Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Após o longo inverno da Quaresma, chegamos à Semana Santa. No domingo, 14 de abril, abrimos essa porta e começamos a viver os grandes acontecimentos da nossa fé, aquilo que nos move o ano inteiro no espírito do Cristianismo. A Semana Santa, como a conhecemos hoje, ficou assim definida no Concílio de Niceia, no ano de 325 d.C. É a semana de preparação para os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Embora seja a semana mais importante para a vivência dos mistérios da nossa fé, a Semana Santa não é de preceito. Os dias de preceito são quatro: Ano Novo, Natal, Corpus Christi, Imaculada Conceição. Na Semana Santa, de segunda a quarta-feira não há preceito, mas não existe um católico que não participe das celebrações na Quinta e na Sexta-feira Santa, e da celebração da Vigília Pascal no Sábado, porque ali está condensado o mistério pascal.
Durante a Semana Santa cabe aos cristãos evitar músicas barulhentas, pois é o nosso Mestre e Senhor quem vai morrer. Então, a partir do Domingo de Ramos, nós somos convidados a viver intensamente esta semana, pois, se eu vivi profundamente a Quaresma, devo viver mais ainda esta semana. Não é o momento de preparar a viagem, pois mais do que qualquer período do ano litúrgico, é para ser vivido na comunidade.
Quinta Feira Santa - Jesus Lava os pés dos discípulos e institui a Eucaristia
Na Quinta-Feira Santa pela manhã no mundo inteiro, se celebra a Missa do Crisma, também conhecida como Missa dos Santos Óleos, na qual acontece a Bênção dos Óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos e a Consagração do Óleo do Santo Crisma, usado nos Sacramentos da Confirmação e da Ordem, ou seja, nas ordenações sacerdotais para ungir as mãos do neosacerdote e nas ordenações episcopais para ungir a cabeça do novo bispo. Ainda nesta celebração acontece a renovação das promessas Sacerdotais, em que padres renovam o seu compromisso presbiteral diante do bispo e do povo de Deus presente na celebração.
É o dia também em que se inicia o Tríduo Pascal com a Missa da Ceia do Senhor, Missa do Lava-Pés, Missa da Instituição da Eucaristia e Missa da Instituição do Sacerdócio. Essas três denominações estão corretas para esta celebração que marca três aspectos da espiritualidade, importantes para nós cristãos. Antes de ser preso, Jesus quis cear com seus Apóstolos e, durante a Última Ceia, ao abençoar o Pão e o Vinho e dizer: “Tomai todos e Comei, Tomai todos e Bebei”, Jesus institui a Eucaristia, maior sinal da fé católica. Depois erguendo-se na ceia, Jesus tomou um jarro e bacia e começou a lavar os pés dos discípulos mostrando claramente que ele viveu sua missão de servir e não de ser servido. Jesus nos deixou esse exemplo e nos chama a fazer o mesmo gesto de entrega e doação amorosa.
Com a saudação inicial dessa Missa da Ceia do Senhor se inicia uma grande “missa”, pois no final da Missa da Quinta-Feira Santa não se dá Bênção Final e na celebração da Paixão do Senhor acontece somente uma oração sob o povo. Essa bênção acontece no final da Vigília Pascal no Sábado Santo. Neste dia em que celebramos a Instituição do Sacerdócio somos convidados a rezar por nossos padres, para que sejam de fato segundo o coração de Jesus.
Sexta Feira Santa
A Sexta-Feira Santa para os cristão é o dia mais triste do ano, é o dia da Paixão e Morte de Jesus. Neste dia em algumas paróquias acontece a Via-Sacra, que é relembrar os passos de Jesus e sua Via Crucis.
Às 15 horas do mesmo dia nós temos a Celebração da Paixão de Jesus e a adoração da Santa Cruz, literalmente a adoração da Santa Cruz e devemos ter na consciência que não estamos adorando um pedaço qualquer de madeira, mas a Cruz que foi banhada pelo sangue de Cristo e impregnada pelo sangue do Redentor. Não adoramos a madeira, mas o sangue de Cristo.
São Paulo na carta aos Colossenses diz: “Completo na minha carne o que faltou na Cruz de Cristo”, Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz dá sentido ao nosso sofrimento, Jesus não sofre por masoquismo, ou sofrer por sofrer, mas para nos salvar, para redimir os nossos pecados, é um sofrimento redentor.
Coleta para os lugares Santos
Dentro da Celebração da Paixão acontece as Orações Universais as quais devemos rezar sempre, mas como estamos na Semana das Semanas elas se tornam mais solenes.
Acontece dentro da celebração da Paixão a coleta para os lugares Santos. O dinheiro arrecadado é utilizado para vários fins e confiado a algumas instituições, como a Custódia Franciscana, encarregada da manutenção dos Santuários nos Locais Sagrados e de estruturas pastorais, educativas, assistenciais, de saúde e sociais.
Uma contribuição anual é destinada ainda à Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa para a missão indispensável de coordenação e promoção da presença eclesial. Outras comunidades eclesiais católicas, sejam latinas e orientais, também recebem parte da Coleta, assim como famílias religiosas masculinas e femininas.
Os territórios contemplados com a Coleta da Sexta-feira Santa são: Jerusalém, Palestina e Israel; Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia e Eritréia, Turquia, Irã e Iraque.
Sábado Santo
As vezes as pessoas acham que no Sábado Santo não acontece nada, mas é neste dia que Nosso Senhor Jesus Cristo desce à mansão dos mortos para poder salvar todos aqueles que morreram em estado de justiça antes dele, Jesus desce à mansão dos mortos para levar luz àqueles que esperam a sua chegada. É um dia doloroso para Maria, porque ela vivenciou todos os momentos: a prisão dele, os caminhos da Cruz e quando Jesus morreu, ela o teve nos braços, mas quando ele foi sepultado, Maria volta para casa e a casa está vazia, só tem ela e para que possamos entender esse sofrimento de Nossa Senhora, precisamos pensar em quanto doí sepultar alguém querido e ter a sensação de chegar em casa e ver que a pessoa não está mais ali.
Durante o dia, no Sábado Santo, vivemos em clima de Luto, pois Nosso Senhor está morto, e não devemos fazer festa e nem ouvir música do mundo, e sim nos colocar em atitude de reflexão, pois Jesus derramou o seu sangue para redimir nossos pecados.
No Sábado Santo em que Nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à vida, a Igreja convida seus filhos dispersos por toda a terra a se reunirem em vigília e oração. Se comemorarmos a Páscoa do Senhor ouvindo sua palavra e celebrando seus mistérios, podemos ter a firme esperança de participar do seu triunfo sobre a morte e de sua vida em Deus.
Com a Bênção do Fogo Novo é acendido o Círio Pascal, a Luz de Cristo que brilhará sobre o mundo. O Círio significa Cristo ressuscitado e permanece aceso em todas as celebrações durante o tempo Pascal e fora do tempo quando acontecer nas paróquias as celebração dos Sacramentos do Batismo ou da Confirmação.
Na celebração da Vigília Pascal acontece a proclamação da Páscoa, este solene momento em que se canta o “Glória à Deus nas altura e paz na Terra aos homens por ele amados”. Ainda nessa celebração somos convidados a fazer a Profissão de Fé e depois renovar as Promessas Batismais, onde reafirmamos nossa fé e o nosso compromisso batismal.
Domingo de Páscoa – O Senhor ressuscitou, aleluia! Aleluia!
Certamente a Ressurreição de Jesus foi algo que extrapolou o imaginário, a racionalidade dos discípulos. Não se tinha ainda informações de alguém que tinha ressuscitado, ele foi o primeiro e para os discípulos isso foi uma novidade, uma surpresa, por mais que eles acreditassem no projeto de Jesus, por mais que eles tivessem entendido que Jesus pregava um reino que deveria vir, milagres, sinais realizados que eram extraordinários que não se encontravam em qualquer lugar, mas nada disso se podia comparar com a Ressurreição e, por isso, os discípulos se surpreenderam e levaram tempo para acreditar. Os primeiros relatos das aparições de Jesus, como o de Tomé, mostram o espanto dos discípulos, mostra que não foi algo natural para eles compreender que Jesus estava vivo. O acontecimento foi tão grandioso que era impossível crer logo de primeira, era preciso um tempo, fazer a experiência do Ressuscitado para poder acreditar. Então, Jesus aparece para Tomé e são interessantes o diálogo e a forma como Jesus conversa com ele: “não sejas incrédulo, coloque sua mão aqui”. Isso é um sinal que mostra que a Ressurreição é real, Jesus está vivo em corpo e alma, não é um espírito desencarnado que aparece para Tomé e os discípulos, é Jesus, o próprio Senhor. Portanto, o Tempo Pascal é, por excelência, o período de fazermos a experiência da presença viva, real de Jesus no nosso meio, pois, Ressuscitado, ele caminha conosco, está presente na vida da Igreja.
Queridos irmãos e irmãs,
Impulsionados pela força do alegre encontro com nosso Mestre neste Domingo de Ramos, iniciamos as celebrações da Semana Santa, adotando a reverência que requer a celebração do mistério da nossa redenção.
Somos todos convidados a participar da liturgia própria desse período, a mais significativa de todas, por representar a origem da nossa fé: Cristo foi o cordeiro imolado por nós, mas ressuscitou.
Precisamos partilhar da Santa Ceia com nosso Mestre, relembrar suas últimas lições, de fé, humildade e perdão. Vigiar e orar durante sua Paixão e Morte na cruz. Fazer com Jesus o caminho do Calvário, pedindo perdão pelos pensamentos e ações que nos afastam do seu caminho de Vida e Verdade, do Reino dos Céus, da Casa do Pai. Só assim poderemos ressurgir com Ele para uma vida nova.
Especialmente nesta Santa Semana, nossa Igreja entra em penitência e oração, pedindo piedade a Deus por nossas inúmeras falhas, e louvando sua infinita misericórdia ao nos enviar seu filho Jesus, para nos salvar. Entre nossos principais pecados está o do egoísmo, origem de tantos males, que nos torna indiferentes à dor dos nossos irmãos.
Ouça a voz do anjo...
É muito importante que todos participem, em suas paróquias e comunidades, das celebrações da Semana Santa, que culminam com celebração da Vigília Pascal. Se isso não for possível, em função de viagens necessárias, participem onde estiverem, não deixando de celebrar a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não terminem sua semana chorando aos pés da Cruz. Visitem o sepulcro vazio, ouçam a voz do anjo dizendo: Ele ressuscitou!
A Páscoa, que celebraremos no próximo domingo, significa que a morte foi vencida, o Senhor ressuscitou. Porque Ele vive, e permanece conosco na Eucaristia, nós cremos que tudo podemos Naquele que nos fortalece. Somos mensageiros da sua Boa-Nova, da esperança!
Busquemos a paz
Unindo-nos ao papa Francisco e a toda Igreja, nesta Semana Santa intensifiquemos nossas orações pela paz no mundo, pois a guerra é uma grande fábrica de pecados da humanidade. Como ação concreta, em prol dessa intenção, cessemos de alimentar os motivos das guerras que travamos em nossas famílias e nos ambientes de trabalho.
Como expressão da nossa vida pascal, façamos uma adesão verdadeira à Campanha da Fraternidade 2019, que nos convida a refletir sobre "Fraternidade e Políticas Públicas. Precisamos vencer tudo o que sustenta a cultura de morte e alimenta as mazelas dos nossos irmãos no mundo. Há de nascer um novo homem e uma nova mulher, que vejam no próximo a face de Deus. Assim, viveremos numa nova terra, com vida plena para todos.
Uma abençoada Semana Santa e uma feliz Páscoa!
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
Com o círio pascal aceso, o diácono ou o presbítero canta por três vezes: “Eis a luz de Cristo!”. Inicia-se a Vigília Pascal. Forma-se aquela procissão luminosa que nos confirma a todos no discipulado de Jesus Cristo, nosso libertador. Ele prossegue qual novo Moisés caminhando à nossa frente. A maior festa de nossas comunidades está para chegar. No próximo dia vinte e um, celebraremos a Páscoa.
Para as comunidades paroquiais que vivem os processos da Iniciação à Vida Cristã, a Páscoa chega com a alegria da fecundidade da Palavra, do amor fraterno, com o batismo dos catecúmenos. Concluída a formação inicial, novos irmãos e irmãs mergulham nas águas, deixando sepultada no simbolismo dessa imersão a desobediência e o pecado, e recebendo a graça da vida nova sob a Luz do Ressuscitado. Vida Nova esta que será continuamente alimentada pela Palavra da fé e pela Eucaristia; Vida no Espírito, dado pela unção do Crisma.
Eis a luz de Cristo a resgatar das trevas da ignorância e do erro. Eis a luz de Cristo a iluminar o caminho a seguir. Luz de Cristo que brilha na Igreja. Demos graças a Deus!
Como canta o Pe. Zezinho: “Iluminados; iluminadores queremos ser, ó Senhor!”. Pura verdade que esse grande catequista nos propõe: ser iluminadores. Nossa sociedade está carente de luz. Restou aos nossos contemporâneos vaguear para sobreviver, adquirir, acumular. Mas não é claro para onde se caminha. Somente quem tem clareza de onde vem pode orientar seu destino.
A Páscoa nos dá a consciência do amor que nos gerou, do sacrifício que nos redimiu, da Vida que em nós habita. Pela graça das celebrações que se aproximam, superemos o medo e a timidez. Cresçamos na liberdade de partilhar corajosamente o dom de Cristo.
Feliz Páscoa!
Dom Waldemar Passini Dalbello
Bispo de Luziânia e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
Mais uma edição do Acampamento de Vida Nova – Life, da Pastoral da Sobriedade do Regional Centro-Oeste da CNBB acontece nos dias 14 a 16 de junho, no Salão Comunitário Divino Espírito Santo, em Pe. Bernardo (GO). São convidados a participar integrantes e familiares dos grupos de autoajuda, agentes, os acolhidos de CT’S, pastorais, movimentos e todos os excluídos.
O Life surgiu como um dos resultados de um Seminário de Prevenção realizado em Goiânia no ano de 2015, cujo o objetivo foi a criação de iniciativas para trabalhar a frente de prevenção da Pastoral da Sobriedade no Regional Centro-Oeste. O Acampamento tem como objetivo principal trabalhar as 03 linhas de prevenção: primária, secundária e terciária.
Com programação específica voltada para pregações (12 Passos e outros relacionados à espiritualidade da Pastoral), testemunhos (relacionados à vivência do Programa de Vida Nova), partilha seguindo a metodologia do Grupo de Autoajuda, teatros e dinâmicas como forma de usar o lúdico para despertar a importância da sobriedade como modo de viver.
Mais informações e inscrições: https://goo.gl/forms/rjnVIROALonYORqH3
Nos próximos dias 26 a 28 de abril, a Pastoral da Sobriedade e a Federação Nacional das Comunidades Terapêuticas Católicas e instituições afins (FNCTC) realizam Assembleia Nacional, em Brasília. O evento acontecerá no Instituto São Boaventura, em Brasília. Em pauta, a eleição e referendo da nova Coordenação Nacional da Pastoral da Sobriedade e Diretoria da FNCTC, para o mandato do quadriênio 2019 a 2023. As vagas são limitadas para até 90 agentes e representantes de Comunidades Terapêuticas.
Mais informações: www.sobriedade.org.br
Nos dias 5 a 7 de abril aconteceu na sede do Regional Centro-Oeste da CNBB, o Itinerário de Formação com Catequistas (V turma) do II módulo. A formação, direcionada a coordenadores de catequese nas paróquias e dioceses, foi assessorada pelo padre Eduardo Calandro, especialista em pedagogia catequética. Neste II módulo, teológico e catequético, conforme o assessor, o objetivo foi situar os catequistas na realidade da vida cristã hoje. “É preciso entender que a catequese está a serviço da iniciação. Precisamos, então nos situarmos, olhar para a nossa realidade e ver o que nós temos de luzes e sombras e também o que nós enxergamos de perspectivas a partir da iniciação”, explicou.
Outro objetivo importante é aprofundar na pedagogia da iniciação à vida cristã, considerando que a Igreja do Brasil insiste desde 1999 com o Estudo 97 da CNBB – Iniciação à Vida Cristã. “Esse processo se faz através de uma palavra-chave que é a experiência do encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Muito mais do que transmitir conteúdo e ideias, o catequista tem a missão de ajudar o catequizando ou catecúmeno, aquele que está chegando para o processo de iniciação cristã, a fazer um encontro pessoal com Jesus Cristo e, diante disso, nós nos baseamos naquilo que as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE – 2015-2019) nos dizem: a Igreja é a Casa da iniciação à vida Cristã. É isso o que estamos aprofundando”, disse o assessor.
Em síntese, a formação visa aprofundar a pedagogia da iniciação à vida cristã como inspiração catecumenal iluminada e inspirada pelo RICA – Ritual de Iniciação à Vida Cristã de Adultos. Os catequistas que participaram da formação têm agora uma missão muito importante: “ser multiplicadoras, transmitir aos catequistas que ficaram nas bases tudo aquilo que foi refletido, conversado, aprofundado e construído juntos”, frisou padre Calandro.
Itinerário catequético
Além desse segundo módulo, o itinerário ainda terá mais dois. O terceiro deve acontecer ainda neste ano e o quarto em 2020. O primeiro módulo foi querigmático, bíblico, e o segundo é pedagógico. O terceiro módulo quer refletir sobre a liturgia que vem a partir do RICA, inspirado na purificação e iluminação, sobretudo neste tempo da Quaresma e o último módulo será mistagógico, ou seja, ajudará o catequista a entrar no processo de iniciação que não é um universo teórico, mas conduz a pessoa para o mistério.
O primeiro Conselho Episcopal Regional (CONSER) do ano foi realizado nos dias 2 a 4 de abril, em Rubiataba – Diocese de Rubiataba-Mozarlândia. Durante a semana do encontro foram discutidos temas pertinentes à vida da Igreja Católica no Regional Centro-Oeste. A missa de abertura foi presidida pelo bispo anfitrião, Dom Adair José Guimarães, que é também vice-presidente do Regional.
A colegialidade dos bispos foi salientada como ponto fundamental de unidade da Igreja. O grupo também refletiu sobre a Exortação Apostólica Christus Vivit (Cristo Vivo), do Papa Francisco, lançada na quarta-feira, 2 de abril. Essa carta é dedicada à reflexão sobre a presença dos jovens, sua vida de fé e sobre o discernimento vocacional, como caminho de maturidade cristã. Na ocasião, os bispos estudaram trechos do documento e discutiram sua implementação nas dioceses do Regional.
Entre os temas tratados, estão o Congresso Internacional sobre o Acordo Brasil - Santa Sé e o MUTICOM - Mutirão Brasileiro de Comunicação, eventos realizados com apoio do Regional Centro-Oeste e sediados pela Arquidiocese de Goiânia. Os bispos também se dedicaram a algumas questões jurídicas e patrimoniais da Igreja, com a assessoria do Dr. Victor Naves, e à situação atual das Escolas Católicas, sua importância e lugar no ambiente educacional brasileiro. Além destes assuntos, foram feitos também apontamentos de articulação para a celebração do Mês Missionário Extraordinário, outubro próximo, convocado pelo Papa Francisco.
A XX Assembleia do Povo de Deus, que se realizar de 18 a 20 de outubro, no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF) também entrou na pauta do CONSER. Foram feitos encaminhamentos para o encontro quadrienal, como as definições do Tema: Igreja em saída: desafios da evangelização no mundo urbano, do Lema: "Hoje preciso ficar na sua casa" (Lc 19,5), e dos assessores: Pe. Francisco Agamenilton Damascena, Administrador Diocesano de Uruaçu, e o Pe. Cristiano Faria dos Santos, Coordenador do Mestrado em Direito Canônico do Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico – Extensão Goiânia. A primeira reunião da Comissão Permanente de Avaliação (CPA) juntamente com os assessores e a presidência do Regional Centro-Oeste acontecerá no dia 27 de abril, quando serão realizados os próximos encaminhamentos da assembleia.
A próxima reunião do CONSER acontecerá em Aparecida-SP, durante a 57ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB, onde serão aprovadas as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e serão eleitas as presidências nacional e regional da CNBB para o próximo quadriênio (2019-2023).
Durante três dias (29 a 31 de março), representantes de 11 das 13 dioceses presentes no Regional Centro-Oeste da CNBB (estado de Goiás e Distrito Federal) participaram, no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia, do Pré-Congresso Vocacional Regional. O evento reuniu leigos, religiosos e religiosas, padres, seminaristas e vocacionados, além de vários bispos, incluindo o arcebispo e os bispos auxiliares da Arquidiocese de Goiânia. O tema proposto foi o mesmo que será discutido no 4º Congresso Vocacional do Brasil, que acontecerá nos dias 5 a 8 de setembro, em Aparecida (SP), e um dos temas amplamente discutido no Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, “Vocação e discernimento”.
Santa Missa, palestras, oficinas, reflexões, workshop, estudo, troca de experiências. Foram essas as principais atividades que dinamizaram o Pré-Congresso. A abertura do evento foi feita pelo arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, que fez reflexões sobre a história da Pastoral Vocacional no Regional Centro-Oeste. Segundo ele, uma trajetória de dificuldades e superação de desafios, mas um trabalho que se “plantado dá frutos”. “Há 30 anos foi semeado este trabalho no regional e ele floresceu. É sempre assim e sempre vai ser. Muitas vocações brotaram, sobretudo dos leigos e das religiosas”, pontuou. Em poucas palavras, o bispo auxiliar de Brasília e referencial para a Pastoral Vocacional no Regional Centro-Oeste, Dom José Aparecido Gonçalves, deixou sua mensagem aos participantes. “Deus não tira nada, nos dá tudo e ele conta conosco para renovar a face da Igreja.” O secretário executivo do Regional Centro-Oeste, padre Eduardo Luiz de Rezende, deu boas-vindas a todos e desejou que o evento fosse um marco de reavivamento vocacional.
A primeira palestra foi proferida pelo cardeal arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sergio da Rocha. Ele trouxe, como novidade, a figura do acompanhador vocacional, termo bastante comentado no Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, do qual Dom Sergio foi relator geral. Trata-se de um agente pastoral que deve acompanhar desde cedo as crianças, os adolescentes e os jovens, apresentando-lhes caminhos de discernimento vocacional. Isso porque, conforme o cardeal, “a resposta ao chamado de Deus é pessoal, mas o discernimento é eclesial, coletivo”. Uma das participantes do Pré-Congresso apontou que se a Igreja apostar na figura do acompanhador já na catequese, a evasão de jovens que são crismadas será menor.
Iluminação bíblica
Dom Waldemar Passini Dalbello, bispo de Luziânia (GO) e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, abordou o tema “Iluminação bíblica e teológica acerca do discernimento vocacional”. O bispo afirmou que a vocação não é para a realização pessoal, mas para dar a vida ao outro. Ele disse que essa é a visão do Bom Pastor. “O discernimento vocacional foi acertado quando vemos o cuidado com as ovelhas. Se elas estão abandonadas, então, o pastor errou no discernimento e isso serve para qualquer vocação.” Dom Waldemar fez questão de dizer que esse pensamento vale para o padre, para a religiosa, mas também para o matrimônio, para os pais e para os leigos de modo geral. “Fez discernimento certo? Cuida das ovelhas”, frisou. A resposta vocacional parte do seguinte princípio: “Onde vou me doar para que o fruto seja benéfico para os outros?”. Pressupõe felicidade e a busca pelo sentido da vida. Dom Waldemar salientou que isso requer o exercício de sair de si e viver em unidade.
“Indicações práticas para um discernimento vocacional” foi a palestra proferida pelo padre Júlio César Gomes Moreira, da Arquidiocese de Brasília. “De um modo específico, o discernimento vocacional é o caminho para a descoberta da própria vocação. De um modo amplo, é o caminho para a descoberta e realização da vontade Deus. Nesse processo, ele explicou que “o ponto de partida é o encontro com Cristo e seu Evangelho; as virtudes fundamentais são a fé, o amor e a esperança; a via ou processo espiritual do discernimento é a conversão; o contexto vital desse discernimento é a Igreja; o lugar do discernimento é a vida e a natureza do discernimento é no Espírito.”
Workshop
Irmã Hilda Paula, da Congregação das Irmãs Oblatas do Menino Jesus, apresentou workshop sobre a aplicação prática do documento sinodal: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Para que o Sínodo frutifique, ela disse que é necessário pôr-se a caminho, primeiramente com Cristo, para depois caminhar. Comentando e apresentando o conteúdo do documento, a religiosa explicou que “a Igreja precisa estar em escuta, ouvindo e vendo com empatia, as diversidades de contextos e culturas, um primeiro olhar sobre a Igreja de hoje”. O capítulo dedicado à dimensão vocacional também foi apresentado por ela, com destaque para a busca da vocação, que o documento trata como uma longa viagem que passa por belos momentos, mas também por adversidades que precisam ser superadas. A religiosa pontuou o tópico “Vocação e vocações” que, conforme o documento, tem por finalidade fundamental a comunhão com Deus e entre todas as pessoas.
O Pré-Congresso Vocacional contou ainda com oficinas sobre as diversas vocações, bem como uma oficina especial sobre Comunicação Vocacional e Marketing, na qual, o designer gráfico Danilo Inácio apresentou mecanismos e ferramentas para uma comunicação eficaz, sobretudo para despertar e fazer um acompanhamento vocacional, por meio das redes sociais digitais. Durante os grupos de trabalho foi entregue aos participantes um questionário que será muito importante para o desenvolvimento do conteúdo que será ministrado no Congresso Nacional. Os participantes puderam também confraternizar na noite cultural, com show da cantora goiana, Maria Eugênia.
4º Congresso Vocacional do Brasil
No último dia, houve plenária com a síntese das oficinas, conclusões e testemunhos e as considerações finais e encaminhamentos para o 4º Congresso Nacional, feitos pelo coordenador nacional da Pastoral Vocacional, padre Elias Silva. A Santa Missa de encerramento foi presidida pelo bispo auxiliar de Goiânia, Dom Moacir Silva Arantes. Informações gerais sobre o Congresso Nacional podem ser obtidas pelo site www.congressovocacionalbrasil.com.br. O Regional Centro-Oeste deverá participar do evento com 23 delegados, sendo um representante de cada diocese, cinco da equipe regional da Pastoral Vocacional e cinco religiosos pela Conferência dos Religiosos do Brasil – seção regional.
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Reunidos entre os dias 26 e 28 de março na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), os bispos que integram o Conselho Permanente da entidade emitiram uma mensagem na qual demonstram preocupação com a Reforma da Previdência – PEC 06/2019.
No texto, os bispos reafirmam que o sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. “Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores ético-sociais e solidários” (Nota da CNBB, março/2017).
Eles reconhecem que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário adequado à Seguridade Social. Alertam, no entanto, que as mudanças contidas na PEC 06/2019 sacrificam os mais pobres, penalizam as mulheres e os trabalhadores rurais, punem as pessoas com deficiência e geram desânimo quanto à seguridade social, sobretudo, nos desempregados e nas gerações mais jovens.
Apontam também que o discurso de que a reforma corta privilégios precisa deixar claro quais são esses privilégios, quem os possui e qual é a quota de sacrifício dos privilegiados, bem como a forma de combater a sonegação e de cobrar os devedores da Previdência Social. “A conta da transição do atual regime para o regime de capitalização, proposto pela reforma, não pode ser paga pelos pobres”, reforçam.
Ainda na mensagem, os bispos fazem um apelo ao Congresso Nacional para que favoreça o debate público sobre esta proposta de reforma da Previdência que incide na vida de todos os brasileiros. “Conclamamos as comunidades eclesiais e as organizações da sociedade civil a participarem ativamente desse debate para que, no diálogo, defendam os direitos constitucionais que garantem a cidadania para todos, dizem em um dos trechos.
Confira abaixo, a mensagem, na íntegra:
MENSAGEM DO CONSELHO PERMANENTE DA CNBB
“Serás libertado pelo direito e pela justiça” (cf. Is 1,27)
Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília-DF nos dias 26 a 28 de março de 2019, assistidos pela graça de Deus, acompanhados pela oração da Igreja e fortalecidos pelo apoio das comunidades eclesiais, esforçamo-nos por cumprir nossa missão profética de pastores no anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo e na denúncia de acontecimentos e situações que se opõem ao Reino de Deus.
A missão da Igreja, que nasce do Evangelho e se alimenta da Eucaristia, orienta-se também pela Doutrina Social da Igreja. Esta missão é perene e visa ao bem dos filhos e filhas de Deus, especialmente, dos mais pobres e vulneráveis, como nos exorta o próprio Cristo: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes pequeninos que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40). Por isso, nosso olhar se volta constantemente para a realidade do país, preocupados com propostas e encaminhamentos políticos que ameacem a vida e a dignidade dos pequenos e pobres
Dentre nossas atuais preocupações, destaca-se a reforma da Previdência – PEC 06/2019 – apresentada pelo Governo para debate e aprovação no Congresso Nacional. Reafirmamos que “o sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores ético-sociais e solidários” (Nota da CNBB, março/2017).
Reconhecemos que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, adequado à Seguridade Social. Alertamos, no entanto, que as mudanças contidas na PEC 06/2019 sacrificam os mais pobres, penalizam as mulheres e os trabalhadores rurais, punem as pessoas com deficiência e geram desânimo quanto à seguridade social, sobretudo, nos desempregados e nas gerações mais jovens. O discurso de que a reforma corta privilégios precisa deixar claro quais são esses privilégios, quem os possui e qual é a quota de sacrifício dos privilegiados, bem como a forma de combater a sonegação e de cobrar os devedores da Previdência Social. A conta da transição do atual regime para o regime de capitalização, proposto pela reforma, não pode ser paga pelos pobres. Consideramos grave o fato de a PEC 06/2019 transferir da Constituição para leis complementares regras previdenciárias como idades de concessão, carências, formas de cálculo de valores e reajustes, promovendo desconstruções da Constituição Cidadã (1988).
Fazemos um apelo ao Congresso Nacional que favoreça o debate público sobre esta proposta de reforma da Previdência que incide na vida de todos os brasileiros. Conclamamos as comunidades eclesiais e as organizações da sociedade civil a participarem ativamente desse debate para que, no diálogo, defendam os direitos constitucionais que garantem a cidadania para todos.
Ao se manifestar sobre estas e outras questões que dizem respeito à realidade político-social do Brasil, a Igreja o faz na defesa dos pobres e excluídos. Trata-se de um apelo da espiritualidade cristã, da ética social e do compromisso de toda a sociedade com a construção do bem comum e com a defesa do Estado Democrático de Direito.
O tempo quaresmal, vivido na prática da oração, do jejum e da caridade, nos leva para a Páscoa que garante a vitória, em Jesus, sobre os sofrimentos e aflições. Anima-nos a esperança que vem de Cristo e de sua cruz, como ensina o papa Francisco: “O triunfo cristão é sempre uma cruz, mas cruz que é, simultaneamente, estandarte de vitória, que se empunha com ternura batalhadora contra as investidas do mal” (Evangelii Gaudium, 85).
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda por todos os brasileiros e brasileiras!
Brasília-DF, 28 de março de 2019
Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de Salvador
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
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