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No próximo domingo, 16 de maio, a Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizará a Vigília Pelos Mortos de Aids. Devido à pandemia do coronavírus, as orações pelas pessoas que morreram com Aids acontecerão de forma on-line ou individualmente. Este ano a vigília traz o tema “Memória e Engajamento”, expressão que coloca em comunhão as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, com aquelas que cuidam da vida e buscam que os direitos humanos sejam respeitados.

A 38ª Vigília pelos Mortos de Aids da Pastoral da Aids 2021, conclama a todos a fazer memória dos que partiram e se engajar em ações concretas no cuidado de si e dos outros. Fortalecer a unidade na diversidade, superando as diferenças na luta pela vida e pelo bem comum. A Pastoral da Aids sugere como deve ser vivido este importante momento de oração.

- Realize esse momento no domingo dia 16 de maio, preferencialmente às 15h, de forma individual, ou somente com as pessoas da sua casa. Porém, nada impede que o execute durante a semana ou em outros horários;
- Reserve um momento tranquilo em sua casa, procure um espaço que seja agradável para você, que te favoreça a introspecção e o recolhimento;
- Essa Hora Santa é um momento de oração individual, porém em união com muitos outros Agentes da Pastoral que estarão, em suas casas, unidos a você nesse momento;
- Como gesto simbólico coloque um laço vermelho na sua janela ou na sua porta de casa, demonstrando que nesse lar tem um(a) Agente da Pastoral da AIDS;
- Prepare seu ambiente com uma vela e algo que represente a Pastoral da AIDS, pode ser um folheto, um laço, uma cartilha, uma foto dos agentes ou outros;
- Se oportuno mobilize esse momento com outros agentes de forma virtual, e o realize através de grupos nas mídias sociais;
- Por fim, não deixe de fazer um registro fotográfico bem bonito desse seu momento e enviar para sua Coordenação Diocesana/Regional ou postar no grupo de Ações da Pastoral da AIDS.

Histórico
A Vigília pelos mortos de Aids é um movimento internacional que iniciou em maio 1983. Um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que morreram por causa do HIV, organizou, em Nova Iorque, a Primeira Vigília Pelos Mortos da Aids.

“Amar como Cristo significa dizer não a outros "amores" que o mundo nos propõe: amor pelo dinheiro – quem ama o dinheiro não ama como ama Jesus - amor pelo sucesso, pela vaidade, pelo poder”: foi o que disse o Papa Francisco da janela do Palácio Apostólico do Vaticano antes de recitar neste domingo, Dia das Mães, a oração do Regina Coeli com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Estes caminhos enganosos de “amor” – continuou o Papa - nos afastam do amor do Senhor e nos levam a nos tornarmos cada vez mais egoístas, narcisistas e prepotentes.

“E a prepotência leva a uma degeneração do amor, a abusar dos outros, a fazer a pessoa amada sofrer. Penso no amor doentio que se transforma em violência - e em quantas mulheres são vítimas disso hoje em dia das violências. Isto não é amor”.
Amar como o Senhor nos ama – destacou Francisco - significa apreciar a pessoa que está ao nosso lado e respeitar sua liberdade, amá-la como ela é, não como queremos que fosse; como é, gratuitamente.

“Em última análise, Jesus nos pede para permanecermos no seu amor, para habitar em seu amor, não em nossas ideias, não no culto de nós mesmos; quem habita no culto de si mesmo, habita no espelho...Sempre a olhar-se. Pede-nos para sair da pretensão de controlar e administrar os outros. Não controlar, mas servir. Mas abrir o coração aos outros, isto é amor, doar-se aos outros”.

No Evangelho deste domingo recordou Francisco Jesus, depois de se comparar com a videira e nós com os ramos, explica que o fruto que produzem aqueles que permanecem unidos é o amor. Ele retoma o verbo-chave: permanecer. Ele nos convida a permanecer em seu amor para que sua alegria esteja em nós e nossa alegria seja plena. Permanecer no amor de Jesus.

Nós nos perguntamos, continuou o Pontífice: qual é esse amor no qual Jesus nos diz para ficarmos para ter a sua alegria? Qual é este amor? É o amor que tem sua origem no Pai, porque "Deus é amor". E este amor de Deus, do Pai, como um rio escorre no Filho Jesus e através d’Ele chega até nós, suas criaturas. O amor que Jesus nos dá é o mesmo amor com o qual o Pai O ama: amor puro, incondicional, amor gratuito.

“Não se pode comprar, é gratuito. Doando-o a nós, Jesus nos trata como amigos, - com este amor - fazendo-nos conhecer o Pai e nos envolve em sua própria missão para a vida do mundo”.

Para onde conduz este permanecer no amor do Senhor? Para onde nos conduz? Jesus nos disse: "Para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena". E a alegria que o Senhor possui, porque é em total comunhão com o Pai, quer que ela esteja em nós, pois estamos unidos a Ele”, frisou Francisco.

A alegria de saber que somos amados por Deus – disse o Santo Padre -, apesar das nossas infidelidades nos faz enfrentar as provações da vida com fé, nos faz atravessar as crises para sairmos melhores.

É em viver esta alegria que consiste em sermos verdadeiras testemunhas, porque a alegria é o sinal distintivo do verdadeiro cristão. “O verdadeiro cristão não é triste, sempre tem a alegria dentro, também nos momentos difíceis”.

Francisco finalizou pedindo à Virgem Maria que “nos ajude a permanecer no amor de Jesus e a crescer no amor para com todos, testemunhando a alegria do Senhor Ressuscitado”.

Fonte: Vatican News - Foto: Vatican Media

Não faz muito tempo, levávamos uma vida que acreditávamos ser normal. Oração, vida em comunidade, trabalho, estudo, lazer. De forma inesperada por todos, contudo, surgiu o novo coronavírus a quase 17 mil km de nós, em Wuhan, na China, doença que já infectou mais de 148 milhões de pessoas em todo o mundo e que há mais de um ano desafia todos nós a manter cuidados sanitários e distanciamento social para que a doença não nos acometa e cause ainda mais mortes e o saturamento do sistema de saúde. 

Diante disso, a Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da casa comum, do papa Francisco, parece cada vez mais fazer sentido para todos nós. “Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos” (nº 2).

Procuramos seguir a vida enquanto, lentamente, chega-nos as vacinas que são uma esperança importante para a humanidade. Nas comunidades paroquiais da Arquidiocese de Goiânia, as pessoas buscam em Deus as respostas para este tempo desafiador. Adriana Maria Pereira Lobo, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Balneário Meia Ponte, em Goiânia, é casada e mãe de uma filha. Na paróquia ela é responsável pela Pastoral Familiar e, quando possível, participa da vida da comunidade presencialmente. Para ela, a Igreja tem sido um diferencial em sua vida de fé neste momento. “Não consigo imaginar passar por esse momento sem fé, pois ela me sustenta, é minha força e minha fortaleza”, disse em entrevista. O tão sonhado pós-pandemia é muito aguardado por ela, que não espera ter uma vida como antes. “Não acredito que será como antes. Este período de pandemia tem nos ensinado a dar mais valor às pessoas, às amizades, às nossas comunidades, aos padres”.

Valdilene dos Santos e José Cândido da Silva são casados e também pertencem à Paróquia do Balneário Meia Ponte. Eles continuam participando da vida da comunidade presencialmente, quando possível. Os dois foram acometidos pelo novo coronavírus e atribuem à fé as forças necessárias para superar a doença. “Enfrentamos a doença com fé e otimismo, e com a graça de Deus e oração, repouso, apoio dos amigos, da Igreja e dos padres, não deixamos de acreditar na vida em momento algum, e vencemos esta batalha sem maiores complicações. Nossa fé foi essencial”. Desse tempo difícil eles tiram muitas lições. “Esta realidade nos ajudou a descobrir novas maneiras de alimentar nossa fé, fazendo ainda mais de nossa casa uma verdadeira Igreja doméstica”.

Na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Senador Canedo, Ana Paula Perim e Lucimar Rodrigues, pais de três filhos, são ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística. Um filho é acólito e as outras duas são da Pastoral da Acolhida. O calor humano e a igreja cheia são o que mais eles sentem falta desde que não foi mais permitido aglomeração. “Sinto falta do calor humano, do aperto de mãos, do sorriso nos lábios, dos ritos, que devido a pandemia tiveram que ser retirados das santas missas, como aqueles da Semana Santa, o lava-pés e tantas procissões lindas que não podemos mais realizar. Faz muita falta a multidão de pessoas na porta da igreja, o nosso padre nos recebendo com um caloroso aperto de mãos na chegada e na saída da igreja, antes e após as santas missas”. Quando tudo isso passar, a família de Lucimar e Ana Paula não quer viver mais como antes da pandemia. “Mesmo com todo o sofrimento, a pandemia me proporcionou mais intimidade com Deus. Fomos obrigados, de certa forma, a desacelerar e ficar em silêncio até mesmo dentro de nossas casas. Aprendemos a conviver com nossa família, marido, esposa, filhos. A olhar nos olhos e fazer da nossa casa uma Igreja doméstica. A tomar consciência de que só o Senhor nos basta, de buscar por ele, de ter uma confiança cega e completa de que com Jesus passaremos por todas as situações”.

Igreja doméstica, a fé alimentada em casa

Em março, na entrevista sobre a Semana Santa, padre Cristiano Faria dos Santos disse ao Jornal Encontro Semanal da Arquidiocese de Goiânia, que “nós transformamos nossas casas em escolas, transformamos nossas casas em escritórios e também podemos transformar nossas casas em igrejas”. É isso que tem feito Jocemar Lima Moura dos Santos, 53 anos, da Paróquia Santa Luzia, no Setor Novo Horizonte. Pertencente ao grupo de alto risco, ela está impossibilitada de participar das celebrações e desde que teve início a pandemia, Jocemar vive a fé em casa. Seus dias não têm sido nada fáceis. “Faço parte da catequese Bom Pastor e não tem como desenvolver essa pastoral virtualmente. Esse modo de viver a fé com missas transmitidas é muito superficial, mas fazemos o que podemos. Tenho sofrido muito, mas Deus tem sido minha força. Às vezes me pego chorando, desesperada por ter deixado de viver a minha Igreja como era antes”, desabafou. Ela também tem aprendido muito com a pandemia. “Apesar de tantas frustações e do isolamento social, aprendi a conhecer Jesus de uma forma significativa, a lidar melhor com as redes sociais, conheci pessoas maravilhosas que me ensinaram muito, fiz um grupo da minha Pastoral com 12 pessoas e rezamos o terço todas as quintas-feiras à noite e pretendemos não parar mais, mesmo voltando a vida normal, pois percebemos que nos faz muito bem”.

Fonte: Arquidiocese de Goiânia

Começou na quarta-feira, 5 de maio, e segue nos dias 12 e 25 de maio, as lives formativas promovidas pela Arquidiocese de Brasília, sobre o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Os encontros estão sendo realizados pelo canal do Youtube da Arquidiocese para celebrar a data e dialogar sobre a mensagem do papa Francisco. O Dia Mundial das Comunicações Sociais é comemorado todos os anos no domingo em que a Igreja celebra a Ascensão do Senhor, neste ano, no dia 16 de maio. Na véspera ou no dia 24 de janeiro, data em que a Igreja celebra a memória de São Francisco de Sales, que é considerado o padroeiro dos jornalistas, o papa Francisco anunciou o tema para o 55º DMCS “Vem e verás” (Jo 1, 46) , e como lema: “Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”.

Confira programação:

Dia 05/05 – GASTAR AS SOLAS DOS SAPATOS

Expressão citada pelo Papa Francisco, dará o tom da conversa no primeiro encontro formativo.

Os convidados foram:

– Padre Wilker Lima coordenador da Comunicação e Pascom Brasília;
– Ricardo Brandão da Rádio Nova Aliança;
– Padre Francisco Xavier do Católico Extraordinário;
– Zelma Reis dos Eventos Católicos;
– Sandro do Busca Santa;
– Katia Regina – Renascidos em Pentecostes.

A condução foi feita pela jornalista da Arquidiocese de Brasília e Vice-coordenadora da Pascom Brasília, Pollianna Carla.

12/05 – às 19h – A CORAGEM DOS JORNALISTAS

O segundo encontro contará com o testemunho do jornalista da TV Canção Nova Brasília – Ronaldo da Silva. A condução será feita pela Pollianna Carla e Pe. Wilker Lima, coordenador do setor de comunicação da Arquidiocese de Brasília.

25/05- às 19h30 – Vem e Verás

O terceiro e último encontro será com o Pe. Rodolfo Faria, presbítero na diocese de São Carlos, diretor da Rádio Diocesana SDS FM. Além de ser Colunista da Revista Ave-Maria desde 2018, é apresentador da TV Século 21. A condução será feita pela Pollianna Carla e Pe. Wilker Lima, coordenador do setor de comunicação da Arquidiocese de Brasília.

Fonte: Setor de Comunicação/Arquidiocese de Brasília

Quarta, 05 Mai 2021 18:11

Vida litúrgica em tempo de pandemia

O arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom Washington Cruz, escreve artigo com o tema "Vida litúrgica em tempo de pandemia", no qual ele reflete sobre três dimensões para a celebração da Páscoa do Senhor de forma real, e não virtual. Essas três dimensões são: a comunidade, a corporeidade, a comensalidade, que nos possibilitam o encontro com o ressuscitado. Embora seja necessário cuidados com a pandemia neste difícil momento que estamos vivendo a pouco mais de um ano, Dom Washington exorta que não é possível existir cristianismo de forma virtual. A Eucaristia, conforme o arcebispo, requer-nos de corpo e alma. Leia na íntegra, abaixo.

 

Na medida que nos é possível, neste tempo de pandemia vamos à igreja para o encontro com Cristo, à volta da mesa da Palavra e da Eucaristia. Jesus coloca-se no nosso meio. “Ele está presente no meio de nós quando nos reunimos no seu amor e, como outrora aos discípulos de Emaús, ele nos explica o sentido da Escritura e nos reparte o pão da vida” (Oração Eucarística V). Nós abeiramo-nos do Senhor, “espantados e cheios de medo” (Lc 24,37), por causa dos nossos pecados. Mas estamos cheios de confiança, pois “se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai” (1 Jo 2,1).

O evangelho de São Lucas (24, 35-48) evidencia três dimensões muito importantes para celebrarmos a Páscoa e tornarmos possível, real e não virtual, o nosso encontro com Cristo Ressuscitado: a comunidade, a corporeidade, a comensalidade.

1. A comunidade: Os discípulos de Emaús regressam à comunidade primeira, ao grupo dos onze Apóstolos, de onde tinham desertado. Ali dão testemunho do seu encontro com Cristo no caminho de Emaús e, em casa, ao partir do Pão. Ali recebem o testemunho dos outros Apóstolos, que viram o Senhor. Ali, juntos, em comunidade, fazem a experiência de Cristo, que está no meio deles, desse Cristo que os precede no caminho e os preside à mesa. Sozinhos, duvidam. Sozinhos, não sabem se estão sonhando, delirando ou vendo um fantasma. É no encontro e no confronto, no seio de uma comunidade viva, que podem realmente crescer na fé e no testemunho. Ninguém pode dispensar-se da comunidade. “Ninguém pode encontrar a vida isoladamente; precisamos de uma comunidade que nos apoie, que nos auxilie, e dentro da qual nos ajudemos mutuamente a olhar para frente. Sozinhos, corremos o risco de ter visões, enxergando aquilo que não existe; é juntos que se constroem os sonhos”, é juntos que se faz comunidade! Que este pensamento nos ajude a vencer a ilusão de que podemos confinar a fé no recanto da nossa casa, de que não precisamos de uma comunidade reunida, como grande família de irmãos.

2. A corporeidade: O relato da aparição do Ressuscitado (Lc 24, 36-46) insiste muito na importância do corpo, das mãos e dos pés, da carne e dos ossos de Jesus. O corpo não é um obstáculo, nem uma prisão da alma. Por isso, uma fé viral e virtual, imaginária, desencarnada, que dispense o corpo e os seus sentidos, é apenas um ilusório sentimento religioso. A vida cristã não se realiza fora desta esfera corpórea e material, porque em Jesus Cristo, o Verbo se fez Carne e a nossa carne tornou-se via de salvação. Por isso, rezamos e celebramos também com o corpo: o corpo entra na oração e participa da liturgia, porque esta é acontecimento, é presença real, é encontro pessoal com Cristo. Ora, Cristo torna-se presente, no Espírito Santo, através dos sinais sacramentais da água, do óleo, do pão e do vinho, que nos lavam, perfumam, alimentam, curam e fortalecem. Não podemos participar na liturgia a meio corpo, mas de corpo inteiro, através dos sentidos ampliados pela fé: o ouvido, a visão, o tato, o olfato, o paladar. A Eucaristia, por exemplo, não pode ser só ouvida, como se nós fôssemos meros espectadores. Ela requer os olhos e a visão da fé, ela dá-nos o pão a comer e a saborear. Ela requer-nos de corpo e alma.

3. Comunidade e corporeidade convergem na comensalidade. Precisamos nos encontrar junto à mesa da Eucaristia. Jesus disse-lhes: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” É sempre na sala da Ceia, participando de uma refeição, que o Ressuscitado se manifesta. É ao partir do pão que os discípulos o reconhecem-no vivo e ressuscitado. Este alimento tomado à mesa não pode ser substituído por transmissões eletrônicas. Não podemos ficar satisfeitos com uma Missa pela televisão, pelo Facebook, como não podemos matar a fome a ver programas de arte culinária. Na verdade, um cristianismo sem liturgia, sem corpo e sem comunidade, é também um cristianismo sem Cristo, sem corpo e sem alma.

Fique então claro para todos, agora que começamos a sair do isolamento físico: “Uma familiaridade com Cristo sem comunidade e sem pão, sem povo e sem sacramentos, é perigosa. Pode tornar-se uma familiaridade agnóstica” (Papa Francisco, Homilia, 17.04.2020), isto é, aparente, sem consistência, sem vitalidade real. Tenhamos, por isso, cuidado em não nos acomodarmos ao sofá das transmissões das celebrações pela internet ou pela TV. “Cuidado para não viralizar a Igreja, os sacramentos, o povo de Deus. A Igreja, os sacramentos, o povo de Deus… são concretos”, são matéria, são para gente de carne e osso. Logo que for possível, voltemos a celebrar a Páscoa na igreja. Voltemos, com alegria, à comunidade, de corpo e alma, à mesa da Eucaristia.

Dom Washington Cruz, CP

Arcebispo Metropolitano de Goiânia

 

Faleceu na manhã desta terça-feira, 4 de maio, vítima de infarto, o bispo emérito da Diocese de Jataí (GO) Dom Aloísio Hilário de Pinho, PODP. Ele era natural de Mariana (MG). Nasceu no dia 14 de janeiro de 1934. Era filho de Maximiano Paulo de Pinho e Albertina Benício de Pinheiro. Foi ordenado sacerdote no dia 19 de março de 1963, em Roma (Itália) e ordenado bispo em 20 de dezembro de 1981. Foi empossado na Diocese de Tocantinópolis (TO) em 10 de janeiro de 1982.

Para a Diocese de Jataí ele foi nomeado em 22 de dezembro de 1999 e tornou-se bispo emérito desta Igreja Particular em dezembro de 2009. Dom Aloísio continuou à frente da Diocese de Jataí até a posse do sucessor que só aconteceu no ano seguinte, no dia 6 de março.
A partir de 8 de abril de 2010, ele passou a residir na fraternidade Orionita de Rio Claro (SP), colocando-se à disposição do então bispo diocesano de Piracicaba (SP) Dom Fernando Mason, para colaborar nos trabalhos pastorais da diocese.

Dom Aloísio tinha 87 anos, e participava ativamente das reuniões do Regional Centro-Oeste da CNBB, antes da pandemia. Seu corpo chegará em Jataí na noite de hoje. Ele será velado e sepultado naquela cidade.
O Regional Centro-Oeste da CNBB reza neste momento por este bispo que por muitos anos serviu ao povo de Deus no estado de Goiás.

Celebrações

05/05 - quarta-feira
6h30: Velório na Igreja Matriz Nossa Senhora da Saúde, em Rio Claro-SP
8h: Missa de Corpo presente
9h30: Saída de Rio Claro-SP com destino a Jataí-GO
20h: Previsão de chegada do Corpo a Jataí – Catedral Divino Espírito Santo - Reza do Terço
22h: Santa Missa presidida por Dom Nélio Domingos Zortea

06/05 - quinta-feira
00h: Santa Missa presidida por Pe. Valcir Donizeth Alves
02h: Santa Missa presidida por Pe. Jacques Douglas da Silva
04h: Santa Missa presidida por Pe. Vicente Cezanildo Lima Duarte
06h: Santa Missa presidida por Pe. Luciano Lima Alves
09h: Terço
10h: Santa Missa Exequial presidida por Dom Washington Cruz – Arcebispo de Goiânia,
seguida do Sepultamento na Cripta da Catedral

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) cumpre, nesta segunda quinzena de abril, uma agenda de encontros virtuais com bispos das cinco macrorregiões de seus regionais, a partir da divisão geográfica das cinco regiões brasileiras. Desde o dia 21 de abril, os quatro membros da Presidência da CNBB tem um momento de apresentação de temáticas e troca de experiências com as presidências dos Conselhos Episcopais Regionais, os secretários executivos e bispos que convidados, num “processo muito aberto de exercício de colegialidade”.

A observação quanto à colegialidade é destacada pelo bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado, que destaca a preocupação da Presidência da CNBB em manter o contato com as diversas realidades Brasil afora.

“Desde que a pandemia começou, a Presidência se viu diante da impossibilidade das reuniões presenciais. Então começamos a conversar com os regionais. Fizemos no ano passado uma rodada com os 18 regionais da Conferência. Esse ano, dada a complexidade dos problemas e dada a consciência maior de que os problemas estão ligados, nós começamos a trabalhar com macrorregiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Oeste)”, explica.

Diante das questões comuns e “problemas globalizados” que afetam as grandes regiões do Brasil, as reuniões possibilitam “um intercâmbio maior que permite trocar experiências, se ajudar, se apoiar, essa experiência muito rica de colegialidade”, segundo Dom Joel Amado.

A agenda
A primeira reunião com as macrorregiões dos Regionais foi no dia 21 de abril, com os Regionais da CNBB que estão no Nordeste (Nordeste 1, Nordeste 2, Nordeste 3, Nordeste 4 e Nordeste 5). Na sequência, no dia 23, os três regionais da região Sul (Sul 2, Sul 3 e Sul 4). Na última segunda-feira, 26, foi a vez dos regionais do Sudeste (Sul 1, Leste 1 e Leste 2). No dia 27, os Regionais Centro-Oeste, Oeste 1 e Oeste 2, na chamada macrorregião Oeste. Os encontros serão concluídos na sexta-feira, 30 de abril, com os regionais do Norte (Norte 1, Norte 2, Norte 3 e Noroeste).

Temáticas
“Essas reuniões são construídas num duplo movimento: a presidência apresenta alguns assuntos e os regionais apresentam os seus assuntos”, explica Dom Joel. Da parte da Presidência da CNBB, o grande assunto apresentado, de acordo com o secretário-geral, é a construção do Novo Estatuto da Conferência. O secretário-executivo do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (Inapaz), padre Danilo Pinto dos Santos, apresentou uma síntese do estado da questão aos participantes.

A Presidência também aborda a situação do Colégio Pio Brasileiro, em Roma, e as possibilidades para a sustentação desse importante espaço de formação para o clero do Brasil afetado pelas consequências da pandemia da Covid-19.

O encontro se ocupa ainda de comunicações a respeito da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), como o convite para um encontro virtual, no próximo dia 5 de maio; sobre a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, com a escolha por parte do Regional de um representante para fazer parte da comissão de animação do encontro continental; e sobre a Ação Emergencial É Tempo de Cuidar, feita pelo segundo vice-presidente da CNBB, Dom Mário Antonio da Silva.

“A realidade da pandemia é grave, a ação emergencial deu um salto de articulação – novas entidades vieram se juntar -, então Dom Mário motiva a que se cresça um pouco”, pontua Dom Joel.

Da parte dos regionais, as grandes questões que têm surgido são relacionadas aos desafios da pandemia, segundo Dom Joel: “a pressão em cima da pessoa dos bispos – muitos bispos não tem muito espaço onde conversar, com quem dialogar; o que nós vivemos ano passado e um pouco esse ano com alguns temas que revelam uma grande diversidade no pensar dos bispos, mas isso não significa que não seja necessário manter a colegialidade e a unidade”.

Fonte: CNBB Nacional

Evangelizar é fazer o que Jesus fez: por palavras e ações expressar o amor misericordioso e compassivo de Deus, em especial para com os pequenos, pobres, necessitados e esquecidos. Com esse olhar somos convidados a ser anunciadores da vida de Jesus junto a todas as pessoas empobrecidas e necessitadas, através de ações concretas, emergenciais e no desenvolvimento de projetos sociais. Para que isso se concretize em nossa Igreja, é que foi implantada na Paróquia Nossa Senhora d’Abadia, em Itaberaí, na Diocese de Goiás, a Pastoral Social, idealizada pelo pároco padre Daniel Bertuzzi, e tendo como assessor e articulador dessa pastoral o seminarista Adelmar Fernandes.

O objetivo da Pastoral Social é a articulação de todas as pastorais e movimentos presentes na paróquia que atuam na linha social da evangelização para a ação conjunta, organizada e participativa, bem como conscientizar toda a comunidade (pastorais e movimentos) para a necessidade da Pastoral Social, de modo que seus integrantes possam coordenar os trabalhos de promoção humana na paróquia.

Atuação
Nos dias 16 a 18 de abril, a Pastoral Social da igreja de São Sebastião, em Itaberaí, na Diocese de Goiás, arrecadou quase 300 cestas básicas que foram entregues aos mais necessitados. Os mantimentos foram entregues por empresas e fiéis diante do altar do Senhor. A Pastoral Social cadastrou e visitou as famílias para reconhecer as reais necessidades de cada família.

Fonte: Diocese de Goiás

 

A coordenação regional da Pastoral Vocacional se reuniu nesta manhã de segunda-feira, 26 de abril, para analisar as ações vocacionais no regional e também para preparar as celebrações do Mês Vocacional do mês de agosto, que neste ano tem como tema “Cristo nos salva e nos envia” proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema surge da Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Christus Vivit, dentro do projeto do Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional do Brasil (ChV 118-123). O lema para o período é “Quem escuta a minha palavra possui a vida eterna” (cf. Jo 5,24).

Nos próximos dias, conforme padre Paulo Henrique, da Diocese de Anápolis e coordenador regional da Pastoral Vocacional, serão anunciadas as ações de animação vocacional e também estão previstas formações regionais no mês de junho.

Além do padre Paulo Henrique, participaram da reunião on-line irmã Aline Maria Braga, da Congregação da Apresentação de Maria (Secretária); Lia Flávia Salviano, leiga consagrada da Comunidade Novo Ardor (Tesoureira); e Edna Maria de Souza (conselheira).

«São José: o sonho da vocação»

 

Queridos irmãos e irmãs!

No dia 8 de dezembro passado, teve início o Ano especial dedicado a São José, por ocasião do 150º aniversário da declaração dele como Padroeiro da Igreja universal (cf. Decreto da Penitenciaria Apostólica, 8 de dezembro de 2020). Da parte minha, escrevi a carta apostólica Patris corde, com o objetivo de «aumentar o amor por este grande Santo» (concl.). Trata-se realmente duma figura extraordinária e, ao mesmo tempo, «tão próxima da condição humana de cada um de nós» (introd.). São José não sobressaía, não estava dotado de particulares carismas, não se apresentava especial aos olhos de quem se cruzava com ele. Não era famoso, nem se fazia notar: dele, os Evangelhos não transcrevem uma palavra sequer. Contudo, através da sua vida normal, realizou algo de extraordinário aos olhos de Deus.

Deus vê o coração (cf. 1 Sam 16, 7) e, em São José, reconheceu um coração de pai, capaz de dar e gerar vida no dia a dia. É isto mesmo que as vocações tendem a fazer: gerar e regenerar vidas todos os dias. O Senhor deseja moldar corações de pais, corações de mães: corações abertos, capazes de grandes ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as angústias e firmes para fortalecer as esperanças. Disto mesmo têm necessidade o sacerdócio e a vida consagrada, particularmente nos dias de hoje, nestes tempos marcados por fragilidades e tribulações devidas também à pandemia que tem suscitado incertezas e medos sobre o futuro e o próprio sentido da vida. São José vem em nossa ajuda com a sua mansidão, como Santo ao pé da porta; simultaneamente pode, com o seu forte testemunho, guiar-nos no caminho.

A vida de São José sugere-nos três palavras-chave para a vocação de cada um. A primeira é sonho. Todos sonham realizar-se na vida. E é justo nutrir aspirações grandes, expectativas altas, que objetivos efémeros como o sucesso, a riqueza e a diversão não conseguem satisfazer. Realmente, se pedíssemos às pessoas para traduzirem numa só palavra o sonho da sua vida, não seria difícil imaginar a resposta: «amor». É o amor que dá sentido à vida, porque revela o seu mistério. Pois só se tem a vida que se dá, só se possui de verdade a vida que se doa plenamente. A este propósito, muito nos tem a dizer São José, pois, através dos sonhos que Deus lhe inspirou, fez da sua existência um dom.

Os Evangelhos falam de quatro sonhos (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19.22). Apesar de serem chamadas divinas, não eram fáceis de acolher. Depois de cada um dos sonhos, José teve de alterar os seus planos e entrar em jogo para executar os misteriosos projetos de Deus, sacrificando os próprios. Confiou plenamente. Podemos perguntar-nos: «Que era um sonho noturno, para o seguir com tanta confiança?» Por mais atenção que se lhe pudesse prestar na antiguidade, valia sempre muito pouco quando comparado com a realidade concreta da vida. Todavia São José deixou-se guiar decididamente pelos sonhos. Porquê? Porque o seu coração estava orientado para Deus, estava já predisposto para Ele. Para o seu vigilante «ouvido interior» era suficiente um pequeno sinal para reconhecer a voz divina. O mesmo se passa com a nossa vocação: Deus não gosta de Se revelar de forma espetacular, forçando a nossa liberdade. Transmite-nos os seus projetos com mansidão; não nos ofusca com visões esplendorosas, mas dirige-Se delicadamente à nossa interioridade, entrando no nosso íntimo e falando-nos através dos nossos pensamentos e sentimentos. E assim nos propõe, como fez com São José, metas elevadas e surpreendentes.

Na realidade, os sonhos introduziram José em aventuras que nunca teria imaginado. O primeiro perturbou o seu noivado, mas tornou-o pai do Messias; o segundo fê-lo fugir para o Egito, mas salvou a vida da sua família. Depois do terceiro, que ordenava o regresso à pátria, vem o quarto que o levou a mudar os planos, fazendo-o seguir para Nazaré, onde precisamente Jesus havia de começar o anúncio do Reino de Deus. Por conseguinte, em todos estes transtornos, revelou-se vitoriosa a coragem de seguir a vontade de Deus. Assim acontece na vocação: a chamada divina impele sempre a sair, a dar-se, a ir mais além. Não há fé sem risco. Só abandonando-se confiadamente à graça, deixando de lado os próprios programas e comodidades, é que se diz verdadeiramente «sim» a Deus. E cada «sim» produz fruto, porque adere a um desígnio maior, do qual entrevemos apenas alguns detalhes, mas que o Artista divino conhece e desenvolve para fazer de cada vida uma obra-prima. Neste sentido, São José constitui um ícone exemplar do acolhimento dos projetos de Deus. Trata-se, porém, de um acolhimento ativo, nunca de abdicação nem capitulação; ele «não é um homem resignado passivamente. O seu protagonismo é corajoso e forte» (Carta ap. Patris corde, 4). Que ele ajude a todos, sobretudo aos jovens em discernimento, a realizar os sonhos que Deus tem para cada um; inspire a corajosa intrepidez de dizer «sim» ao Senhor, que sempre surpreende e nunca desilude!

Uma segunda palavra marca o itinerário de São José e da vocação: serviço. Dos Evangelhos, resulta como ele viveu em tudo para os outros e nunca para si mesmo. O Povo santo de Deus chama-lhe castíssimo esposo, desvendando assim a sua capacidade de amar sem nada reservar para si próprio. Libertando o amor de qualquer posse, abriu-se realmente a um serviço ainda mais fecundo: o seu cuidado amoroso atravessou as gerações, a sua custódia solícita tornou-o patrono da Igreja. Ele que soube encarnar o sentido oblativo da vida, é também patrono da boa-morte. Contudo o seu serviço e os seus sacrifícios só foram possíveis, porque sustentados por um amor maior: «Toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício. Mesmo no sacerdócio e na vida consagrada, requer-se este género de maturidade. Quando uma vocação matrimonial, celibatária ou virginal não chega à maturação do dom de si mesmo, detendo-se apenas na lógica do sacrifício, então, em vez de significar a beleza e a alegria do amor, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração» (Ibid., 7).

O serviço, expressão concreta do dom de si mesmo, não foi para São José apenas um alto ideal, mas tornou-se regra da vida diária. Empenhou-se para encontrar e adaptar um alojamento onde Jesus pudesse nascer; prodigalizou-se para O defender da fúria de Herodes, apressando-se a organizar a viagem para o Egito; voltou rapidamente a Jerusalém à procura de Jesus que tinham perdido; sustentou a família trabalhando, mesmo em terra estrangeira. Em resumo, adaptou-se às várias circunstâncias com a atitude de quem não desanima se a vida não lhe corre como queria: com a disponibilidade de quem vive para servir. Com este espírito, José empreendeu as viagens numerosas e muitas vezes imprevistas da vida: de Nazaré a Belém para o recenseamento, em seguida para Egito, depois para Nazaré e, anualmente, a Jerusalém, sempre pronto a enfrentar novas circunstâncias, sem se lamentar do que sucedia, mas disponível para dar uma mão a fim de reajustar as situações. Pode-se dizer que foi a mão estendida do Pai Celeste para o seu Filho na terra. Assim não pode deixar de ser modelo para todas as vocações, que a isto mesmo são chamadas: ser as mãos operosas do Pai em prol dos seus filhos e filhas.

Por isso gosto de pensar em São José, guardião de Jesus e da Igreja, como guardião das vocações. Com efeito, da própria disponibilidade em servir, deriva o seu cuidado em guardar. «Levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe» (Mt 2, 14): refere o Evangelho, indicando a sua disponibilidade e dedicação à família. Não perdeu tempo a cismar sobre o que estava errado, para não o subtrair a quem lhe estava confiado. Este cuidado atento e solícito é o sinal duma vocação realizada. É o testemunho duma vida tocada pelo amor de Deus. Que belo exemplo de vida cristã oferecemos quando não seguimos obstinadamente as nossas ambições nem nos deixamos paralisar pelas nossas nostalgias, mas cuidamos de quanto nos confia o Senhor, por meio da Igreja! Então Deus derrama o seu Espírito, a sua criatividade sobre nós; e realiza maravilhas, como em José.

Além da chamada de Deus – que realiza os nossos sonhos maiores – e da nossa resposta – que se concretiza no serviço pronto e no cuidado carinhoso –, há um terceiro aspeto que atravessa a vida de São José e a vocação cristã, cadenciando o seu dia a dia: a fidelidade. José é o «homem justo» (Mt 1, 19) que, no trabalho silencioso de cada dia, persevera na adesão a Deus e aos seus desígnios. Num momento particularmente difícil, detém-se «a pensar» em tudo (cf. Mt 1, 20). Medita, pondera: não se deixa dominar pela pressa, não cede à tentação de tomar decisões precipitadas, não segue o instinto nem se cinge àquele instante. Tudo repassa com paciência. Sabe que a existência se constrói apenas sobre uma contínua adesão às grandes opções. Isto corresponde à laboriosidade calma e constante com que desempenhou a profissão humilde de carpinteiro (cf. Mt 13, 55), pela qual inspirou, não as crónicas da época, mas a vida quotidiana de cada pai, cada trabalhador, cada cristão ao longo dos séculos. Porque a vocação, como a vida, só amadurece através da fidelidade de cada dia.

Como se alimenta esta fidelidade? À luz da fidelidade de Deus. As primeiras palavras recebidas em sonho por São José foram o convite a não ter medo, porque Deus é fiel às suas promessas: «José, filho de David, não temas» (Mt 1, 20). Não temas: são estas as palavras que o Senhor dirige também a ti, querida irmã, e a ti, querido irmão, quando, por entre incertezas e hesitações, sentes como inadiável o desejo de Lhe doar a vida. São as palavras que te repete quando no lugar onde estás, talvez no meio de dificuldades e incompreensões, te esforças por seguir diariamente a sua vontade. São as palavras que descobres quando, ao longo do itinerário da chamada, retornas ao primeiro amor. São as palavras que, como um refrão, acompanham quem diz sim a Deus com a vida como São José: na fidelidade de cada dia.

Esta fidelidade é o segredo da alegria. Como diz um hino litúrgico, na casa de Nazaré reinava «uma alegria cristalina». Era a alegria diária e transparente da simplicidade, a alegria que sente quem guarda o que conta: a proximidade fiel a Deus e ao próximo. Como seria belo se a mesma atmosfera simples e radiosa, sóbria e esperançosa, permeasse os nossos seminários, os nossos institutos religiosos, as nossas residências paroquiais! É a alegria que vos desejo a vós, irmãos e irmãs que generosamente fizestes de Deus o sonho da vida, para O servir nos irmãos e irmãs que vos estão confiados, através duma fidelidade que em si mesma já é testemunho, numa época marcada por escolhas passageiras e emoções que desaparecem sem gerar a alegria. São José, guardião das vocações, vos acompanhe com coração de pai!

Roma, São João de Latrão, 19 de março de 2021, Solenidade de São José

Francisco

 

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