Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
No dia 19 de novembro a Pastoral da Sobriedade foi fundada na diocese de Rubiataba-Mozarlândia. O evento teve a presença do casal coordenador regional da pastoral, Nilson Almeida e Alessandra. Na ocasião, foi apresentada a coordenação diocesana da pastoral, monsenhor José Arriel Modesto, que é o assessor eclesial diocesano, e a irmã Divina Virgulo Silva, que é a coordenadora diocesana.
As reuniões do grupo serão realizadas todas as quintas-feiras, às 19h30, na Paróquia Jesus Bom Pastor e São Sebastião, cujo pároco é o padre Weber. Serão coordenadas pela Sirlene de Paula Silva e demais agentes.
Participaram do evento de fundação a comunidade paroquial e os principais parceiros firmados: Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Tutelar, Lions, Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Diretoria da Comunidade Terapêutica Nova Vida Nova, e outros.
Conquista
O Programa de Vida Nova da Pastoral da Sobriedade será levado também para a Comunidade Terapêutica Vida Nova que está vinculada à diocese de Rubiataba-Mozarlândia. A comunidade foi visitada por Nilson e Alessandra que ficaram muito felizes com a conquista, sobretudo com a vivência do Programa de Vida Nova dos internos na pastoral após cumprirem o tratamento na comunidade.
Ação preventiva
No dia anterior (18), a Pastoral da Sobriedade regional, em parceria com o Conselho Municipal de Combate às Drogas, da Prefeitura Municipal de Crixás (GO), realizou na cidade de Auriverde, palestra sobre o uso e consequência das drogas. Esse trabalho preventivo é uma das cinco frentes de atuação da pastoral.
“Ficamos surpresos e contentes com a participação da comunidade, principalmente pela presença das famílias que participaram do evento de forma efetiva”, declarou o coordenador, Nilson Almeida. De acordo com ele, ações dessa natureza são fundamentais porque as drogas estão entrando e destruindo as famílias. “Os familiares normalmente se sentem envergonhados quando algum de seus membros usa drogas, mas nós recomendamos que observem se o problema existe; caso exista, que peçam ajuda”, alertou.
O domingo, 29 de novembro, foi um marco para a comunicação na diocese de Formosa, que acolheu o I Encontro Diocesano de Comunicação com agentes de Pastoral da Comunicação (Pascom) das paróquias. O encontro teve como tema “A formação do agente de comunicação para o serviço da Igreja”. Segundo o coordenador da pastoral, Anderson Fantin, o principal objetivo do evento foi formar o agente de Pascom para o aprofundamento de sua missão de comunicador. Ele disse ainda que “a Pascom quer também se aproximar de cada comunidade para estar em comunhão”.
O evento contou com um curso básico de fotografia, ministrado pelo casal Mário e Eliane Castro, da Pascom da Paróquia São Sebastião, em Formosa, e membros do Núcleo de fotografia da diocese. Na formação foram apresentadas noções básicas de fotografia e como tirar uma boa foto, tendo em vista que a imagem é um forte elemento de comunicação.
Anderson Fantin apresentou a estrutura da Pascom diocesana e suas iniciativas para o serviço diocesano. O coordenador do Departamento de Comunicação, seminarista Raifran Sousa, apresentou o projeto de setorização da pastoral que visa criar maior presença no território diocesano e fortalecer a comunicação nas paróquias.
O padre referencial da Pascom diocesana, Wagner Teixeira, abordou o tema “A Espiritualidade do comunicador”. “O comunicador não é somente alguém de práxis, mas também de oração e de profundo encontro com Cristo”, disse. Já o padre João Manoel, da Paróquia São Sebastião, apresentou aos agentes uma exposição sobre a produção de textos jornalísticos, tendo em vista a importância da produção de um bom texto na transmissão de informações.
O bispo diocesano, dom José Ronaldo Ribeiro, recordou aos agentes da Pascom qual é sua missão. “Anunciar boas notícias utilizando das ferramentas de comunicação, mas sem jamais esquecer o outro como primeira comunicação”, afirmou.
Com informações e foto da diocese de Formosa
“Atravessar hoje a Porta Santa nos compromete a adotar a misericórdia do bom samaritano”. Este é o espírito com o qual se deve viver o Jubileu Extraordinário, conforme disse o papa Francisco na missa celebrada por ocasião da Festa da Imaculada Conceição, nesta terça-feira (8), na Praça São Pedro.
Com a cidade de Roma blindada e um forte aparato de segurança, com três mil agentes nas ruas da capital, o afluxo de peregrinos começou na madrugada nos arredores da Praça, que foi aberta às 6h30. Os controles policiais, com a passagem pelo detector de metais, tardaram o ingresso dos fiéis. Cerca de 50 mil pessoas participaram da celebração.
Na homilia que antecedeu a abertura da Porta Santa, o pontífice recordou o mesmo gesto realizado em Bangui (República Centro-Africana) e ressaltou a primazia da graça: “A festa da Imaculada Conceição exprime a grandeza do amor divino. Deus não é apenas Aquele que perdoa o pecado, mas, em Maria, chega até a evitar a culpa original, que todo o homem traz consigo ao entrar neste mundo. É o amor de Deus que evita, antecipa e salva”.
A própria história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa, explicou o papa. “Se tudo permanecesse ligado ao pecado, seríamos os mais desesperados entre as criaturas. A promessa da vitória do amor de Cristo encerra tudo na misericórdia do Pai.”
Também este Ano Santo Extraordinário é dom de graça, prosseguiu Francisco. “Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, que vem ao nosso encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia.”
Para o pontífice, é preciso antepor a misericórdia ao julgamento, se quisermos ser justos com Deus. “Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não corresponde a quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”, exortou.
Em sua homilia, o papa fez um paralelo com outra porta “escancarada” 50 anos atrás pelos padres conciliares. O Concílio, afirmou, foi primariamente um encontro; um encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo.
“Trata-se, pois, de um impulso missionário que, depois destas décadas, retomamos com a mesma força e o mesmo entusiasmo. O Jubileu exorta-nos a esta abertura e obriga-nos a não transcurar o espírito que surgiu do Vaticano II, o do Samaritano, como recordou o beato Paulo VI na conclusão do Concílio. Atravessar hoje a Porta Santa compromete-nos a adotar a misericórdia do bom samaritano.”
Após a comunhão, teve início o rito de abertura da Porta Santa, na entrada da Basílica de São Pedro. O diácono convidou os fiéis para a inauguração do Jubileu Extraordinário da Misericórdia com estas palavras: “Abre-se diante de nós a Porta Santa. É o próprio Cristo que, através do mistério da Igreja, nos introduz no consolador mistério do amor de Deus.
Francisco fez uma oração e recitou a seguinte fórmula: “Esta é a porta do Senhor. Abri-me as portas da justiça. Por tua grande misericórdia entrarei em tua casa, Senhor”.
Em silêncio, o Santo Padre subiu os degraus, abriu a Porta Santa e se deteve em silêncio em sua entrada. O papa entrou por primeiro na Basílica de São Pedro, seguido pelos concelebrantes e por alguns representantes de religiosos e fiéis leigos, e se dirigiu ao Altar da Confissão – momento em que foi entoado o Hino do Ano Santo da Misericórdia. Ali, depois de uma oração, ele concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Informações e foto: Rádio Vaticano
O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, apresentou à imprensa, na quinta-feira, 26 de novembro, nota contra a privatização do sistema prisional. O texto foi aprovado pelo Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da entidade, em reunião realizada nos dias 24 e 25 de novembro. Considerando que o atual sistema prisional mostra-se falido e incapaz de cumprir suas finalidades institucionais, o texto alerta que tal ineficiência “não pode levar à privatização”.
Durante a última reunião do Consep, o assessor jurídico da Pastoral Carcerária, Paulo Cesar Malvezzi Filho, apresentou aos bispos a luta da Pastoral Carcerária contra a pressão de grupos econômicos no Senado Federal para a aprovação do PLS 531/2011, que estabelece normas gerais para a contratação de parceria público-privada para a construção e administração de estabelecimentos penais. Segundo Paulo, nos presídios onde a privatização ocorreu as condições pioraram.
Leia a nota da CNBB na íntegra:
NOTA DA CNBB CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL
P - Nº. 0878 /15
“Eu estava na prisão, e fostes visitar-me” (Mt 25,37)
O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília, nos dias 24 e 25 de novembro de 2015, acompanha, com preocupação, a tramitação, no Senado Federal, do PLS n.º 513/2011 que estabelece normas gerais para a contratação de parceria público-privada para a construção e administração de estabelecimentos penais.
Segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional, a população carcerária do Brasil ultrapassa o número de 600 mil pessoas. Percebem-se escassos sinais de melhoria que atendam à finalidade de reinserção social dos apenados. Ainda permanecem graves violações de direitos e garantias fundamentais.
O atual sistema prisional, competência do Estado brasileiro, mostra-se falido e incapaz de cumprir suas finalidades institucionais.
Afirma o Papa Francisco e nós bispos com ele: “É doloroso constatar sistemas penitenciários que não buscam curar as chagas, sarar as feridas, gerar novas oportunidades. (...). É sempre mais fácil encher os presídios do que ajudar a andar para frente quem errou na vida (...). Neste período de detenção, de modo particular, é necessária uma mão que ajude a reintegração social, desejada por todos: reclusos, famílias, funcionários, políticas sociais e educativas. Uma reintegração que beneficia e eleva o nível moral de todos” (Papa Francisco).
A ineficiência do sistema prisional não pode levar à privatização. O ser humano jamais pode ter sua dignidade aviltada, pois lucro e pena não combinam. Um sistema carcerário privatizado abre possibilidades para mais e maiores penas.
Portanto, os Bispos deste Conselho manifestamos nossa rejeição ao PLS n.º 513/2011 e às propostas tendentes à privatização do sistema prisional brasileiro ou de parte dele.
Pedindo ao Pai de bondade sua proteção misericordiosa para todos, manifestamos nosso apoio irrestrito à Pastoral Carcerária, em sua missão de anunciadora da Boa Nova e defensora da dignidade da pessoa encarcerada.
Brasília, 25 de novembro de 2015
Dom Sergio da Rocha Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de Brasília-DF Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA
Presidente da CNBB Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário-Geral da CNBB
Mais uma vez a sociedade revive o movimento natalino. Tudo aponta para a grande festa que embora tenha origem e significado cristãos, nem sempre é celebrada com unção por muitas pessoas que nesses dias entram no embalo de um grande festejo. As cidades se enchem de luzes e cores que indicam a chegada do Natal. O interior da vida humana também precisa ser iluminado acolhendo aquele que é a ‘luz do mundo”. “O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; aos que jaziam na região sombria da morte surgiu uma luz” (Mt 4,16). Eis o tempo do acolhimento do grande mistério da luz divina.
Nesta ocasião a Igreja conclama as pessoas para celebrarem o nascimento do Divino Salvador da humanidade. O Credo niceno-constatinopolitano, confessa: “E por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem” (CIC 456). Foi para a nossa salvação que o Verbo se fez carne.
É com a alegria de quem vê a salvação se aproximar que se deve celebrar o Natal. Neste sentido a humanidade pode fazer festa acolhendo a salvação chegada em Cristo. As pessoas devem se tornar festa, pois inspiradas no mistério do nascimento de Jesus devem como os anjos cantar “Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens que ele ama” (Lc 2,14). Tornar-se festa é ser causador de muita alegria e paz entre as pessoas. Para que esses dons espirituais se façam presentes não há necessidade de bens materiais e nem dinheiro, basta ter a simplicidade da acolhida do dom maior de Deus para a humanidade. Maria e José tinham quase nada, no entanto tendo passado pela porta santa da gruta de Belém apresentaram a misericórdia ao mundo e houve uma grande festa. A alegria alcançou os Céus e a terra, por isso os anjos cantaram. O primeiro lugar para se ver o Salvador foi a gruta de Belém. Ela era a primeira porta da misericórdia aberta ao mundo.
O Natal deste ano acontece bem no início do Ano Santo da Misericórdia. Maria quando visitou Isabel disse: “e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem” (Lc 1,50). Com o nascimento de Jesus a misericórdia adquiriu rosto humano. “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai” (MV 1). O Natal deste ano pode ter uma perspectiva de misericórdia. Há muitas pessoas esperando o perdão para recomeçarem suas vidas. Há muitos casamentos em crise que poderão ser reconstruídos a partir da misericórdia. Muitos pessoas se afastaram da Igreja por falhas pessoais, ou de outras pessoas e somente voltarão se conseguirem perdoar. Muitos filhos pródigos se animarão a voltar sabendo que a Porta está aberta para os acolher. A misericórdia vai renovar a vida dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade. Tanto o Menino Jesus, como o crucificado com os braços abertos revelam o livre acesso às pessoas para participarem da vida divina.
O rosto da misericórdia que brilhou na manjedoura de Belém continua a procura das grutas frias, escuras e abafadas para nelas entrar e fazer resplandecer a vida nova.
Mais uma vez vai ser Natal. Permitamos que seja Natal em nós. Quanto mais vidas estiverem iluminadas por este grande mistério, melhor será viver na sociedade. É preciso caminhar e construir o amanhã, alimentando o sonho de cantar com os anjos que viram a glória de Deus brilhar na terra e nos céus. Celebremos com a alegria o Natal do Ano Santo da Misericórdia.
Feliz Natal e com Cristo na manjedoura do coração tenha feliz entrada no ano novo.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo da Diocese de Uruaçu – GO
Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
O mundo acompanhou, recentemente, o gesto do Santo Padre de celebrar a abertura da Porta Santa, dando início ao Ano Jubilar que tem como tema motivador a experiência da misericórdia. Naquela ocasião, o papa Francisco disse que “o Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas, abertas para permitir que o Senhor entre e sempre nos renove, mas abertas também para que possamos sair a anunciar a alegria do Evangelho” (Audiência Geral, 18 novembro 2015).
O Natal é o grande sinal da misericórdia de Deus para com seu povo. Jubileu é tempo de alegria. O Nascimento do Menino Deus foi anunciado com grande alegria nos céus, conforme narra o Evangelho de São Lucas. E a fonte da alegria está na presença e na proximidade de Deus que nos enviou seu filho unigênito, nascido da Virgem Mãe. É Ele a causa da nossa alegria. São Paulo não se contém na convocação jubilar: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. O Senhor está próximo” (Fl 4,4).
A grande alegria do Natal não reside no comércio ávido dos presentes tantas vezes sem sentido. A grande alegria do Natal também não se esgota à mesa das confraternizações e das festas tão comuns neste tempo e que tantas vezes entorpecem a visão e as mentes e não permitem enxergar a verdadeira razão da alegria do Natal. A alegria do Natal é tão simples, quanto profunda. Deus, rico em misericórdia, Ele próprio amor sem limites, vem ao encontro do gênero humano na figura simples de um menino em meio a uma cena marcadamente familiar e igualmente simples. Sem pompas, distante dos festins imperiais, em meio aos animais e junto dos pobres, é de lá que vem o grande sinal da misericórdia de Deus. A alegria cristã é uma alegria serena, tranquila, que acompanha sempre o cristão, porque brota da certeza de que Deus nos ama, de que somos importantes para Ele, de que estamos sempre em Suas mãos. Porque a misericórdia de Deus é fonte de alegria.
O clamor eloquente do Natal é evidente. A prática da misericórdia educa para a necessidade de estar atento às periferias geográficas e existenciais, aos limites onde o homem não mais encontra sentido, onde as forças humanas parecem esvair-se para, de lá, se perceber que o Deus-Menino restaura as esperanças, renova a coragem, dá novo alento ao seu povo. Na Encarnação no seio da Virgem Maria, o Filho de Deus resgata a humanidade, ofertando os marcadores mais significativos para uma vida verdadeiramente alegre e para uma sociedade autenticamente justa e fraterna.
O Natal traz uma relação estreita com o gesto do papa Francisco na abertura da Porta Santa. “Estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei na sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (Ap 3,20). Atravessar a Porta Santa e celebrar o Jubileu será este nosso abrir a porta a Deus que nos aguarda, a Deus que, na Encarnação de Jesus no seio de Maria, quer entrar na nossa vida, no nosso coração e dar-nos vida em abundância. Abrir as portas é deixar Deus entrar e iluminar a nossa mente, abrir os nossos corações aos outros; olhar com os olhos de Deus, rico em misericórdia, o mundo em que vivemos, e que construímos e sonhamos. Libertar o nosso coração de tudo o que seja egoísmo e maldade.
“Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso” é o lema do Jubileu. Abre-se, assim, um tempo novo, um ano da graça para contemplar o mistério da misericórdia, que é fonte de alegria, serenidade e paz; uma oportunidade para fixarmos o nosso olhar no rosto de Cristo e nos tornarmos, nós próprios, sinal eficaz do agir do Pai (MV, 2-3). Tal como Cristo é misericordioso, assim somos chamados, também nós, a sermos misericordiosos uns para com os outros.
Nesta bela tradição do Natal reside uma nova oportunidade para que todos preparem os corações e seus ambientes mais próximos para receber Jesus Menino, saboreando e testemunhando cada um a alegria de ser cristão. A Virgem Santa Maria, Mãe da Misericórdia, acompanhe nesse itinerário.
E que o Natal reacenda a esperança do povo brasileiro, nestes momentos complexos do cenário nacional, a encontrar o caminho da misericórdia e da justiça, alicerces de um mundo novo no qual todas as divisões devem ser superadas. Cristo, na sua encarnação na história, reúne a humanidade dispersa, alinha os corações segundo o querer de Deus e restaura a esperança definitiva que ultrapassa todas as desesperanças. E realiza a verdadeira Justiça, uma das consequências concretas que o Ano Jubilar anuncia.
Feliz e Santo Natal a todos!
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo de Goiânia
Um novo ano começou. Deus pôs à nossa disposição todos os dias desse ano. O que vamos fazer com o tempo que Deus nos deu? Muitas vezes dizemos que é preciso dar um tempo para Deus. Penso que é o contrário. Ele é o senhor do tempo. O tempo lhe pertence. Nós devemos oferecer-lhe o melhor de nós dentro do tempo que ele nos deu. Os dias da semana são para nossas atividades diárias, mas existe um dia que é para o Senhor. Domingo é dia do Senhor. É dia de Missa.
Domingo bom é domingo com Missa. Podemos fazer um esforço para sermos mais de Deus. Um bom propósito é participarmos da Missa dominical, ou celebração na comunidade renovando nossa pertença ao Senhor. Não vamos mais dar um tempo para Deus, mas encontrá-lo no tempo que ele nos deu.
Quando um pai fica enfermo o filho quer vê-lo e quando faz aniversário quer cumprimentá-lo. Por que ficarmos distante de Deus que é o nosso Pai? Procuremos aumentar o nosso amor, pois quem ama busca, quer estar perto, se lembra sempre e não se esquece. Quais sentimentos temos em relação ao nosso Deus e Pai? E a seu filho Jesus? Esses sentimentos que temos nos possibilitam sermos mais dele?
Queridos irmãos, os convido a juntos não darmos um tempo para Deus, mas em todo tempo sermos dele. Ele está aí e quer nos ver. Onde vamos encontrá-lo? O Documento de Aparecida (DAp 246-274) cita dez lugares para o encontro com Cristo: A comunidade eclesial. A Sagrada Escritura. A Sagrada Liturgia. O Sacramento da Reconciliação. A oração pessoal e comunitária. A vida como serviço. Os pobres, aflitos e enfermos. A piedade popular. A piedade mariana e a devoção aos santos.
Tenhamos certeza. Em algum desses lugares encontraremos o Filho de Deus. O encontro com Ele é vivificante, transformador e santificador. No tempo de Deus dado a nós encontremos o Senhor.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo da Diocese de Uruaçu – GO
Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
Na terça-feira, 8 de dezembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota sobre o momento nacional. O texto é assinado pela Presidência da entidade constituída pelo arcebispo de Brasília e presidente, dom Sergio da Rocha; pelo arcebispo de Salvador e vice-presidente, dom Murilo Krieger; e pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Leonardo Steiner. “Neste momento grave da vida do país, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional”, diz um trecho da nota. No texto, a CNBB apela para o diálogo e para a serenidade e expressa repúdio ao recurso da violência e da agressividade nas diferentes manifestações sobre a vida política do país. Confira, abaixo, a íntegra da nota.
NOTA SOBRE O MOMENTO NACIONAL
E nós somos todos irmãos e irmãs (cf. Mt 23,8)
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, fiel à missão evangelizadora e profética da Igreja, acompanha, com apreensão e senso de corresponsabilidade, a grave crise política e econômica que atinge o país e, mais uma vez, se manifesta sobre o atual momento nacional.
Ao se pronunciar sobre questões políticas, a CNBB não adota postura político-partidária. Não sugere, não apoia ou reprova nomes, mas exerce o seu serviço à sociedade, à luz dos valores e princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja. Desse modo, procura respeitar a opção política de cada cidadão e a justa autonomia das instituições democráticas, incentivando a participação responsável e pacífica dos cristãos leigos e leigas na política.
Neste momento grave da vida do país, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional. Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça.
Para preservar e promover a democracia, apelamos para o diálogo e para a serenidade. Repudiamos o recurso à violência e à agressividade nas diferentes manifestações sobre a vida política do país, e a todos exortamos com as palavras do Papa Francisco: “naquele que, hoje, considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! (...) Ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação, para construir a justiça, a confiança e a esperança ao vosso redor” (Mensagem para a Celebração do XLVII Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro de 2014, 7).
Confiamos o Brasil ao Senhor da vida e da história, pedindo sabedoria para os governantes e paz para nosso povo.
Imaculada Conceição, vosso olhar a nós volvei, vossos filhos protegei!
Brasília-DF, 08 de dezembro de 2015
Dom Sergio da Rocha Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de Brasília-DF Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA
Presidente da CNBB Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário-Geral da CNBB
Weder de Bastos foi eleito novo coordenador da Pastoral da Aids, na Diocese de Goiás, durante o encontro de capacitação de agentes multiplicadores de base, que aconteceu na cidade de Goiás, no dia 12 de dezembro e contou com a participação de 15 pessoas, de duas paróquias da diocese.
De forma abrangente, a formação abordou temas como Aids e as maneiras de transmissão do vírus HIV, adesão ao tratamento e como viver com HIV, assessorados pela coordenadora da Pastoral da Aids na Arquidiocese de Goiânia e assistente social do Grupo Aids: Apoio, vida e esperança (AAVE), Maria Suely de Souza Marinho.
Já a coordenadora regional da Pastoral da Aids, irmã Margaret Hosty, trabalhou os seguintes aspectos: missão, objetivos, atividades, ações estratégicas e presença da pastoral nas dioceses. Foram apresentados também aos participantes a Vigília pelos Mortos de Aids, que acontece sempre no terceiro domingo de maio, e o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, realizado no dia 1º de dezembro, além do Guia do Agente. O bispo diocesano, dom Eugênio Rixen, ouviu um pouco as discussões e planejamento feito para o ano de 2016.
Aids em Goiás
A Pastoral da Aids, em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o trabalho de diagnóstico precoce, com o objetivo de prevenir novos contágios e cuidar das pessoas soropositivas de maneira eficiente. De 1984 até os dias atuais, já foram notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN), 13.564 casos de Aids em Goiás. Só entre junho de 2014 e junho de 2015, 1.096 casos de HIV e 868 de Aids.
Com informações e fotos da Pastoral da Aids Regional
Foi apresentada na manhã de terça-feira (15), a mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, que tem o tema “Vence a indiferença e conquista a paz”. O Dia é celebrado em 1º de janeiro. Abaixo, o texto integral da mensagem, divulgado pelo Vaticano.
1. Deus não é indiferente; importa-lhe a humanidade! Deus não a abandona! Com esta minha profunda convicção, quero, no início do novo ano, formular votos de paz e bênçãos abundantes, sob o signo da esperança, para o futuro de cada homem e mulher, de cada família, povo e nação do mundo, e também dos chefes de Estado e de governo e dos responsáveis das religiões. Com efeito, não perdemos a esperança de que o ano de 2016 nos veja a todos firme e confiadamente empenhados, nos diferentes níveis, a realizar a justiça e a trabalhar pela paz. Na verdade, esta é dom de Deus e trabalho dos homens; a paz é dom de Deus, mas confiado a todos os homens e a todas as mulheres, que são chamados a realizá-lo.
Conservar as razões da esperança
2. Embora o ano passado tenha sido caracterizado, do princípio ao fim, por guerras e atos terroristas, com as suas trágicas consequências de sequestros de pessoas, perseguições por motivos étnicos ou religiosos, prevaricações, multiplicando-se cruelmente em muitas regiões do mundo, a ponto de assumir os contornos daquela que se poderia chamar uma «terceira guerra mundial por pedaços», todavia alguns acontecimentos dos últimos anos e também do ano passado incitam-me, com o novo ano em vista, a renovar a exortação a não perder a esperança na capacidade que o homem tem, com a graça de Deus, de superar o mal, não se rendendo à resignação nem à indiferença. Tais acontecimentos representam a capacidade de a humanidade agir solidariamente, perante as situações críticas, superando os interesses individualistas, a apatia e a indiferença.
Dentre tais acontecimentos, quero recordar o esforço feito para favorecer o encontro dos líderes mundiais, no âmbito da Cop21, a fim de se procurar novos caminhos para enfrentar as alterações climáticas e salvaguardar o bem-estar da terra, a nossa casa comum. E isso remete para mais dois acontecimentos anteriores de nível mundial: a Cimeira de Adis-Abeba para arrecadação de fundos destinados ao desenvolvimento sustentável do mundo; e a adoção, por parte das Nações Unidas, da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que visa assegurar, até ao referido ano, uma existência mais digna para todos, sobretudo para as populações pobres da terra.
O ano de 2015 foi especial para a Igreja, nomeadamente porque registou o cinquentenário da publicação de dois documentos do Concílio Vaticano II que exprimem, de forma muito eloquente, o sentido de solidariedade da Igreja com o mundo. O Papa João XXIII, no início do Concílio, quis escancarar as janelas da Igreja, para que houvesse, entre ela e o mundo, uma comunicação mais aberta. Os dois documentos – Nostra aetate e Gaudium et spes – são expressões emblemáticas da nova relação de diálogo, solidariedade e convivência que a Igreja pretendia introduzir no interior da humanidade. Na Declaração Nostra aetate, a Igreja foi chamada a abrir-se ao diálogo com as expressões religiosas não-cristãs. Na Constituição pastoral Gaudium et spes – dado que «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo»[1] –, a Igreja desejava estabelecer um diálogo com a família humana sobre os problemas do mundo, como sinal de solidariedade, respeito e amor.[2]
Nesta mesma perspectiva, com o Jubileu da Misericórdia, quero convidar a Igreja a rezar e trabalhar para que cada cristão possa maturar um coração humilde e compassivo, capaz de anunciar e testemunhar a misericórdia, de «perdoar e dar», de abrir-se «àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática», sem cair «na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói».[3]
Variadas são as razões para crer na capacidade que a humanidade tem de agir, conjunta e solidariamente, reconhecendo a própria interligação e interdependência e tendo a peito os membros mais frágeis e a salvaguarda do bem comum. Esta atitude de solidária corresponsabilidade está na raiz da vocação fundamental à fraternidade e à vida comum. A dignidade e as relações interpessoais constituem-nos como seres humanos, queridos por Deus à sua imagem e semelhança. Como criaturas dotadas de inalienável dignidade, existimos relacionando-nos com os nossos irmãos e irmãs, pelos quais somos responsáveis e com os quais agimos solidariamente. Fora desta relação, passaríamos a ser menos humanos. É por isso mesmo que a indiferença constitui uma ameaça para a família humana. No limiar dum novo ano, quero convidar a todos para que reconheçam este fato a fim de se vencer a indiferença e conquistar a paz.
Algumas formas de indiferença
3. Não há dúvida de que o comportamento do indivíduo indiferente, de quem fecha o coração desinteressando-se dos outros, de quem fecha os olhos para não ver o que sucede ao seu redor ou se esquiva para não ser abalroado pelos problemas alheios, caracteriza uma tipologia humana bastante difundida e presente em cada época da história; mas, hoje em dia, superou decididamente o âmbito individual para assumir uma dimensão global, gerando o fenômeno da «globalização da indiferença».
A primeira forma de indiferença na sociedade humana é a indiferença para com Deus, da qual deriva também a indiferença para com o próximo e a criação. Trata-se de um dos graves efeitos dum falso humanismo e do materialismo prático, combinados com um pensamento relativista e niilista. O homem pensa que é o autor de si mesmo, da sua vida e da sociedade; sente-se autossuficiente e visa não só ocupar o lugar de Deus, mas prescindir completamente d’Ele; consequentemente, pensa que não deve nada a ninguém, exceto a si mesmo, e pretende ter apenas direitos.[4] Contra esta errônea compreensão que a pessoa tem de si mesma, Bento XVI recordava que nem o homem nem o seu desenvolvimento são capazes, por si mesmos, de se atribuir o próprio significado último;[5] e, antes dele, Paulo VI afirmara que «não há verdadeiro humanismo senão o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação que exprime a ideia exata do que é a vida humana».[6]
A indiferença para com o próximo assume diferentes fisionomias. Há quem esteja bem informado, ouça o rádio, leia os jornais ou veja programas de televisão, mas fá-lo de maneira entorpecida, quase numa condição de rendição: essas pessoas conhecem vagamente os dramas que afligem a humanidade, mas não se sentem envolvidas, não vivem a compaixão. Esse é o comportamento de quem sabe, mas mantém o olhar, o pensamento e a ação voltados para si mesmo. Infelizmente, temos de constatar que o aumento das informações, próprio do nosso tempo, não significa, por si, aumento de atenção aos problemas, se não for acompanhado por uma abertura das consciências em sentido solidário.[7] Antes, pode gerar uma certa saturação que anestesia e, em certa medida, relativiza a gravidade dos problemas. «Alguns se comprazem simplesmente em culpar, dos próprios males, os pobres e os países pobres, com generalizações indevidas, e pretendem encontrar a solução numa “educação” que os tranquilize e transforme em seres domesticados e inofensivos. Isso torna-se ainda mais irritante, quando os excluídos veem crescer este câncer social que é a corrupção profundamente radicada em muitos países – nos seus governos, empresários e instituições – seja qual for a ideologia política dos governantes».[8]
Noutros casos, a indiferença manifesta-se como falta de atenção à realidade circundante, especialmente a mais distante. Algumas pessoas preferem não indagar, não se informar e vivem o seu bem-estar e o seu conforto, surdas ao grito de angústia da humanidade sofredora. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de sentir compaixão pelos outros, pelos seus dramas; não nos interessa ocupar-nos deles, como se aquilo que lhes sucede fosse responsabilidade alheia, que não nos compete.[9] «Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem».[10]
Vivendo nós numa casa comum, não podemos deixar de nos interrogar sobre o seu estado de saúde, como procurei fazer na Carta encíclica Laudato si’. A poluição das águas e do ar, a exploração indiscriminada das florestas, a destruição do meio ambiente são, muitas vezes, resultado da indiferença do homem pelos outros, porque tudo está relacionado. E de igual modo o comportamento do homem com os animais influi sobre as suas relações com os outros,[11] para não falar de quem se permite fazer noutros lugares aquilo que não ousa fazer em sua casa.[12]
Nestes e noutros casos, a indiferença provoca, sobretudo fechamento e desinteresse, acabando assim por contribuir para a falta de paz com Deus, com o próximo e com a criação.
A paz ameaçada pela indiferença globalizada
4. A indiferença para com Deus supera a esfera íntima e espiritual da pessoa individual e investe a esfera pública e social. Como afirmava Bento XVI, «há uma ligação íntima entre a glorificação de Deus e a paz dos homens na terra».[13] Com efeito, «sem uma abertura ao transcendente, o homem cai como presa fácil do relativismo e, consequentemente, torna-se-lhe difícil agir de acordo com a justiça e comprometer-se pela paz».[14] O esquecimento e a negação de Deus, que induzem o homem a não reconhecer qualquer norma acima de si próprio e a tomar como norma apenas a si mesmo, produziram crueldade e violência sem medida.[15]
A nível individual e comunitário, a indiferença para com o próximo – filha da indiferença para com Deus – assume as feições da inércia e da apatia, que alimentam a persistência de situações de injustiça e grave desequilíbrio social, as quais podem, por sua vez, levar a conflitos ou de qualquer modo gerar um clima de descontentamento que ameaça desembocar, mais cedo ou mais tarde, em violências e insegurança.
Neste sentido, a indiferença e consequente desinteresse constituem uma grave falta ao dever que cada pessoa tem de contribuir – na medida das suas capacidades e da função que desempenha na sociedade – para o bem comum, especialmente para a paz, que é um dos bens mais preciosos da humanidade.[16]
Depois, quando investe o nível institucional, a indiferença pelo outro, pela sua dignidade, pelos seus direitos fundamentais e pela sua liberdade, de braço dado com uma cultura orientada para o lucro e o hedonismo, favorece e às vezes justifica ações e políticas que acabam por constituir ameaças à paz. Esse comportamento de indiferença pode chegar inclusivamente a justificar algumas políticas econômicas deploráveis, precursoras de injustiças, divisões e violências, que visam a consecução do bem-estar próprio ou o da nação. Com efeito, não é raro que os projetos econômicos e políticos dos homens tenham por finalidade a conquista ou a manutenção do poder e das riquezas, mesmo à custa de espezinhar os direitos e as exigências fundamentais dos outros. Quando as populações veem negados os seus direitos elementares, como o alimento, a água, os cuidados de saúde ou o trabalho, sentem-se tentadas a obtê-los pela força.[17]
Por fim, a indiferença pelo ambiente natural, favorecendo o desflorestamento, a poluição e as catástrofes naturais que desenraizam comunidades inteiras do seu ambiente de vida, constrangendo-as à precariedade e à insegurança, cria novas pobrezas, novas situações de injustiça com consequências muitas vezes desastrosas em termos de segurança e paz social. Quantas guerras foram movidas e quantas ainda serão travadas por causa da falta de recursos ou para responder à demanda insaciável de recursos naturais?[18]
Da indiferença à misericórdia: a conversão do coração
5. Quando, há um ano – na Mensagem para o Dia Mundial da Paz intitulada «já não escravos, mas irmãos» –, evoquei o primeiro ícone bíblico da fraternidade humana, o ícone de Caim e Abel (cf. Gn 4, 1-16), fi-lo para evidenciar o modo como foi traída essa primeira fraternidade. Caim e Abel são irmãos. Provêm ambos do mesmo ventre, são iguais em dignidade e criados à imagem e semelhança de Deus; mas a sua fraternidade de criaturas quebra-se. «Caim não só não suporta o seu irmão Abel, mas mata-o por inveja».[19] E assim o fratricídio torna-se a forma de traição, sendo a rejeição, por parte de Caim, da fraternidade de Abel a primeira ruptura nas relações familiares de fraternidade, solidariedade e respeito mútuo.
Então Deus intervém para chamar o homem à responsabilidade para com o seu semelhante, precisamente como fizera quando Adão e Eva, os primeiros pais, quebraram a comunhão com o Criador. «O Senhor disse a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?” O Senhor replicou: “Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim”» (Gn 4, 9-10).
Caim diz que não sabe o que aconteceu ao seu irmão, diz que não é o seu guardião. Não se sente responsável pela sua vida, pelo seu destino. Não se sente envolvido. É-lhe indiferente o seu irmão, apesar de ambos estarem ligados pela origem comum. Que tristeza! Que drama fraterno, familiar, humano! Esta é a primeira manifestação da indiferença entre irmãos. Deus, ao contrário, não é indiferente: o sangue de Abel tem grande valor aos seus olhos e pede contas dele a Caim. Assim, Deus revela-se, desde o início da humanidade, como Aquele que se interessa pelo destino do homem. Quando, mais tarde, os filhos de Israel se encontram na escravidão do Egito, Deus intervém de novo. Diz a Moisés: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspetores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel» (Ex 3, 7-8). É importante notar os verbos que descrevem a intervenção de Deus: Ele observa, ouve, conhece, desce, liberta. Deus não é indiferente. Está atento e age.
De igual modo, no seu Filho Jesus, Deus desceu ao meio dos homens, encarnou e mostrou-Se solidário com a humanidade em tudo, exceto no pecado. Jesus identificava-Se com a humanidade: «o primogênito de muitos irmãos» (Rm 8, 29). Não se contentava em ensinar às multidões, mas preocupava-Se com elas, especialmente quando as via famintas (cf. Mc 6, 34-44) ou sem trabalho (cf. Mt 20, 3). O seu olhar não Se fixava apenas nos seres humanos, mas também nos peixes do mar, nas aves do céu, na erva e nas árvores, pequenas e grandes; abraçava a criação inteira. Ele vê sem dúvida, mas não Se limita a isso, pois toca as pessoas, fala com elas, age em seu favor e faz bem a quem precisa. Mais ainda, deixa-Se comover e chora (cf. Jo 11, 33-44). E age para acabar com o sofrimento, a tristeza, a miséria e a morte.
Jesus ensina-nos a ser misericordiosos como o Pai (cf. Lc 6, 36). Na parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 29-37), denuncia a omissão de ajuda numa necessidade urgente dos seus semelhantes: «ao vê-lo, passou adiante» (Lc 10, 32). Ao mesmo tempo, com este exemplo, convida os seus ouvintes, e particularmente os seus discípulos, a aprenderem a parar junto dos sofrimentos deste mundo para os aliviar, junto das feridas dos outros para as tratar com os recursos de que disponham, a começar pelo próprio tempo apesar das muitas ocupações. Na realidade, muitas vezes a indiferença procura pretextos: na observância dos preceitos rituais, na quantidade de coisas que é preciso fazer, nos antagonismos que nos mantêm longe uns dos outros, nos preconceitos de todo o gênero que impedem de nos fazermos próximo.
A misericórdia é o coração de Deus. Por isso deve ser também o coração de todos aqueles que se reconhecem membros da única grande família dos seus filhos; um coração que bate forte onde quer que esteja em jogo a dignidade humana, reflexo do rosto de Deus nas suas criaturas. Jesus adverte-nos: o amor aos outros – estrangeiros, doentes, encarcerados, pessoas sem-abrigo, até inimigos – é a unidade de medida de Deus para julgar as nossas ações. Disso depende o nosso destino eterno. Não é de admirar que o apóstolo Paulo convide os cristãos de Roma a alegrar-se com os que se alegram e a chorar com os que choram (cf. Rm 12, 15), ou recomende aos de Corinto que organizem coletas em sinal de solidariedade com os membros sofredores da Igreja (cf. 1 Cor 16, 2-3). E São João escreve: «Se alguém possuir bens deste mundo e, vendo o seu irmão com necessidade, lhe fechar o seu coração, como é que o amor de Deus pode permanecer nele?» (1 Jo 3, 17; cf. Tg 2, 15-16).
É por isso que “é determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia”. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia. A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia. [20]
Deste modo, também nós somos chamados a fazer do amor, da compaixão, da misericórdia e da solidariedade um verdadeiro programa de vida, um estilo de comportamento nas relações de uns com os outros.[21] Isto requer a conversão do coração, isto é, que a graça de Deus transforme o nosso coração de pedra num coração de carne (cf. Ez 36, 26), capaz de se abrir aos outros com autêntica solidariedade. Com efeito, esta é muito mais do que um «sentimento de compaixão vaga ou de enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas, próximas ou distantes».[22] A solidariedade «é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum, ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos»,[23] porque a compaixão brota da fraternidade.
Assim entendida, a solidariedade constitui a atitude moral e social que melhor dá resposta à tomada de consciência das chagas do nosso tempo e da inegável interdependência que se verifica cada vez mais, especialmente num mundo globalizado, entre a vida do indivíduo e da sua comunidade num determinado lugar e a de outros homens e mulheres no resto do mundo.[24]
Fomentar uma cultura de solidariedade e misericórdia para se vencer a indiferença
6. A solidariedade como virtude moral e comportamento social, fruto da conversão pessoal, requer empenho por parte duma multiplicidade de sujeitos que detêm responsabilidades de carácter educativo e formativo.
Penso em primeiro lugar nas famílias, chamadas a uma missão educativa primária e imprescindível. Constituem o primeiro lugar onde se vivem e transmitem os valores do amor e da fraternidade, da convivência e da partilha, da atenção e do cuidado pelo outro. São também o espaço privilegiado para a transmissão da fé, a começar por aqueles primeiros gestos simples de devoção que as mães ensinam aos filhos.[25]
Quanto aos educadores e formadores que têm a difícil tarefa de educar as crianças e os jovens, na escola ou nos vários centros de agregação infantil e juvenil, devem estar cientes de que a sua responsabilidade envolve as dimensões moral, espiritual e social da pessoa. Os valores da liberdade, respeito mútuo e solidariedade podem ser transmitidos desde a mais tenra idade. Dirigindo-se aos responsáveis das instituições que têm funções educativas, Bento XVI afirmava: «Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar ativamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna».[26]
Também os agentes culturais e dos meios de comunicação social têm responsabilidades no campo da educação e da formação, especialmente na sociedade atual onde se vai difundindo cada vez mais o acesso a instrumentos de informação e comunicação. Antes de mais nada, é dever deles colocar-se ao serviço da verdade e não de interesses particulares. Com efeito, os meios de comunicação «não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de fato, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa».[27] Os agentes culturais e dos meios de comunicação social deveriam também vigiar por que seja sempre lícito, jurídica e moralmente, o modo como se obtêm e divulgam as informações.
A paz, fruto duma cultura de solidariedade, misericórdia e compaixão
7. Conscientes da ameaça duma globalização da indiferença, não podemos deixar de reconhecer que, no cenário acima descrito, inserem-se também numerosas iniciativas e ações positivas que testemunham a compaixão, a misericórdia e a solidariedade de que o homem é capaz.
Quero recordar alguns exemplos de louvável empenho, que demonstram como cada um pode vencer a indiferença, quando opta por não afastar o olhar do seu próximo, e constituem passos salutares no caminho rumo a uma sociedade mais humana.
Há muitas organizações não-governamentais e grupos sócio-caritativos, dentro da Igreja e fora dela, cujos membros, por ocasião de epidemias, calamidades ou conflitos armados, enfrentam fadigas e perigos para cuidar dos feridos e doentes e para sepultar os mortos. Ao lado deles, quero mencionar as pessoas e as associações que socorrem os emigrantes que atravessam desertos e sulcam mares à procura de melhores condições de vida. Estas ações são obras de misericórdia corporal e espiritual, sobre as quais seremos julgados no fim da nossa vida.
Penso também nos jornalistas e fotógrafos, que informam a opinião pública sobre as situações difíceis que interpelam as consciências, e naqueles que se comprometem na defesa dos direitos humanos, em particular os direitos das minorias étnicas e religiosas, dos povos indígenas, das mulheres e das crianças, e de quantos vivem em condições de maior vulnerabilidade. Entre eles, contam-se também muitos sacerdotes e missionários que, como bons pastores, permanecem junto dos seus fiéis e apoiam-nos sem olhar a perigos e adversidades, em particular durante os conflitos armados.
Além disso, quantas famílias, no meio de inúmeras dificuldades laborais e sociais, se esforçam concretamente, à custa de muitos sacrifícios, por educar os seus filhos «contracorrente» nos valores da solidariedade, da compaixão e da fraternidade! Quantas famílias abrem os seus corações e as suas casas a quem está necessitado, como os refugiados e os emigrantes! Quero agradecer de modo particular a todas as pessoas, famílias, paróquias, comunidades religiosas, mosteiros e santuários que responderam prontamente ao meu apelo a acolher uma família de refugiados.[28]
Quero, enfim, mencionar os jovens que se unem para realizar projetos de solidariedade, e todos aqueles que abrem as suas mãos para ajudar o próximo necessitado nas suas cidades, no seu país ou noutras regiões do mundo. Quero agradecer e encorajar todos aqueles que estão empenhados em ações desse gênero, mesmo sem gozar de publicidade: a sua fome e sede de justiça serão saciadas, a sua misericórdia far-lhes-á encontrar misericórdia e, como obreiros da paz, serão chamados filhos de Deus (cf. Mt 5, 6-9).
A paz, sob o signo do Jubileu da Misericórdia
8. No espírito do Jubileu da Misericórdia, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho.
Também os Estados são chamados a cumprir gestos concretos, atos corajosos a bem das pessoas mais frágeis da sociedade, como os reclusos, os migrantes, os desempregados e os doentes.
Relativamente aos reclusos, urge em muitos casos adotar medidas concretas para melhorar as suas condições de vida nos estabelecimentos prisionais, prestando especial atenção àqueles que estão privados da liberdade à espera de julgamento,[29] tendo em mente a finalidade reabilitativa da sanção penal e avaliando a possibilidade de inserir nas legislações nacionais penas alternativas à detenção carcerária. Neste contexto, desejo renovar às autoridades estatais o apelo a abolir a pena de morte, onde ainda estiver em vigor, e a considerar a possibilidade duma anistia.
Quanto aos migrantes, quero dirigir um convite a repensar as legislações sobre as migrações, de modo que sejam animadas pela vontade de dar hospitalidade, no respeito pelos recíprocos deveres e responsabilidades, e possam facilitar a integração dos migrantes. Nesta perspectiva, dever-se-ia prestar especial atenção às condições para conceder a residência aos migrantes, lembrando-se de que a clandestinidade traz consigo o risco de os arrastar para a criminalidade.
Desejo ainda, neste Ano Jubilar, formular um premente apelo aos líderes dos Estados para que realizem gestos concretos a favor dos nossos irmãos e irmãs que sofrem pela falta de trabalho, terra e teto. Penso na criação de empregos dignos para contrastar a chaga social do desemprego, que lesa um grande número de famílias e de jovens e tem consequências gravíssimas no bom andamento da sociedade inteira. A falta de trabalho afeta, fortemente, o sentido de dignidade e de esperança, e só parcialmente é que pode ser compensada pelos subsídios, embora necessários, para os desempregados e suas famílias. Especial atenção deveria ser dedicada às mulheres – ainda discriminadas, infelizmente, no campo laboral – e a algumas categorias de trabalhadores, cujas condições são precárias ou perigosas e cujos salários não são adequados à importância da sua missão social.
Finalmente, quero convidar à realização de ações eficazes para melhorar as condições de vida dos doentes, garantindo a todos o acesso aos cuidados sanitários e aos medicamentos indispensáveis para a vida, incluindo a possibilidade de tratamentos domiciliários.
E, estendendo o olhar para além das próprias fronteiras, os líderes dos Estados são chamados também a renovar as suas relações com os outros povos, permitindo a todos uma efetiva participação e inclusão na vida da comunidade internacional, para que se realize a fraternidade também dentro da família das nações.
Nesta perspectiva, desejo dirigir um tríplice apelo: apelo a abster-se de arrastar os outros povos para conflitos ou guerras que destroem não só as suas riquezas materiais, culturais e sociais, mas também – e por longo tempo – a sua integridade moral e espiritual; apelo ao cancelamento ou gestão sustentável da dívida internacional dos Estados mais pobres; apelo à adoção de políticas de cooperação que, em vez de submeter à ditadura dalgumas ideologias, sejam respeitadoras dos valores das populações locais e, de maneira nenhuma, lesem o direito fundamental e inalienável dos nascituros à vida.
Confio estas reflexões, juntamente com os melhores votos para o novo ano, à intercessão de Maria Santíssima, Mãe solícita pelas necessidades da humanidade, para que nos obtenha de seu Filho Jesus, Príncipe da Paz, a satisfação das nossas súplicas e a bênção do nosso compromisso diário por um mundo fraterno e solidário.
Vaticano, no dia da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria e da Abertura do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, 8 de Dezembro de 2015.
[Francisco]
[1] Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 1.
[2] Cf. ibid., 3.
[3] Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia Misericordiae Vultus, 14-15.
[4] Cf. Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 43.
[5] Cf. ibid., 16.
[6] Carta enc. Populorum progressio, 42.
[7] «A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos. A razão, por si só, é capaz de ver a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles, mas não consegue fundar a fraternidade» (Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 19).
[8] Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 60.
[9] Cf. ibid., 54.
[10] Mensagem para a Quaresma de 2015.
[11] Cf. Carta enc. Laudato si’, 92.
[12] Cf. ibid., 51.
[13] Discurso por ocasião dos votos de Bom Ano Novo ao Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, 7 de Janeiro de 2013.
[14] Ibidem.
[15] Cf. Bento XVI, Discurso durante o Dia de reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça no mundo, Assis, 27 de Outubro de 2011.
[16] Cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 217-237.
[17] «Enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarreigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade. Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reação violenta de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e econômico é injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar, silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais sólido que pareça» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 59).
[18] Cf. Carta enc. Laudato si’, 31; 48.
[19] Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2015, 2.
[20] Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia Misericordiae Vultus, 12.
[21] Cf. ibid., 13.
[22] João Paulo II, Carta enc. Sollecitudo rei socialis, 38.
[23] Ibidem.
[24] Cf. ibidem.
[25] Cf. Catequese, na Audiência Geral de 7 de Janeiro de 2015.
[26] Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2012, 2.
[27] Ibidem.
[28] Cf. Angelus de 6 de Setembro de 2015.
[29] Cf. Discurso à delegação da Associação Internacional de Direito Penal, 23 de Outubro de 2014.
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