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O SOS África: Moçambique, Zimbabué e Maláui conclama a sociedade brasileira, as dioceses, paróquias, comunidades, congregações religiosas, colégios e todas as pessoas de boa vontade, para uma grande corrente de oração e solidariedade em favor das pessoas atingidas por esta tragédia. Três contas bancárias que são geridas pela Cáritas Brasileira estão disponíveis para doações.

Para DOC e TED , o CNPJ da Cáritas Brasileira é: 33.654.419/0001-16
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Banco do Brasil
Agência: 0452-9
Conta Corrente: 49.667-7

Caixa Caixa Econômica Federal
Agência: 1041 – Operação: 003
Conta Corrente: 4322-3

Santander
Agência: 3100
Conta Corrente: 13.061645-0

Solidariedade à África
Centenas de milhares de pessoas foram afetadas pela passagem do ciclone Idai que devastou territórios inteiros na África do Sul, no último dia 14 de março. Moçambique, Zimbaué e Maláui foram os países mais atingidos pela catástrofe que já é a pior da história enfrentada pela população destes países. Até o momento, pelo menos 750 perderam a vida, mas estima-se que esse número possa passar de mil. No cenário urgente de ajuda humanitária, cerca de um milhão e meio de pessoas estão desalojadas.

Para organizar a solidariedade brasileira com as populações atingidas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira lançam a campanha SOS África: Moçambique, Zimbabué e Maláui.

Os recursos arrecadados serão utilizados para ações de socorro imediato, água potável, alimentos, roupas, cobertores, kits de higiene, remédios, primeiros socorros e tendas, que serão coordenadas pela Cáritas Internacional, um organismo da Santa Sé. Com a solidariedade de cada pessoa, a Cáritas Internacional quer ainda ajudar na reconstrução de moradias e meios de vida das populações afetadas nos três países.

“Que o Deus da vida e da ternura derrame suas bênçãos sobre cada pessoa e comunidade pela colaboração e gesto amoroso, em favor das famílias de Moçambique, Zimbábue e Maláui”. Diz um trecho da carta assinada pelas presidências da CNBB e da Cáritas Brasileira, enviada para todas as paróquias do Brasil.

Serviço: Lançamento campanha SOS África: Moçambique, Zimbabué e Maláui

Data: 25 de março de 2019

Outras informações: Osnilda Lima e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. tel. (61) 98366-1235

Materiais para divulgação
Carta de apelo SOS África: Moçambique, Zimbaué e Maláui
Cartaz SOS África – Formato quatro dobras

Contemplando a 1 Urgência Pastoral do Projeto de Evangelização da Diocese de Goiás, que é “Igreja em estado permanente de missão”, aconteceu nos dias 16 e 17 de março, momentos de formação e animação missionária, com assessoria da Luciana Santos, coordenadora do Conselho Missionário Regional (Comire), e do diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício Jardim. Também esteve presente a vice-coordenadora do Comire, irmã Luciana de Mattos, da Diocese de Ipameri.

O primeiro encontro aconteceu no sábado, dia 16, no Centro Diocesano de Pastoral, na cidade de Goiás, com a participação de 95 pessoas vindas das várias paróquias da diocese. O objetivo do encontro foi a apresentação do Mês Missionário Extraordinário e capacitação de criação dos Comipas nas paróquias da diocese. Além de momentos de estudos durante o encontro, também foi possível estabelecer possíveis ações, em trabalhos de grupos, para concretizar o objetivo da 1ª Urgência Diocesana: “Ser Igreja em saída anunciando por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo”.

O segundo encontro aconteceu em forma de grande retiro missionário na cidade de Itapuranga, com a presença de 120 participantes das Paróquias de Itapuranga e Guaraíta. Este encontro teve a finalidade de motivar e iniciar o processo das Santas Missões Populares – SMP - que acontecerá neste ano e no próximo, nas duas paróquias.

Dom Eugênio, bispo da Diocese de Goiás, no final do encontro de sábado, fez o envio destacando que uma Igreja em saída exige ação. Padre Welligton, coordenador diocesano de pastoral, por sua vez, reforçou que “a realização destes encontros nos causaram uma grande alegria e ânimo em ver o nosso projeto diocesano de pastoral sendo concretizado. Já temos uma longa caminhada de animação Missionária na diocese, sobretudo com as Santas Missões Populares, mas queremos reanimar os grupos paroquiais de missão, os Comipas, fortalecendo os existentes e criando novos grupos.”

Informações e fotos: Comire

Os representantes da Pastoral Vocacional que irão participar do IV Congresso Vocacional do Brasil, a partir de agora, podem acompanhar toda a preparação do evento por meio de um hotsite. A página está no ar e foi lançada com o objetivo de oferecer informações aos interessados, como a programação, inscrições, local etc.


Além de trazer reflexões sobre o IV Congresso Vocacional, bem como objetivos, os usuários têm ainda a oportunidade de conhecer importantes eventos vocacionais que já aconteceram ao redor do país. Um importante momento desta preparação é a realização dos pré congressos regionais que também podem ser acompanhados no site.

O hotsite apresenta um layout moderno e com fácil navegação pelos conteúdos e galerias. De acordo com o coordenador da Pastoral Vocacional, padre Elias Silva, o meio foi desenvolvido com a proposta de valorizar as informações do encontro. “É mais uma maneira deste evento chegar a tantas pessoas, inclusive as ressonâncias pré congresso. Você pode entrar lá e terá acesso aos convites, as datas dos pré congressos dos regionais, vídeos, inclusive testemunhos vocacionais”, disse.

Padre Elias comenta que, em breve, a página possibilitará o cadastro para a realização das inscrições para participar do evento. “As inscrições começam dia 1º de abril e vão até o dia 30 de julho. Você que está envolvido no trabalho da Pastoral no regional ou ligado à Conferência dos Religiosos do Brasil, a CRB ou à diocese pode estar se inscrevendo”, garante.

Vocação e Discernimento

O IV Congresso Vocacional do Brasil acontecerá entre os dias 05 e 08 de setembro de 2019, no Centro de Eventos do Santuário Nacional Nossa Senhora de Aparecida, em Aparecida (SP). Podem participar regionais e dioceses do Brasil. A expectativa da coordenação do evento é a de que cerca de 650 pessoas se inscrevam.

No evento, todos os batizados serão convidados a aprofundar o tema “Vocação e discernimento” e, de uma maneira especial, os bispos, sacerdotes, consagrados, religiosos e leigos, envolvidos no Serviço de Animação Vocacional do Brasil.

Acesse o site: http://congressovocacionalbrasil.com.br/

Dom Marcony Vinícius, bispo auxiliar de Brasília e referencial para a liturgia no Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) orientou o Retiro Espiritual do Clero das Dioceses de Ipameri e Itumbiara que juntas já realizam o encontro anual há 30 anos. Em suas reflexões, o bispo abordou tema sobre o chamado de Deus. “O chamado parte totalmente de Cristo, que primeiro nos chama ao Batismo e à Crisma. Os sacerdotes, ele chama ao ministério presbiteral e à unidade do presbitério, depois ao centro do presbitério que é a eucaristia e à missionariedade como o papa Francisco nos pede”, explicou em entrevista Dom Marcony. O retiro foi realizado nos dias 11 a 15 de março, no Convento das Irmãs da Mãe Dolorosa, em Goiânia.

Ele terminou o retiro falando do exemplo da Mãe de Deus, que é mãe dos sacerdotes também. Questionado sobre o significado e importância do retiro do clero para a Igreja, o bispo afirmou que é um momento ímpar na caminhada dos presbíteros que os ajuda substancialmente na vida pastoral. “O retiro é o momento de abastecer. Mais do que falar, é tempo de escutar o que Deus tem a nos dizer. O retiro colabora para que os padres fortaleçam a sua vontade de ser sacerdotes, de doação pelo povo, para revisão de todas as ações pastorais, para refletir sobre como estão recebendo Jesus e como estão levando as pessoas ao encontro dele, porque o povo também nos ensina a ser mais padres e nós ensinamos o povo a chegar ao céu”, declarou.

Dom Antônio Fernando Brochini, bispo diocesano de Itumbiara, disse que o Retiro do Clero corresponde àquilo que está nas sagradas escrituras no episódio da transfiguração do Senhor (Lc 9, 28-36). “O retiro é sempre um momento de graça, convite que o Senhor fez aos apóstolos: ‘venham, vamos subir ao monte e lá encontrar toda esta grandeza do mistério de Deus’. O nosso retiro foi muito tranquilo e Dom Marcony nos conduziu na entrega do sacerdócio, que é como fez o filho muito amado do Pai que se entrega por nós, pois em todo mistério de Jesus Cristo vem a manifestação do amor e da misericórdia de Deus. Foi um retiro muito rico de espiritualidade, de oração, a participação do Clero das duas dioceses foi bastante intensa no recolhimento, no silêncio, nas orações bem preparadas. Foi realmente um momento de graças e de bênçãos de Deus”, disse.

O Administrador Diocesano de Ipameri, Pe. Orcalino Lopes da Silva, também confirmou que o retiro anual é um momento de graça e comunhão. “É um momento de graça para todos nós presbíteros em comunhão com a Diocese de Itumbiara e todos nós da Diocese de Ipameri. O retiro é sempre um momento de reflexão, oração, meditação e este ano nós tivemos a alegria de ter Dom Marcony que nos ajudou mais ainda interiorizar melhor e sentir que realmente o nosso ministério está pautado em toda a dimensão do Cristo. E ele encerrou na manhã de hoje (15) a meditação sobre Maria. Pedimos que Nossa Senhora, que também é a Mãe dos Sacerdotes, nos ajude a viver o nosso sacerdócio a serviço do Senhor Jesus. O retiro em si foi excelente porque proporcionou um momento de encontro com Jesus, na vida pessoal, comunitária, com o nosso presbitério, em comunhão com os bispos também tendo como referência esta unidade que nós devemos viver entre nós padres”, concluiu o Administrador.

Fonte: Site Diocese de Ipameri-GO

Durante a Romaria Nacional da Juventude, no dia 27 de abril, em Aparecida (SP), a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizará o Conecta, o Encontro Nacional de Grupos de Jovens Paroquiais.

Esta é a terceira edição do encontro reúne adultos e lideranças juvenis dos Grupos de Jovens Paroquiais. “Dentre tantos motivos que temos para a realização deste momento especial, queremos tornar ainda mais visível a força da evangelização dos Grupos Jovens Paroquiais que desenvolvem um trabalho importante na evangelização da juventude no Brasil, além do fortalecimento da unidade das expressões que nos faz ser cada vez mais Igreja”, declarou o bispo de Imperatriz (MA) e presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, dom Vilsom Basso, na carta convite para o evento.

Uma das atividades do Conecta 2019, será a finalização do Regimento para os Grupos de Jovens Paroquiais do Brasil, que apresentará normas e procedimentos para estas expressões juvenis seguirem nos seus projetos de evangelização. Também neste encontro, serão indicados pelos participantes, dois jovens para representar os Grupos de Jovens Paroquiais na Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil.

Confira mais informações e faça as inscrições para o evento:

O Conecta está de volta! Abertas as inscrições para o Encontro Nacional dos Grupos de Jovens Paroquiais

Fonte: CNBB Nacional

Quarta, 06 Março 2019 03:06

Tempo favorável e de conversão

O tempo da Quaresma chegou. É um tempo propício, forte e de mudanças radicais interiores e também de comportamentos eclesiais e sociais mais idôneos com a lógica do Evangelho.

O imperativo inicial que é a chave de leitura de todo o itinerário de preparação à Pascoa, é a palavra que deu início ao ministério público de Jesus: "Convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1, 15) ou de forma optativa: "Homem, lembra-te que tu és pó e ao pó hás de voltar" (Gn 3, 19).

Palavras severas, peremptórias e que direcionam o caminho, seja ele pessoal como comunitário.

  1. Convertei-vos. No contexto em que estamos vivendo e no qual a Igreja passa o convite, que é um imperativo, adquire uma força de urgência e gravidade sem par. Nunca passamos por um tempo conturbado e humilhante como agora. No meu não curto percurso de vida, não lembro um acúmulo de fato, escândalos tão sérios como nestes últimos tempos: cardeal reduzido a leigo, cardeal na cadeia, bispos destituídos, diocese em processo de fiscalizações graves, escândalos de pessoas consagradas pipocando em várias Igrejas particulares, povo desnorteado diante dos fatos veiculados pela imprensa e por aí vai. Isso para relembrar a nossa vida eclesial sem entrar em âmbitos políticos, culturais, éticos morais etc.

Convertei-vos! É possível continuar a se fazer de surdos e cegos, como se isso não seja verdade? É possível continuar a desencadear mecanismos de defesa, considerando tudo como complô contra a Igreja e desconhecendo a grave crise que estamos passando? É lógico e coerente defender mais a própria imagem e encobrir sistematicamente a realidade? A conversão exige respostas plausíveis, claras e, portanto, mudanças inequívocas seja no nível pessoal - ponto de partida para quaisquer mudanças - mas também eclesiais. Há mecanismos internos na Igreja que produzem desajustes e que nem sempre queremos ver e menos ainda enfrentar, a não ser de forma teórica. "Convertei-vos"!

 

  1. A conversão se dá se seremos capazes de acreditar na Palavra que é sempre de vida eterna, de luz, de segurança. Hoje se tornou muito difícil a arte do discernimento no emaranhado de informações constantes que temos, engolidas não poucas vezes sem reflexão e sem referências seguras.

Deus não tem opiniões, mas sim palavras de vida eterna, portanto se entregar a Ele é fundamental para encontrar a si mesmos e o caminho da vida. No campo teórico  concordamos com isso, mas na realidade  a Palavra do Evangelho tem bem pouca força na vida real, prevalece o bom senso nos casos melhores, a opinião da maioria, as ideologias, mas é tirada a força intrínseca da Palavra, quando nos piores dos casos a própria Palavra é falsificada por interesses pessoais ou de grupo.

O "Credes no Evangelho" necessita de abertura de coração, espíritos desarmados e meditativos. Romano Guardini dizia que "a Palavra nasce do silêncio", como carecemos disso! Como eu posso ouvir, entender, interiorizar o que Deus vai me dizendo se não tem espaço pelo silêncio. A Quaresma nos incentiva para isso.

 

  1. A opção que a liturgia nos oferece no dia da imposição das cinzas é importante também para encaminhar a tempo forte e favorável da quaresma: "homem lembra-te que és pó..." Não esqueça tua finitude, tua precariedade existencial, tua provisoriedade, não esqueça que aqui não tem uma cidade permanente e douradora, deverás voltar ao pó. Que sentido tem cultivar atitudes de prepotência, de onipotência, de manipulação do outro, de orgulho pessoal e não poucas vezes de orgulho de grupo? Que sentido tem cair naqueles perigos que o Papa detecta na "Gaudete et exultate", quando fala do gnosticismo e do pelagianismo atual (nn. 36-62)?

"Es pó", és criatura não criador, és beneficiário da salvação não seu protagonista e fonte. Muito orgulho espiritual precisa ser derrubado para se converter de fato ao projeto de Deus, deixando-nos conduzir por Ele de forma inequívoca e desarmada.  Não é fácil para o homem e a mulher de hoje - que se acham protagonistas únicos de suas vidas, quase que Deus fosse um a mais, um obstáculo para a própria liberdade e autonomia. - mudar de rumo, se converter, deixar espaço criativo à Palavra eterna do Deus vivo.

As provocações que o tempo quaresmal levantam em nossa caminhada são muitas e graves. A elas se unem os desafios levantados pela Campanha da Fraternidade sobre "Políticas publicas" que não deverão ser minimizados ou ignorados se quisermos dar corpo à nossa conversão que nunca é sem mudanças transformadoras e sociais. "A fé sem as obras é morta", perde credibilidade e atração.

Boa Quaresma para todos nós, focando a mudança interior em primeiro lugar, sem esquecer  as urgentes mudanças sócio-eclesiais, a entrega ao Evangelho e a consciência da nossa provisoriedade existencial.

Dom Carmelo Scampa

Bispo de São Luís de Montes Belos

Nesta Quarta-feira de Cinzas, 6 de março, tem início a Quaresma. Trata-se de um tempo forte da Igreja em que somos todos chamados à conversão, conforme nos exorta o Evangelho: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15). A partir disso é necessário renovar a fé na morte, paixão e ressurreição de Cristo e assumir a identidade e compromisso no itinerário quaresmal, que se estende até a Quinta-feira Santa, 18 de abril.

Nesta Quarta-feira (6), além da simbologia de receber as cinzas, somos convidados também a reconhecer nossa própria fragilidade e mortalidade, pois “do pó vieste e ao pó voltarás” (Gn 3, 19). Neste tempo cada um deve admitir que por meio da misericórdia e do amor divino se encontra o sentido da própria existência.

O papa Francisco divulgou a Mensagem para a Quaresma 2019, no dia 26 de fevereiro, com o título “A criação encontra-se em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus”, extraído de Romanos 8,19. No texto, o Pontífice oferece algumas propostas de reflexão para acompanharem o caminho de conversão nesta Quaresma. Em um trecho da mensagem, Francisco destaca: “Como sabemos, a causa de todo o mal é o pecado, que, desde a sua aparição no meio dos homens, interrompeu a comunhão com Deus, com os outros e com a criação, à qual nos encontramos ligados antes de mais nada através do nosso corpo. Rompendo-se a comunhão com Deus, acabou por falir também a relação harmoniosa dos seres humanos com o meio ambiente, onde estão chamados a viver, a ponto de o jardim se transformar num deserto” (cf. Gn 3, 17-18).

A Quaresma é marcada por alguns aspectos como a cor litúrgica utilizada – o roxo, que simboliza a penitência. Além disso, nas missas há a ausência do Aleluia e do Glória; a ornamentação e as músicas são mais sóbrias e as imagens são cobertas em grande parte das igrejas. Embora para muitos esses aspectos apresentem um período de tristeza, esse tempo quaresmal não é de isolamento, mas de recolhimento. É no silêncio que devemos rever nossa própria vida, a fim de uma mudança e da conversão em direção a um caminho determinado que é Deus.

Fraternidade e penitência são também fundamentais para a vivência neste tempo quaresmal. Os dois devem ser praticados diante de Deus e do próximo, pois nossa relação com o próximo, muitas vezes, reflete nossa relação com Deus. A Quaresma é portanto, “o tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo”, conforme mensagem do papa Francisco para a Quaresma no ano de 2017. É justamente por isso que a Igreja indica intensificar as obras de misericórdia, físicas e espirituais. Já a sobriedade que devemos assumir neste tempo é para propiciar o encontro. É importante, porém, que as práticas adotadas são para a conversão permanente e não podem ficar na superficialidade ou servir para autopromoção.

Simbolismo e práticas penitenciais

Na Quaresma, o número 40 é simbólico e recorda passagens importantes da Sagrada Escritura, como os 40 anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, os 40 dias que passou Moisés nas montanhas, os 40 dias de caminhada de Elias e ainda os 40 dias que Jesus jejuou no deserto.

Durante a Quaresma somos todos convidados às práticas penitenciais, para viver de forma mais intensa esse tempo.

Jejum: abster-se de necessidades terrenas, a fim de descobrir necessidades espirituais; livrar-nos daquilo que nos impede de alcançar a graça do Senhor.

Oração: Dedicar mais tempo à oração; ter disposição para a misericórdia de Deus.

Esmola: é o amor que se faz partilha e doação.

Na Mensagem para a Quaresma deste ano, o papa Francisco explica o sentido das práticas penitenciais. “Jejuar, isto é, aprender a modificar a nossa atitude para com os outros e as criaturas: passar da tentação de «devorar» tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, que pode preencher o vazio do nosso coração. Orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia. Dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos, com a ilusão de assegurarmos um futuro que não nos pertence. E, assim, reencontrar a alegria do projeto que Deus colocou na criação e no nosso coração: o projeto de amá-Lo a Ele, aos nossos irmãos e ao mundo inteiro, encontrando neste amor a verdadeira felicidade”.

É fundamental ressaltar, no entanto, que a base de todas as práticas penitenciais e luz do caminho quaresmal é a Palavra de Deus. “Palavra é dom”, diz o papa Francisco, pois Deus no fala por meio dela. A Lectio Divina (Leitura Orante da Palavra de Deus) é um convite constante da Igreja, e é indicada inclusive para a prática diária. Precisamos compreender a centralidade da Palavra para o aprofundamento espiritual e por ser a Quaresma tempo forte e propício à conversão.  É o momento também de propor encontros para a vivência comunitária da fé.

 

«A criação encontra-se em expectativa ansiosa,
aguardando a revelação dos filhos de Deus» (Rm 8, 19)

Queridos irmãos e irmãs!

Todos os anos, por meio da Mãe Igreja, Deus «concede aos seus fiéis a graça de se prepararem, na alegria do coração purificado, para celebrar as festas pascais, a fim de que (…), participando nos mistérios da renovação cristã, alcancem a plenitude da filiação divina» (Prefácio I da Quaresma). Assim, de Páscoa em Páscoa, podemos caminhar para a realização da salvação que já recebemos, graças ao mistério pascal de Cristo: «De fato, foi na esperança que fomos salvos» (Rm 8, 24). Este mistério de salvação, já operante em nós durante a vida terrena, é um processo dinâmico que abrange também a história e toda a criação. São Paulo chega a dizer: «Até a criação se encontra em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus» (Rm 8, 19). Nesta perspectiva, gostaria de oferecer algumas propostas de reflexão, que acompanhem o nosso caminho de conversão na próxima Quaresma.

1. A redenção da criação

A celebração do Tríduo Pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, ponto culminante do Ano Litúrgico, sempre nos chama a viver um itinerário de preparação, cientes de que tornar-nos semelhantes a Cristo (cf. Rm 8, 29) é um dom inestimável da misericórdia de Deus.

Se o homem vive como filho de Deus, se vive como pessoa redimida, que se deixa guiar pelo Espírito Santo (cf. Rm 8, 14), e sabe reconhecer e praticar a lei de Deus, a começar pela lei gravada no seu coração e na natureza, beneficia também a criação, cooperando para a sua redenção. Por isso, a criação – diz São Paulo – deseja de modo intensíssimo que se manifestem os filhos de Deus, isto é, que a vida daqueles que gozam da graça do mistério pascal de Jesus se cubra plenamente dos seus frutos, destinados a alcançar o seu completo amadurecimento na redenção do próprio corpo humano. Quando a caridade de Cristo transfigura a vida dos santos – espírito, alma e corpo –, estes rendem louvor a Deus e, com a oração, a contemplação e a arte, envolvem nisto também as criaturas, como demonstra admiravelmente o «Cântico do irmão sol», de São Francisco de Assis (cf. Encíclica Laudato si’, 87). Neste mundo, porém, a harmonia gerada pela redenção continua ainda – e sempre estará – ameaçada pela força negativa do pecado e da morte.

2. A força destruidora do pecado

Com efeito, quando não vivemos como filhos de Deus, muitas vezes adotamos comportamentos destruidores do próximo e das outras criaturas – mas também de nós próprios –, considerando, de forma mais ou menos consciente, que podemos usá-los como bem nos apraz. Então sobrepõe-se a intemperança, levando a um estilo de vida que viola os limites que a nossa condição humana e a natureza nos pedem para respeitar, seguindo aqueles desejos incontrolados que, no livro da Sabedoria, se atribuem aos ímpios, ou seja, a quantos não têm Deus como ponto de referência das suas ações, nem uma esperança para o futuro (cf. 2, 1-11). Se não estivermos voltados continuamente para a Páscoa, para o horizonte da Ressurreição, é claro que acaba por se impor a lógica do tudo e imediatamente, do possuir cada vez mais.

Como sabemos, a causa de todo o mal é o pecado, que, desde a sua aparição no meio dos homens, interrompeu a comunhão com Deus, com os outros e com a criação, à qual nos encontramos ligados antes de mais nada através do nosso corpo. Rompendo-se a comunhão com Deus, acabou por falir também a relação harmoniosa dos seres humanos com o meio ambiente, onde estão chamados a viver, a ponto de o jardim se transformar num deserto (cf. Gn 3, 17-18). Trata-se daquele pecado que leva o homem a considerar-se como deus da criação, a sentir-se o seu senhor absoluto e a usá-la, não para o fim querido pelo Criador, mas para interesse próprio em detrimento das criaturas e dos outros.

Quando se abandona a lei de Deus, a lei do amor, acaba por se afirmar a lei do mais forte sobre o mais fraco. O pecado – que habita no coração do homem (cf. Mc 7, 20-23), manifestando-se como avidez, ambição desmedida de bem-estar, desinteresse pelo bem dos outros e muitas vezes também do próprio – leva à exploração da criação (pessoas e meio ambiente), movidos por aquela ganância insaciável que considera todo o desejo um direito e que, mais cedo ou mais tarde, acabará por destruir inclusive quem está dominado por ela.

3. A força sanadora do arrependimento e do perdão

Por isso, a criação tem impelente necessidade que se revelem os filhos de Deus, aqueles que se tornaram «nova criação»: «Se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas» (2 Cor 5, 17). Com efeito, com a sua manifestação, a própria criação pode também «fazer páscoa»: abrir-se para o novo céu e a nova terra (cf. Ap 21, 1). E o caminho rumo à Páscoa chama-nos precisamente a restaurar a nossa fisionomia e o nosso coração de cristãos, através do arrependimento, a conversão e o perdão, para podermos viver toda a riqueza da graça do mistério pascal.

Esta «impaciência», esta expectativa da criação ver-se-á satisfeita quando se manifestarem os filhos de Deus, isto é, quando os cristãos e todos os homens entrarem decididamente neste «parto» que é a conversão. Juntamente conosco, toda a criação é chamada a sair «da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus» (Rm 8, 21). A Quaresma é sinal sacramental desta conversão. Ela chama os cristãos a encarnarem, de forma mais intensa e concreta, o mistério pascal na sua vida pessoal, familiar e social, particularmente através do jejum, da oração e da esmola.

Jejuar, isto é, aprender a modificar a nossa atitude para com os outros e as criaturas: passar da tentação de «devorar» tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, que pode preencher o vazio do nosso coração. Orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia. Dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos, com a ilusão de assegurarmos um futuro que não nos pertence. E, assim, reencontrar a alegria do projeto que Deus colocou na criação e no nosso coração: o projeto de amá-Lo a Ele, aos nossos irmãos e ao mundo inteiro, encontrando neste amor a verdadeira felicidade.

Queridos irmãos e irmãs, a «quaresma» do Filho de Deus consistiu em entrar no deserto da criação para fazê-la voltar a ser aquele jardim da comunhão com Deus que era antes do pecado das origens (cf. Mc 1,12-13; Is 51,3). Que a nossa Quaresma seja percorrer o mesmo caminho, para levar a esperança de Cristo também à criação, que «será libertada da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus» (Rm 8, 21). Não deixemos que passe em vão este tempo favorável! Peçamos a Deus que nos ajude a realizar um caminho de verdadeira conversão. Abandonemos o egoísmo, o olhar fixo em nós mesmos, e voltemo-nos para a Páscoa de Jesus; façamo-nos próximo dos irmãos e irmãs em dificuldade, partilhando com eles os nossos bens espirituais e materiais. Assim, acolhendo na nossa vida concreta a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, atrairemos também sobre a criação a sua força transformadora.

Vaticano, Festa de São Francisco de Assis, 4 de outubro de 2018.

Francisco

A Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e como lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27) tem como objetivo geral: “Estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade”.

Mas o que são políticas públicas? São as ações discutidas, aprovadas e programadas para que todos os cidadãos possam ter vida digna. São soluções específicas para necessidades e problemas da sociedade. É a ação do Estado que busca garantir a segurança, a ordem, o bem-estar, a dignidade, por meio de ações baseadas no direito e na justiça.

Política pública não é somente a ação do governo, mas também a relação entre as instituições e os diversos atores, sejam individuais ou coletivos, envolvidos na solução de determinadores problemas. Para isso, devem ser utilizados princípios, critérios e procedimentos que podem resultar em ações, projetos ou programas que garantam ao povo os direitos e deveres previstos na Constituição Federal e em outras leis.

A Campanha da Fraternidade sobre Políticas Públicas acontece no ano em que o papa Francisco proclamou o mês de outubro como Mês Missionário Extraordinário. O Santo Padre, ao institui-lo, ofereceu o tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Os batizados em sua missão no mundo participando da construção de Políticas Públicas que construam a fraternidade.

Quaresma e Campanha da Fraternidade
A Quaresma é um tempo favorável para os cristãos saírem da própria alienação existencial. A força do Evangelho desperta para a grandeza e para a profundidade da vida em Cristo. Graças à escuta da Palavra de Deus, somos levados a intuir a preciosidade da existência cristã e vivermos na liberdade e na verdade de sermos filhas e filhos de Deus. O tempo favorável é a possibilidade de nos deixarmos tomar pelo amor do Crucificado e pela transformação do Ressuscitado.

A superação da alienação na graça da meditação da Palavra nos conduz pelos caminhos das obras de misericórdia. As obas de misericórdia são itinerários para uma vida plena, desviando-nos de uma vida alienada e da morte. Uma vida dinamizada pela força do Evangelho através das obras de misericórdia.

Obras de misericórdia corporais e obras de misericórdia espirituais. “Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e nas irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as obras espirituais nunca devem ser separadas. Com isso, é precisamente tocando no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por essa estrada, também os “soberbos”, os “poderosos” e os “ricos”, de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de se aperceberem que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, Morto e Ressuscitado também por eles.

Na busca de conversão, de transformação, a Igreja no Brasil oferece no tempo da Quaresma às comunidades a realidade das Políticas Públicas como meditação. Aquelas ações discutidas, decididas, programadas e executadas para toda a sociedade brasileira.

A fraternidade nascida e alimentada da misericórdia forma a Assembleia dos fiéis. Ela é sinal extraordinário do Reino que está presente e que há de vir. Um Reino vindouro, visibilizado nas obras de misericórdia. As obras de misericórdia acolhendo, cuidando, alimentando, vestindo, aconselhando, perdoando: uma casa de irmãos e irmãs; uma fraternidade. O cuidado, a misericórdia, baseados no direito e na justiça.

O lançamento nacional da CF 2019 acontece na Quarta-feira de Cinzas, às 10h, na sede provisória da CNBB Nacional, em Brasília. Na Arquidiocese de Goiânia acontece no mesmo dia 6 de março, às 9h, na Cúria Metropolitana, na capital.

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MATERIAIS DA CF 2019

Com o objetivo de articular os trabalhos missionários para o ano em curso, a Comissão Executiva do Conselho Missionário Regional (Comire) se reuniu no dia 16, na sede do Regional Centro-Oeste, em Goiânia. Os membros encaminharam uma extensa pauta: rever o calendário de atividades, planejar a Reunião da Equipe Ampliada do Comire, organizar as articulações dentro do Regional para a criação de Conselhos Missionários Paroquiais (Comipas) e Conselhos Missionários Diocesanos (Comidis) e outros.

A coordenadora executiva do Comire, Luciana Santos, considerou a reunião foi muito proveitosa considerando o planejamento, alinhamento e compromissos assumidos pelos membros da Equipe Executiva para o acompanhamento e organização das várias atividades missionárias previstas, em especial aquelas que serão realizadas no primeiro semestre: assembleias e encontros das Obras missionárias (IAM e JM); Reunião da Equipe Ampliada do Comire e o Congresso Missionário Regional. O bispo de Itumbiara e referencial para a dimensão missionária no regional, Dom Antônio Fernando Brochini, reforçou a necessidade de comunicação e interação entre obras, organismos missionários e dioceses para obter maior unidade no trabalho missionário e uma caminhada conjunta.

Congresso Regional

A Comissão ainda se debruçou sobre o planejamento do Congresso Missionário Regional que ocorrerá entre os dias 28 e 30 e junho, na Diocese e Ipameri. O tema está em sintonia com aquele proposto para o mês Missionário Extraordinário: “Batizados e Enviados - a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Esse momento especial terá como foco refletir e fortalecer as ações missionárias em nosso regional.

A Equipe terminou a reunião com perspectivas positivas e muita motivação para o ano em curso.

 

 

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