Domingo, 19 Março 2017 13:17

Lectio Divina com os jovens: Ele está lá: aquele que nos ama tanto

Mais uma Lectio Divina com os jovens foi realizada na Paróquia Universitária São João Evangelista, proposta do Setor Juventude da Arquidiocese de Goiânia para a vivência intensa da Quaresma. Orientou as reflexões, no dia 18 de março, o vigário paroquial, padre Luiz Henrique Brandão, que refletiu sobre o 3º Domingo da Quaresma, à luz do Evangelho de João (4,5-42), o qual apresenta o diálogo de Jesus com a samaritana. Os versículos descrevem que Jesus atravessava a Samaria, região entre a Judeia e a Galileia, habitada por pessoas que os judeus desprezavam. Enquanto isso, os discípulos vão à cidade procurar alimento e Jesus permanece onde se encontrava o poço de Jacó e ali pede água a uma mulher, que chegara para tirar água. O diálogo começa a partir desse pedido.

No trecho (Jo 4,10-14), está a essência do encontro de Jesus com a mulher. “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?”. Jesus lhe respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva’”, uma água que sacia toda sede e se torna fonte inesgotável no coração de quem a bebe. A samaritana já tinha tido cinco esposos e estava no sexto. Jesus pede: “Vai chamar teu marido e volta aqui! (4,16). A mulher responde que não tem marido e ele replica: “Disseste bem que não tens marido” (4,17).

Comentando o longo Evangelho, padre Luiz Henrique explicou que a sede de Jesus era fazer a vontade do Pai. “Jesus tem sede de nós, não porque precisa, mas porque é misericordioso e quer que participemos do Reino de Deus”, disse. Em relação aos esposos da samaritana, no momento em que Jesus diz que o marido não pertence a ela, é porque ela estava diante do seu verdadeiro esposo. “A samaritana simboliza toda a humanidade que traiu o Pai. O momento com Jesus foi o ícone do encontro do esposo com a esposa”, acrescentou o padre. A passagem, segundo ele, faz uma relação com a Carta de São Paulo aos Efésios (5,21-26), em que cita o amor recíproco dos esposos, que deve ser semelhante ao de Cristo à Igreja.

Continuando a reflexão, padre Luiz Henrique questionou quando se deu o matrimônio de Cristo com a Igreja. De acordo com ele, Jesus se colocou no caminho esponsalício com o primeiro milagre nas Bodas de Caná (Jo 2,1-12). “Mas a verdadeira celebração do seu matrimônio com a humanidade se dá na cruz”, enfatizou. Ele comentou que, em Apocalipse 22, está escrito que o Cordeiro espera sua noiva e que Jesus deu tudo de si até o fim, sacrifício que foi antecipado na última Ceia. Segundo o padre, tudo isso tem a ver conosco, na medida em que Jesus sabia que nossa resposta teria falhas, que precisaríamos de tempo para entrar no mistério. “Cada pessoa participa dessa relação esponsal de Cristo na medida em que livremente dá o seu sim. Não seria matrimônio se não fosse uma decisão pessoal. Por isso a Santa Eucaristia se perpetua no tempo para que possamos dar o nosso sim cada vez que entramos na fila da comunhão, porque sob o altar está de novo o esposo que se entrega à sua esposa”, refletiu.

Voltando a se dirigir à samaritana, o padre explicou que a sede dela era Cristo, por isso a mulher largou o cântaro, já que não fazia mais diferença estar com sede fisiológica. “Como Igreja, devemos agradecer imensamente a Deus por nos ter dado seu filho. Por isso, como diziam os mais antigos, devemos andar léguas para ir à missa, se for preciso”. Por fim, padre Luiz Henrique disse que o Evangelho da samaritana quer provocar o grande desejo de ir ao encontro do Senhor que está lá. “Não devemos perder tempo indo ao encontro de outros esposos. Que esposo ou esposa estou sendo? O que estou fazendo por esse esposo que deu sua vida por nós? O Cristo que nós cremos não é teoria, aquele que nos ama tanto está lá. É nele que eu creio. Tudo o que eu disse aqui só tem sentido se depois nos encontramos com ele”, completou.

Como proposta de ação para a semana, ele pediu aos jovens que participassem da Santa Missa, fizessem momentos de adoração e dissessem a Jesus que, se não o amam como deveriam, gostariam pelo menos de amá-lo como ele merece. Pediu também que falassem de Jesus a quem encontrassem. Como símbolo daquele dia, foi entregue a miniatura de um cântaro de barro a cada um dos participantes da Lectio Divina.

Neste sábado (25), o tema da Lectio Divina foi A cura do cego de nascença, sob orientação do bispo auxiliar Dom Moacir Arantes. No próximo sábado, 1º de abril, será sobre A ressurreição de Lázaro. O último encontro será no dia 8 de abril, com a celebração penitencial, às 19h30. Recomenda-se que todos levem suas Bíblias.



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