncio da Paixão, o Senhor diz “vai para trás de mim, satanás” (16,23), e agora quem se manifesta é o próprio Deus: “Este é o meu filho amado, nele está meu pleno agrado: escutai-o” (17,5).

Já em relação ao lugar, o alto da montanha, Dom Moacir disse que é o ambiente próprio da experiência de Deus. “Em Minas Gerais temos muitas igrejas construídas no alto, de onde se vê melhor e mais longe. Tem gente que não vê longe porque vive nos lugares baixos de suas vidas”, confrontou. A escolha dos três discípulos também quer dizer muito. “Dos 12, ele leva três, pois são os discípulos mais íntimos, e quando isso ocorre, geralmente algo vai acontecer. Pedro foi o discípulo que Cristo confiou à Igreja; João, aquele a quem confiou sua mãe; Tiago, o primeiro a morrer martirizado”. Mas por que Jesus os escolhe? Conforme o bispo, porque ele só escolhe os íntimos para viver os momentos difíceis. E por que ele nos escolhe? “Porque conhece cada um. Jesus é o promotor da ação e eles sobem porque Jesus os leva. Quantas vezes, se Jesus não nos levar, nós não vamos?”, questionou. Moisés e Elias são citados porque eles são homens da experiência com Deus, no alto. “A montanha é ainda o lugar para conhecer a Deus e receber dele”.

Por fim, o bispo pediu aos jovens que não se acomodassem às coisas deste mundo, referindo-se às palavras de São Paulo (Rm 12,2). “Deixai-vos transformar nesta Quaresma. Em Jesus, há sempre mais a se ver do que as aparências. O fruto da Lectio Divina é a oração, e o fruto da contemplação é a decisão que nos leva à ação”. Como proposta de ação para a semana, ele pediu aos jovens que construíssem um projeto pessoal de vida. “Peguem o exemplo da vela que se desgasta, mas ilumina. Muitos, porém, se desgastam, mas não produzem luz alguma. Vocês não fazem ideia do que está para além das aparências”.

Neste sábado (18) o tema da Lectio Divina foi A Samaritana. No próximo sábado (25), será sobre A cura do cego de nascença. Os encontros seguem todos os sábados, às 19h30, até o dia 8 de abril, em que acontecerá a Celebração Penitencial. Recomenda-se que todos levem suas bíblias.

A iniciativa continua todos os sábados, até o dia 8 de abril. Ontem a reflexão foi sobre A Transfiguração do Senhor. No próximo sábado (18) será sobre A Samaritana

Com o tema “A exemplo de Maria, acolher a palavra”, em sintonia com o Ano Vocacional Mariano, teve início na Arquidiocese de Goiânia, na noite do dia 4 de março, a Lectio Divina (Leitura Orante da Palavra) com os jovens, iniciativa anual promovida pelo Setor Juventude. A leitura do Evangelho do último domingo, 1º da Quaresma (Mt 4,1-11), em que Jesus foi guiado pelo Espírito e tentado pelo demônio no deserto, inspirou as orientações do bispo auxiliar de Goiânia, Dom Moacir Arantes, na Paróquia Universitária São João Evangelista. Ele refletiu, neste início da Quaresma, sobre as tentações que sofreu o filho de Deus. “Jesus vem para colocar à prova o tipo de filho de Deus que ele é. Ele vem para fazer uma escolha. E nós também viemos para um propósito”, refletiu o bispo.

Dom Moacir iniciou convidando os jovens a viverem a Quaresma por meio de atividades que transformam. “Precisamos construir experiências de intimidade com Jesus. Por isso, estamos aqui nesta noite para acompanhá-lo no deserto, em sua paixão, vivendo como apóstolos dele, enviados em missão, para construirmos uma vida digna à luz do Evangelho”, orientou. Mas por que fazer isso? Segundo o bispo, porque a grande verdade da vida é que Deus ama a todos, sem distinção, antes, durante e após o nascimento. “Ele sempre esteve”, disse.

Algumas explicações a respeito da leitura também foram feitas pelo bispo, para que os jovens consigam contemplar de maneira mais profunda o mistério da paixão de Cristo. “O deserto do qual fala o Evangelho não é um lugar geográfico, mas uma experiência, um estar, porque ser feliz é uma missão. O deserto é um lugar onde não há ninguém para ser culpado. A única coisa que se move no deserto é a pessoa que está nele. Nossa única preocupação no deserto é sobreviver porque ali nos distraímos e vivemos a experiência da solidão”. No dia a dia, segundo Dom Moacir, quem conduz para o deserto é o Espírito, mas o diabo está disfarçado em muitas experiências. Em relação ao número 40, ele explicou que não é só o tempo cronológico e uma informação matemática, embora o evangelista Mateus trabalhasse com números. “Esse número é o tempo necessário para se preparar para uma ação. Jesus, logo que sai da experiência do Batismo, se recolhe no deserto porque é preciso um tempo de solidão”, justificou.

No tempo quaresmal, conforme o bispo, é preciso se abrir ao próximo, ver no outro o rosto de Cristo. “Quem não tem propósito na vida nunca vai ter propósito com o outro”, comentou. Explicando a fome que passou Jesus, Dom Moacir disse que se trata da fragilidade humana, das necessidades básicas que nós temos e que Jesus, embora filho de Deus, também assumiu. E Satanás, citado pelo evangelista na maior parte da leitura como diabo, é o opositor aos projetos, a má influência que pode vir até mesmo de um amigo. “Precisamos, diante de tudo isso, fazer escolhas, sabendo que as grandes decisões não são feitas sob os holofotes”. Para isso, sugeriu: “as grandes escolhas são feitas sempre no silêncio da mente e do coração. Temos que escolher que tipo de filhos vamos ser. Quem é você? Não sua profissão, não de quem é esposa, namorado ou filho. Quem é você? Somos mais do que aquilo que possuímos”, refletiu.

Seguindo a metodologia da Lectio Divina (preparação, leitura, meditação, oração, contemplação e ação), o bispo concluiu ilustrando que as tentações pelas quais passou Jesus no deserto, e que todos também estão sujeitos a passar, são: “primeira: não precisar de ninguém; segunda: ser o centro da vida de todos; terceira: ter poder e dinheiro e ser dono de todos”. Para vencê-las, eis os caminhos: “Jesus venceu com três atitudes. Pensando a partir da Palavra de Deus: alimentando com ela os pensamentos diante das necessidades; colocando o coração na confiança em Deus: não o tentando ou duvidando dele; servindo e adorando apenas ele: não agindo pelo desejo de riquezas e poder”.

Terça, 18 Abril 2017 12:35

O Tempo Pascal

A celebração da Páscoa engloba a morte e a ressurreição do Senhor, melhor ainda, a morte, que é passagem para a ressurreição. Não se admira, por isso, que, no início, sobretudo, a palavra Páscoa pudesse ter dito tanto da morte como da ressurreição.

Assim, tempo houve em que o que hoje chamamos Semana Santa foi chamado semana da Páscoa, a semana em que “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”. Hoje damos o nome de Tempo da Páscoa ou Tempo Pascal (é esse precisamente o nome oficial) aos 50 dias que vão do Domingo da Ressurreição (na origem, da Eucaristia da Vigília) até o Domingo do Pentecostes. Mas foi todo este espaço de 50 dias que recebeu, no início, a designação de Pentecostes, ou Cinquentena, como a palavra significa, a Cinquentena da alegria pascal, latíssimo patim. Esse espaço de alegria é, na realidade, uma grande oitava de domingos, envolvendo sete semanas, e terminando, de novo, com o domingo, tal como cada semana começa com o Dia do Senhor e vai, de novo, encontrá-lo no oitavo dia. Mas o Calendário Romano vai mais longe e diz que “os cinquenta dias que vão do domingo da Ressurreição ao domingo de Pentecostes se celebram na alegria e no júbilo, como um único dia de festa, mais ainda como “um grande domingo”, citando nesta última expressão uma palavra de Santo Atanásio.

O Tempo Pascal nasce da Vigília; aí se faz a passagem do luto à alegria, do jejum ao banquete, da tristeza à festa, da morte à vida. Tempo de alegria, de ação de graças, de aprofundamento do sentido do mistério cristão e da vida em Cristo, do mistério da Igreja e consequentemente do mistério da comunidade dos cristãos, o Tempo Pascal é o tempo espiritual, por excelência, do ano litúrgico. É o tempo em que o Ressuscitado dá o Espírito: “Recebei o Espírito Santo”, e que se conclui precisamente com a efusão do Espírito Santo sobre os discípulos, que, uma vez “cheios do Espírito Santo”, aparecem no mundo como a “Igreja de Deus” da “Nova Aliança”. Cristo ressuscitado, “Primogênito dentre os mortos”, é, por isso mesmo, “Cabeça do Corpo da Igreja” (Cl 1,12ss). De fato, na Páscoa “unem-se o céu e a terra, o divino e o humano”..
O Tempo Pascal precisa ser redescoberto. A reforma litúrgica não parece ter levado às últimas consequências o que, nos princípios, dele afirmou! Mas recuperou a sua unidade e o ritmo dos seus oito domingos, todos eles agora claramente chamados Domingos da Páscoa.

Vida Pascal

A vida cristã é uma Vida Pascal, porque é vida dos que foram sepultados com Cristo, no Batismo, para viverem, com Ele, uma vida nova, como se exprime o presi¬dente da assembleia, na Vigília, antes da renovação das promessas do Batismo. Essa vida nova é a vida de Cristo ressuscitado, a vida d’Aquele que, por ter oferecido a vida até Se entregar à morte, vive agora na glória do Pai, exaltado com o nome divino de Senhor (Fl 2,11). Vida com Cristo em Deus, é ainda, sobre a Terra, uma vida escondida, vivida na fé e na esperança, vivificada pelo Espírito, que é Amor. Vida nova, porque vida do homem novo, que é o Senhor ressuscitado, ela anima toda a existência cristã e expri¬me-se em tudo o que é vitória sobre o pecado e a morte. Essa novidade de vida em Cristo é uma das notas mais postas em realce nos textos da liturgia do Tempo da Páscoa.

Como já foi referido, a Páscoa é celebrada, no dizer de Santo Agostinho, como um mistério, de maneira sacramental, não tanto como uma história que se evoca, mas como um mistério tornado presente de maneira sacramental para nele se poder participar. É assim que, na Vigília, ocupa lugar central a celebração dos sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia, os sacramentos da vida nova. Por meio desses sacramentos nascem os novos filhos de Deus. Eles são a humanidade nova, que a liturgia saúda como “crianças recém-nascidas”, “cordeiros recém-nascidos”, “nova prole da Igreja, multidão renovada”. Em cada ano e em todo o mundo, muitos são os que, na noite da Páscoa, nascem como nova geração do povo de Deus.

São Paulo, partindo da sugestão fornecida pelo pão ázimo próprio da Páscoa judaica, pede aos seus leitores que, purificados do fermento velho, sejam uma nova massa, para celebrarem a festa pascal. E a liturgia pede que, na Páscoa, todos os sinais, dos mais importantes aos mais simples, sejam a partir de elementos novos: a água e os santos óleos para o Batismo; o pão para a Eucaristia, para que não venha a ser necessário recorrer ao pão consagrado guardado no sacrário desde antes do Tríduo Pascal; a luz que há de acender o Círio e iluminar a celebração durante a noite de Vigília; a ornamentação do altar, que foi desnudado antes da celebração; e, mais que tudo, “o coração, as vozes e as obras”: seja tudo novo, para que, “renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida” como pede a coleta do Domingo da Ressurreição.

Anualmente repetida em cada primeiro Domingo que se segue à Lua cheia do equinócio da primavera europeia e asiática, a Páscoa surge sempre nova, como sempre nova é a vida imortal do Senhor ressuscitado. E aquela Lua, que enche sempre de claridade a noite santa da Páscoa, continua a ser, em cada ano e desde há tantos séculos, dessa solenidade da vida nova, a “testemunha fiel no firmamento” (SI 88,38).

Dom Washington Cruz, CP

Arcebispo Metropolitano de Goiânia

Após presidir a celebração da Ressurreição do Senhor na Praça São Pedro, o papa Francisco dirigiu-se à sacada central da Basílica de São Pedro para a tradicional Mensagem e Bênção Urbi et Orbi, que quer dizer: à cidade (de Roma) e ao mundo, e é dada pelo papa por ocasião da Páscoa e do Natal. Eis a mensagem na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs,

Feliz Páscoa!

Hoje, em todo o mundo, a Igreja renova o anúncio maravilhoso dos primeiros discípulos: “Jesus ressuscitou!” – “Ressuscitou verdadeiramente, como havia predito!”
A antiga festa de Páscoa, memorial da libertação do povo hebreu da escravidão, alcança aqui o seu cumprimento: Jesus Cristo, com a sua ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e da morte e abriu-nos a passagem para a vida eterna.

Todos nós, quando nos deixamos dominar pelo pecado, perdemos o caminho certo e vagamos como ovelhas perdidas. Mas o próprio Deus, o nosso Pastor, veio procurar-nos e, para nos salvar, abaixou-Se até à humilhação da cruz. E hoje podemos proclamar: “Ressuscitou o bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia!” (Missal Romano, IV Domingo de Páscoa, Antífona da Comunhão).

Através dos tempos, o Pastor ressuscitado não Se cansa de nos procurar, a nós seus irmãos extraviados nos desertos do mundo. E, com os sinais da Paixão – as feridas do seu amor misericordioso –, atrai-nos ao seu caminho, o caminho da vida. Também hoje Ele toma sobre os seus ombros muitos dos nossos irmãos e irmãs oprimidos pelo mal nas suas mais variadas formas.

O Pastor ressuscitado vai à procura de quem se extraviou nos labirintos da solidão e da marginalização; vai ao seu encontro através de irmãos e irmãs que sabem aproximar-se com respeito e ternura e fazer sentir àquelas pessoas a voz d’Ele, uma voz nunca esquecida, que as chama à amizade com Deus.

Cuida de quantos são vítimas de escravidões antigas e novas: trabalhos desumanos, tráficos ilícitos, exploração e discriminação, dependências graves. Cuida das crianças e adolescentes que se veem privados da sua vida despreocupada para ser explorados; e de quem tem o coração ferido pelas violências que sofre dentro das paredes da própria casa.

O Pastor ressuscitado faz-Se companheiro de viagem das pessoas que são forçadas a deixar a sua terra por causa de conflitos armados, ataques terroristas, carestias, regimes opressores. A estes migrantes forçados, Ele faz encontrar, sob cada ângulo do céu, irmãos que compartilham o pão e a esperança no caminho comum.

Nas vicissitudes complexas e por vezes dramáticas dos povos, que o Senhor ressuscitado guie os passos de quem procura a justiça e a paz; e dê aos responsáveis das nações a coragem de evitar a propagação dos conflitos e deter o tráfico das armas.
Concretamente nos tempos que correm, sustente os esforços de quantos trabalham ativamente para levar alívio e conforto à população civil na Síria, vítima duma guerra que não cessa de semear horrores e morte. Conceda paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra Santa, bem como ao Iraque e ao Iémen.

Não falte a proximidade do Bom Pastor às populações do Sudão do Sul, do Sudão, da Somália e da República Democrática do Congo, que sofrem o perdurar de conflitos, agravados pela gravíssima carestia que está a afetar algumas regiões da África.
Jesus ressuscitado sustente os esforços de quantos estão empenhados, especialmente na América Latina, em garantir o bem comum da sociedade, por vezes marcadas por tensões políticas e sociais que, nalguns casos, desembocaram em violência. Que seja possível construir pontes de diálogo, perseverando na luta contra o flagelo da corrupção e na busca de soluções pacíficas viáveis para as controvérsias, para o progresso e a consolidação das instituições democráticas, no pleno respeito pelo estado de direito.

Que o Bom Pastor ajude a Ucrânia, atormentada ainda por um conflito sangrento, a reencontrar a concórdia, e acompanhe as iniciativas tendentes a aliviar os dramas de quantos sofrem as suas consequências.

O Senhor ressuscitado, que não cessa de cumular o continente europeu com a sua bênção, dê esperança a quantos atravessam momentos de crise e dificuldade, nomeadamente por causa da grande falta de emprego, sobretudo para os jovens.
Queridos irmãos e irmãs, este ano, nós, os crentes de todas as denominações cristãs, celebramos juntos a Páscoa. Assim ressoa, a uma só voz, em todas as partes da terra, o mais belo anúncio: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente, como havia predito!” Ele, que venceu as trevas do pecado e da morte, conceda paz aos nossos dias.

Ao final de sua mensagem, o Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção Apostólica, pedindo “não esqueçam de rezar por mim”.

 

Feliz Páscoa!

As Pastorais e Obras Sociais da Arquidiocese de Goiânia se reuniram na manhã do dia 7 de abril, no auditório da Cúria Metropolitana, para ajustar detalhes dos estandes da Feira da Solidariedade e da Praça de Alimentação, da Jornada da Cidadania. O evento acontecerá nos dias 24 a 27 de maio, no campus 2 da PUC Goiás, que fica no Jardim Mariliza, na capital. “É verdade que ainda temos bastante tempo até o início da jornada, mas nos antecipamos para realizar um evento bem organizado e aconchegante ao público”, destacou em sua fala o diretor da Feira da Solidariedade, padre Max Costa. De acordo com ele, neste ano são esperadas cerca de 150 mil pessoas. No ano passado, o evento acolheu 102 mil visitantes e foram realizados mais de 500 mil atendimentos. Além da feira, o evento também disponibiliza serviços gratuitos como o Vapt-vupt, assessoria jurídica, entre outros. Fazem parte da programação da jornada também, a Semana de Cultura e Cidadania e os Jogos Universitários da PUC Goiás.

Os diáconos permanentes da Arquidiocese de Goiânia, com suas esposas, realizaram, no dia 31 de março, no Centro Pastoral Dom Antonio (CPDA), o 1º Encontro Ágape deste ano, cuja finalidade é a troca de experiências sobre a missão e o estreitamento dos laços de amizade. Esteve presente o bispo referencial, Dom Levi Bonatto. Para o coordenador dos diáconos permanentes da Arquidiocese, diácono Ramon Curado, o encontro foi um momento para reforçar a fraternidade do grupo. Além desse encontro, os diáconos permanentes participam de formações continuadas com Dom Levi. Ainda durante o evento, foi divulgado o edital de convocação para a Assembleia Geral Eletiva, que acontecerá no dia 1º de maio, ocasião em que a Comissão Arquidiocesana de Diáconos Permanentes elegerá a sua nova diretoria para o quinquênio 2017-2021.

Os Prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que neste ano completaram 50 anos, foram entregues no dia 31 de março, pela primeira vez no Cineteatro Afipe, em Trindade. A festa contou com a presença de bispos, entre eles o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, e seu auxiliar, Dom Moacir Arantes; além de padres, jornalistas, e outros. O presidente da CNBB, cardeal Dom Sergio da Rocha, abriu a cerimônia acolhendo a todos e lembrando das 50 edições da premiação. “Acolhemos fraternalmente os senhores bispos, os ganhadores dos prêmios de comunicação, a plateia aqui presente e telespectadores de todo o Brasil. Há 50 anos a CNBB tem manifestado a sua homenagem e o seu agradecimento aos meios de comunicação e seus profissionais, aplaudindo o valioso serviço por eles prestado. Reconhecemos, mais uma vez, com gratidão e alegria, a produção da comunicação no Brasil, no cinema, no rádio, na televisão, na imprensa e na internet. Parabéns aos que estão sendo homenageados, tenhamos todos uma feliz premiação com as bênçãos de Deus”, declarou.

Também destacou o histórico do Prêmio, o presidente da Comissão de Comunicação da CNBB, Dom Darci José Nicioli. Dom Washington Cruz entregou o Prêmio Dom Luciano Mendes para Daniel Ramos, pelo aplicativo “Senhor do Bonfim”, que permite que os fiéis escolham uma fitinha do Padroeiro e a “amarrem”, simbolicamente, na grade da igreja para fazer um pedido. Já Dom Moacir entregou o Clara de Assis ao jornalista Eduardo Miranda, da TV Aparecida, pela reportagem “O mundo sem cárcere”.

O Prêmio de Comunicação da CNBB estimula a produção de matérias que valorizem e realcem valores humanos e cristãos. Além dos prêmios tradicionais para TV, Rádio, Impresso e Cinema, neste ano a categoria Dom Luciano Mendes foi criada para premiar trabalhos realizados exclusivamente no âmbito da internet: portais, sites e blogs, além de iniciativas nas redes sociais e aplicativos para celular.

A cerimônia de entrega dos prêmios será exibida, na íntegra, no próximo dia 28 de abril, pela Rede Vida de Televisão.

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