Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Setenta e dois pronunciamentos em duas congregações gerais, representando todos os continentes e, de certa forma, todas as línguas. Com esses dados, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, introduziu a coletiva desta terça-feira (7) sobre os trabalhos da 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
A Assembleia sinodal dá continuidade à de 2014, durante a qual a doutrina católica sobre o matrimônio não foi modificada: foi o que observou o papa Francisco no breve pronunciamento da terceira Congregação Geral, nesta terça-feira, seguida dos Círculos menores. O pontífice evidenciou os três documentos oficiais, o Relatório do Sínodo (Relatio Synodi) e os dois discursos pontifícios de abertura e de conclusão dos trabalhos; destacou pare Lombardi na coletiva.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé referiu também a segunda observação do papa em seu breve pronunciamento da manhã desta terça-feira. “Não devemos deixar-nos condicionar e reduzir o nosso horizonte neste Sínodo, como se o único problema fosse o da comunhão aos divorciados e recasados ou não. Portanto, considerar a amplitude dos problemas e das questões propostas na Assembleia sinodal, dos quais o ‘Instrumentum Laboris’ dá uma ampla perspectiva.”
Respondendo aos jornalistas, também o arcebispo Claudio Maria Celli evidenciou ulteriormente o breve pronunciamento do papa: “A minha impressão é de que o pronunciamento do papa na manhã desta terça-feira, ao recordar que os documentos de referência em nossa discussão são a ‘Relatio Synodi’ e seus dois discursos, de abertura e de conclusão, mantém aberto uma atitude da Igreja profundamente pastoral em relação a essa realidade dos divorciados. Porém, se deve considerar também o que o papa disse, ou seja, que o Sínodo não tem essa questão como único ponto de referência. É um dos pontos.”
A propósito do relatório introdutivo do Sínodo, apresentado na segunda-feira pelo cardeal Peter Erdo, o cardeal Paul-André Durocher convidou a “entrar em diálogo com o mundo”. “No primeiro parágrafo de seu pronunciamento, o cardeal Erdo recorda aquela cena em que Jesus vê uma multidão, teve dó daquela multidão e se dirigiu a ela.
O Cardeal Erdo recorda-nos que isso corresponde, de certo modo, às três etapas desse processo do ‘Instrumentum Laboris’ e do processo sinodal. Portanto, neste momento queremos – junto com Jesus – olhar para o mundo que está diante de nós. Na segunda etapa, a da piedade, avaliar como julgar essa situação. Na última, como seremos capazes de responder às expectativas deste povo, do mundo que está diante de nós.”
Nos temas abordados pelos 72 padres sinodais que se pronunciaram – representativos de todos os continentes e de todas as línguas – tocaram os vários âmbitos relacionados à família e à Igreja.
Em primeiro lugar, um esclarecimento da parte do secretário-geral do Sínodo, o cardeal Lorenzo Baldisseri, a propósito da metodologia de trabalho da Assembleia, modificada em relação ao passado, solicitação feita durante a discussão livre da segunda congregação geral.
Em particular, o purpurado deteve-se sobre as funções dos Círculos Menores e sobre a Comissão, nomeada no início de setembro pelo papa para a redação do Relatório final do Sínodo.
Acompanhar as famílias
Em seguida, o destaque para os temas abordados: a revolução cultural que caracteriza a época em que vivemos, em que a Igreja é chamada a acompanhar as famílias e, em geral, todo o povo de Deus, para encontrar respostas e soluções adequadas aos problemas de hoje.
Além disso, explicou padre Lombardi, falou-se de uma linguagem apropriada da parte da Igreja, inclusive “para evitar impressões de julgamentos negativos em relação a situações e pessoas”:
“Ainda sobre o tema da linguagem, alguns mencionaram de modo muito positivo a linguagem utilizada nas catequeses do papa Francisco durante este ano, como modo concreto, simples, claro e positivo de falar da realidade da família no mundo de hoje.”
Foi também ressaltada a necessidade de ajudar, seja os casais de cônjuges a crescer e a amadurecer na fé e no matrimônio, seja os jovens a redescobrir a beleza do amor e da profunda inter-relação entre amor e matrimônio. Ademais, evidenciando que o testemunho das famílias missionárias é indispensável para a vida da Igreja.
Refletiu-se também sobre os núcleos familiares que vivem situações difíceis, sobre o drama da pobreza na família, sobre violências que atingem a própria família, sobre a chaga do trabalho infantil, sobre o drama dos refugiados e dos migrantes e das perseguições aos cristãos.
Além disso, se detiveram sobre a questão das pessoas com tendências homossexuais: elas fazem parte da Igreja, foi dito, esclarecendo, ao mesmo tempo, que o matrimônio é a união sacramental entre um homem e uma mulher, fundamento da família em sua integridade.
Informações e foto: Rádio Vaticano
No sábado (10) o bispo da diocese de Uruaçu e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) dom Messias dos Reis Silveira, presidiu a missa que oficializou o gemellaggio, ou seja, a irmandade entre os santuários de Nossa Senhora de Nazaré, em Israel, e Nossa Senhora da Abadia, em Muquém (GO).
Em sua homilia, dom Messias confirmou sua alegria pela concretização do acontecimento histórico. “Os milhares de peregrinos que visitam nosso santuário serão beneficiados pelas graças particulares desta irmandade entre estes lugares de devoção a Nossa Senhora. Os dois santuários são ‘filhos’ de Nossa Senhora”, afirmou, justificando o título de ‘irmãos’. A missa foi transmitida pelo sistema Coração Fiel de Comunicação em rede com o sistema Canção Nova, além de outras emissoras na diocese de Uruaçu.
Bênçãos
A partir de agora, os peregrinos devotos de Nossa Senhora da Abadia, ao visitarem seu santuário em Niquelândia, poderão lucrar as mesmas indulgências do Santuário da Anunciação em Nazaré. Em palavras simples, é como se o romeiro de Muquém experimentasse a graça da Terra Santa no Santuário construído entre as montanhas de Goiás.
Ainda durante a celebração, o hino de Nossa Senhora da Abadia do Muquém foi entoado, pela primeira vez, dentro da Basílica da Anunciação, lugar onde Maria foi visitada pelo anjo e onde o filho de Deus se encarnou.
Concelebraram a missa o reitor do Santuário da Anunciação em Nazaré, frei Bruno Varriano e o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Abadia do Muquém, padre Aldemir, e mais cinco concelebrantes. Na ocasião, dom Messias abençoou o ícone de Nossa Senhora da Abadia de Muquém a ser exposto no Santuário de Nazaré.
Com informações e fotos da Pascom da Diocese de Uruaçu
Imagem: Santuário de Nazaré, em Israel.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) comemora nesta quarta-feira, 14 de outubro, 63 anos. Atualmente, a entidade conta com 275 circunscrições eclesiásticas, 310 bispos na ativa e 141 bispos eméritos. São 18 secretariados regionais, acrescidos das Edições CNBB, todos, em última instância, sob a responsabilidade da Presidência, na sede nacional.
Há 283 colaboradores, entre contratados, autônomos e religiosos, em 20 unidades no Brasil. A atual presidência, para o quadriênio 2015-2019, é composta pelo arcebispo de Brasília e presidente da Conferência, dom Sergio da Rocha; o arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente, dom Murilo Krieger; e o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Leonardo Steiner.
“Que cada vez mais a Igreja no Brasil seja valorizada e reconhecida pelo próprio serviço que a CNBB vem prestando. É claro que temos muito a crescer, mas não podemos deixar de agradecer a Deus pelos frutos inúmeros que já temos na história da Conferência dos Bispos”, expressa dom Sergio da Rocha, em mensagem por ocasião do aniversário da entidade.
Dom Sergio agradece, também, os serviços prestados pelos colaboradores. “Nós olhamos com esperança para o futuro da Igreja no Brasil, pois sabemos que nossa caminhada está nas mãos de Deus. A CNBB conta com o empenho de muitas pessoas que têm contribuído com a história da entidade nos regionais, dioceses e centenas de comunidades".
Celebração
Hoje, 14, pela manhã, uma missa, presidida por dom Leonardo Steiner, foi celebrada na sede da Conferência. Participaram assessores, colaboradores e jovens assistidos pelo projeto "Correndo Atrás de um Sonho", apoiado pela CNBB e que promove o atletismo em comunidades carentes.
Na homilia, dom Leonardo recordou o protagonismo de dom Hélder Câmara, idealizador da Conferência brasileira. “Ele preocupado com as distâncias e diferenças, procurou criar uma Conferência Episcopal para gerar a unidade, sem desigualdades. E, ao longo desses anos, a CNBB não se preocupou consigo mesma, mas sempre em defesa dos povos mais sofridos. Os bispos sempre se preocuparam com as grandes questões, não com as pequenas”, disse dom Leonardo.
O bispo recordou, ainda, que no período da ditadura militar a Igreja esteve presente por meio da atuação dos bispos, padres e religiosos, que deram a própria vida em defesa das pessoas perseguidas pelo regime. “No tempo mais difícil da história do Brasil, foram tantos leigos com a CNBB que lutaram em favor da dignidade da população e da democracia. A Conferência sempre procurou posicionar-se pelo anúncio do Evangelho, pois a causa maior é a defesa da dignidade de cada homem e mulher, todos filhos e filhas de Deus”, pontou dom Leonardo.
Ao final, o secretário geral agradeceu a atuação dos colaboradores que desempenham atividades na sede e nos 18 regionais e organismos. “Vocês são mais que funcionários, são servidores da Igreja no mundo. Esta casa não tem razão maior de existir se não for para ajudar aos outros”, disse.
Protagonismo de dom Hélder
A assembleia de fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ocorreu em 14 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro. Nesse período, a Igreja no Brasil tinha 20 províncias eclesiásticas, com seus respectivos arcebispos e 115 dioceses e prelazias.
“Em um país de dimensões continentais, impunha-se uma organização que ajudasse os bispos a equacionar, com segurança, os problemas locais, regionais e nacionais, em face dos quais a Igreja não poderia ficar indiferente”, dizia dom Hélder Câmara, primeiro secretário geral da CNBB, hoje, em processo de beatificação.
Até 1962, a CNBB, sediada no Rio de Janeiro, era constituída por um só bloco, coordenada pelo presidente e um secretário-geral. Em Assembleia Geral, realizada no mesmo ano, em busca de maior colegialidade entre os bispos e visando efetivar um planejamento de pastoral de conjunto, a CNBB decidiu criar os secretariados que, inicialmente eram sete regionais.
A inauguração da sede oficial, na capital do país, ocorreu no dia 15 de novembro de 1977 e teve a presença de 75 bispos, sacerdotes, religiosas e leigos. A data coincidiu com o Jubileu de Prata da CNBB. Anos depois, a Conferência recebeu a visita do papa João Paulo II, hoje, santo.
A sede da CNBB é o lugar central do serviço episcopal e a referência nacional da Conferência dos Bispos do Brasil. Recebe diversas reuniões dos organismos, pastorais, movimentos e comissões, sede dos escritórios do secretariado geral, dos arquivos que guardam a memória e a documentação da entidade. É também espaço de acolhida das visitas, de trabalho dos colaboradores e de residência para bispos, padres e religiosas e religiosos.
CNBB com imagens do CDI
Com o tema o “Mistério de Cristo no tempo e na história”, foi realizado nos dias 2 a 4, na Casa de Retiros Jesus Crucificado, em Goiânia, o 5º Encontro da Pastoral Litúrgica do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) que reuniu 80 pessoas das arquidioceses de Brasília e Goiânia e das dioceses de São Luís de Montes Belos, Goiás, Itumbiara, Rubiataba-Mozarlândia, Luziânia, Uruaçu, Anápolis e Jataí.
Durante o evento, o bispo referencial para a liturgia no regional e auxiliar de Brasília, dom Marcony Vinicius, refletiu sobre aspectos referentes à teologia, à espiritualidade e à pastoral litúrgica, tendo como base o documento do Concílio Vaticano II, “Sacrosanctum Concilium”, que neste ano completa 53 anos.
Já o tema “O Mistério de Cristo no tempo e na história”, segundo o coordenador da Comissão de Liturgia do regional, José Reinaldo Martins, se refere ao Tempo Comum, principal objeto de estudo do encontro e que encerrou o ciclo de formações sobre o Ano Litúrgico que teve início há três anos. “O Mistério de Cristo é o que celebramos em toda missa, é o mistério da salvação, vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Por meio do Ano Litúrgico nós fazemos memória desse mistério e o celebramos a cada dia, no horizonte do tempo e da história. É sempre uma celebração da nossa vida na Vida de Cristo e, por isso, o horizonte histórico, que aponta para a dimensão temporal: é a celebração do hoje da nossa fé, como antecipação da plenitude do Reino, que se consumará na vida eterna”, explicou.
Foram também abordados os seguintes temas: “A teologia do Tempo Comum”, “O caráter tri-relacional da liturgia”, “O Santoral e o culto dos Santos”, “O canto e a música no Tempo Comum” e “Elementos de pastoral litúrgica”.
Na missa de sábado (3) o arcebispo de Goiânia, dom Washington Cruz, ressaltou na homilia a importância da formação contínua para que as celebrações sejam cada vez mais ricas em elementos litúrgicos.
Um momento de partilha de grupo, por sua vez, proporcionou a troca de experiências das várias dioceses presentes, bem como uma discussão sobre a situação da Pastoral Litúrgica no regional.
Teve início na noite desta sexta-feira (23) e segue até domingo, a Jornada da Comunicação do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal). O evento, que tem como tema “Espiritualidade do Comunicador” e lema “O comunicador e o encontro pessoal com Jesus”, que contemplam o eixo espiritualidade da Pastoral da Comunicação (Pascom) regional, conta com a participação de cerca de 50 comunicadores das dioceses e paróquias do regional.
A jornada foi aberta com uma missa celebrada pelo presidente do regional e bispo de Uruaçu (GO), dom Messias dos Reis Silveira e concelebrada pelos padres Delton Filho (Uruaçu) e Rafael Vieira, assessor nacional para a Comunicação da CNBB. Após a missa, o padre Rafael explicou como funciona a colegialidade do episcopado brasileiro através das 11 comissões pastorais que compõem a conferência, bem como sobre os trabalhos desenvolvidos pela Comissão para a Comunicação.
A partir do tema diálogo e entreajuda, ele destacou que a comunicação da Igreja no Brasil precisa “conversar mais”, para poder evangelizar melhor e se articular com mais eficiência desde as comunidades até as dioceses e regionais. “Somos um corpo que precisa dialogar, conversar mais, para podermos juntos, traçarmos caminhos pastorais para a Igreja no Brasil”. Ressaltou que, “sem as bases, de nada serve o trabalho desenvolvido na comissão para a Comunicação em Brasília”.
O assessor também enfatizou que a comunicação cristã é diferenciada, já que os agentes precisam “testemunhar a fé que professam”. Ele também aconselhou as paróquias e dioceses desenvolvem uma comunicação simples, transversal, que atinge todas as pastorais. “Não devemos falar apenas sobre comunicação só porque somos da Pastoral da Comunicação, mas sim sobre todos os temas de interesse das comunidades, que contemplam todas as pastorais. Por que não preparar o vídeo sobre a catequese? Lançar concursos de vídeos criativos? Dinamizar a comunicação em nossas comunidades? Essa é a nossa missão”.
Padre Rafael provocou ainda os comunicadores a estarem mais atentos aos documentos e mensagens lançados pela Igreja. “Como Pastoral da Comunicação, precisamos estar atentos aos temas que fazem a diferença na sociedade, como a Carta Encíclica do papa Francisco, Laudato Si. O mundo todo falou sobre esse maravilhoso documento e nós o que fizemos? Quando nos demos conta ninguém mais falava sobre o assunto e acabamos perdendo a oportunidade”.
Por fim, o assessor convocou todos a participarem dos projetos desenvolvidos pela CNBB, como o Prêmio de Comunicação e os cursos de educação à distância. E pediu que a Pascom valorize todos os meios de comunicação, inclusive os considerados ultrapassados. “Ninguém mais faz jornal mural, parece que a comunicação on-line é a única que funciona, mas não é. Precisamos evangelizar os pobres com os meios pobres”.
Com o tema, “Missionários da Misericórdia”, e lema, “Por uma Igreja mais Samaritana”, o Conselho Missionário (Comire) do Regional Centro-Oeste da CNBB, vai realizar assembleia eletiva nos dias 13 a 15 de novembro, na Paróquia Santa Genoveva, em Goiânia.
No evento, que terá assessoria do ex-secretário nacional da Juventude Missionária (JM), padre Marcelo Gualberto, da diocese de Uruaçu, será eleita a nova equipe de coordenação, que é composta por coordenador, vice-coordenador, secretário e tesoureiro. A proposta da assembleia é também promover um momento formativo, de articulação e celebração da vida missionária no regional.
“Queremos fazer uma avaliação do processo missionário vivido nos últimos quatro anos e projetar a animação e articulação missionárias para os próximos anos. Por isso, esperamos uma boa representatividade das dioceses, organismos e pastorais afins”, disse o padre Marcelo Gualberto que faz parte da equipe executiva do Comire. Ainda de acordo com ele, “o Conselho Missionário tem o objetivo de somar com as atividades missionárias já existentes nas dioceses, pastorais e organismos para que a chama missionária esteja presente no regional”.
Para 2016, o Comire pretende programar uma extensa pauta de trabalhos, sob a orientação do bispo de Itumbiara e referencial para a animação missionária no regional, dom Fernando Brochini. “Queremos começar uma nova caminhada, com novos ares e novo ardor missionário contando com as parcerias”, completou Gualberto.
“Comunicar, rezar e viver integram-se formando um todo tanto no estilo e na elaboração da mensagem, quanto na forma de comunicar”. Assim orienta o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil sobre a espiritualidade do comunicador, que foi tema da Jornada da Comunicação 2015, realizada em Goiânia entre os dias 23 e 25 de outubro.
O evento promovido pela Pastoral da Comunicação (Pascom) do Regional Centro-Oeste da CNBB reuniu 55 agentes de 7 dioceses. A maior parte da programação foi marcada pelo retiro, orientado pelo bispo referencial e presidente do Regional, dom Messias dos Reis Silveira. “Fugir de vez em quando deste mundo louco é questão de vida, de sobrevivência física e, muito mais ainda, de sobrevivência espiritual. Só no silêncio podemos entrar na intimidade com Deus”, exortou o bispo.
O padre Delton Filho, vice-coordenador da Pascom Regional, também assessorou o retiro, com uma reflexão sobre a base da mensagem que o cristão deve comunicar: o encontro pessoal com Jesus. “Somos placas ou somos guias? Somos peixeiros ou pescadores? A mensagem que anunciamos deve brotar da nossa experiência de vida”, disse o padre. Inspirado em diversas passagens bíblicas, convidou a cada um a recordar a sua experiência pessoal com o Cristo.
A Jornada da Comunicação 2015 também contou com momentos formativos: na abertura, com a presença do assessor nacional da Comissão de Comunicação da CNBB, Pe. Rafael Vieira, que apresentou as iniciativas da Pascom Brasil. Os participantes também puderam realizar uma breve análise de um filme, e ainda participaram de uma oficina de texto, com o jornalista, ator e professor João Pedro Roriz.
Do alto dos seus 89 anos de vida, o arcebispo emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, presidiu a missa em ação de graças pelos 54 anos de sua vida episcopal. A celebração aconteceu na Catedral Metropolitana Nossa Auxiliadora, foi concelebrada por diversos sacerdotes e contou com a participação de religiosos, leigos e autoridades públicas.
Em sua homilia, Dom Antonio se emocionou ao relembrar os dias que antecederam a sua ordenação presbiteral. E contou a todos o sentido de sua doação ao sacerdócio. “No retiro de três dias antes da minha ordenação presbiteral, eu levei um caderno para escrever, mas acabei não escrevendo nada, de tão emocionado que eu estava. Mas na última noite, sozinho no quarto, rezando, eu pensei ‘amanhã eu serei padre’ e escrevi: Jesus, fazei com que aquele que me encontrar, encontre a vós. Não sou padre para mim, não sou padre para qualquer homenagem de grandeza a alguém”.
Dom Antonio também lembrou que foi bispo auxiliar de Goiânia por 14 anos, bispo diocesano de Ipameri (GO) por 10 anos e Arcebispo de Goiânia por 16 anos e que deixou a gestão episcopal há 13. E declarou que continua com o mesmo pensamento de quando se preparava para ser padre. “Continuo padre com o mesmo pedido a Jesus: quem me encontrar, não fique em mim, mas encontre Jesus”. Ao final de sua fala, ele agradeceu a presença e o carinho de todos.
Homenagem
Por ocasião da data, o pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, no Setor Negrão de Lima, na capital, padre Alaor Rodrigues de Aguiar, publicou o livro “Memórias históricas de Dom Antonio Ribeiro de Oliveira – Homem de oração e comunhão, de fé e de atitudes”. A obra foi distribuída após a missa. O sacerdote ainda aproveitou a ocasião para tecer algumas palavras ao arcebispo. “O emérito da Igreja particular de Goiânia conhecia cada uma das comunidades da Arquidiocese, sabia o nome de quase todas as pessoas que estavam à frente das pequenas comunidades nas periferias geográficas e humanas. Sua palavra era indutiva. Ele ficava alegre e sofria com pessoas de carne e ossos. Via e sentia de perto as alegrias, as esperanças, as tristezas e angústias das pessoas, das comunidades e de cada grupo aos quais ele mantinha atentos os ouvidos e o coração”.
Vários amigos do Dom Antonio participaram da celebração. Getúlio Vitorino, 65 anos, destacou o trabalho social desenvolvido pelo arcebispo. “Convivi com ele nas Pastorais Sociais e eu lembro com muita alegria o seu empenho em ajudar os mais necessitados, procurando sempre trazer as pessoas para participarem normalmente da sociedade”. Genoveva de Freitas, 65 anos, também trabalhou com o arcebispo na articulação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). “Aprendi com ele a incentivar e valorizar os leigos, priorizar a vivência comunitária para que a experiência de solidariedade e de partilha acontecesse no dia a dia”. Já Augusta Santos Antunes de Oliveira, 69 anos, destacou dois compromissos do Dom Antonio na Arquidiocese. “Um foi com os pobres e a transformação social e o outro o apoio aos leigos e às mulheres na Igreja de Goiânia”.
Atividades como bispo
Como bispo, foi auxiliar de Goiânia de 1961 a 1976; administrador apostólico de Goiás, de 1966 a 1967; administrador apostólico de Itumbiara de 1972 a 1973; membro da Comissão representativa da CNBB; membro Comissão Episcopal para Traduções de Textos Litúrgicos; membro do Conselho Estadual de Educação de Goiás; Padre Conciliar de 1962 a 1965; bispo de Ipameri de 1976 a 1986; membro do Conselho Fiscal da CNBB por dois mandatos; presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, de 1987 a 1991, na época composta pelos Estados de Goiás e Tocantins e pelo Distrito Federal e por fim, arcebispo de Goiânia de 1986 a 2002. É autor do livro Semana Santa sem Padre, que escreveu na diocese de Ipameri e Carta Pastoral sobre Eleições, além de pronunciamentos e cartas circulares diversas. Seu lema episcopal é “Para que todos sejam um”.
Cerca de 400 pessoas participaram no último sábado, 31 de outubro, da missa em Ação de Graças pelo aniversário do arcebispo emérito de Brasília, dom José Freire Falcão, que completou 90 anos de vida em 23 de outubro.
A missa foi celebrada na Catedral de Brasília e presidia pelo próprio aniversariante. Estiveram presentes diversos bispos amigos vindos de muitas partes do Brasil para concelebrar com dom Falcão.
Dom Sergio falou da importância da vida e presença de dom Falcão na Igreja, em especial na Arquidiocese de Brasília. “O belo lema episcopal de dom Falcão expressa bem a sua vida: Servir na humildade, atitude sempre mais necessária em nossos dias, na Igreja e na sociedade, conforme tem ressaltado tão bem o nosso papa Francisco. Dom Falcão tem sido cardeal sem deixar de ser o servidor humilde e fiel do Senhor e da Igreja”, disse dom Sergio.
Na homilia, dom falcão foi breve e profundo. A começar por lembrar-se do despertar de sua vocação sacerdotal aos 8 anos de idade, fruto das orações de sua mãe, que rezava todos os dias para Santa Terezinha pedindo que seu primeiro filho se tornasse sacerdote.
O cardeal fez questão de falar que apesar de em sua vida ter vivido muitos momentos de alegria, também viveu momentos de dor, como as mortes dos pais, de entes queridos e amigos. Mas ele ressaltou que as contrariedades fazem parte da vida.
“Não há como negar as contrariedades no exercício de meu ministério episcopal. Bispo é irmão e pai. Sofre pelos males físicos e morais de seus sacerdotes, especialmente quando deixam o ministério sacerdotal. Mas, as satisfações e alegrias foram maiores. Não há cruz sem ressurreição.”
Para concluir, dom Falcão ressaltou o olhar misericordioso de Deus para com ele. “Ao descer rapidamente a montanha da vida, amparado pela infinita misericórdia de Deus, não posso deixar de proclamar a grandeza da criatura humana, em qualquer etapa de sua vida: no calor de seio materno; no encanto do sorriso de uma criança; no vigor da juventude; na maturidade da idade adulta; e, especialmente, na fragilidade da doença e da velhice”.
Ao fim da celebração, o Núncio Apostólico, dom Giovanni agradeceu pelo serviço e dedicação de dom Falcão pela Igreja. Transmitiu lembranças do papa Francisco e rogou a Deus pela saúde de dom Falcão, para que continue a cuidar de todos.
Concelebraram com dom Falcão
Dom Giovanni D’aniello, Núncio Apostólico; cardeal dom Raymundo Damasceno; dom Osvino José, arcebispo emérito Militar; dom Geraldo Majella; dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia; dom Fernando Guimarães, arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil; dom Diógenes Silva, bispo emérito de Franca; dom Miguel Fenelon, arcebispo emérito de Teresinha; dom Carmelo Scampa, bispo de São Luís de Montes Belos; dom Alfredo Schaffler, bispo da Paraíba; dom José Messias, bispo de Uruaçu; dom Levi Bonatto, bispo auxiliar de Goiânia; dom Waldemar Passini, bispo coadjutor de Luziânia; dom José Ronaldo, bispo de Formosa; dom Augusto Alves da Rocha, bispo emérito de Floriano.
Também concelebraram os bispos auxiliares de Brasília, dom Valdir Mamede, dom Marcony Ferreira, dom José Aparecido e dom Leonardo juntamente com o arcebispo, dom Sergio da Rocha. Padres, diáconos e seminaristas da Arquidiocese também estiveram presentes.
Quem é o cardeal
José Freire Falcão nasceu em 23 de outubro de 1925, em Ererê, cidade interiorana do Ceará. Desde pequeno manifestou o desejo de ser padre, obtendo o apoio e o incentivo da família. Mas foi aos 14 anos que ele entrou para o seminário da Prainha, em Fortaleza.
Recebeu a ordenação presbiteral em 1949. Em 1967 foi feito bispo, acolhendo o lema In humilitate servire - Servir na Humildade. Após a sagração, tornou-se pastor na diocese de Limoeiro do Norte, no Ceará, onde já havia exercido o sacerdócio por 20 anos.
Em 1971 tornou-se arcebispo de Teresina (PI), onde permaneceu até 1984, quando foi transferido para a capital federal.
Assumiu a Arquidiocese de Brasília em 5 de maio de 1984, dando continuidade ao trabalho pastoral de dom José Newton Baptista de Almeida, o primeiro arcebispo da capital e o responsável pela implantação da Igreja Católica no Distrito Federal.
Foi criado cardeal no consistório de 28 de junho de 1988, na presença do Papa João Paulo II.
Entre as principais ações como arcebispo em Brasília estão: a ampliação do número de padres e de paróquias; preparação da recepção do papa João Paulo II, que visitou o Brasil em 1991; criação da Casa do Clero; fundação do Centro de Estudos Filosófico Teológicos Redemptoris Mater e incentivo aos movimentos eclesiais.
No campo internacional, frequentou a II Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em 1968, e a III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em 1979. Esteve na VI Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, em 1983. Foi eleito segundo vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano, em 1984.
Participou ainda da VIII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, em 1990, e da IV Conferência Geral do Episcopado Latino-americano de Santo Domingo, em 1992. Foi membro do Conselho de Cardeais para o Estudo dos Problemas Organizativos e Econômicos da Santa Sé, em 1993; participou do funeral de João Paulo II e do Conclave, que elegeu o papa Bento XVI, ambos em 2005.
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Fonte: Arquidiocese de Brasília
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília de 27 a 29 de outubro de 2015, comprometido com a vivência democrática e com os valores humanos, consciente de que é dever da Igreja cooperar com a sociedade para a construção do bem comum, manifesta-se acerca do momento de crise na atual conjuntura social e política brasileira.
A permanência e o agravamento da crise política e econômica, que toma conta do Brasil, parecem indicar a incapacidade das instituições republicanas que não encontram um modo de superar o conflito de interesses que sufoca a vida nacional, e que faz parecer que todas as atividades do país estão paralisadas e sem rumo. A frustração presente e a incerteza no futuro somam-se à desconfiança nas autoridades e à propaganda derrotista, gerando um pessimismo contaminador, porém, equivocado, de que o Brasil está num beco sem saída. Não nos deixaremos tomar pela “sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre” (Papa Francisco – Alegria do Evangelho, 85).
Somos todos convocados a assegurar a governabilidade que implica o funcionamento adequado dos três poderes, distintos, mas harmônicos; recuperar o crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas transformações na saúde e na educação; ampliar a infraestrutura, cuidar das populações mais vulneráveis, que são as primeiras a sofrer com os desmandos e intransigências dos que deveriam dar o exemplo. Cada protagonista terá que ceder em prol da construção do bem comum, sem o que nada se obterá.
É preciso garantir o aprofundamento das conquistas sociais com vistas à construção de uma sociedade justa e igualitária. Cabe à sociedade civil exigir que os governantes do executivo, legislativo e judiciário recusem terminantemente mecanismos políticos que, disfarçados de solução, aprofundam a exclusão social e alimentam a violência, entre os quais o estado penal seletivo, as tentativas de redução da maioridade penal, a flexibilização ou revogação do Estatuto do Desarmamento e a transferência da demarcação de terras indígenas para o Congresso Nacional. No genuíno enfrentamento das atuais dificuldades pelas quais passa o país, não se pode abrir espaço para medidas que, de maneira oportunista, se apresentam como soluções fáceis para questões sabidamente graves e que exigem reflexão e discussão mais profundas com a sociedade. CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL SE/Sul – Q. 801 – Conj. “B” – CEP 70401-900 – Caixa Postal 02067 – CEP 70259-970 – Brasília-DF – Brasil – Fone: (61) 2103-8300/2103-8200 – Fax: (61) 2103-8303 E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. — Site: www.cnbb.org.br A superação da crise passa pela recusa sistemática de toda e qualquer corrupção, pelo incremento do desenvolvimento sustentável e pelo diálogo que resulte num compromisso comum entre os responsáveis pela administração dos poderes do Estado e a sociedade. O Congresso Nacional e os partidos políticos têm o dever ético e moral de favorecer a busca de caminhos que recoloquem o país na normalidade. É inadmissível alimentar a crise econômica com uma crise política irresponsável e inconsequente.
Recorde-se que “uma sociedade política dura no tempo quando, como uma vocação, se esforça por satisfazer as carências comuns, estimulando o crescimento de todos os seus membros, especialmente aqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade ou risco. A atividade legislativa baseia-se sempre no cuidado das pessoas” (Papa Francisco ao Congresso dos EUA). Nesse sentido, com o espírito profético inspirado na observância do Evangelho, a CNBB reitera que o povo brasileiro, os trabalhadores e, principalmente, os mais pobres não podem ser prejudicados em nome de um crescimento desigual que reserva benefícios a poucos e estende a muitos o desemprego, o empobrecimento e a exclusão.
A construção de pontes que favoreçam o diálogo entre todos os segmentos que legitimamente representam a sociedade é condição fundamental para a superação dos discursos de ódio, vingança, punição e rotulação seletivas que geram um clima de permanente animosidade e conflito entre cidadãos e grupos sociais. Esse clima belicoso, às vezes alimentado por parte da imprensa e das redes sociais, poderá contaminar ainda mais os corações e mentes das pessoas, aprofundando abismos e guetos que, historicamente, maculam nossa organização social. Ao aproximar-se o período eleitoral de 2016, é responsabilidade de todos os atores políticos e sociais, comprometidos com a ética, a justiça e a paz, aperfeiçoarem o ambiente democrático para que as eleições não sejam contagiadas pelos discursos segregacionistas que ratificam preconceitos e colocam em xeque a ampliação da cidadania em nosso país.
A corrupção se tornou uma “praga da sociedade” e um “pecado grave que brada aos céus” (Papa Francisco – O rosto da misericórdia, n.19). Acometendo tanto instituições públicas, quanto da iniciativa privada, esse mal demanda uma atitude forte e decidida de combate aos mecanismos que contribuem para sua existência. Nesse sentido, destaca-se a atuação sem precedentes dos órgãos públicos aos quais compete combater a corrupção. A contraposição eficaz à corrupção e à sua impunidade exige, antes de mais nada, que o Estado cumpra com rigor e imparcialidade a sua função de punir igualmente tanto os corruptos como os corruptores, de acordo com os ditames da lei e as exigências de justiça.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL SE/Sul – Q. 801 – Conj. “B” – CEP 70401-900 – Caixa Postal 02067 – CEP 70259-970 – Brasília-DF – Brasil – Fone: (61) 2103-8300/2103-8200 – Fax: (61) 2103-8303 E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. — Site: www.cnbb.org.br Deus nos dê a força e a sabedoria de seu Espírito, a fim de que vivamos nosso ideal de construtores do bem comum, base da nova sociedade que almejamos para nós e para as futuras gerações.
Brasília, 28 de outubro de 2015.
Dom Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília-DF Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília-DF Secretário Geral da CNBB
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