Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
A Igreja ajuda seus filhos a se santificarem dentro do tempo. Os tempos litúrgicos acompanham o ritmo da vida que se identifica com o mistério de Cristo. Eis que chega o tempo quaresmal. É tempo de refletir como está o crescimento da vida especialmente no que diz respeito à humanidade e à espiritualidade. “Feliz o homem sem pecado, em seu caminho, que lei do Senhor Deus vai progredindo” (Sl 118/119, 1).
“Desde sempre a Quaresma foi o tempo da penitência e do jejum, da conversão e das renúncias espontâneas, mais ou menos generosas. E assim continuará sendo, mas só como sinal da participação no mistério pascal de Cristo; esse é o ponto determinante, aquilo que de fato deve crescer em cada Quaresma, o verdadeiro desejo de quem crê” (Amedeo Cencini in Respiro da vida, p. 245). Assim o tempo quaresmal prepara a pessoa para morrer para as coisas que tornam triste a vida, o pecado e, abrir-se à luz do Ressuscitado.
Por isso com muita clareza esse tempo é apresentado como oportunidade de profunda reflexão e oração para que as decisões sejam tomadas e os pés sejam fortalecidos, para andarem sempre nos caminhos de Cristo.
Pela reflexão a mente se abre. Quaresma é tempo de meditar sobre o tempo quaresmal da existência. Sim, todo discípulo de Jesus vive uma quaresma pessoal. Tanto a quaresma pessoal, como a litúrgica serão proveitosas se não se perder de vista o mistério pascal. É por causa dele que a vida encontra o seu sentido.
No Brasil a Igreja tem o costume de realizar a Campanha da Fraternidade apresentando um tema para a reflexão e conversão. Neste ano em sintonia com a Encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, o tema escolhido é sobre os biomas brasileiros e a defesa da vida. É um tema que demanda muita reflexão, pois a qualidade da vida depende do cuidado com a natureza que também vive o seu tempo quaresmal de maus tratos, explorações e ameaças. Como o tempo quaresmal prepara para a Páscoa, e aí celebramos o mistério da morte e ressurreição de Jesus, assim também podemos dizer que os biomas brasileiros estão crucificados pela exploração, desmatamento e queimadas. A Igreja deseja que eles ressuscitem para que tenhamos vida conforme Jesus quer. Permitindo que os biomas vivam, teremos melhores condições de vida.
Quaresma é tempo especial para rezar. Na oração a pessoa se volta para Deus. Sente-se dependente Dele. Encontra Nele seu apoio. A partir dela assume-se compromissos que não deixam perder o rumo.
Vivamos com esperança esse tempo especial. Viver bem a Quaresma é como fazer um retiro de quarenta dias, no qual o pregador é o próprio Cristo que vai nos falando ao coração para que endireitemos nossas vidas, buscando a conversão pessoal e comunitária.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo Diocesano de Uruaçu GO
Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
Nesta quinta-feira (2), cerca de 2,5 mil pessoas participaram da solene celebração das Exéquias de Dom Antonio, às 9h, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora, em Goiânia. A missa foi presidida pelo arcebispo Dom Washington e concelebrada pelos bispos auxiliares, Dom Levi e Dom Moacir, e por vários bispos do Regional Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal) e de outros regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), além do Clero Arquidiocesano e Religioso e de outras dioceses.
Dom Washington dedicou sua homilia a agradecer pela unidade que Dom Antonio tanto semeou e pela pastoral engajada que ele disseminou durante os 16 anos em que esteve à frente da Arquidiocese. “Agradecemos seu empenho pelo esforço e grande amor a Jesus e à Igreja. Durante seu ministério enfrentou imensos desafios sociais e pastorais, por isso seu pastoreio foi profético nas duras realidades das periferias de Goiânia e das cidades do interior. Enquanto ainda ressoam os festejos da comemoração dos 90 anos de Dom Antonio, nos convocam para esta celebração eucarística, mistério de amor do nosso querido irmão. Nosso coração sofre, de certa forma, pela falta da sua aparência física, mas a fé projeta sobre nossa dor a luz serena da salvação”, afirmou. Dom Washington pediu que nenhum cristão veja a morte como uma parede intransponível, mas como um horizonte de esperança”.
Às 10h50, os sinos da Catedral badalaram intermitentemente anunciando a encomendação do corpo de Dom Antonio. Logo após esse rito, os bispos, padres, diáconos e seminaristas saíram em procissão ao redor da Praça Dom Emanuel para em seguida acontecer o sepultamento na cripta da Catedral, ao lado do único arcebispo de Goiás, Dom Emanuel Gomes de Oliveira, e do primeiro arcebispo de Goiânia, Dom Fernando Gomes dos Santos, aos pés de Nossa Senhora Auxiliadora. Ao todo foram celebradas nove missas, entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. Passaram pela Catedral, durante esses dias, cerca de 15 mil pessoas.
Em agenda de trabalho na Arábia Saudita, o governador de Goiás, Marconi Perillo, e a primeira-dama, Valéria Perillo, enviaram mensagem de pesar, que foi lida, logo após a missa, pelo secretário de governo, Tayrone di Martino. No texto, eles expressaram que Dom Antonio foi um conselheiro da família em todas as horas e lamentaram não estarem presentes nas homenagens finais dedicadas a ele.
Para o presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Messias dos Reis Silveira, a despedida de Dom Antonio não foi um adeus porque ele continuará dando bons frutos pelo legado que plantou com a vida dedicada aos projetos de Deus. “Hoje é dia de colocar a semente na terra. Jesus disse, que se o grão trigo não cair na terra e não morrer, ele permanecerá só um grão de trigo, mas se morrer produzirá muitos frutos. Como Dom Antonio termina a sua vida, ele desaparece do nosso meio, mas os frutos continuarão a aparecer. Ele evangelizou muito durante sua vida, mas continuará também evangelizando após a morte através das suas obras e pelas palavras e mensagens que ele deixou entre nós”.
Seu sucessor na Diocese de Ipameri (GO), Dom Guilherme Antônio Werlang, presidiu uma das missas de corpo presente, no dia 2 de março. Entrevistado, ele disse que aquela Igreja particular da qual Dom Antonio foi bispo diocesano por dez anos (1976-1986) tem um sentimento duplo pela passagem do irmão no episcopado. “É um sentimento difícil de expressar. De um modo, sentimos a dor, o vazio, a perda, porque ele irá fazer falta para todos nós. De outro, é um louvor a Deus, uma ação de graças por tudo aquilo que Dom Antonio viveu, testemunhou com sua fé autêntica e por tudo que fez em defesa dos mais pobres”, disse.
Homenagens
O Santo Padre, por meio de telegrama enviado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, concedeu sua bênção apostólica a todos os que participaram das celebrações das exéquias de Dom Antonio. Ele ainda exprimiu sentidas condolências e a quantos se beneficiaram do pastoreio do arcebispo emérito. O núncio apostólico, Dom Giovani d’Aniello também enviou telegrama manifestando sentimentos de fraterna estima e consideração no Senhor. Em nota, a CNBB lembrou o longo itinerário de vida e de serviço de Dom Antonio a serviço da Igreja, de modo especial ao participar da quarta seção do Concílio Vaticano II e do seu “extenso projeto pastoral de grande alcance social”. A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Regional Goiânia, também enviou mensagem em que expressa sentimentos pelo falecimento do arcebispo emérito. “Para nós, a partida de Dom Antonio significa uma grande perda, porém temos a certeza de que ele cumpriu com fidelidade e profecia a missão de pastor que Deus lhe confiou e, agora, goza da feliz Ressurreição na Casa do Pai”, diz um trecho. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lembrou que o emérito foi um firme e fiel apoiador das ações desta comissão desde a sua criação, além de ter sido “um grande promotor e animador das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)”. O arcebispo emérito de Campo Grande (MS), Dom Vitório Pavanello, também enviou carta de pesar pelo falecimento, lembrando que Dom Antonio sempre se preocupou com mais pobres. O bispo de Patos de Minas (MG), Dom Claudio Nori Sturm, que pregou o retiro do Clero da Arquidiocese de Goiânia, nos dias 20 a 24 de fevereiro, enviou mensagem em que manifesta seus sentimentos pela passagem do nosso arcebispo emérito.
Fotos: Rudger Remígio
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Ele será velado nesta Quarta-feira de Cinzas e sepultado na manhã do dia seguinte, na Catedral, ao lado de Dom Emanuel Gomes de Oliveira, único arcebispo de Goiás e de Dom Fernando Gomes dos Santos, primeiro arcebispo de Goiânia
Faleceu na tarde desta terça-feira (28), o arcebispo emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, 90 anos. Segundo informações do pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Catedral), mons. Daniel Lagni, Dom Antonio foi para a casa de parentes e amigos no Setor Goiânia 2, no domingo (26), após a missa das 10h, passar o feriado de carnaval e, por volta das 16h desta terça-feira (28), ele teve um infarto fulminante. O Corpo de Bombeiros foi chamado, tentou reanimá-lo, mas ele não resistiu e veio a óbito. Segundo mons. Daniel, Dom Antonio já havia tido um infarto na semana passada. O retorno dele à Casa Mater Salute, onde morava, no Setor Central, estava previsto para esta Quarta-feira de Cinzas.
Por telefone, Dom Washington Cruz manifestou seu pesar pelo falecimento do irmão no episcopado. “Recebi a notícia com o coração apertado. Dom Antonio era uma relíquia, uma memória viva da Igreja em Goiás. Quantas vezes pedíamos para ele escrever a história da nossa Igreja, pois guardava tudo com uma lucidez incomparável”, afirmou. Dom Washington também disse estar confiante na Páscoa de Dom Antonio. “Confiamo-lo à misericórdia de Deus e que sua alma descanse em paz. Esperamos a ressurreição e sabemos que ele já se encontra no coração de Deus. Dom Antonio morreu bem preparado. Nós agradecemos os grandes serviços prestados por ele à Igreja no Brasil, no Centro-Oeste, e, de modo especial nesta Arquidiocese como arcebispo”.
Ainda nesta terça-feira (28), à meia noite, está prevista uma missa a ser presidida pelo arcebispo e concelebrada pelos bispos auxiliares na Catedral Metropolitana. As celebrações seguem, de hora em hora, nesta Quarta-feira de Cinzas. Dom Washington Cruz também preside missa às 19h desta quarta-feira, por ocasião do lançamento da Campanha da Fraternidade. A missa de corpo presente, às 9h de quinta-feira, também será presidida pelo arcebispo. Logo após haverá uma procissão e os restos mortais serão sepultados aos pés de Nossa Senhora Auxiliadora, na cripta da Catedral.
Dados biográficos
Nascimento: 10 de junho de 1926.
Local: Orizona-GO
Filiação: José Ribeiro de Oliveira e Luiza Marcelina de Castro
Ordenação presbiteral: 2 de abril de 1949
Local: Mariana-MG
Nomeação episcopal: 25 de agosto de 1961
Ord. episcopal: 29 de outubro de 1961
Local: Goiânia
Data da renúncia: 8 de maio de 2002.
Estudos
Filosofia – Seminário Central, Ipiranga, São Paulo-SP (1943-1944);
Teologia – Seminário São José, Mariana-MG (1945-1948)
Atividades antes do episcopado: Secretário da Faculdade de Filoso¬fia, Ciências e Letras de Goiânia-GO (1949); reitor e professor do Seminário Santa Cruz, Silvânia-GO (1950-1955); vigário de Orizona-GO, professor no colégio local (1955-1957); pároco da Catedral de Goiânia (1957-1961); vigário geral da Arquidiocese de Goiânia (1958-1961).
Atividades como bispo: Bispo auxiliar de Goiânia (1961-1976); administrador apostólico de Goiás-GO (1966-1967); administrador apostólico de Itumbiara-GO (1972-1973); membro da Comissão Representativa da CNBB; membro da Comissão Episcopal para Traduções de Textos Litúrgicos; membro do Conselho Estadual de Educação de Goiás; Padre Conciliar (1962-1965); bispo de Ipameri (1976-1986); membro do Conselho Fiscal da CNBB (2 mandatos); presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB (1976/1980 a 1983 e 1989 a 1991); arcebispo de Goiânia (1986 a 2002). Escritos de sua autoria Semana Santa sem padre, Diocese de Ipameri-GO; Carta Pastoral sobre eleições, Ipameri-GO; artigos e cartas circulares, Goiânia; pronunciamentos vários, Goiânia e Ipameri.
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Fúlvio Costa
Amados irmãos e irmãs!
A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus “de todo o coração” (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).
A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.
1. O outro é um dom
A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado.
A cena revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama Lázaro, um nome muito promissor, pois significa, literalmente, “Deus ajuda”. Não se trata duma pessoa anônima; antes, tem traços muito concretos e aparece como um indivíduo a quem podemos atribuir uma história pessoal. Enquanto Lázaro é como que invisível para o rico, a nossos olhos aparece como um ser conhecido e quase de família, torna-se um rosto; e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável, um ser querido, amado, recordado por Deus, apesar da sua condição concreta ser a duma escória humana (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).
Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza conosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.
2. O pecado cega-nos
A parábola põe em evidência, sem piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v. 19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não tem um nome, é qualificado apenas como “rico”. A sua opulência manifesta-se nas roupas, de um luxo exagerado, que usa. De fato, a púrpura era muito apreciada, mais do que a prata e o ouro, e por isso se reservava para os deuses (cf. Jr 10, 9) e os reis (cf. Jz 8, 26). O linho fino era um linho especial que ajudava a conferir à posição da pessoa um caráter quase sagrado.
Assim, a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente: “Fazia todos os dias esplêndidos banquetes” (v. 19). Entrevê-se nele, dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, à vaidade e à soberba (cf. Homilia na Santa Missa, 20 de setembro de 2013).
O apóstolo Paulo diz que “a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro” (1 Tm 6, 10). Esta é o motivo principal da corrupção e uma fonte de invejas, contendas e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 55). Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.
Depois, a parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efêmera da existência (cf. ibid., 62).
O degrau mais baixo desta deterioração moral é a soberba. O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar. Assim, o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação.
Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: “Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. (Mt 6, 24).
3. A Palavra é um dom
O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: “Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar”. De fato, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós “nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele” (1 Tm 6, 7).
Também o nosso olhar se abre para o Além, onde o rico tece um longo diálogo com Abraão, a quem trata por “pai” (Lc 16, 24.27), dando mostras de fazer parte do povo de Deus. Este detalhe torna ainda mais contraditória a sua vida, porque até agora nada se disse da sua relação com Deus. Com efeito, na sua vida, não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus.
Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: “Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado” (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem.
Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os cristãos. De fato o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: “Têm Moisés e os Profetas; que os ouça” (v. 29). E, à sucessiva objeção do rico, acrescenta: “Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos” (v. 31).
Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.
Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.
Vaticano, 18 de outubro de 2016.
Festa do Evangelista São Lucas
FRANCISCO
A Pastoral Litúrgica do Regional Centro-Oeste se reuniu na manhã do dia 20 de fevereiro, na sede desta entidade, em Goiânia, para dar continuidade ao estudo dos Sacramentos. Esta foi a vez da Eucaristia. “Centralizamos o estudo na teologia e na pastoral litúrgica, no tocante à Eucaristia, tendo como eixo todo o aspecto da história, da teologia e da pastoral”, afirmou em entrevista o responsável pelas formações, bispo auxiliar de Brasília e referencial da Comissão de Liturgia, Dom Marcony Vinícius.
Em 2016, a comissão estudou Batismo e Crisma. O objetivo dessas formações é capacitar continuamente os membros do grupo para que eles transmitam o conteúdo em suas dioceses. Neste, que foi o primeiro encontro do ano, sempre é dedicado uma parte para a formação e a outra para a pastoral. Em maio, quando acontecerá novo encontro, a Pastoral Litúrgica do regional pretende também ter definido o tema para o curso anual regional de formação, que está previsto para acontecer em setembro.
Conforme Dom Marcony, o tema do encontro de setembro não ficou definido. Os membros da comissão levarão às suas dioceses as propostas e irão trazer sugestões para serem discutidas na reunião de maio. A princípio, a ideia é que seja um tema ligado ao Ano Mariano Nacional ou ao Ano Vocacional Mariano Regional. “Se for escolhido um tema ligado ao Ano Mariano, nós estamos pensando em trabalhar os seguintes aspectos: Lecionário Marial, Maria e a Bíblia, Maria e a Pastoral, Maria e a piedade popular, sempre procurando incentivar e valorizar o que a CNBB nos pede, que é a vivência do espírito mariano”, antecipou o bispo.
O coordenador da Pastoral Litúrgica, padre Wolney Alves, disse que o tema estudado na reunião foi muito importante porque teve como enfoque vários aspectos da Eucaristia, sobretudo a dimensão histórica, que partiu da instituição desse Sacramento até o Concílio Vaticano II. Com relação às expectativas da pastoral para este ano, o coordenador disse que são positivas. “Ainda faltam algumas dioceses incorporarem para poderem participar das nossas reuniões, mas já temos um bom número. Este será um ano especial”, afirmou.
A previsão é que a formação de setembro aconteça nos dias 15 a 17, na sede do regional, em Goiânia.
Na manhã de sábado, 18, foi realizada a Reunião de coordenadores da Pastoral da Comunicação (Pascom) do Regional Centro-Oeste, em Anápolis. Estiveram presentes representantes das dioceses de Anápolis, Luziânia, Uruaçu, Rubiataba e da Arquidiocese de Goiânia. A reunião é realizada anualmente para a avaliação do ano transcorrido e o planejamento das ações para o ano vigente, com destaque para a Jornada de Comunicação, que este ano terá como tema “Testemunho Digital: um chamado para todos”, e lema: “Lançai as redes” (Lc 5,4). O evento acontecerá de 6 a 8 de outubro, com previsão de local no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia. A jornada será alicerçada nas diretrizes do Ano Vocacional Mariano instituído pelo Regional, com foco nas mídias digitais e nas vocações sacerdotal, religiosa e laical.
Logo nos primeiros momentos da reunião, Dom João Wilk, bispo de Anápolis, acolheu a todos, destacou a alegria de sediar o encontro e elogiou a escolha do tema, que vem ao encontro do avanço e da realidade cada vez mais forte da comunicação digital. Dom João disse que é importante que a Igreja se faça presente, tanto nos meios clássicos, quanto nos mais modernos. Na reunião, foi ainda apresentado e revisto o Projeto Regional da Pascom e houve a exposição das iniciativas previstas por cada diocese para o Dia Mundial das Comunicações. Dom Messias, bispo de Uruaçu e referencial para Comunicação do Regional, destacou, ao longo da reunião, a importância do estudo e do engajamento de todos em assumir a missão de comunicar.
Ir. Diego Joaquim, coordenador da Pascom regional, salientou que, a cada ano, a Pascom se fortalece e a participação nas jornadas aumenta. Ele acredita que a atual abrangência da coordenação, que passou a ser formada por um representante de cada diocese, favorece o engajamento e incentiva a troca de experiências. Ao final da reunião, foram dados os avisos e deu-se destaque para os eventos na área de comunicação, com um convite especial para o Jubileu de Ouro da entrega dos prêmios de Comunicação da CNBB, que acontecerá no dia 31 de março, em Trindade.
Por Talita Salgado/Foto: Paula Gontijo
Em reunião realizada na sede do Regional Centro-Oeste, em Goiânia, no sábado (18) os membros da equipe executiva da Pastoral da Educação aprovaram o Plano de Ação para o triênio 2017-2019, que prevê, entre outras iniciativas, fomentar, incentivar e dinamizar a vivência comunitária em vista de uma educação que exercite fé e vida. O projeto se divide em três áreas distintas: comunitária, universitária e popular (Leia mais, clique aqui).
De acordo com o bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia e referencial para a pastoral, Dom Levi Bonatto, o plano visa atingir todas as dioceses; para isso, no entanto, é preciso que cada uma, na sua particularidade, desperte para a necessidade de abraçar as propostas da Pastoral da Educação. “Agora vamos trabalhar para firmar uma parceria com a PUC Goiás, no sentido de criar o curso de Pós-Graduação sobre a identidade do educador católico, para que possamos atingir mais profissionais que atuam nessa área específica”, afirmou. Ele ainda salientou que essa formação é o que falta para que a pastoral cresça no regional. "Com essa formação os professores irão fazer a diferença porque em sala de aula levarão noções sobre o catolicismo para as crianças, os jovens e adultos".
Para o coordenador da pastoral, prof. Valdivino José Ferreira, é necessário levantar junto à PUC os documentos necessários para firmar a parceria. Em breve será criado ainda, um folder em que constarão todas as iniciativas do plano pastoral, para que as dioceses fiquem cientes das propostas oferecidas na linha da educação. “As dioceses de Ipameri e Anápolis já sinalizaram que querem receber formação da Pastoral da Educação e isso é muito positivo. Com o folder e a divulgação das nossas propostas, acredito que iremos atingir o maior número de dioceses possível”, destacou o professor.
Missão
O objetivo da Pastoral da Educação é oferecer formação, assessorar e acompanhar os professores e profissionais que atuam no ensino público e particular, a partir da educação infantil até o superior, presente no Regional Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal). Para isso, a pastoral faz mapeamento das necessidades que a educação vem adquirindo com o tempo, à luz da fé cristã, pelas demandas da sociedade contemporânea, globalizada e tecnológica. Esse trabalho no regional é feito por meio de cursos de extensão universitária, que contribuem também para a ascensão profissional do educador.
Os bispos referenciais e padres coordenadores do Setor Juventude, nos 18 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se reuniram nos dias 16 e 17 de fevereiro, na sede da conferência, em Brasília, com o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Vilson Basso, e o coordenador, padre Antônio Ramos do Prado, para partilharem a caminhada e os projetos do Setor, para a Igreja no Brasil. Entre eles, participaram o bispo de Rubiataba-Mozarlândia e referencial do Regional Centro-Oeste, Dom Adair José Guimarães, e o coordenador, padre Gilson Jardene.
De acordo com padre Gilson, diversos temas foram tratados no encontro, como a Romaria Nacional da Juventude, que acontecerá nos dias 29 a 30 de abril, em Aparecida, e a missão nas dioceses banhadas pelo Rio Paraíba, encerrando assim o Projeto Rota 300, por ocasião dos 300 anos do achado na imagem de Nossa Senhora Aparecida pelos três pescadores, em 1717. Marcou a pauta da reunião ainda, a preparação da 2ª Missão Jovem, que acontecerá em dezembro, na Diocese de Caxias (MA), e os encaminhamentos 2º Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil, que está em fase de preparação. O grupo também conversou sobre os grupos de jovens paroquiais e as oito linhas de ação do Documento 85, da CNBB, “Evangelização da Juventude”.
O coordenador do Setor Juventude no regional, padre Gilson, considerou importante a reunião e um impulso para colocar em prática os projetos que desenvolve a Igreja no Brasil. “Considerando toda a realidade e os projetos propostos para o ano de 2017, renovamos nosso ardor e opção preferencial pelos jovens e traçamos metas para a reestruturação do trabalho de evangelização da juventude em nosso regional, que já conta com preciosos e pioneiros planos na particularidade de cada diocese e na unidade do Regional Centro-Oeste”, afirmou.
Um retiro realizado na Fazenda Sardinha, em Pirenópolis, no dia 22 de outubro, reuniu professores e agentes da Pastoral da Educação, do Regional Centro-Oeste da CNBB. Na ocasião, estiveram presentes membros das dioceses de Anápolis, Goiás e Goiânia, que discutiram o tema “Encontros com o Ressuscitado”, assessorado pelo bispo auxiliar de Goiânia e referencial para a Pastoral da Educação, Dom Levi Bonatto.
Em sua exposição, Dom Levi falou sobre a ressurreição de Jesus, bem como a reação dos apóstolos e a alegria deles em ver que de fato Cristo estava vivo. “Assim, educadores, com o fim de vencer o desalento e o desânimo, que muitas vezes lhes cerceiam, necessitam buscar por meio da oração a profunda comunhão com o Cristo Ressuscitado”, disse o assessor. Nessa direção, a partir da reflexão sobre a ressurreição, todos entraram em um momento de deserto. De posse da Palavra, os participantes meditaram o Evangelho de Mateus (28, 1-20) que narra a Ressurreição de Jesus. Foi um momento muito significativo, de encontro pessoal com Jesus.
Após concluir o tema, Dom Levi convidou os agentes e professores para um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento e em seguida a participar da Santa Missa, que foi o momento mais importante do retiro. Durante a celebração, pôde-se sentir a grande presença do Ressuscitado, animando e fortalecendo a caminhada de educadores e agentes de pastoral para continuarem a sua missão nas paróquias e comunidades.
Durante a reunião de coordenadores de pastorais, movimentos e organismos, do Regional Centro-Oeste, que aconteceu no dia 4 de fevereiro, a Pastoral da Educação divulgou o seu Plano de Ação Pastoral para o triênio 2017-2019. O projeto se divide em três áreas distintas: comunitária, universitária e popular, com o objetivo de fomentar, incentivar e dinamizar a vivência comunitária em vista de uma educação que exercite a fé e a vida.
Na área comunitária, a meta é articular a Pastoral da Educação do Regional Centro-Oeste nas dioceses, a partir da criação da Escola Regional de Formação de Professores missionários nas Igrejas particulares; a formação de agentes da pastoral para atuarem também nas dioceses; desenvolver um trabalho de sensibilização dos ministros ordenados quanto à importância da Pastoral da Educação; divulgar a Campanha da Fraternidade com educadores e estudantes; cultiva a espiritualidade na educação, por meio da Semana de Oração, palestras, encontros, retiros de educadores, Páscoa e pedagogias e ensinos.
Na área universitária, a Pastoral da Educação visa motivar a criação de cursos de extensão para atuação de conselheiros municipais, que sejam membros das dioceses, e cursos de pós-graduação sobre a identidade do educador católico.
Já na área popular, a pastoral pretende atuar na dimensão social com cursos de fé e política; formação continuada para educadores católicos, pelos seguintes temas: cuidado como educador a partir de sua postura, testemunho, voz, estresse, direitos, deveres; oficinas pedagógicas nas escolas; o sentido da religião na educação; saber viver bem no mundo da educação. A metodologia de trabalho deverá se dividir em Lectio Divina, ciclos de vivência, oficinas e rodas de conversas, seminários, palestras; projeto de acompanhamento da educação no Sistema Prisional nas dioceses; educação popular e campanhas de conscientização: Aids, contra o abuso sexual de crianças e adolescentes, violência contra a mulher, antidrogas e atuação dos Conselhos Tutelares.
O projeto pode ser implantado ou implementado em todas as dioceses do regional. Para isso, basta contatar a coordenação da Pastoral da Educação. Coordenador: Valdivino José Ferreira. Tel: (62) 9925-5015
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