Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Representantes das Pontifícias Obras Missionárias de toda a América se reunirão em Brasília de 18 a 23 de fevereiro.
Brasília
Está tudo pronto para receber em Brasília (DF) representantes das Pontifícias Obras Missionárias de toda a América. Pela primeira vez, o Brasil será sede da Assembleia Continental dos Diretores da América e Bispos referenciais da missão. O encontro acontece na sede das POM, entre os dias 18 e 23 de fevereiro, reunindo bispos, padres, religiosos(as) e leigos(as) responsáveis pelo trabalho missionário nos países da América.
A Assembleia terá representantes de 23 países, sendo eles: Argentina, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Chile, México, EUA, República Dominicana, Porto Rico, Costa Rica, Canadá, Paraguai, Guatemala, Uruguai, Honduras, Antilhas, Nicáragua, El Salvador, Bolívia, Cuba e Brasil. Representando a Secretaria Internacional das POM, a assembleia terá a presença do Pe. Fabrizio Meroni, Secretário-Geral da Pontifícia União Missionária (PUM).
Entre os objetivos da assembleia, destaca-se a reflexão sobre os fundamentos da missão, vocação e serviço das POM. Outro ponto de pauta será a reflexão sobre um itinerário comum em preparação ao Mês Missionário Extraordinário em sintonia com o Sínodo para Amazônia, nos distintos níveis (continental, regional e nacional). Também serão recebidas as conclusões do 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5).
Pe. Maurício Jardim, diretor nacional das POM no Brasil, ressalta a importância deste encontro para a missão no Brasil:
“Acolher a Assembleia continental das POM no Brasil, com os bispos referenciais da missão e os representantes de Roma e do CELAM, tem grande significado para as Obras Pontifícias no país. Este encontro impulsiona e valoriza nosso ser e viver a missão. Ele é uma feliz coincidência, pois realiza-se no ano que o Papa Francisco convoca toda a Igreja para o Mês Missionário Extraordinário”, destacou o diretor.
Evento a ser realizado em outubro acontece a cada quatro anos e norteia caminhada pastoral da Igreja no estado de Goiás e no Distrito Federal
No dia 9 de fevereiro, coordenadores diocesanos, coordenadores de pastoral e movimentos e presidentes de organismos se reuniram, na sede do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) em Goiânia, com o objetivo de refletir sobre a caminhada pastoral desta porção da Igreja, nos últimos três anos, quando foram vividas as prioridades pastorais assumidas na Assembleia Eclesial Regional, no ano de 2015. Nos anos de 2016 a 2018, o Regional assumiu as prioridades: Ano da Misericórdia, Ano Vocacional Mariano e, por último, no ano passado, o Ano da Família. As perspectivas pastorais também foram discutidas no encontro.
Logo no início do encontro, padre Eduardo Luiz de Rezende, secretário executivo do regional, fez comentários sobre a caminhada pastoral 2018. Um dos destaques de sua fala foi a avaliação positiva da palestra do mons. Antônio Catelan sobre o tema “Formação de Liderança”, na 2ª Reunião de coordenadores diocesanos, coordenadores de pastoral e movimentos e presidentes de organismos, que aconteceu no mês de agosto. O tema proposto e a apresentação feita pelo sacerdote também foram elogiados pelos participantes.
Os coordenadores diocesanos também partilharam aspectos da caminhada pastoral em suas Igrejas particulares, sempre enfatizando os compromissos assumidos no último triênio. Essa vivência, conforme o coordenador da Pastoral da Comunicação Regional, irmão Diego Joaquim, são luzes para a caminhada da Igreja neste ano em que o Regional Centro-Oeste volta a se reunir em Assembleia, para pensar e definir sua caminhada pastoral nos próximos três anos. “Este encontro dos coordenadores de pastoral foi importante para a reflexão sobre nossa Assembleia Eclesial do Regional. Percebemos a importância do processo de avaliação continuada que realizamos nos últimos quatro anos e construímos uma proposta sobre a temática que vai nos iluminar no encontro de outubro próximo. A proposta formulada aborda a evangelização no contexto urbano e será apreciada pelos bispos em breve”, afirmou.
Os bispos do Regional Centro-Oeste se reunirão pela primeira vez no ano de 2019, no Conselho Episcopal Regional (Conser), nos dias 2 a 4 de abril, na cidade de Rubiataba, Diocese de Rubiataba/Mozarlândia (GO).
Para Dom Moacir Silva Arantes, bispo auxiliar e coordenador de pastoral da Arquidiocese de Goiânia, a reunião dos coordenadores diocesanos de pastoral e dos coordenadores das pastorais regionais é uma importante oportunidade de partilha e tentativa de caminhar juntos. “Cada pastoral e cada diocese tem sua história, seus objetivos pastorais, sua forma de pastorear em vista destes projetos, mas todas buscam o mesmo objetivo: anunciar Jesus Cristo e testemunhar o seu Reino, colaborando na sua construção.” Com relação ao tema evangelização nos centros urbanos, Dom Moacir disse que o “nosso maior desafio é atingir os centros urbanos e despertar a vivência da comunidade e na comunidade.”
A unidade das dioceses do regional, segundo Dom Moacir, é indispensável para a percepção de que cada uma é parte de uma única Igreja. “São muitos desafios a serem superados e o maior deles é sempre a construção da unidade e a colaboração nos diversos projetos pastorais. Cada pastoral deve se perceber como parte de um grupo maior e, ao se planejar e propor caminhos, pensar também nas demais pastorais, de forma a construir um testemunho de unidade e não apenas belos projetos de evangelização”, concluiu.
Após 12 anos de pastoreio na Diocese de Uruaçu, Dom Messias dos Reis Silveira se despediu do povo de Deus desta Igreja particular no sábado, 9 de fevereiro. A missa em ação de graças foi presidida por ele e concelebrada pelos bispos auxiliares de Brasília, Dom José Aparecido e Dom Marcony Vinícius, além do bispo de Luziânia e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) Dom Waldemar Passini Dalbello e o clero diocesano e religioso.
A celebração aconteceu na Quadra do Seminário São José, em Uruaçu. Milhares de fiéis participaram da Santa Missa que foi marcada por muitos momentos emocionantes. A trajetória do bispo foi lembrada por ele em sua homilia. “Um dia aqui cheguei, pois, a Igreja havia me confiado uma missão nesta Diocese de Uruaçu. Foi aqui neste mesmo local que naquele dia 25 de março ouvi de Dom José Chaves a palavra que me estremeceu: ‘toma, a diocese é sua’”, afirmou.
O bispo, que agora partiu em missão para a Diocese de Teófilo Otoni (MG) lembrou também palavras que ele dirigiu ao povo da Igreja de Uruaçu, há 12 anos. “Sou uma novidade para vocês e vocês são uma novidade para mim. Não tenhamos medo desta novidade, pois ela vem de Deus, é Ele quem fez com que os nossos caminhos se encontrassem. Vamos caminhar juntos olhando para o horizonte…”.
Dom Messias agradeceu pela acolhida que teve na Diocese de Uruaçu, pediu perdão a Deus e aos fiéis, religiosas e clérigos ali reunidos, pois “o perdão abre caminhos. Não posso e nem quero partir sem o perdão de Deus e de vocês”, disse. Ele também mencionou os 33 padres que ordenou durante seu ministério em Uruaçu e a vida fraterna que cultivaram juntos, desde o período de formação. “Aqui tive uma convivência agradável com os seminaristas”. Fez memória também de momentos marcantes dessa caminhada em unidade. “Aqui contei com o testemunho dos religiosos, religiosas e consagradas. Aqui iniciamos a Escola Diaconal. Aqui nos reunimos para Assembleias e avaliações diocesanas. Aqui eu vi muitos jovens ingressando no seminário. Aqui crismei milhares de jovens e adultos (muitos estão aqui hoje). Aqui eu pude pregar a Palavra de Deus, celebrar os sacramentos. Santificar. Aqui eu senti as dores e alegrias especialmente dos sacerdotes. Aqui eu acolhi as Novas Comunidades. Como Moisés aqui eu tive que entrar algumas vezes no Mar, correndo o risco de morrer junto”.
Durante sua fala, o bispo agradeceu muito a Deus pelo tempo que viveu na Diocese e disse que jamais esquecerá daquele povo que o ensinou a ser bispo. “A lembrança que deixo é a que vocês conhecem pelo meu jeito de ser e pela história que aqui vivi. Louvo a Deus pelo que foi bom e confio à misericórdia Dele, o que a minha fraqueza não deixou ser melhor. Vocês nunca serão esquecidos. Vou sentir saudades, sei que vou, pois ela é sinal de amor. Com o meu jeito de ser procurei amar. Embora não tenha amado plenamente, como deveria amar, creio que nesta história de 12 anos aqui vividos, vão ficar sinais de amor. Eu desejo que não fique a minha marca, mas as marcas de Jesus”.
Homenagens
Após a Santa Missa, diversas pessoas que conheceram e conviveram com Dom Messias, testemunharam em suas falas o aprendizado que tiveram com ele. O seu jeito simples de ser, sua paciência, carinho e profundo amor pelas coisas do alto, foram algumas das virtudes destacadas.
O cardeal Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou mensagem a Dom Messias, que foi lida pelo bispo auxiliar daquela Arquidiocese, Dom Marcony Vinícius. “Caríssimo Dom Messias, paz e esperança no Senhor. Não podendo estar presente nesta celebração em Uruaçu, venho transmitir o meu fraterno abraço assim como as orações e profunda gratidão da Província Eclesiástica de Brasília e da CNBB por sua presença fraterna e generosa dedicação à Diocese de Uruaçu e ao Regional Centro-Oeste ao longo desses anos. Uno-me a tantos irmãos e amigos seus que participam desta celebração, especialmente a Diocese de Uruaçu, expressão de ação de graças suplicando a Deus para conceder-lhe a recompensa por tanto bem realizado entre nós. Deus abençoe sua vida e o seu ministério episcopal, especialmente pela nova missão que está assumindo como bispo da Diocese de Teófilo Otoni. Seja feliz em sua nova missão episcopal, com as bênçãos de Deus, sob o manto de Nossa Senhora”.
Encerrou as homenagens, o presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Waldemar Passini Dalbello. “O senhor foi feito missionário nestas terras goianas e não somente no território de Uruaçu. O senhor se fez missionário para todo o Regional Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal). Muito cedo o senhor foi eleito presidente do regional. Mas o lugar que o senhor ocupou, a sua missão foi vivida pelo modo como a realizou. Aqui foram citadas as suas virtudes no pastoreio da diocese e o senhor foi missionário entre nós seus irmãos bispos. Agradeço sua acolhida. A convivência foi o valor que o senhor trouxe para nós, não só nos reunir para as decisões, mas também para estarmos juntos como irmãos. Muito obrigado, Dom Messias. O Senhor, eu diria, tem tecida em sua humanidade uma rede de virtudes. Por isso essa rede tecida no senhor pelo poder do espírito, não vai romper, mas estará sempre cheia de numerosos peixes, cheia de irmãos e irmãs. O nosso Regional Centro-Oeste é uma terra de missão e missão para todos nós, desde o catequista, desde os pais de família, até o bispo. Que essa rede de virtudes tecida em sua humanidade se torne o maior presente de sua missão, ainda que em Minas Gerais, o senhor estará em novas terras alcançando novos corações. Aliás, quando nós somos enviados, nunca mais deixamos de ser missionários. O senhor vai ser um grande missionário em Teófilo Otoni e vai levando consigo essa capacidade de acolher, conviver, sua serenidade, a bondade do seu coração, Dom Messias, que é um dom do Senhor, mas também sua grande capacidade de comunicação. Que o Senhor leve essa paz que vem de Deus aos nossos irmãos e irmãs e ao episcopado de Minas Gerais. Muito obrigado e que o bom Deus o acompanhe”.
Após as homenagens, Dom Messias agradeceu, deu a bênção final e fez um gesto de amor e carinho, convidando a todos para imitá-lo. “Chegou um momento muito especial para a Igreja. Agradeço a todos vocês que vieram acompanhar este momento. Peço que vocês realizem comigo agora um gesto estendendo as mãos imaginando-as cheias de flores, elas representam o que nós vivemos neste tempo, 12 anos. Erga esse ramalhete de flores bem alto oferecendo ao Senhor essas graças que aqui vivemos. São rosas que erguemos. Comece a espalhar essas flores, retirando as pétalas e jogando para o alto, é a nossa fé no Senhor. Tchau, fiquem com Deus. Tchau, fiquem com Deus”, despediu-se.
Por fim, o coquetel foi oferecido a todos os presentes.
Dom Messias assume a Diocese de Teófilo Otoni no próximo sábado, dia 16 de fevereiro, em missa a ser presidida por ele, às 17h, na Catedral Imaculada Conceição, na cidade de Teófilo Otoni (MG).
Em seu quinto encontro do ano com os fiéis na audiência geral, esta quarta-feira (06/02) o papa recebeu 7 mil pessoas na Sala Paulo VI e com elas, compartilhou os momentos principais da viagem que acabou de realizar aos Emirados Árabes Unidos.
Uma visita breve, mas muito importante que, em continuidade com o encontro de 2017 em Al-Azhar, no Egito, “escreveu uma nova página na história do diálogo entre cristianismo e islamismo e no compromisso de promover a paz no mundo a partir da fraternidade humana”.
Foi a primeira vez que um Papa foi à Península Arábica e aconteceu justamente 800 anos depois da visita de São Francisco de Assis ao Sultão al-Malik al-Kamil.
“Muitas vezes pensei em São Francisco durante esta viagem: ele ajudou-me a conservar no coração o Evangelho, o amor de Jesus Cristo, enquanto eu vivia os vários momentos da visita; no meu coração estava o Evangelho de Cristo, a oração ao Pai por todos os seus filhos, especialmente pelos mais pobres, pelas vítimas da injustiça, da guerra, da miséria...; a oração para que o diálogo entre Cristianismo e Islamismo seja um fator decisivo para a paz no mundo de hoje”.
Depois de agradecer todas as autoridades do país, Dom Paul Hinder, Vigário Apostólico da Arábia do Sul, a comunidade católica em geral, o Príncipe Herdeiro e o Conselho Muçulmano de Anciãos, Francisco definiu como ponto culminante da viagem o encontro inter-religioso no Memorial do Fundador dos Emirados Árabes Unidos, Xeque Zayed bin Sultan Al Nahyan.
Em seguida, Francisco revelou ter conhecido o sacerdote mais idoso do pais, que aos 92 anos, na cadeira de rodas e cego, continua seu trabalho, sempre com o sorriso no rosto.
O histórico Documento sobre a Fraternidade Humana assinado em Abu Dhabi por ele e pelo Grande Imã de Al-Azhar também foi lembrado pelo Papa:
“ Afirmamos juntos a vocação comum de todos os homens e mulheres a serem irmãos como filhos e filhas de Deus, condenamos todas as formas de violência, especialmente aquela revestida de motivos religiosos, e nos comprometemos a difundir valores autênticos e a paz no mundo. ”
O Pontífice ressaltou que numa época como a nossa, em que há uma forte tentação de ver um choque entre civilizações cristãs e islâmicas, e também de considerar as religiões como fontes de conflito, ambos quiseram dar este sinal claro e decisivo:
“ É possível encontrar-se, respeitar-se e dialogar entre si, e que, apesar da diversidade de culturas e tradições, o mundo cristão e o mundo islâmico valorizam e protegem valores comuns: vida, família, sentido religioso, honra para os idosos, educação dos jovens e outros. ”
Outro momento significativo desta viagem apostólica foram os dois encontros com a comunidade católica local, formada por trabalhadores de vários países da Ásia, na Catedral de São José, e para a Eucaristia, no estádio de Abu Dhabi, quando rezou-se de modo especial pela paz e pela justiça, com especial intenção para o Oriente Médio e o Iêmen.
“ Queridos irmãos e irmãs, esta Viagem fez parte das "surpresas" de Deus ”
Fonte: Vatican News
“Discipulado e missionariedade do Agente da Pastoral Familiar”. Esse foi o tema do Retiro Espiritual da Pastoral Familiar do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), que aconteceu no dia 2 de fevereiro, na Cúria Diocesana de Anápolis, e reuniu 110 participantes, agentes da Pastoral Familiar de dez das 12 dioceses do regional.
O retiro foi orientado pelo padre Alexandre Pedroso Arantes, do município de Aruanã, na Diocese de Rubiataba/Mozarlândia. Em suas reflexões, ele apresentou a Carta de São Paulo aos Efésios. “No texto, observamos pontos importantes que confirmam quem é o discípulo missionário, qual seu papel e missão no mundo”, pontuou. Segundo o padre, essa leitura também apresenta muitos conceitos morais, essenciais para os cristãos.
Padre Cleber Matos, assessor eclesiástico da Pastoral Familiar Regional, salientou que a temática deste ano possibilitou a cada agente o encontro pessoal com Deus para se alimentar, ter um momento de espiritualidade para depois se lançar nos trabalhos pastorais. “Vivemos uma realidade de intensa necessidade de as pessoas estarem aos pés de Cristo. Muitas vezes, esquecemos, quando partimos em missão, que é preciso retornar ao Senhor para refazer as forças e nos capacitar para que possamos estar em missão”, justificou.
O bispo auxiliar de Goiânia e referencial para a Pastoral Familiar Regional, Dom Moacir Silva Arantes, também participou do evento e declarou que o tema trabalhado é indispensável para os agentes, uma vez que Cristo é o mestre, aquele que segue na frente e conduz a missão. “Como as demais pastorais, a Pastoral Familiar se compõe de fiéis que fizeram sua experiência de Cristo. É formada de pessoas que, passando pelo Batismo, assumiram uma vida nova e, recebendo a confirmação, assumiram também uma missão. Por isso, não há como servir a Deus se não for discípulo, no sentido de caminhar atrás de Jesus, pois ele é o mestre, o autor da fé, a nossa referência e, uma vez que somos discípulos fiéis, nós nos tornamos missionários, isto é, enviados por ele.”
A proposta é que a temática trabalhada no retiro anual se multiplique nas dioceses. Edmar Amaral e sua esposa, Euza Gomes Gonçalves, da Paróquia Santo Antônio das Grimpas, em Hidrolândia, querem fazer essa reflexão chegar às comunidades de sua paróquia. “Já participamos de outros retiros e é sempre muito importante os temas trabalhados em cada uma. Esta, por exemplo, nos prepara muito para a missão neste novo ano que estamos iniciando e nós queremos transmitir esse conteúdo em nossa paróquia”, disse Edmar. Darciene Barros Leão Sirino e Roberto Marinho Sirino, da Diocese de Ipameri, refletiram sobre a própria missão confiada a eles, a partir do tema desenvolvido sobre discipulado e missionariedade. “É um momento importante para nós reabastecermos as energias para o ano que começa e pensar no nosso papel de discípulos e missionários; é uma oportunidade de crescimento, de reflexão e de levar à nossa diocese tudo aquilo que aprendemos aqui”, comentou Darciene.
No dia 24 de janeiro foi realizado na Cúria Metropolitana, o lançamento do Mutirão Brasileiro de Comunicação – Muticom 2019, que acontece de 18 a 21 de julho deste ano, e pretende reunir comunicadores de todo país para refletir sobre “Comunicação, Democracia e Responsabilidade Social”. A solenidade marcou a abertura oficial do processo de preparação ao evento, cujas inscrições já estão abertas pelo site muticom.com.br, onde o participante pode escolher também as opções de hospedagem. A programação completa do Muticom 2019 será apresentada na Reunião Mensal de Pastoral da arquidiocese, para a qual serão convidados, especialmente, os agentes da Pastoral da Comunicação.
Realizado a cada dois anos, o Muticom busca aprofundar estudos, trocar conhecimentos e promover análise crítica sobre as políticas e práticas de comunicação no âmbito da Igreja e da sociedade. Para alcançar esse objetivo, reúne comunicadores em geral; profissionais, leigos e personalidades eclesiais que atuam na Comunicação da Igreja Católica, seja na Pastoral da Comunicação ou nos diversificados meios; assim como docentes, pesquisadores e estudantes de Jornalismo e outros cursos da área.
Promovido desde 1998 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esta 11ª edição do Muticom será sediada pela Arquidiocese de Goiânia. As duas entidades foram representadas no lançamento, respectivamente, pelo Ir. Diego Joaquim, coordenador regional do evento, e pelo coordenador geral, Dom Levi Bonatto, bispo auxiliar de Goiânia e referencial para a Comunicação da Arquidiocese e do Regional Centro-Oeste da CNBB.
Dom Levi, que falou também em nome do arcebispo Dom Washington Cruz, deu boas-vindas às personalidades presentes e aos veículos de comunicação que realizavam a cobertura, explicando que este lançamento foi dirigido a toda sociedade, por meio do convite à imprensa. Falando sobre a importância do Muticom para o desenvolvimento qualitativo da comunicação no Brasil, na Igreja e na Arquidiocese de Goiânia, o bispo enfatizou que a comunicação na Igreja está sempre a serviço da evangelização, e que precisamos nos comunicar mais e melhor, para levar a mensagem de Jesus Cristo a todos, pois ela transforma vidas. “Contamos com a Igreja em Goiânia e em todo Brasil na divulgação do Muticom 2019”, conclamou.
Ir. Diego representou a presidência da CNBB, que tem à frente Dom Darci José Nicioli. Ao apresentar o projeto do encontro, destacou o necessário despertar da consciência de cada cristão quanto à sua responsabilidade social para com a comunicação e a democracia. Ele chamou atenção para os grandes profissionais de comunicação que serão conferencistas, como João Paulo Charleaux, Nilson Klava e Ciro Marcondes Filho, além de muitos outros que serão divulgados em breve. A interatividade entre os participantes será estimulada por meio de diversas estratégias, sendo uma delas a possibilidade de hospedagem e alimentação no local do evento. Segundo o coordenador, para que esse Muticom alcance o objetivo proposto, a partir do conceito de “Cidade da Comunhão”, é muito importante compartilhar ideias, experiências e conhecimentos, mas também os espaços de convivência comunitária.
Cidade da Comunhão
O espaço de realização do Muticom 2019 será o Centro Pastoral Dom Fernando, e o projeto prevê transformar o CPDF em uma “Cidade da Comunhão”, onde as pessoas poderão participar da ampla programação de forma dinâmica. Isso será possível graças à estrutura de palestras e de Trilhas Temáticas, para abordagem dos três aspectos do tema central. O percurso pelas trilhas é de escolha de cada participante, que transitará pelos temas e atividades do seu interesse – com inscrição prévia ou havendo disponibilidade no local. Além de percorrerem as trilhas, com programação mista de conferências, workshops, stand-up, cases, os participantes poderão apreciar a programação cultural, com shows e apresentações diversas. A novidade será o Espaço High Tech – High Touch, uma feira midiática, com produtos de comunicação e exposição de inovações tecnológicas.
A Pontifícia Universidade Católica de Goiás é uma das principais entidades apoiadoras do Muticom 2019 e foi representada no lançamento por seu reitor, prof. Wolmir Amado, por dirigentes e docentes das escolas de Comunicação e de Engenharia e da PUC TV, que estão colaborando na organização da programação. O professor Wolmir destacou a importância do Mutirão Brasileiro de Comunicação também para a academia, como oportunidade de troca de conhecimentos que proporciona aos estudantes, docentes e pesquisadores. “A construção de uma democracia ética passa pelos caminhos da comunicação que é feita pela comunidade”, disse o reitor. A PUC TV montará estúdio na “Cidade da Comunhão”, de onde transmitirá reportagens sobre o evento a serem produzidas com a participação de acadêmicos e docentes da Escola de Comunicação.
Outras grandes instituições parceiras e apoiadoras do evento estiveram representadas no lançamento do Muticom: a Associação dos Filhos do Pai Eterno – Afipe, a empresa Apoio e a Difusora Pai Eterno. Além dessas, o Muticom já conta com o apoio da agência Parresia e da Associação Católica de Comunicação – Signis Brasil.
Eventos integrados
Para dar testemunho de comunhão, o Muticom vai acolher três eventos afins: o Encontro de Jornalistas CNBB, o 1º Encontro de Jovens Comunicadores da Signis Brasil Jovem e a entrega do tradicional Prêmio de Comunicação da CNBB, implantado há mais de 50 anos. A proposta é oferecer uma significativa experiência de estudo, convivência, organização coletiva, celebração da fé e do compromisso com a comunicação, a democracia e o engajamento social.
O lançamento do Muticom foi marcado para o dia 24 de janeiro porque a Igreja celebra, nesta data, a memória de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, e é quando o papa divulga sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será comemorado no dia 2 de junho. “Somos membros uns dos outros (Ef 4,25). Das comunidades de redes às comunidades humanas” é o tema da mensagem, que sublinha a importância de restituir à comunicação uma perspectiva ampla, baseada na pessoa e enfatiza o valor da interação entendida sempre como diálogo e oportunidade de encontro com o outro.
Organização
A comissão organizadora nacional do Mutirão Brasileiro de Comunicação deste ano está constituída pelos seguintes membros: Dom Darci José Nicioli (presidente), Dom Levi Bonatto (coordenador geral), Padre Rafael Vieira (CNBB Nacional/Ambiente Acadêmico), Pe. Xavier (CNBB Nacional), Ir. Diego Joaquim e Fúlvio Costa (CNBB Regional), Pe. Vitor Simão, jornalistas Eliane Borges e Talita Salgado (Arquidiocese de Goiânia), Profa. Sabrina Moreira (representante da PUC Goiás), Prof. Ricardo Alvarenga (Signis /BR) e Marcos Tullius (Pascom Nacional) e Fernanda Freitas (secretária).
(Por Eliane Borges, coordenadora de Comunicação da Arquidiocese de Goiânia e integrante da Comissão Organizadora Nacional do Mutirom 2019)
O anúncio oficial foi feito ao final da missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude do Panamá, realizada neste domingo (27/01) no Campo São João Paulo II, no Metro Park, na Cidade do Panamá. Lisboa vai sediar a próxima edição da JMJ.
O Presidente do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Cardeal Kevin Farrell, anunciou a próxima cidade que irá receber a Jornada Mundial da Juventude ao final da missa conclusiva do evento do Panamá neste domingo (27/01), no Campo São João Paulo II. A cidade de Lisboa, em Portugal, vai sediar a JMJ de 2022.
A preparação para a próxima festa mundial dos jovens começa já nesta semana, segundo afirma o Pe. José Manuel Pereira de Almeida, teólogo e vice-reitor da Universidade Católica de Portugal: “será uma ocasião extraordinária ter os jovens do mundo inteiro e o Papa aqui. Começamos a trabalhar já nesta semana!”.
Além da alegria de receber a JMJ em Lisboa, seja pela realidade da Igreja que pela situação da juventude local e também dos africanos de expressão portuguesa que podem chegar facilmente ao país, Pe. José acredita que "devem trabalhar para que o evento possa ser aquilo para o que é chamado ser: o encontro entre nós, com o Papa e com o Senhor Jesus, que nos chama para estar presentes com coragem, com fé e como serviço à vida e à esperança de todos".
O vice-reitor também disse que o Papa vai encontrar em Portugal uma Igreja "de um lado tradicional, ligada à fé simples das pessoas que, por exemplo, vê a mensagem de Fátima como um gancho de segurança; mas vai encontrar a possibilidade de renovar uma Igreja que gostaria de estar mais próxima do Evangelho, mais simples, mais em sintonia com os apelos que o Papa nos faz. É uma Igreja dos pobres, em saída, uma Igreja que espera ser, de fato, mais evangélica no dia a dia. Comunidades pequenas, mas cheias de vida e sentido missionário", finalizou o Pe. José.
Fonte: Vatican News
O ano de 2019 terá como foco a estruturação da Pastoral da Sobriedade na Arquidiocese de Goiânia. Esse trabalho já começou com a organização de um núcleo formado por pessoas que irão colaborar diretamente na oferta de cursos, capacitação e ajuda às paróquias que atuarem por meio dessa pastoral específica.
Segundo o bispo auxiliar de Goiânia e coordenador arquidiocesano de Pastoral, Dom Moacir Silva Arantes, a expectativa é que as paróquias também tenham agentes preparados para trabalhar a questão da prevenção e do acolhimento, nas diversas situações de sofrimento envolvendo a dependência química.
Na Arquidiocese, a Pastoral da Sobriedade é coordenada pelo padre Paulo Barbosa, administrador da Paróquia Nossa Senhora da Luz. O núcleo formado é coordenado pelo Nilson Teles, da Associação Servos de Deus (ASD). A princípio, o grupo busca identificar, nas paróquias que já têm coordenadores para organizar, as formações e a própria atuação da pastoral. “Neste ano, o nosso trabalho é oferecer formação para os agentes. A primeira etapa do curso será sobre prevenção e destina-se a todos os agentes de pastoral, mesmo aqueles que ainda não trabalham nesta área, mas têm o desejo de promover na paróquia a prevenção nas escolas, nos grupos de jovens e de catequese. Então, nós pretendemos alcançar agentes da Pastoral Familiar, agentes da Pastoral da Saúde, da Pastoral da Sobriedade, onde já exista para fazer essa formação”, afirmou Dom Moacir.
Membro do núcleo, Kitia Rubia disse que a primeira formação já tem data marcada. Será nos dias 23 e 24 de fevereiro. “A partir desta primeira formação, cuja temática é sobre prevenção, nós queremos formar as pessoas para elas aprenderem a lidar nestas situações: como orientar a família, o que dizer, como dizer, saber do que falar para essas famílias. Nosso objetivo é sempre orientar as famílias”, informou. Padre Paulo comentou que passos significativos estão sendo dados para a estruturação da pastoral. “A Pastoral da Sobriedade fez uma boa caminhada em 2018, mas, neste ano, pretendemos ampliar o nosso alcance e atendimentos nas paróquias. Por isso, vamos investir em formação de novos agentes para que os dependentes químicos, aqueles que mais sofrem com as drogas, possam ser atingidos e, consequentemente, resgatados deste mundo, com a graça de Deus”, declarou.
Visitas às comunidades terapêuticasParalelamente à estruturação da Pastoral da Sobriedade, a Arquidiocese de Goiânia começou, por meio de Dom Moacir, uma série de visitas às comunidades terapêuticas católicas. Até o momento, foram identificadas quatro. A Comunidade Maria de Nazaré, que fica em Aparecida de Goiânia, foi a primeira a ser visitada no dia 18 de janeiro. Na ocasião, o bispo presidiu Santa Missa com a comunidade de recuperandos. Em sua homilia, ele refletiu sobre a liturgia do dia (Mc 2,1-2), em que o paralítico tem seus pecados perdoados e ele é recuperado de sua enfermidade, graças à sua fé e de seus amigos. “Quem ama crê e Jesus vê isso nos amigos do paralítico. Não existe fé verdadeira sem amor e a fé se reverte na prática de obras de caridade. Mais do que curar as pernas daquele homem, Jesus curou sua capacidade de amar, e nós também somos chamados a amar, livrar as pessoas de um coração destruído, para poder continuar o nosso processo de recuperação também aqui, mas isso envolve os outros, uma vez que ninguém é curado sozinho”, afirmou. Além da visita à Comunidade Maria de Nazaré, Dom Moacir visitou também a Fazendinha Feminina Senhor Jesus, no dia 22 de janeiro, e a Comunidade Terapêutica Luz que Liberta, no dia 24.
A equipe executiva da Pastoral Familiar do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) se reuniu no dia 19 de janeiro, no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), para preparar o cronograma de atividades do ano de 2019. O encontro foi conduzido pelo bispo referencial da Pastoral Familiar no Regional, Dom Moacir Silva Arantes.
O cronograma de atividades prevê visitas às dioceses até o mês de maio. É que, após essa data, será escolhido o novo bispo referencial da Pastoral Familiar Regional, durante a 58ª Assembleia Geral da CNBB. “Pode ser Dom Moacir ou outro bispo a estar conosco”, comentou padre Cleber Alves de Matos, assessor eclesiástico da Pastoral no Regional. A primeira visita será na Diocese de Jataí (GO), no dia 17 de fevereiro. Nos dias 23 e 24 de fevereiro, será a vez da Diocese de Uruaçu. Devem participar das formações os agentes da Pastoral Familiar. Posteriormente, a formação deve se estender para aqueles que participam de outros movimentos de família.
Nas formações nas dioceses, conforme padre Cleber, 50% do conteúdo será levado pronto e os outros 50% serão apresentados, de acordo com a demanda de cada diocese. O tema pré-matrimônio foi a escolha da Pastoral a ser priorizada neste ano de 2019. “Nós vamos levar o conteúdo em dois momentos falando um pouco sobre o pré-matrimônio e depois fazer uma avaliação”, afirmou padre Cleber.
« “Somos membros uns dos outros” (Ef 4, 25):
das comunidades de redes sociais à comunidade humana »
Queridos irmãos e irmãs!
Desde quando se tornou possível dispor da internet, a Igreja tem sempre procurado que o seu uso sirva o encontro das pessoas e a solidariedade entre todos. Com esta Mensagem, gostaria de vos convidar uma vez mais a refletir sobre o fundamento e a importância do nosso ser-em-relação e descobrir, nos vastos desafios do atual panorama comunicativo, o desejo que o homem tem de não ficar encerrado na própria solidão.
As metáforas da «rede» e da «comunidade»
Hoje, o ambiente dos meios de massa é tão invasivo que já não se consegue separar do círculo da vida quotidiana. A rede é um recurso do nosso tempo: uma fonte de conhecimentos e relações outrora impensáveis. Mas numerosos especialistas, a propósito das profundas transformações impressas pela tecnologia às lógicas da produção, circulação e fruição dos conteúdos, destacam também os riscos que ameaçam a busca e a partilha duma informação autêntica à escala global. Se é verdade que a internet constitui uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber, verdade é também que se revelou como um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção consciente e pilotada dos fatos e relações interpessoais, a ponto de muitas vezes cair no descrédito.
É necessário reconhecer que se, por um lado, as redes sociais servem para nos conectarmos melhor, fazendo-nos encontrar e ajudar uns aos outros, por outro, prestam-se também a um uso manipulador dos dados pessoais, visando obter vantagens no plano político ou econômico, sem o devido respeito pela pessoa e seus direitos. As estatísticas relativas aos mais jovens revelam que um em cada quatro adolescentes está envolvido em episódios de cyberbullying.[1]
Na complexidade deste cenário, pode ser útil voltar a refletir sobre a metáfora da rede, colocada inicialmente como fundamento da internet para ajudar a descobrir as suas potencialidades positivas. A figura da rede convida-nos a refletir sobre a multiplicidade de percursos e nós que, na falta de um centro, uma estrutura de tipo hierárquico, uma organização de tipo vertical, asseguram a sua consistência. A rede funciona graças à comparticipação de todos os elementos.
Reconduzida à dimensão antropológica, a metáfora da rede lembra outra figura densa de significados: a comunidade. Uma comunidade é tanto mais forte quando mais for coesa e solidária, animada por sentimentos de confiança e empenhada em objetivos compartilháveis. Como rede solidária, a comunidade requer a escuta recíproca e o diálogo, baseado no uso responsável da linguagem.
No cenário atual, salta aos olhos de todos como a comunidade de redes sociais não seja, automaticamente, sinônimo de comunidade. No melhor dos casos, tais comunidades conseguem dar provas de coesão e solidariedade, mas frequentemente permanecem agregados apenas indivíduos que se reconhecem em torno de interesses ou argumentos caraterizados por vínculos frágeis. Além disso, na social web, muitas vezes a identidade funda-se na contraposição ao outro, à pessoa estranha ao grupo: define-se mais a partir daquilo que divide do que daquilo que une, dando espaço à suspeita e à explosão de todo o tipo de preconceito (étnico, sexual, religioso, e outros). Esta tendência alimenta grupos que excluem a heterogeneidade, alimentam no próprio ambiente digital um individualismo desenfreado, acabando às vezes por fomentar espirais de ódio. E, assim, aquela que deveria ser uma janela aberta para o mundo, torna-se uma vitrine onde se exibe o próprio narcisismo.
A rede é uma oportunidade para promover o encontro com os outros, mas pode também agravar o nosso autoisolamento, como uma teia de aranha capaz de capturar. Os adolescentes é que estão mais expostos à ilusão de que a social web possa satisfazê-los completamente a nível relacional, até se chegar ao perigoso fenômeno dos jovens «eremitas sociais», que correm o risco de se alhear totalmente da sociedade. Esta dinâmica dramática manifesta uma grave rutura no tecido relacional da sociedade, uma laceração que não podemos ignorar.
Esta realidade multiforme e insidiosa coloca várias questões de caráter ético, social, jurídico, político, econômico, e interpela também a Igreja. Enquanto cabe aos governos buscar as vias de regulamentação legal para salvar a visão originária duma rede livre, aberta e segura, é responsabilidade ao alcance de todos nós promover um uso positivo da mesma.
Naturalmente não basta multiplicar as conexões, para ver crescer também a compreensão recíproca. Então, como reencontrar a verdadeira identidade comunitária na consciência da responsabilidade que temos uns para com os outros inclusive na rede on-line?
«Somos membros uns dos outros»
Pode-se esboçar uma resposta a partir duma terceira metáfora – o corpo e os membros – usada por São Paulo para falar da relação de reciprocidade entre as pessoas, fundada num organismo que as une. «Por isso, despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros» (Ef 4, 25). O fato de sermos membros uns dos outros é a motivação profunda a que recorre o Apóstolo para exortar a despir-se da mentira e dizer a verdade: a obrigação de preservar a verdade nasce da exigência de não negar a mútua relação de comunhão. Com efeito, a verdade revela-se na comunhão; ao contrário, a mentira é recusa egoísta de reconhecer a própria pertença ao corpo; é recusa de se dar aos outros, perdendo assim o único caminho para se reencontrar a si mesmo.
A metáfora do corpo e dos membros leva-nos a refletir sobre a nossa identidade, que se funda sobre a comunhão e a alteridade. Como cristãos, todos nos reconhecemos como membros do único corpo cuja cabeça é Cristo. Isto ajuda-nos a não ver as pessoas como potenciais concorrentes, considerando os próprios inimigos como pessoas. Já não tenho necessidade do adversário para me autodefinir, porque o olhar de inclusão, que aprendemos de Cristo, faz-nos descobrir a alteridade de modo novo, ou seja, como parte integrante e condição da relação e da proximidade.
Uma tal capacidade de compreensão e comunicação entre as pessoas humanas tem o seu fundamento na comunhão de amor entre as Pessoas divinas. Deus não é Solidão, mas Comunhão; é Amor e, consequentemente, comunicação, porque o amor sempre comunica; antes, comunica-se a si mesmo para encontrar o outro. Para comunicar connosco e Se comunicar a nós, Deus adapta-Se à nossa linguagem, estabelecendo na história um verdadeiro e próprio diálogo com a humanidade (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Dei Verbum, 2).
Em virtude de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus, que é comunhão e comunicação-de-Si, trazemos sempre no coração a nostalgia de viver em comunhão, de pertencer a uma comunidade. Como afirma São Basílio, «nada é tão específico da nossa natureza como entrar em relação uns com os outros, ter necessidade uns dos outros».[2]
O panorama atual convida-nos, a todos nós, a investir nas relações, a afirmar – também na rede e através da rede – o caráter interpessoal da nossa humanidade. Por maior força de razão nós, cristãos, somos chamados a manifestar aquela comunhão que marca a nossa identidade de crentes. De fato, a própria fé é uma relação, um encontro; e nós, sob o impulso do amor de Deus, podemos comunicar, acolher e compreender o dom do outro e corresponder-lhe.
É precisamente a comunhão à imagem da Trindade que distingue a pessoa do indivíduo. Da fé num Deus que é Trindade, segue-se que, para ser eu mesmo, preciso do outro. Só sou verdadeiramente humano, verdadeiramente pessoal, se me relacionar com os outros. Com efeito, o termo pessoa conota o ser humano como «rosto», voltado para o outro, comprometido com os outros. A nossa vida cresce em humanidade passando do caráter individual ao caráter pessoal; o caminho autêntico de humanização vai do indivíduo que sente o outro como rival para a pessoa que nele reconhece um companheiro de viagem.
Do «like» ao «amém»
A imagem do corpo e dos membros recorda-nos que o uso da social web é complementar do encontro em carne e osso, vivido através do corpo, do coração, dos olhos, da contemplação, da respiração do outro. Se a rede for usada como prolongamento ou expetação de tal encontro, então não se atraiçoa a si mesma e permanece um recurso para a comunhão. Se uma família utiliza a rede para estar mais conectada, para depois se encontrar à mesa e olhar-se olhos nos olhos, então é um recurso. Se uma comunidade eclesial coordena a sua atividade através da rede, para depois celebrar juntos a Eucaristia, então é um recurso. Se a rede é uma oportunidade para me aproximar de casos e experiências de bondade ou de sofrimento distantes fisicamente de mim, para rezar juntos e, juntos, buscar o bem na descoberta daquilo que nos une, então é um recurso.
Assim, podemos passar do diagnóstico à terapia: abrir o caminho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso, ao carinho... Esta é a rede que queremos: uma rede feita, não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos gostos [«like»], mas na verdade, no «amém» com que cada um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros.
Vaticano, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2019.
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