Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
A Comissão executiva do Conselho Missionário Regional (Comire) se reuniu pela primeira vez este ano, no dia 11, na sede do Regional Centro-Oeste, em Goiânia, para organizar as atividades previstas no plano estratégico para 2017, bem como retomar alguns projetos que já vinham sendo desenvolvidos. Fundamentou a reunião, a leitura do trecho da Exortação Apostólica “Alegria do Evangelho”, do papa Francisco, que explica, no nº 24, o que é a Igreja em saída, “comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam”. Para a coordenadora do Comire, Luciana Lopes, “são essas atitudes que devem nortear as práticas da Comissão executiva do Conselho Missionário Regional”, pontuou.
Entre os assuntos em pauta, o Congresso Missionário Regional que deverá acontecer em maio, com local ainda a ser definido, em preparação ao Congresso Missionário Nacional, que será realizado em setembro deste ano, em Recife (PE). O evento regional deve envolver todas as dioceses. Ao longo do ano, terá continuidade o projeto “Ver de Perto”, que começou ano passado, ação cujo objetivo é visitar todas as dioceses de Goiás e do Distrito Federal, para que o Comire conheça de perto a realidade local, as ações missionárias que são desenvolvidas, além de propor formação sobre a dimensão missionária e para a organização dos Conselhos Missionários Diocesanos (Comidis) e dos Conselhos Missionários Paroquiais (Comipas).
A coordenadora salientou que a reunião foi proveitosa e bastante participativa. Sem descartar os desafios, ela disse que o grupo está animado para continuar o trabalho pela articulação missionária no regional. “Os membros da comissão estão engajados e comprometidos em participar para que possamos realizar um trabalho significativo nesta porção do Povo de Deus. Os desafios são muitos e a responsabilidade é grande, mas não podemos ficar inertes diante disso, pelo contrário, vamos assumir as demandas que visam a ação evangelizadora, para que possamos ter atitudes de discípulos missionários em prol de uma Igreja a serviço da vida plena para todos, porque ‘vida é missão”’, concluiu.
Na primeira Reunião Mensal de Pastoral de 2017, na Arquidiocese de Goiânia, realizada no sábado, 11, o coordenador regional da Pastoral Vocacional, padre Elias Aparecido, apresentou a proposta de vivência transversal desse ano temático, de modo especial em cada paróquia e comunidade presente nos 27 municípios que compõem esta Igreja particular. Primeiramente ele apresentou a motivação que norteia o Ano, tirado da narrativa do anúncio do nascimento de Jesus: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,26-38).
Segundo padre Elias, a resposta que deu Nossa Senhora, é tarefa fundamental da Igreja e responsabilidade de todos independente de pastoral, movimento ou organismo. “Esta é uma urgente missão que o Senhor nos pede com generosidade, porque ele nunca deixa de nos chamar e chama a todos”, disse. Em seguida, o coordenador perguntou as lideranças presentes como está a mudança de mentalidade em relação às vocações na Arquidiocese e alertou: “Se as pastorais da nossa Igreja não tocarem o coração do crente, fazendo com que ele faça a pergunta: ‘Senhor, o que queres que eu faça?’ Podem acreditar que essa pastoral não é cristã”, declarou.
Participam da Reunião Mensal de Pastoral da Arquidiocese de Goiânia, lideranças e membros das paróquias e comunidades da Região Metropolitana e do interior. A essas pessoas, padre Elias disse que vale a pena tentar falar de vocação de modo que prevaleça a pastoral de conjunto. “Não podemos nos restringir à pastoral de gavetas, aquela que se preocupa apenas com o seu ilusório horizonte de atuação. Em vez disso, precisamos atuar de maneira transversal. Como pessoas chamadas por Deus, precisamos também chamar a todos”.
Padre Elias convidou o Povo de Deus, durante esse Ano Vocacional Mariano, a promover a cultura vocacional nas comunidades e a cultivar uma pastoral capaz de ler a realidade com coragem, mesmo diante das fadigas do nosso tempo. Ele confirmou ainda que é uma oportunidade de intensificar esse serviço. “Precisamos falar de vocações nas diversas pastorais, para assim despertar a consciência de que todo cristão é chamado. A pergunta que devemos nos fazer é: estamos conseguindo atrair nossos jovens? Como fazer para que a dimensão vocacional esteja inserida em nosso espírito de evangelização?”, questionou. Por fim, o coordenador regional anunciou que em 7 de maio, Dia Mundial de Oração pelas Vocações, todas as dioceses deverão se deslocar em peregrinação para a Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Brasília, onde acontecerá o Congresso Vocacional Mariano.
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Igreja no Regional Centro-Oeste vive Ano Vocacional Mariano
Em Carta, bispos do regional pedem ousadia na vivência do Ano Vocacional Mariana
Ano Vocacional Mariano é apresentado ao Regional Centro-Oeste
Fotos: Rudger Remígio/Arquidiocese de Goiânia
Quando chegou ao Brasil, em 1952, o frade dominicano Nazareno Confaloni trouxe para cá o que havia de mais moderno nas artes plásticas. Por tal iniciativa, ele representa um divisor de águas na história dessa prática em Goiás. Mais do que isso, o religioso fundou a Escola de Belas Artes desse estado, que depois se tornou parte da hoje PUC Goiás, e formou muitos discípulos que até hoje se lembram dele com nostalgia. Por tudo o que representa, foi inaugurada, no dia 30 de janeiro, a exposição Centenário Confaloni, na Galeria PUC, área 3, no Setor Universitário, que segue aberta ao público, gratuitamente, até o próximo dia 30 de março, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 15h às 20h. As visitas podem ser agendas pelo telefone (62) 3946-1361.
A exposição conta com 51 pinturas a óleo e 20 reproduções de desenhos do artista italiano. Por ocasião da abertura, o diretor da Escola de Artes e Arquitetura da PUC Goiás, prof. Marcelo Granato, disse que a mostra é uma merecida homenagem ao frei Confaloni e às artes em Goiás. Rodeado de ex-alunos do dominicano, o professor disse que aquela noite representava o fruto da semente plantada por ele nestas terras, que brotou, e hoje tem diversos herdeiros. “Se eu pudesse dizer algo a Deus, diria que a semente vinda da Itália para Goiânia cresceu e gerou frutos maravilhosos aqui. Obrigado, Senhor!”.
O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, aproveitou o momento para tecer agradecimentos aos bispos da Arquidiocese, na pessoa de Dom Washington Cruz, e do bispo auxiliar presente, Dom Levi Bonatto; aos frades dominicanos, representados naquela noite pelo frei Marcos Sassateli; e aos professores e alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo que se dedicaram a montar a exposição, com a ajuda de diversos setores da universidade. “Este momento e este espaço são muito simbólicos, pois foi aqui que funcionou o ateliê do frei Confaloni e com certeza estamos neste momento na companhia espiritual dele, por isso, muito obrigado a todos os presentes”, agradeceu.
Dom Levi, antes da bênção, em poucas palavras, também fez uma reflexão espiritual sobre as obras do frade. “Santo Tomás de Aquino, outro famoso dominicano, dizia que o homem pode chegar a Deus pelas criações, e eu acredito que o que leva um religioso a pintar é justamente isto: o desejo que sua arte atinja o coração das pessoas e as conduza a Deus. Mesmo sendo uma arte moderna, com suas cores, cada vez que pensava em uma tela, talvez frei Confaloni fizesse uma oração ou dava glória a Deus, na esperança de que as pessoas que vissem seus quadros pensassem mais em Deus”.
Obras
Na mostra, é possível ver as mais diversas obras de frei Confaloni, principalmente as da década de 1970, época em que faleceu, que retratam sua religiosidade, com vários quadros sobre Madonas, freiras e frades; o cotidiano de Goiás e sua natureza; o enforcamento, que reproduz a angústia do artista pela ditadura brasileira que destruiu a vida de confrades, entre eles, o frei Tito, em 1974. O acervo pertence à PUC Goiás e aos frades dominicanos. A curadoria da exposição é da prof.ª Nancy de Melo Pereira e da aluna de Design Tainá Guimarães Coelho.
“A exemplo de Maria, discípulos missionários”
Fomentar as vocações pelo exemplo de Maria. Esse é o principal objetivo do Ano Vocacional Mariano, assumido pela Igreja no Regional Centro-Oeste da CNBB, que compreende as 13 dioceses no estado de Goiás e no Distrito Federal, incluindo o Ordinariado Militar do Brasil. Esse compromisso comum, que foi assumido durante a Assembleia do Povo de Deus, em 2015, faz parte do triênio que começou em 2016, com o Ano da Misericórdia, e termina em 2018, com o Ano da Família.
Por ocasião da Reunião de Avaliação e Planejamento, que conta com a participação dos bispos, sacerdotes, religiosas e lideranças das diversas pastorais, movimentos e organismos das dioceses e do regional, realizada no dia 17 de novembro, em Goiânia, o coordenador da Pastoral Vocacional (PV), padre Elias Aparecido da Silva, explicou que “Maria é o melhor referencial para o serviço vocacional que é desenvolvido nas comunidades, porque ela é o símbolo da humanidade chamada à comunhão com Deus. Com a Virgem, também aprendemos que o chamado vocacional implica uma missão”, justificou.
O tema escolhido foi “A exemplo de Maria, discípulos missionários”, e o lema, “Eis-me aqui, faça-se”. Padre Elias disse também que, com Maria, “precisamos reaprender a assumir a nossa vocação, ser Igreja em saída e misericordiosa, tendo presente as lições de Nossa Senhora”, pontuou. O coordenador comentou que é urgente uma mudança de mentalidade da Igreja em relação à Pastoral Vocacional. “Somos comunidade de pessoas chamadas, mas precisamos também ser uma comunidade de pessoas que chamam, ou seja, Maria não só disse seu sim, mas é modelo para o que eu faça. Por isso, a PV não é uma pastoral alheia à nossa realidade”.
Ao longo de 2017, o modelo vocacional de Maria deve perpassar todas as pastorais e movimentos da Igreja, conforme proposta do regional. “O nosso desafio será como viver de forma criativa o Ano Vocacional Mariano. Por exemplo, os grupos de coroinhas são celeiros de vocações. Então, nessa realidade, precisamos descobrir a beleza de celebrar Maria. A pergunta é: Como as dioceses podem viver este ano nas pastorais, movimentos e organismos?”, questionou.
Os bispos do regional, por sua vez, divulgaram uma carta em que pedem ao Povo de Deus “ousadia de propor a fraternidade evangélica e a maternidade espiritual às jovens de nossas comunidades”, no sentido de promover as vocações femininas em todas as Igrejas particulares. No texto, eles ressaltaram o valor da presença e atuação das religiosas e das leigas consagradas junto às famílias, sobretudo a serviço de crianças, jovens e idosos.
Proposta
O ápice do ano temático será o Congresso Vocacional Mariano, que está agendado para o dia 7 de maio próximo, em Brasília. As dioceses deverão participar, se dirigindo, nesse dia, à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, que fica na Esplanada dos Ministérios, onde haverá uma vigília pelas vocações, procissão com a Imagem de Nossa Senhora Aparecida, e estandes, em que as expressões vocacionais do Regional Centro-Oeste apresentarão suas iniciativas pastorais ao público.
É ainda proposta deste ano, criar a Pastoral Vocacional onde ainda não tem; criar a cultura vocacional em pastorais e movimentos; promover encontros, congressos e formações de lideranças sobre essa dimensão; incentivar a formação de catequistas sobre a cultura vocacional; estimular a oração do Terço Vocacional; desenvolver folder sobre a temática para ser enviado às dioceses e pastorais.
Sugestões de ações
• Desenvolver reflexões sobre o papel de Maria na Igreja, ressaltando uma correta devoção mariana;
• Em comunhão com a Igreja no Brasil, celebrar o Jubileu dos 300 anos de aparição de Nossa Senhora Aparecida;
• Aproveitar os momentos e encontros já existentes para se meditar sobre o Ano Vocacional Mariano;
• Incentivar e colaborar para que todas as pastorais, movimentos e arqui (dioceses) do nosso regional estejam representados na Jornada Regional Vocacional, em Brasília, nos dias 6 e 7 de maio;
• Enfim, fazer com que o Ano Vocacional Mariano não seja apenas uma data, uma época ou eventos, mas sim um espírito que anime nosso Regional Centro-Oeste.
Estimados irmãos e irmãs!
Entre as figuras femininas que o Antigo Testamento nos apresenta, sobressai a de uma grande heroína do povo: Judite. O livro bíblico que tem o seu nome descreve a imponente campanha militar do rei Nabucodonosor que, reinando em Nínive, amplia os confins do império derrotando e subjugando todos os povos ao seu redor. O leitor entende que se encontra diante de um inimigo grande e invencível, que semeia morte e destruição, e chega até à Terra Prometida, pondo em perigo a vida dos filhos de Israel.
Com efeito, o exército de Nabucodonosor, sob a guia do general Holofernes, impõe o cerco a uma cidade da Judeia, Betúlia, interrompendo o fornecimento de água, minando assim a resistência da população.
A situação torna-se dramática a tal ponto que os habitantes da cidade vão ter com os anciãos para lhes pedir que se rendam aos inimigos. As suas palavras são desesperadas: “Agora não há ninguém para nos socorrer, e Deus entregou-nos nas mãos deles, para morrermos de sede, na miséria extrema. Chegaram a dizer isto: “Deus entregou-nos nas mãos deles; o desespero daquela gente era grande. Entregai toda a cidade em cativeiro ao povo de Holofernes e a todo o seu exército” (Jt 7,25-26). O fim já parece iniludível, esgotou-se a capacidade de se confiar a Deus. E quantas vezes nós chegamos a situações limite, quando nem sequer sentimos a capacidade de ter confiança no Senhor. É uma tentação horrível! E, paradoxalmente, parece que para fugir da morte não há outra coisa a fazer, a não ser entregar-se nas mãos de quem mata. Sabem que esses soldados entrarão para saquear a cidade, raptar as mulheres como escravas e depois matar todos os outros. É exatamente esse “o limite”.
E diante de tanto desespero, o chefe do povo procura propor um pretexto de esperança: resistir mais cinco dias, à espera da intervenção salvífica de Deus. Mas é uma esperança frágil, que o leva a concluir: “Mas se esses cinco dias passarem sem que nos venha o socorro, então farei segundo o que dizeis” (7,25). Pobrezinho: estava sem saída. Concedem cinco dias a Deus – e nisso consiste o pecado – são concedidos cinco dias a Deus para intervir; cinco dias de espera, mas já na perspectiva do fim. Concedem cinco dias a Deus para os salvar, mas sabem que não têm confiança, esperam o pior. Na realidade, no meio do povo, já ninguém é capaz de esperar. Estavam desesperados.
É nessa situação que Judite entra em cena. Viúva, mulher de grande beleza e sabedoria, fala ao povo com a linguagem da fé. Corajosa, repreende o povo na cara (dizendo): “Agora tentais o Senhor Todo-Poderoso [...]. Não, irmãos, não provoqueis o Senhor nosso Deus! Se não quiser ajudar-nos nestes cinco dias, Ele tem o poder, nos dias que quiser, para nos ajudar ou então para nos exterminar diante dos nossos inimigos. [...] Por isso, aguardando a salvação da sua parte, supliquemos-lhe que venha em nosso auxílio e Ele escutará a nossa voz, se bem lhe aprouver” (8,13.14-15.17). É a linguagem da esperança! Batamos à porta do Coração de Deus, Ele é Pai e pode salvar-nos! Aquela mulher, viúva, corre o risco de fazer má figura diante dos outros! Mas é corajosa, vai em frente! Esta é a minha opinião: as mulheres são mais corajosas do que os homens (aplausos na sala).
Confiar na vontade de Deus
E com a força de um profeta, Judite repreende os homens do seu povo para os reconduzir à confiança em Deus; com o olhar de um profeta, ela vê mais além do horizonte limitado proposto pelos chefes e que o medo torna ainda mais restrito. Sem dúvida Deus intervirá – afirma ela – enquanto a proposta dos cinco dias de espera é um modo para o tentar e para se subtrair à sua vontade. O Senhor é Deus de salvação – e crê nisto – independentemente da forma que ela assuma. Libertar-se dos inimigos e deixar viver é salvação, mas nos seus planos insondáveis também a entrega à morte pode ser salvação. Como mulher de fé, ela sabe isso. Depois, conhecemos o fim, como termina a história: Deus salva.
Caros irmãos e irmãs, nunca coloquemos condições a Deus, mas, ao contrário, deixemos que a esperança vença os nossos receios. Confiar em Deus quer dizer entrar nos seus desígnios sem nada pretender, aceitando inclusive que a sua salvação e o seu auxílio cheguem a nós de modo diverso das nossas expectativas. Pedimos ao Senhor vida, saúde, afetos, felicidade; e é justo fazê-lo, mas com a consciência de que até da morte Deus sabe haurir vida, que é possível experimentar a paz, inclusive na doença e que até na solidão pode haver serenidade e bem-aventurança no pranto. Não somos nós que podemos ensinar a Deus o que Ele deve fazer, aquilo de que temos necessidade. Ele sabe-o melhor do que nós e devemos ter confiança, porque os seus caminhos e os seus pensamentos são diferentes dos nossos.
A senda que Judite nos indica é a via da confiança, da espera na paz, da oração e da obediência. É o caminho da esperança. Sem fáceis resignações, fazendo tudo o que está ao nosso alcance, mas permanecendo sempre no sulco da vontade do Senhor, porque – bem sabemos – ela rezou muito, falou tanto ao povo e depois partiu com coragem para procurar o modo de se aproximar do chefe do exército e conseguiu cortar-lhe a cabeça, degolá-lo. É intrépida na fé e nas obras. E procura sempre o Senhor! Com efeito, Judite tem um plano, coloca-o em prática com sucesso e leva o povo à vitória, mas sempre com a atitude de fé de quem aceita tudo das mãos de Deus, convicta da sua bondade.
Desse modo, uma mulher cheia de fé e de coragem dá nova força ao seu povo em perigo mortal e leva-o pelos caminhos da esperança, apontando-o também a nós. Quanto a nós, se tivermos um pouco de memória, quantas vezes ouvimos palavras sábias e corajosas de pessoas humildes, de mulheres simples que na opinião de alguns – sem as desprezar – eram ignorantes... Mas são palavras da sabedoria de Deus! As palavras das avós... Quantas vezes as avós sabem pronunciar a palavra certa, uma palavra de esperança, porque têm a experiência da vida, sofreram muito, confiaram em Deus e o Senhor concede-nos a graça de nos dar o conselho da esperança. E, percorrendo esses caminhos, será alegria e luz pascal confiar-nos ao Senhor com as palavras de Jesus: “Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22,42). Essa é a prece da sabedoria, da confiança e da esperança.
Audiência Geral. Praça São Pedro, 25 de janeiro de 2017
Durante a reunião, os participantes também apresentaram suas propostas de vivência do Ano Vocacional Mariano 2017
Na primeira reunião do ano, realizada no sábado (4), coordenadores de pastorais, organismos e movimentos do Regional Centro-Oeste, avaliaram o novo modelo de avaliação da caminhada pastoral regional, adotado no ano passado, quando foi feito um diagnóstico da vivência do Ano da Misericórdia nas dioceses. Foi consenso, entre os participantes da reunião, que novo método usado tornou mais dinâmico e mais prático o trabalho. O modelo já está sendo usado também por algumas dioceses.
Uma sugestão foi que a comissão elabore melhor as perguntas para facilitar a construção das sínteses. Já os membros do grupo de avaliação pediram que as pastorais enviem os questionários respondidos dentro do prazo estabelecido. “O trabalho é árduo, mas estamos aos poucos construindo o rosto do regional e isso está bem evidente”, comentou Sueide Moura, da Diocese de Ipameri.
A avaliação da caminhada pastoral é encabeçada pela Comissão Permanente criada para esse fim, que conta com a participação do presidente do regional, Dom Messias dos Reis Silveira; o secretário, Dom Levi Bonatto; o secretário executivo, padre Eduardo Luiz de Rezende; representantes de algumas pastorais e do Ordinariado Militar do Brasil.
A base da tarefa são as cinco urgências presentes nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). E o desafio é avaliar como as urgências estão presentes nas ações desenvolvidas pelas pastorais, movimentos e organismos das dioceses ao longo do ano.
Na segunda parte da reunião, os coordenadores de pastorais, movimentos e organismos do regional discutiram a vivência do Ano Vocacional Mariano, compromisso de 2017, assumido na Assembleia do Povo de Deus. Os presentes se manifestaram sobre como cada pastoral está se organizando para que o ano seja uma meta da ação em sua realidade de evangelização durante 2017.
Na Diocese de Uruaçu, o ano temático foi assumido dentro do Plano Diocesano de Pastoral, com diversas atividades a serem realizadas, como se abrir ainda mais para a cultura vocacional, ressaltar o ano durante as peregrinações aos santuários e participar da Jornada Vocacional a ser realizada no dia 6 de maio, em Brasília. Na Diocese de Anápolis, a perspectiva mariana será evidenciada em encontros vocacionais para rapazes e moças, com o objetivo de despertar as vocações pelo exemplo de Maria.
No âmbito pastoral, o Ano Vocacional Mariano também será vivido a partir dos diversos encontros e formações que são promovidos. Além das iniciativas voltadas para o ano temático, as pastorais também apresentaram as demais iniciativas que serão desenvolvidas. Para fazer essas ações chegarem a todas as pessoas, em Goiás e no Distrito Federal, as patorais pretendem criar ou atualizar material de divulgação. “É importante criar folder próprio da pastoral, para que as iniciativas que realizam sejam materializadas e assim conhecidas pela Igreja no Centro-Oeste”, motivou o secretário do regional, padre Eduardo Luiz. Com isso, espera-se que as dioceses solicitem formações às pastorais do regional.
Ao fim do encontro foi entregue a edição de 2016, da Revista Uma Voz no Centro-Oeste. O material deve ser distribuído pelas dioceses e pastorais, aos seus membros. O 2º Encontro de coordenadores de pastorais, organismos e movimentos está marcado para o dia 12 de agosto, na sede do regional, em Goiânia.
A Igreja celebrou nesta quinta-feira (2) o Dia Mundial da Vida Consagrada. Na ocasião, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e arcebispo emérito de Brasília, cardeal Dom João Braz de Aviz, destaca que o desafio dos consagrados é fazer-se pequeno diante do outro, por isso ele pede que não falte a esperança e a coragem.
“Temos que, como Maria, como Simeão e Ana, saber reconhecer o que Deus quer de nós. A maneira mais concreta de fazer isso é fazer como o Senhor fez: abaixar-se, ser pequeno. Se nós queremos realmente perceber o que Deus quer de nós em cada momento e também nesse momento da história, precisamos saber abaixar-nos”, disse.
Dom João destaca que é preciso fazer isso diante de Deus e que isso vem até de uma forma natural, tendo em vista a relação, Criador-criatura, ou seja, reconhecer-se pequeno por ser criatura. O problema está em fazer-se pequeno diante dos outros. “É ali que está o amor entre iguais e que exige de nós uma mudança”, diz.
O cardeal comenta ainda o tema do próximo Sínodo dos Bispos, em 2018, sobre juventude e discernimento vocacional. Ele afirma que a sua Congregação está estudando a questão da escassez de vocações, mas também o alto índice de abandono. Todos os anos, revelou, cerca de 2 mil consagrados abandonam seus institutos. Trata-se de desistências que ocorrem em todas as faixas etárias, sendo grande parte inclusive depois dos votos perpétuos.
“Estas coisas todas estão fazendo a gente procurar de novo o sentido dessa vocação mais a fundo e com mais coerência. É o que nós estamos fazendo oficialmente, estamos agora com um grande material e querendo caminhar com todas as nossas conferências religiosas no mundo justamente no aprofundamento disso”, explica o cardeal.
Diminui número de religiosos no mundo
Cerca de 2,3 mil religiosos e religiosas abandonam o ministério todos os anos, uma realidade que o papa Francisco já apelidou de “hemorragia” na Vida Consagrada, conforme o Vaticano.
Em entrevista publicada no dia 1º de fevereiro, no jornal L’Osservatore Romano, o secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, Dom José Rodríguez Carballo, frisou que, apesar de uma parte dos religiosos abandonar os hábitos “para casar”, a primeira causa para o abandono é “a perda da fé”, são as “questões espirituais”.
“Entre 2015 e 2016 tivemos cerca de 2,3 mil abandonos, incluindo 271 decretos de demissão de institutos, 518 dispensas do celibato concedidas pela Congregação para o Clero, de 141 sacerdotes religiosos em diferentes dioceses e 332 dispensas de votos de religiosas contemplativas”, explicou o bispo.
No dia 28 de janeiro, o papa recebeu em audiência os membros desses organismos, na sequência de uma assembleia plenária dedicada precisamente ao tema da “fidelidade e dos abandonos”. Na ocasião, Francisco destacou a importância deste debate e alertou para uma “hemorragia que enfraquece a vida consagrada e a própria vida da Igreja“.
Para Dom José Rodríguez Carballo, quando o papa fala em hemorragia “quer dizer que se trata de um problema importante, não só pelo número, mas também pela idade em que se verificam os abandonos”. “A maior parte acontece com religiosos e religiosas com idades entre os 30 e os 50 anos”, adiantou.
O secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada revelou ainda que a maior parte das saídas acontecem entre as religiosas. De acordo com os dados do último Anuário Pontifício, no ano 2000, o número de religiosas em todo o mundo era de 800 mil, e em 2014 passou para cerca de 683 mil; também em 2014, os religiosos não-sacerdotes eram 54. 559.
Para Dom José Rodríguez Carballo, a questão do abandono na Vida Consagrada está muito relacionada com a fragilidade dos compromissos que hoje afeta a sociedade. “Vivemos num tempo de zapping em que não assumimos compromissos a longo prazo”, aponta o responsável católico, que destacou ainda o traço de facilidades que marca a cultura atual. “Num mundo onde tudo é fácil não há lugar para o sacrifício, nem para a renúncia, nem para outros valores. Por isso, abraçar uma vocação é ir contra a corrente”, assinalou.
Com Rádio Vaticano e Agência Ecclesia
Voltar às fontes é sempre um gesto importante na vida humana. Quando se perde ou se esquece do sentido do presente, é preciso retornar às origens para se compreender a razão que fundamenta as coisas. Assim também as festas religiosas. Revisitar as suas origens, o sentido de sua existência, a conexão existente com o passado quando as mesmas surgiram alimenta o presente de significado verdadeiro.
Revisitemos, pois, o sentido originário do Natal.
Tudo remonta à cena descrita por São Lucas em seu Evangelho. Único, dentre os quatro evangelistas, a traçar com riqueza de detalhes o cenário, os personagens e, mais do que isso, a mensagem salvífica que a Encarnação do Verbo Eterno anuncia preponderantemente. (cf. Lc, 1).
A origem remonta à linda cena, talvez a mais desenhada, pintada, esculpida, encenada pelos atores e autores das diversas culturas no mundo inteiro. Ali, em uma pequena aldeia pertencente à região de Nazaré, cidade de Belém (Casa do Pão), um choro de criança recém-nascida ecoa os ares da noite. Uma estrela paira sobre o local. Uma família inteira se debruça nos cuidados amorosos para com aquele que foi anunciado pelo Anjo à jovem Maria, meses antes. Uma família acolhe em seu interior o Verbo que se tornou carne, como mais tarde vai lecionar o evangelho teológico de São João. O milagre maior de toda a humanidade está ali concretizado: um filho nos foi dado. (cf. Lc 2, 11)
Chegando ao local, os pastores deram o melhor do que poderiam dar. Suas presenças atentas, seus olhares cheios de esperança, a longa caminhada que empreenderam para ali tão somente contemplar e reverenciar o menino depositado na pobreza da manjedoura, entre os animais do campo, “porque não havia lugar para eles na estalagem”. A simplicidade e a pobreza foi o caminho do primeiro e derradeiro e verdadeiro Natal. Nada de opulências, de excessos, de confusões de qualquer ordem.
Três séculos mais tarde, na história do Cristianismo do Oriente, registra-se a presença de um jovem chamado Nicolau. Talvez, sim, a história de São Nicolau, não a de um “papai noel”, devesse ser contada, e recontada e relembrada às crianças, jovens e adultos católicos. Um filho de cristãos abastados ajuda com o que pode a que um comerciante não entregue suas filhas à prostituição, ante a crise que se instalou em sua família e em seus negócios, já que o mesmo não possuía dote para que uma de suas filhas pudesse se casar. Conta a lenda que Nicolau passou em frente à casa do comerciante em apuros e jogou pela janela um saco contendo moedas de ouro e prata e assim o comerciante pôde realizar o casamento de sua filha primogênita. Narra-se que o mesmo aconteceu com as duas outras filhas do mesmo comerciante. A história de São Nicolau é longa e muito interessante. Mais tarde ele se torna bispo da Igreja e para o Cristianismo verdadeira inspiração para que se compreenda o sentido do Natal.
O gesto de celebrar com a presença de São Nicolau como fonte inspiradora do serviço e da caridade fraterna faz com que a noite do dia 24 de Dezembro e as celebrações do dia 25 ganhem um verdadeiro e amplo sentido. É preciso passarmos do “natal dos presentes e das festas” para o Natal da Celebração da verdadeira alegria da Caridade de Deus para com a humanidade inteira, dando-nos Seu próprio Filho para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a luz eterna.
Que a Luz do Santo Natal, a Luz que emana da manjedoura de Belém, a Luz que vem do Oriente, encha as noites das famílias de nossa Arquidiocese de beleza, de sentido, de doçura e de paz, tudo isso sinal da verdadeira festa e da alegria que nunca acaba.
Maria, Mãe de Deus, Estrela da Evangelização, interceda junto ao Seu Filho, gerado de seu ventre virginal, para que a humanidade encontre o caminho da paz que os anjos anunciaram nos céus, naquela noite primordial, aurora do mundo novo.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
Por ocasião do 21º Dia Mundial da Vida Consagrada, celebrado nesta quinta-feira (2), Festa da Apresentação do Senhor, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da CNBB, Dom Jaime Spengler, OFM, dirigiu mensagem aos religiosos e religiosas consagradas do Brasil, na qual rende graça e orações pelo dom das vocações. Ele elogia a dedicação dessa porção do Povo de Deus que, nas mais distintas realidades do pais, leva em frente o Evangelho. Ainda no texto, Dom Jaime afirma que a Igreja no Brasil quer promover a vida consagrada por meio de uma Pastoral Vocacional mais intensa e articulada.
Leia na íntegra.
O arcebispo do Panamá, Dom José Domingo Ulloa Mendieta, anunciou a data da próxima edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ): 22 a 27 de janeiro de 2019. O anúncio aconteceu em coletiva de imprensa realizada na Cidade do Panamá, sede do evento. Para essa 34ª JMJ, o tema será “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”, dando continuidade ao itinerário mariano que começou em 2017. Na coletiva, o arcebispo aproveitou para reiterar gratidão da Igreja panamenha ao papa Francisco por escolher o país centro americano como anfitrião da JMJ 2019. O bispo explicou ainda que a data foi definida especialmente “por razões relacionadas ao clima”.
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