Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Estimados irmãos e irmãs!
Muitas vezes somos tentados a pensar que a criação é nossa propriedade, uma posse a ser desfrutada a nosso bel-prazer e da qual não devemos prestar contas a ninguém. No trecho da Carta aos Romanos (8,19-27), da qual há pouco ouvimos uma parte, o Apóstolo Paulo recorda-nos, ao contrário, que a criação é um dom maravilhoso que Deus colocou nas nossas mãos, para podermos entrar em relação com Ele e nela reconhecer o vestígio do seu desígnio de amor, para cuja realização todos nós somos chamados a colaborar, dia após dia.
No entanto, quando se deixa levar pelo egoísmo, o ser humano acaba por estragar até as coisas mais bonitas que lhe foram confiadas. E assim aconteceu inclusive no caso da criação. Pensemos na água. A água é um bem belíssimo e deveras importante; a água dá-nos vida, ajudando-nos em tudo, mas para explorar os minerais contamina-se a água, deturpa-se e destrói-se a criação. Esse é apenas um exemplo. Há muitos outros. Com a trágica experiência do pecado, rompendo a comunhão com Deus, transgredimos a comunhão originária com tudo aquilo que nos circunda e acabamos por corromper a criação, tornando-a, desse modo, escrava, submetida à nossa caducidade. E infelizmente a consequência de tudo isso salta de maneira dramática aos nossos olhos, todos os dias. Quando rompe a comunhão com Deus, o homem perde a sua beleza originária e acaba por desfigurar tudo ao seu redor; e onde antes tudo remetia ao Pai Criador e ao seu amor infinito, agora tem o sinal triste e desolado do orgulho e da voracidade do homem. Explorando a criação, o orgulho humano destrói.
Contudo, o Senhor não nos deixa sozinhos e até nessa situação desoladora nos oferece uma nova perspectiva de libertação, de salvação universal. É aquilo que Paulo põe em evidência com alegria, convidando-nos a dar ouvidos aos gemidos de toda a criação. Com efeito, se prestarmos atenção, ao nosso redor tudo geme: a própria criação geme, nós seres humanos gememos, e até o Espírito geme dentro de nós, no nosso coração. Pois bem, esses gemidos não são uma lamentação estéril, desconsolada, mas – como esclarece o Apóstolo – são os gemidos de uma mulher em trabalho de parto; trata-se dos gemidos de quem sofre, mas sabe que está prestes a nascer uma nova vida. E no nosso caso é realmente assim. Nós ainda estamos implicados com as consequências do nosso pecado e, ao nosso redor, tudo ainda tem o sinal dos nossos esforços, das nossas faltas, dos nossos fechamentos. Mas ao mesmo tempo, sabemos que fomos salvos pelo Senhor e já nos é dado contemplar e prelibar, em nós e no que nos circunda, os sinais da Ressurreição, da Páscoa que atua uma nova criação.
Esse é o conteúdo da nossa esperança. O cristão não vive fora do mundo, sabe reconhecer na sua vida e naquilo que o circunda os sinais do mal, do egoísmo e do pecado. É solidário com quantos sofrem, com o que chora, com os marginalizados, com aqueles que se sentem desesperados... Mas ao mesmo tempo, o cristão aprendeu a ler tudo isso com os olhos da Páscoa, com os olhos de Cristo Ressuscitado. E então, sabe que vivemos o tempo da espera, o tempo de um anseio que vai além do presente, o tempo do cumprimento. Na esperança, nós sabemos que o Senhor quer purificar definitivamente com a sua misericórdia os corações feridos e humilhados, bem como tudo o que o homem deturpou na sua impiedade, e que desse modo Ele regenera um mundo novo e uma humanidade nova, finalmente reconciliados no seu amor.
Quantas vezes nós, cristãos, somos tentados pela desilusão, pelo pessimismo... Às vezes abandonamo-nos à lamentação inútil, ou então permanecemos sem palavras e nem sequer sabemos o que pedir, o que esperar... Mas vem de novo em nossa ajuda o Espírito Santo, suspiro da nossa esperança, que mantém vivos o gemido e a expectativa do nosso coração. O Espírito vê por nós além das aparências negativas do presente, revelando-nos desde já os novos céus, a nova terra que o Senhor continua a preparar para a humanidade.
Audiência Geral. Praça São Pedro, 22 de fevereiro de 2017
A Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe de 2017 já teve início (no dia 17 de abril) e a população idosa é um dos públicos prioritários. Para quem tem 60 anos de idade ou mais a vacina está disponível gratuitamente nos postos de saúde, pelo Sistema Único de Saúde – o SUS, e protege contra os três subtipos do vírus da gripe mais comuns no país: A/H1N1, A/H3N2 e influenza B.
É importante ressaltar que idosos e também os demais públicos prioritários devem se vacinar todos os anos, já que a imunidade contra os vírus cai progressivamente. Além disso, o vírus da gripe passa por mutações frequentes.
Com o tema “O Espírito Santo descerá sobre ti!” (Lc 1,35), a Renovação Carismática Católica (RCC) de Goiás realizou, de 20 a 23 de abril, no Centro de Convenções da PUC Goiás, o Congresso Estadual em comemoração aos seus 50 anos. O evento reuniu cerca de 2 mil pessoas. Na missa de abertura, padre Cleidimar Moreira destacou que todos são chamados a ser profetas, que os fiéis são chamados a viver em comunidade e à verdadeira conversão, sem medo. No segundo dia (21), houve a oração do Santo Terço, no início da manhã, e as saudações dos presidentes dos Conselhos Estadual e Nacional da RCC, Vicente Machado e Kátia Roldi, respectivamente. O cantor Eugênio Jorge destacou, em sua pregação “Com Maria, voltemos ao cenáculo”, a grandeza de Nossa Senhora na jornada de cada um, lembrando que Maria traz consigo a luz do mundo e que a vida sem ela é um caminho sem luz.
A adoração ao Santíssimo Sacramento, no fim da manhã do dia 21, foi um dos momentos mais intensos do congresso. “Saio daqui tocado pelo Espírito Santo. Para mim foi um fim de semana muito especial”, declarou Weverton Oliveira, da Diocese de Itumbiara. Para os congressistas Kelvy Rodrigues e Daniela Pereira, de Goiânia, foi uma experiência de renovação em seus chamados a servir a Deus. “A adoração ao Santíssimo, sem dúvida, nos renova e reaviva a chama do Espírito Santo em nós, nos atraindo para buscar e servir a Deus com mais dedicação”, disse Kelvy.
Dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia e bispo referencial para a RCC no Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), deu uma saudação especial aos presentes, na missa de encerramento do congresso. “Nestes 50 anos, a Renovação Carismática Católica sempre teve a característica peculiar de ser fogo que se alastra, dimensão essa que começou com os primeiros cristãos, ao levarem o Evangelho a todos os povos”. O arcebispo também destacou a nobre experiência da RCC de comunicar ao mundo que Cristo vive, reina e impera.
Além da Arquidiocese de Goiânia, participaram do congresso 11 dioceses do estado de Goiás. Palestraram no evento, ainda, Ironi Spuldaro, Katia Roldi, Vicente Machado, entre outros. Para a coordenadora do Ministério de Comunicação Social da RCC, Núbia Batista, o Congresso Estadual foi um momento muito festivo, em que os participantes se reuniram para celebrar o Jubileu de Ouro. “Foi uma alegria receber a família carismática do estado de Goiás neste importante acontecimento da RCC em todo o mundo. Podemos dizer que tivemos nesses dias um período especial de júbilo, oração e adoração”, disse.
Congressos estaduais continuam sendo realizados pelo Brasil, em comemoração aos 50 anos da RCC no mundo. O Congresso Nacional acontecerá de 28 de junho a 2 de julho, na Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), e em Aparecida (SP). Em Roma, será celebrado de 1 a 4 de junho.
Estamos no embalo do Tempo Pascal. Um sentimento de Páscoa deve ser vivido diariamente por todos que nos dirigimos à Galileia para encontrar Jesus. O Tempo Pascal nos recoloca nos caminhos do Senhor Ressuscitado. O Ressuscitado nos lembra do processo de libertação da vida. Ele traz no seu corpo as marcas da paixão. Para chegar à glória da ressurreição Jesus foi entregando a sua vida com confiança. Teve encontros libertadores com as pessoas. Falou de vida nova, reintegrou muita gente na sociedade, reconstruiu a vida. No fim da sua missão, nos presenteou com a Eucaristia e o sacerdócio.
Após a sua morte, o Pai o ressuscitou. Ele foi se manifestando aos discípulos e a Igreja foi surgindo fortalecida pelo Espírito.
Na ressurreição, não apenas o túmulo abriu-se, mas o morto que estava dentro dele viveu e veio para fora. Creio que na noite da Vigília Pascal cada pessoa quis e até conseguiu abrir o túmulo da sua vida. Que bom que isso aconteceu. Mas, é preciso vir para fora.
O ser humano tem o costume de fabricar o seu próprio túmulo; cria as paredes que escondem o seu egoísmo, o seu orgulho, os seus vícios, a sua injustiça, os seus maus tratos, os seus ressentimentos. Há sempre uma tendência em querer ser sepultado a cada dia. É até mais cômodo estar sepultado, pois assim a visão do mundo fica encurtada. Este sepultamento é também chamado de alienação, de comodismo ou de fuga.
A Páscoa abriu o túmulo. Mas abrir o túmulo é muito pouco. Abrir sem renovar ou ressuscitar o que está dentro causa medo, nojo ou repulsa. É importante não apenas abrir e sair, mas sair ressuscitado, ou seja, com novas esperanças. Ressurreição é processo contínuo na vida. Há sempre um desejo de voltar atrás. Há uma certa saudade da escravidão do pecado, dos vícios e da vida anterior. Não podemos ficar parados. Nascemos no caminho da ressurreição.
Para manter o processo de ressurreição é preciso orar em ritmo pascal. Orar é respirar na graça. Orar em ritmo pascal é estar sempre cuidando das feridas que emergem no processo de viver, é curar o relacionamento com Deus, com as pessoas, com a natureza e consigo mesmo. Orar em ritmo pascal é permitir ser presenteado com os sentimentos de Deus.
Orar sempre e de maneira pascal tende nos levar a viver com o coração em festa; se é bem verdade que somos caminhantes e experimentamos a dor, o pecado e a morte, também é certo que em Cristo vencemos tudo e seu amor há de durar sempre.
Até mesmo quando a dor, o cansaço, a tristeza, o pecado quiser desanimá-lo não pare de olhar, de confiar, de esperar. Continue buscando o Senhor, pois o encontro consolador virá. Santo Agostinho disse em forma orante: “Se quando tu me buscavas eu te fugia, agora que te busco como não vai acontecer o encontro?”.
O Tempo Pascal é propício para orar na presença do Senhor ressuscitado que torna o homem novo. Não deixe de orar em ritmo pascal.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Uruaçu–GO
Presidente do Regional Centro-Oeste - CNBB
Realizado há mais de 30 anos pelo Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA) da PUC Goiás, a Semana dos Povos Indígenas foi aberta, neste ano, no último dia 18 de abril, na Escola de Formação de Professores e Humanidades, no Setor Leste Universitário, com conferência ministrada por Dom Guilherme Antônio Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), referencial para as Pastorais Sociais do Regional Centro-Oeste da mesma conferência, e bispo da Diocese de Ipameri (GO).
O bispo abordou o tema Povos Indígenas, territórios e biomas: berço de vida, lutas e esperanças, em sintonia com a Campanha da Fraternidade deste ano: Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida. Em sua fala, Dom Guilherme destacou a importância do Cerrado brasileiro, que já tem cerca de 15 milhões de anos e que, justamente por isso, deve ser preservado de todas as formas. “Nosso Cerrado brasileiro já chegou à maturidade e, por ter alcançado esse patamar, qualquer mal causado a ele é irreversível, porque não consegue se recompor”, destacou. Essa proteção, conforme o conferencista, passa pelo modelo de vida que levam os povos indígenas. “Precisamos reaprender com os povos indígenas que usam sua sabedoria milenar para viver como parte do sistema”. Dom Guilherme pontuou que os índios têm uma relação mística com o planeta e os animais que nele habitam, diferente das outras etnias que têm a terra como uma propriedade particular. “Para eles, a terra é do rio, e o rio é do peixe, e o peixe é da natureza”.
Dom Guilherme disse também que é urgente uma mudança de mentalidade para que os biomas possam ter uma sobrevida. “O bioma é uma rede, assim como o artesanato de crochê. Se você tira um fio, o material se abre todo. A vida é toda interligada, por isso precisamos mudar a relação, os conceitos e quebrar paradigmas. Ou mudamos ou já assinamos nossa sentença de morte”, declarou.
Esperança
Uma das maiores mentiras potencializadas de modo especial pela mídia, segundo o conferencista, é que não é possível produzir em grande escala sem o uso de agrotóxicos e sem a derrubada da vegetação nativa. “O capital internacional nos faz acreditar que mentiras são verdades, que não é possível produzir sem derrubar árvores, sem envenenar as plantações, mas o grande problema é a concentração nas mãos de poucas famílias e a maior verdade é que o planeta como um sistema tem condições de produzir até três vezes mais do que produz hoje sem destruir”, afirmou. “Somos condicionados a acreditar que o único modelo de vida é o nosso, mas os indígenas mostram que é possível provar o contrário”, concluiu.
Além de Dom Guilherme, participou também do evento de abertura da Semana dos Povos Indígenas, a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, profa. Milca Severino, representando o reitor Wolmir Amado; a diretora do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA), Eliane Lopes; o prof. Romilson Martins Cerqueira, diretor da Escola de Formação de Professores e Humanidades; e o educador Sinvaldo Oliveira Wahuka, que é índio carajá. Ele falou sobre as relações do seu povo com o bioma Cerrado.
Programação
Uma programação especial dedicada à reflexão e estudo sobre os Povos Indígenas acontecerá nos dias 24 a 27 de maio, no Câmpus II da PUC Goiás, dentro das atividades da Jornada da Cidadania 2017. Mesas-redondas, oficinas, apresentações de trabalhos e experiências interativas serão algumas das atividades que estarão concentradas na Aldeia Timbira, no Memorial do Cerrado, e no Bloco G. Acontecerá ainda uma mostra de cinema indígena, seguida de sessão de debates com lideranças. A experiência da Yandê, primeira web rádio indígena do Brasil, será compartilhada. Também ocorrerá uma oficina de arquitetura. A Semana dos Povos Indígenas se encerrará no dia 1º de junho, com a apresentação de um projeto do IGPA, que envolve a qualificação de imagens indígenas, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O Instituto Antônio Montesino e o Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), em parceria com a PUC Goiás, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) Regional Goiás e a Província do SS. Nome de Jesus do Brasil (Frades Franciscanos Menores), abrem inscrições para o curso de Ética, Cidadania e Direitos Humanos à Luz da Fé. A formação tem o objetivo de contribuir com a capacitação de lideranças das Pastorais Sociais, movimentos populares e demais lideranças comunitárias de Goiás e do Distrito Federal, especificamente na área das políticas públicas relacionadas ao cuidado da Casa Comum.
Com duração de oito etapas, o curso está previsto para começar nos dias 11 a 13 de agosto, no Seminário Regina Minorum, Casa dos Frades Menores Franciscanos, sediado em Anápolis. A certificação de 180h,em Extensão Universitária, será emitida pela PUC Goiás.
Inscrições
As inscrições estão abertas até o dia 15 de junho, com taxa de R$ 25,00. O investimento na matrícula é de R$ 300,00 que deverá ser efetuado via pagamento de boleto bancário até 10 de julho. As outras duas parcelas também no valor de R$ 300,00 cada, têm vencimento para agosto e setembro. A turma só será aberta se houver, no mínimo, 60 pessoas matriculadas.
O Conselho Missionário Regional (Comire) realizou no dia 1º de abril, no Centro Pastoral Dom Antonio (CPDA) em Goiânia, sua Reunião Ampliada, que contou com a participação de 26 pessoas, representantes das principais instâncias missionárias do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal).
Durante o encontro, o bispo de Itumbiara (GO) e referencial para ação missionária, Dom Fernando Brochini, acolheu a todos e realizou a leitura da carta dos bispos para a animação missionária no regional. O evento teve assessoria do padre Sidnei Marco Dornelas, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB. Ele abordou o tema: “Dimensão Missionária no Brasil e no Regional Centro-Oeste”. Em sua explanação, o padre trouxe orientações e informações sobre os conselhos: Missionário Regional (Comire), Missionário Diocesano (Comidi), e Missionário Paroquial (Comipa). Além disso, ele apresentou algumas informações sobre o Congresso Missionário Nacional, que acontecerá nos dias 7 a 10 de setembro, em Recife (PE).
Os participantes, por sua vez, falaram das atividades realizadas, dificuldades e propostas da dimensão missionária nas dioceses – informações que facilitaram o conhecimento das diversas realidades. O objetivo foi identificar as iniciativas promovidas em outras dioceses e regionais, como por exemplo, o envio de sacerdotes, religiosos e leigos à região da Amazônia. Foram repassadas também informações sobre o Congresso Missionário Regional, que deverá acontecer nos dia 19 a 21 de maio, em preparação para o Congresso Missionário Nacional.
Ainda no encontro, foram propostas ideias de ação para animar a dimensão missionária no regional, como a produção de folders informativos de implantação do Comipa e Comidi, além das visitas às dioceses, que já vêm acontecendo, com o objetivo de animar o Clero e os bispos. Ao fim do encontro, ficou definido de cada participante articular a chegada e a escolha dos missionários que deverão participar do Congresso Regional. Como símbolo de unidade com a Jornada Vocacional Mariana do Regional Centro-Oeste, a coordenadora do Comire, Luciana Santos, entregou anéis de Nossa Senhora Aparecida a cada participante.
Diversos temas foram trabalhados no Encontro Regional de Formação da Pastoral da Aids, que aconteceu nos dias 1 e 2 de abril, em Goiânia, e reuniu 24 pessoas. Durante o encontro, os agentes prepararam o Plano de Pastoral das Dioceses (2017-2019) e estudaram epidemia e tratamento, a espiritualidade do agente, e estigma e preconceito. O evento teve assessoria da secretária regional da Rede de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids, Tâmara Fabíola Borges Gonçalves e da vice-presidente do Grupo Apoio, Vida e Esperança (AAVE), Sâmara Natascha Borges Gonçalves.
De acordo com a coordenadora regional da Pastoral da Aids, irmã Elenice Natal de Lima, até 2020, 90% das pessoas que vivem com o HIV no Brasil saberão que são portadoras do vírus. A expectativa é que também nesse ano, elas sejam diagnosticadas para receberem terapia antirretroviral ininterruptamente. Ainda no encontro foi apresentado o atual quadro estatístico da doença em Goiás: cerca de 17.636 pessoas têm o vírus. Só na Arquidiocese de Goiânia há cerca de 9.656 pessoas notificadas. Uma das metas da pastoral é colaborar para que os soropositivos tenham acesso ao teste que as possibilitem descobrir sem têm a doença, acesso ao tratamento e medicamentos. “É também necessário esforços para eliminar o estigma, a discriminação e a exclusão social”, destacou.
O bispo referencial para a Pastoral da Aids no Regional Centro-Oeste, Dom Eugênio Rixen, contribuiu no encontro com a dimensão espiritual. Ele refletiu com os agentes sobre a figura da Samaritana (Jo 4,1-26), no contexto da Pastoral da Aids. “O encontro de Jesus com a samaritana se situa num momento em que ele se aproxima dos rejeitados, dos excluídos e marginalizados”, pontuou o bispo. Segundo ele, a mulher representa todos os marginalizados. E por ser samaritana, isso é mais evidente, porque ela faz parte de um povo historicamente rejeitado pelos judeus, que os consideravam impuros por causa da miscigenação. “Deus tem sede de nós antes de termos sede dele. Ele tem a iniciativa do amor”, declarou. Dom Eugênio afirmou que precisamos deixar os rótulos que nos são colocados. Aos agentes da Pastoral da Aids, disse ele, é indispensável ter o mesmo sentimento de Jesus, de aproximar das pessoas que vivem e convivem com o vírus HIV, com a atitude de acolhida, escuta e solidariedade, se esforçando para eliminar o preconceito e a exclusão.
O dia foi concluído com a celebração Eucarística presidida pelo bispo e logo após, os participantes assistiram ao filme “A cura”, que tem relação com a Aids. No dia seguinte aconteceu o encerramento com a apresentação do Planejamento das Dioceses para 2017 e houve uma avaliação do encontro e a oração final.
Na Quinta-Feira Santa (13), o bispo diocesano de Uruaçu e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Messias dos Reis Silveira, entregou sua segunda Carta Pastoral aos diocesanos. Seu desejo é que ela seja distribuída às principais lideranças nas paróquias, para que assim, as pessoas tomem conhecimento das alegrias e inquietações do bispo, que é o pastor da diocese. Solicitou que sejam realizados estudos sobre a mesma nas comunidades.
Essa carta é um convite para intensificar o sentido e vivência da comunhão eclesial. Foi escrita tomando como ponto iluminador o seu lema episcopal: “Permanecei em mim” (Jo 15,4). Pois, o bispo entende que é a partir de Jesus que se deve vivenciar toda comunhão. Jesus e seus discípulos viviam em comunhão apesar das incompreensões e fraquezas que eles tinham.
Dom Messias, que neste ano completou dez anos de serviço pastoral na Diocese de Uruaçu, e vai celebrar 25 anos de ordenação presbiteral no mês de agosto, começa a carta recordando a sua história familiar e vocacional. Como foi se dando o chamando do Senhor em sua vida. Deus o quis perto de si. O chamou para a comunhão e o fez sucessor dos apóstolos.
Ele recorda a História da Salvação –, intenso chamado de Deus para que as pessoas vivam em comunhão. A Parábola de Jesus sobre a Videira e os ramos representam de forma muito significativa a vida que circula nos ramos quando os mesmos estão ligados ao tronco. Assim, o bispo entende que discípulo isolado, não produz frutos.
Os organismos de comunhão são apresentados por Dom Messias, desde os Concílios, passando pelas Conferências Episcopais até os conselhos diocesanos e paroquiais. Eles existem para gerar comunhão.
A Carta Pastoral conta também com indicações práticas para que haja um profundo e profícuo relacionamento de todos com o papa, o bispo, províncias, cristãos de outras religiões, nas pastorais e nas ações da Igreja. Dom Messias finaliza usando a imagem da roseira. Uma rosa em si tem sua beleza, mas uma roseira florida chama muita atenção. As pétalas das rosas unidas formam a rosa, dão perfume e encantam os olhos. As pétalas separadas, isoladas, não chamam atenção. Pede o bispo que o testemunho da unidade exista e contribua para o crescimento da fé.
A última Lectio Divina (Leitura Orante da Bíblia) promovida pelo Setor Juventude da Arquidiocese de Goiânia, durante a Quaresma, aconteceu no dia 8 de abril, sob orientação do bispo auxiliar Dom Moacir Arantes. Os seis encontros tiveram o objetivo de preparar os jovens para a vivência da Quaresma, bem como para a Semana Santa.
“Em tudo aquilo que vivemos, somos chamados a voltar para a casa do Pai”, começou Dom Moacir ao refletir sobre a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32). Ele comentou que, por mais confortável que seja um lugar, não há no mundo melhor aconchego do que o lar. O filho pródigo, ou o filho gastador, tinha um coração inquieto porque não havia encontrado a Deus. Conforme o bispo, nós somos seduzidos pelas experiências do mundo, como o protagonista da parábola. Em seu coração inquieto, ele fez um percurso existencial que nós fazemos também. “O filho deixa o lugar da graça, onde tem tudo e nada falta, e vai para o mundo, toma a herança que não é sua e segue seu caminho. O que ele fez foi tomar a vida que não é sua, que não lhe pertence, e o pai, no imenso amor que tem, o permite ir”, refletiu Dom Moacir, que continuou: “O amor de Deus é tão grande que ele nos permite amá-lo e não querê-lo, embora ele nos ame e nos queira”.
Ao sair em busca da “vida plena” que deseja, o jovem encontra amigos, gasta o dinheiro, vive os prazeres do mundo. Mas quando o dinheiro acaba, tudo o que ele tinha também se finda: saúde, alegria, graça, amigos. “A alma do moço se esvazia porque ele não está mais ligado à fonte, que é o pai. As coisas não têm sabor, a vida não é mais vida. Ele vive na penúria, na fome, e sofre a pior realidade que um judeu pode imaginar”. Mas nem tudo estava perdido porque o jovem caiu em si (v.17), lembrou-se da casa do pai. Dom Moacir traduziu aquela que poderia ter sido a reflexão do jovem naquele momento. “Existe um lugar onde há vida; talvez eu não consiga viver nele, mas pelo menos ao redor, poder sentir o cheiro, viver como empregado, escravo de meu pai”. Neste momento, o moço sai em oração, ensaiando como dizer ao pai que está arrependido. “É uma oração porque ele faz como nós, ao se preparar para a confissão: “Pai, eu tenho fome e necessidades, preciso de ti”.
Dom Moacir disse que o pecado está sempre a conspirar contra nós. “O filho decide voltar, mas o pecado coloca em seu coração muitos medos e ele se lembra do relacionamento que tinha com o irmão, com os empregados que tratava mal”. O pai, por sua vez, está todo dia a esperar o filho, da mesma forma que Deus nos espera. “Será que ele volta hoje? Será que ele agora vai abandonar o caminho dos porcos? O filho não sabia que aquele seria o último dia de trevas e tristeza em sua vida. Judeu não tem o hábito de correr, mas, no dia do encontro, ele corre porque Deus rompe todas as barreiras para nos ter. “Quantas vezes as pessoas desistem na última hora, por isso o pai corre, não espera. Não dá tempo nem de o moço rezar a oração que tanto ensaiou no caminho”.
A alegria da volta do filho é muito maior que a dor que o pecado lhes causou. Segundo Dom Moacir, o pior momento dele foi o melhor de Deus. A festa foi a consequência de tudo. O filho mais velho, porém, não entrou na casa. Ver o irmão voltar depois de esbanjar os bens do pai lhe provoca a ira. O novilho cevado que o pai manda matar ao filho mais novo era cobiçado pelo mais velho (v.27). “O pecado nos faz juízes, nos faz querer ser melhor que os outros. E o pai sai duas vezes para recuperar os filhos. O filho mais velho, entretanto, mesmo morando com o pai, está distante dele, não faz as suas vontades”. Segundo o bispo, o mais velho não foi capaz de buscar o mais novo. “Hoje somos chamados a vencer o pecado que há no irmão mais velho”. O filho mais velho é ainda “aquele eu contaminado pelo pecado que não quer que o eu busque o pai”.
Dom Moacir também refletiu sobre o que seria o pensamento do pai ao reencontrar o filho: “Não sei por onde andou, quais foram seus pensamentos, olhares, palavras, desde a última confissão. Mas sei de uma coisa: não importa aonde andou, mas onde quer estar. E é isso que Deus pede: voltar para casa”. Independentemente de qualquer pecado, Deus nos quer e só o amor é capaz disso. Precisamos permitir que o Pai nos coloque as sandálias, o anel, as roupas novas”, completou.
Como proposta de ação para a semana, o bispo pediu a vivência profunda da Semana Santa, de modo que o tempo de trabalho espiritual seja redobrado. Ele disse também que não é justo transformar em lazer essa semana, porque para os cristãos não se trata de feriado”.
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