Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
No mês de novembro se reflete muito sobre o encontro com Deus na morte. Muitas pessoas vão aos cemitérios, fazem suas orações pelos falecidos. É uma oportunidade propícia para se pensar na fugacidade da vida neste mundo. Uma vez criado, o ser humano caminha para a eternidade. Ele nasce no caminho da ressurreição.
A vida se desenvolve na dinâmica da acolhida e da despedida. Quando nasce uma criança ela é acolhida por aqueles que a esperam. Ela entra no convívio da família e recebe o amor das pessoas. Essa acolhida vai se estendendo na Igreja através do Batismo, na vizinhança através das relações sociais, na escola, na sociedade em seus mais variados níveis. Enquanto vai se dando essa acolhida também acontecem despedidas. Filhos deixam os pais para estudar, trabalhar, ou viver uma vocação específica no matrimônio, na vida consagrada, ou no sacerdócio. Acolhida e despedida é uma dinâmica constante para quem vive. Quem participa de despedidas, para não sofrer muito, precisa dar liberdade para a pessoa partir e se alegrar com o seu futuro.
A morte é uma despedida. Na morte temos que nos despedir da pessoa que amamos. Temos que deixá-la partir para um encontro definitivo com Deus. É preciso olhar para o futuro e não querer aprisionar a pessoa no passado, ou nas boas experiências que se viveu.
A pessoa humana traz dentro de si a certeza de que um dia a morte chegará para ela. Quem está vivo pode ser surpreendido a qualquer momento pela notícia do falecimento de uma pessoa amada. As notícias modificam os nossos sentimentos, nos deixam alegres, ou tristes. A notícia da morte nos causa um espanto. Em geral, o sofrimento dos enlutados é sempre muito grande e precisa ser administrado.
Quando chega a morte, não se pode negar a dor, pois ela é sinal de vida. Somente os vivos sentem dor. Não se pode negar a morte e a dor do luto. Existem pessoas que no dia da morte de um parente próximo se comportam como se não tivesse acontecido nada. Ficam como se estivessem anestesiadas. É preciso viver a perda. É preciso chorar, ou se emocionar. É preciso viver o momento das lágrimas. Quem não faz isso acaba retardando os sentimentos que vão se manifestar posteriormente como uma dor, mais grave, causada por um ferimento que se infeccionou.
Não dá para passar pelo luto sem sofrer, sem a dor, mas é possível iluminar essa travessia com a fé. É preciso nestas horas procurar avistar longe, olhar para o futuro que Deus reserva aos seus filhos. O futuro de cada um é a eternidade.
Deus como pai, todos os dias, assiste a morte de milhares de seus filhos, mas ele não sofre, pois para Ele a morte não é o fim, mas chamada para a plenitude da vida. A morte é uma oportunidade para renovar nossa fé na vida eterna.
Numa família quando algum membro recebe um prêmio todos se alegram. Na morte somos chamados a acolher o prêmio da vida plena oferecida por Deus, a quem se foi. Olhando nesta dimensão se pode dizer que os enlutados precisam contemplar a alegria da salvação dada aos que partem rumo ao encontro com Cristo na eternidade.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo da Diocese de Uruaçu – GO
Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
Aconteceu entre os dias 16 a 20 de outubro, em Curitiba (PR), a reunião nacional da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada (CMOVC), sob a presidência de Dom Jayme Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da comissão, e também com a preciosa presença dos demais bispos que a compõem: Dom Juarez Souza da Silva, Dom José Roberto Palau e Dom João Francisco Salm. O encontro foi assessorado por Dom Joel Portela, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, que apresentou o tema: “O Documento de Aparecida na perspectiva vocacional”, que muito favoreceu para a reflexão vocacional diante dos desafios atuais.
Os organismos e pastorais que compõem esta comissão são: Pastoral Vocacional, Comissão Nacional dos Diáconos Permanentes, Comissão Nacional dos Presbíteros, OSIB – Organização dos Seminários e Institutos do Brasil, Comissão Nacional dos Institutos Seculares, Organização dos Bispos eméritos e também com o trabalho conjunto da Conferencia dos Religiosos do Brasil (CRB), e o Instituto de Pastoral Vocacional – IPV. Também nesta reunião do CMOVC é uma oportunidade para os vários organismos que a compõem avaliarem sua caminhada neste ano e planejar o próximo, com suas atividades, temas e sugestões.
Um dos temas de maior destaque dentro das reuniões dos organismos, além da organização interna de cada um, foi o “III Ano Vocacional do Brasil”, que acontecerá em 2019, e o “IV Congresso Vocacional do Brasil”, que também será durante o Ano Vocacional, nos dias 5 a 8 de setembro de 2019, em Aparecida (SP). Este será um grande momento para a Igreja do Brasil, e não somente para a Pastoral Vocacional, mas para todos os organismos da Comissão, e também para todas as pastorais, movimentos e regionais do Brasil.
Que Deus continue abençoando este trabalho e concedendo-lhe frutos abundantes.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Centro Vocacional Diocesano João Paulo II, Uruaçu - GO
No dia 19 de setembro passado, o papa Francisco, por iniciativa própria (motu próprio), publicou a breve Carta Apostólica intitulada "Summa familiae cura", com a qual institui o Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família. Com isso, substitui o Pontifício Instituto João Paulo II para os Estudos sobre o Matrimônio e a Família. Na nomenclatura, a diferença é pouca: muda "estudos" por "ciências". Na prática, isto significa uma continuação, mas ao mesmo tempo ampliação do leque de interesse em torno da realidade do matrimônio e da família no mundo e na cultura atual. Propõe um diálogo entre o Evangelho da Família com a cultura atual e o estado da consciência sobre a família.
O Instituto para os Estudos foi inspirado pelo papa São João Paulo II, o papa da família, após a Exortação pós-sinodal "Familiaris Consortio", que é um verdadeiro tratado teológico sobre o matrimônio e a família. O novo Instituto inspira-se na Exortação Apostólica "Amoris Laetitia", fruto do Sínodo dos Bispos celebrado entre 2014 e 2015. Conserva a base teológica codificada pela Familiaris Consortio, dando-lhe a continuidade e propõe-se abrir mais o horizonte pastoral e o estudo interdisciplinar do assunto que continua sendo objeto de especial preocupação para a Igreja.
No documento, o papa Francisco diz: “No límpido propósito de permanecer fiéis ao ensinamento de Cristo, devemos portanto olhar, com intelecto de amor e com sábio realismo, para a realidade da família, hoje, em toda a sua complexidade, nas luzes e sombras. (...) Julguei oportuno dar um novo ordenamento jurídico ao Instituto João Paulo II, para que a intuição clarividente de São João Paulo II, que quis intensamente esta instituição acadêmica, possa hoje ser ainda melhor reconhecida e apreciada na sua fecundidade e atualidade”.
Continua o papa: “O bem da família é decisivo para ao futuro do mundo e da Igreja e que é saudável prestar atenção à realidade concreta da família, dada a mudança antropológico-cultural que influencia todos os aspectos da vida e requer uma abordagem analítica diversificada e não nos permite limitar-nos a práticas pastorais e missionárias que refletem formas e modelos do passado”.
O Instituto funcionará dentro da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, sendo relacionado com a Congregação para a Educação Católica, Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e com a Pontifícia Academia para a Vida.
Conferirá os títulos de doutorado, licenciatura (mestrado) e diploma em Ciências sobre o Matrimônio e a Família.
Dom João Wilk
Bispo de Anápolis, vice-presidente do Regional e referencial para a Pastoral Familiar
Neste mês de outubro, a Igreja coloca-se em Campanha Missionária, com o objetivo de motivar a reflexão sobre o compromisso evangelizador de todo cristão, focando principalmente nos caminhos para despertar novas vocações e na motivação para uma constante ação missionária.
“A Alegria do Evangelho para uma Igreja em saída” é o tema dessa campanha, neste ano, cujo lema chama atenção para a importância de nos mantermos em comunhão no anúncio da Boa Notícia: “Juntos na missão permanente”. Mais do que nunca, somos chamados a sair de nossas casas e guetos para anunciar essa alegria do Evangelho a todos.
Nossa alegria centra-se na certeza da presença de Jesus ressuscitado entre nós, proclamando a sua vitória sobre o mal e a morte, a redenção dos nossos pecados e nossa condição de filhos amados de Deus.
“Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância” (Jo 10,10)
Toda ação evangelizadora da Igreja tem como finalidade possibilitar o encontro do ser humano com o Ressuscitado, verdadeira fonte de alegria e caminho para o Reino de Deus. E a experiência desse encontro transformador é que motiva cada discípulo missionário ‒ seja ele padre, religioso ou religiosa, leigo ou leiga de vida consagrada, ou os que professam sua fé pelo exemplo de ser cristão vivendo as diferentes vocações que constroem o mundo ‒ a comunicar essa alegria do Evangelho a todos os povos.
No entanto, antes de anunciarmos essa alegria verdadeira, que faz nosso coração “arder” quando Ele os fala pelo caminho (Lc 24,32), é preciso que alimentemos nossa fé em comunidade, na unidade e no exercício permanente da fraternidade. Somente assim, nossa alegria torna-se força missionária eficaz, que nos move ao encontro dos irmãos.
O tema da Campanha Missionária deste ano nos convida a intensificar iniciativas de animação e cooperação missionária em todo o mundo. Precisamos rezar pelas missões e pelo despertar de novas vocações missionárias, diante da enorme messe do Senhor. Também somos convidados a realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, como um dos gestos concretos de adesão à campanha. Busquemos o exemplo dos primeiros cristãos, que repartiam o pão e personificavam a Misericórdia de Deus uns para os outros. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).
Rezemos a Oração do Mês Missionário
Deus de misericórdia, que enviaste o Teu Filho Jesus Cristo
e nos sustentas com a força do Espírito Santo,
ensina-nos a caminhar juntos
e, a exemplo de Maria, nossa Mãe Aparecida,
na celebração dos 300 anos do encontro da imagem,
sejamos, em toda a parte,
testemunhas proféticas da alegria do Evangelho
para uma Igreja em saída.
Amém!
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
No próximo domingo (22) a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões. No Brasil, as Pontifícias Obras Missionárias (POM), responsável por animar a dimensão missionária, escolheu para a Campanha Missionária, o seguinte tema “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, e o lema, “Juntos na missão permanente”. O papa Francisco, por sua vez, reflete sobre a missão no coração da fé cristã, em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano. “a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria”, destaca o pontífice.
Leia a mensagem na íntegra, abaixo.
Queridos irmãos e irmãs!
O Dia Mundial das Missões concentra-nos, também este ano, na pessoa de Jesus, “o primeiro e maior evangelizador” (Paulo VI, Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, no n° 7), que incessantemente nos envia a anunciar o Evangelho do amor de Deus Pai, com a força do Espírito Santo. Este Dia convida-nos a refletir novamente sobre a missão no coração da fé cristã. De fato, a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria. Por isso, somos convidados a interrogar-nos sobre algumas questões que tocam a própria identidade cristã e as nossas responsabilidades de crentes, num mundo baralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustrações e dilacerado por numerosas guerras fratricidas, que injustamente atingem sobretudo os inocentes. Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão?
A missão e o poder transformador do Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida
1. A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-Se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da sua Verdade e recebemos a sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor.
2. Deus Pai quer esta transformação existencial dos seus filhos e filhas; uma transformação que se expressa como culto em espírito e verdade (cf. Jo 4,23-24), ou seja, numa vida animada pelo Espírito Santo à imitação do Filho Jesus para glória de Deus Pai. “A glória de Deus é o homem vivo” (Ireneu, Adversus haereses IV, 20,7). Assim, o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama (cf. Is 55,10-11), isto é, Jesus Cristo, que incessantemente Se faz carne em cada situação humana (cf. Jo 1,14).
A missão e o kairós de Cristo
3. Por conseguinte, a missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, aquela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-Se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que O acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra. «A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 276).
4. Lembremo-nos sempre de que, “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Bento XVI, Carta. enc. Deus caritas est, 1). O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente Se oferece e, a quem A acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo; através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, “remédio de imortalidade” (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).
5. O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante “dinka” que, à custa da própria vida, protege um estudante da tribo “nuer” que ia ser assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, no norte do Uganda – então ensanguentado pelas atrocidades dum grupo de rebeldes –, quando um missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?” (Mc 15,34), expressando o grito desesperado dos irmãos e irmãs do Senhor crucificado. Aquela Celebração foi fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.
A missão inspira uma espiritualidade de êxodo, peregrinação e exílio contínuos
6. A missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo. Trata-se de “sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (Francisco, Exort. Ap. Evangelii gaudium, 20). A missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, através das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça. A missão da Igreja inspira uma experiência de exílio contínuo, para fazer sentir ao homem sedento de infinito a sua condição de exilado a caminho da pátria definitiva, pendente entre o “já” e o “ainda não” do Reino dos Céus.
7. A missão adverte a Igreja de que não é fim em si mesma, mas instrumento e mediação do Reino. Uma Igreja autorreferencial, que se compraza dos sucessos terrenos, não é a Igreja de Cristo, seu corpo crucificado e glorioso. Por isso mesmo, é preferível “uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (Ibid., 49).
Os jovens, esperança da missão
8. Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa-Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade. “São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. [...] Como é bom que os jovens sejam ‘caminheiros da fé’, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!” (Ibid., 106). A próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018 sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, revela-se uma ocasião providencial para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da sua rica imaginação e criatividade.
O serviço das Obras Missionárias Pontifícias
9. As Obras Missionárias Pontifícias são um instrumento precioso para suscitar em cada comunidade cristã o desejo de sair das próprias fronteiras e das próprias seguranças, fazendo-se ao largo a fim de anunciar o Evangelho a todos. Através duma espiritualidade missionária profunda vivida dia a dia e dum esforço constante de formação e animação missionária, envolvem-se adolescentes, jovens, adultos, famílias, sacerdotes, religiosos e religiosas, bispos para que, em cada um, cresça um coração missionário. Promovido pela Obra da Propagação da Fé, o Dia Mundial das Missões é a ocasião propícia para o coração missionário das comunidades cristãs participar, com a oração, com o testemunho da vida e com a comunhão dos bens, na resposta às graves e vastas necessidades da evangelização.
Fazer missão com Maria, Mãe da evangelização
10. Queridos irmãos e irmãs, façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização. Movida pelo Espírito, Ela acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde. Que a Virgem nos ajude a dizer o nosso “sim” à urgência de fazer ressoar a Boa-Nova de Jesus no nosso tempo; nos obtenha um novo ardor de ressuscitados para levar, a todos, o Evangelho da vida que vence a morte; interceda por nós, a fim de podermos ter uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da salvação.
Vaticano, 4 de junho – Solenidade de Pentecostes – de 2017.
Agentes e coordenadores da Pastoral Carcerária (PCr) das cidades de Goiânia, Brasília, Goianésia e Trindade, que integram o Regional Centro-Oeste da CNBB, participaram no dia 8, de uma Romaria a Aparecida (SP), que lembrou os 25 anos do massacre do Carandiru.
Uma missa foi celebrada pelo arcebispo de Diamantina (MG), Dom Darci Nicioli, e concelebrada com diversos outros bispos e padres, entre eles o padre Valdir Silveira, coordenador nacional da PCr.
“Esse sistema prisional desumano precisa ser reformulado. O vosso trabalho é árduo, mas vocês dão esperança àqueles que não tem liberdade”, disse o arcebispo aos agentes.
Dom Darci afirmou que o papel da pastoral é fundamental na construção de uma Igreja que não seja “passiva, inerte e omissa. Deus abomina a passividade”.
Ele ressaltou também a importância que a pastoral tem dado às mulheres encarceradas, muitas vezes com suas crianças. Concluiu parabenizando o trabalho dos agentes.
“Vocês são obra da salvação, anjos que entram nas prisões porque acreditam na recuperação do ser humano”.
Encontro
Após a celebração, os agentes se reuniram em um auditório da basílica para debater temas relacionados às pautas da pastoral. O padre escocês Brian Gowans, presidente do ICCPPC, organização internacional das pastorais Carcerárias, que estava em encontro no Brasil, fez uma saudação aos agentes: “É uma honra estar aqui. Sempre ouvimos falar de Aparecida, mas a gente só sonhava de estar aqui. 11 milhões de pessoas estão presas no mundo todo. A prisão virou a regra em vez do último recurso”, disse apontando para a camiseta que vestia da Pastoral Carcerária: “Por isso que nas minhas costas está escrito ‘por um mundo sem cárceres’”, concluiu.
Em seguida, padre Valdir fez um breve panorama da missão da pastoral e de seus agentes. “A PCr faz história hoje. Estamos aqui para pedir força, fé e coragem. Se mata nos presídios, se mata nas ruas. Queremos libertar todo o povo oprimido. As favelas e periferias são as mães do cárcere, e o padrasto é o judiciário, que oficializa, maltrata e mata. Sejamos a voz que não se cala, em defesa de quem sofre no cárcere”.
A coordenadora nacional para a questão da mulher presa, irmã Petra, e Vera Dalzotto, coordenadora estadual no Rio Grande do Sul, fizeram uma apresentação sobre a situação da mulher presa. “Nesse momento em que estamos aqui, tem mulheres sendo torturadas na prisão, com crianças junto”, disse Petra. Agentes dos estados de Goiás, Rio Grande do Sul, Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba e o Distrito Federal, apresentaram dados da situação da mulher encarcerada.
Por fim, Marcelo Naves, assessor da pastoral, fez uma fala sobre a importância da Agenda Nacional Pelo Desencarceramento. “Quem está preso hoje tem uma característica muito específica, definida pela cor da pele e pela estrutura social. Não defendemos a construção de mais cadeias, pois quanto mais presídios são construídos, mais gente é presa. As propostas da Agenda são, para nós, uma solução para essa situação crítica do sistema prisional no Brasil”.
“A Espiritualidade do educador e o que é Pastoral da Educação”. Estes foram os temas que nortearam o Reavivamento para professores, realizado pela Pastoral da Educação Regional, nos dias 7 a 9, no Mosteiro da Anunciação do Senhor, na cidade de Goiás. O encontro reuniu 32 professores de Aparecida de Goiânia, Goiânia, Pirenópolis, Rialma, Ceres, São Patrício, Uruana e Goiás.
Nos próximos dias 20 a 22 de outubro, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Centro-Oeste da CNBB realizam Mini-intereclesial, na Paróquia Nossa Senhora da Terra, no Jardim Curitiba 3. O evento acontece preparação ao 14º Intereclesial Nacional, que será realizado em Londrina (PR), em janeiro do próximo ano, com o tema, “CEBs e os desafios no mundo urbano”.
A programação começa no dia 20, à noite, com a chegada dos delegados, que são acolhidos pela comunidade local. No dia seguinte, logo cedo, há o café da manhã e a celebração de abertura. O dia terá assessoria de Alexandre Rangel. Um dos destaques do domingo (22), são as orientações para o Intereclesial Nacional. “Evangelizar o mundo urbano, que está globalizado é um desafio, porque sua alma é o mercado que leva à ‘globalização da indiferença’. Nossa missão consiste em globalizar a ‘civilização do amor’ através das obras de misericórdia e da revolução da ternura, à luz da Doutrina Social da Igreja”, destaca um trecho da carta convite.
Mais informações sobre o evento: (62) 99264-6409 ou (64) 99618-6082. Ou pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
“A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, este é o tema escolhido pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) para a Campanha Missionária de 2017 que está sendo trabalhada durante todo o mês de outubro. A inspiração vem do convite do papa Francisco na Evangelii Gaudium para uma “nova etapa evangelizadora marcada pela alegria” (EG,1).
O Mês das Missões é um período de intensificação das iniciativas de animação e cooperação missionária em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias. A coleta no Dia Mundial das Missões – instituído pelo papa Pio XI em 1926, que ocorre sempre penúltimo final de semana de outubro, este ano será nos dias 21 e 22. Todos os recursos arrecadados são utilizados para a animação e cooperação missionária em todo o mundo, pois e uma coleta universal.
Tudo está em sintonia como os ensinamentos do papa Francisco quando afirma: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontraram com Jesus” (EG 1). Essa alegria precisa ser anunciada pela Igreja que caminha unida, em todos os tempos e lugares, e em perspectiva ad gentes. Por isso, o lema: “Juntos na missão permanente”.
Para o bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Esmeraldo Barreto de Farias, a campanha não deve ser restrita aos conselhos missionários paroquiais ou diocesanos.
Para facilitar o acesso ao conteúdo de divulgação que está disponível no site das POM, foi lançado também no final do 4º Congresso Missionário Nacional, que aconteceu de 7 a 10 de setembro, em Recife (PE), o aplicativo para celular, o ‘Zappar’, explica o diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício da Silva Jardim.
A Campanha Missionária, na qual colaboram a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina) é organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) que preparou um amplo material de divulgação e estudos. Entre eles, subsídios, DVD´s e orações. Todos os itens da Campanha foram enviados às Arqui/dioceses e prelazias do Brasil para serem distribuídos entre as paróquias e comunidades. Clique aqui e baixe todo o material da campanha.
88 comunicadores, de dez dioceses do Regional Centro-Oeste da CNBB, participaram no fim de semana, dias 6 a 8 de outubro, da Jornada da Comunicação 2017, cujo tema de reflexão foi, “Testemunho digital: um chamado para todos”, em sintonia com o Ano Vocacional Mariano, compromisso proposto pelo regional neste ano.
A principal palestra foi conferida pelo doutor em Ciências da Comunicação, prof. Moisés Sbardelotto, que disse ser importante aproveitar em nossos dias, “as estradas digitais”, para promover uma comunicação cristã, que gera vida. “As redes sociais digitais, como ambientes de construção da vida social, podem ser também ambientes de testemunho cristão a partir da nossa presença, que deve expressar o que somos e aquilo em que acreditamos”, disse. Sbardelotto também orientou os caminhos desse testemunho: “positivo, cheio de amor, alegre e surpreendente”, pontuou.
O assessor também falou sobre o tema “responsabilidade dos cristãos nas redes sociais”. De acordo com o professor, é fundamental que os cristãos comunicadores saibam como usar as redes sociais, de modo que sigam os passos de Jesus. Ele apontou ainda erros graves que precisamos sempre buscar fugir ou corrigir. “Dentre os maiores pecados da mídia estão a desinformação, a difamação e a calúnia. Esses dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Desinformar é dizer a metade do conteúdo, aquilo que é mais conveniente para mim, e não dizer a outra parte”, disse Sbardelotto, citando palavras do papa Francisco.
Durante o encontro, o presidente do Regional Centro-Oeste, Dom Messias dos Reis Silveira, presidiu duas missas, nas quais ele pediu que os comunicadores se coloquem a serviço do Reino de Deus e convertam os seus corações. “Quem escuta a Palavra de Deus não a rejeita e a coloca em prática”, declarou. Ele também rezou missa em honra a Nossa Senhora do Rosário, cuja festa foi celebra no dia 7. ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo’. “Assim foi a saudação do anjo à Maria. Nesta manhã, o Senhor também nos visita e nos pede que nos alegremos, pois ele está conosco. Essa é a comunicação que todo comunicador precisa levar às pessoas”, motivou.
A vocação do comunicador
Dando continuidade ao tema vocacional proposto na jornada, Dom Messias e o padre Delton Filho, da Diocese de Uruaçu, desenvolveram reflexão sobre a vocação do comunicador, que primeiro deve ser de escuta: “ouvir o que Deus nos fala” e segundo, observar o próximo: “atitudes, gestos, expressões faciais e o olhar das pessoas”. “Essa é a vocação do comunicador”, explicou o bispo. Ao afirmar que todos os fiéis batizados são chamados a ser comunicadores, ele fez os seguintes questionamentos: “precisamos sempre nos perguntar: ‘o que eu quero ser como comunicador? Onde Deus me quer? Como Deus me quer?’”. Padre Delton deu continuidade ao tema destacando a graça do encontro. “Toda vocação é fruto de um encontro. Nós precisamos encontrar o código de comunicar de Cristo, para evangelizar melhor”, afirmou.
A Jornada da Comunicação contou também com a apresentação do Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), que será sediado em 2019, em Goiânia. O evento foi apresentado pela coordenadora do Vicariato para a Comunicação (Vicom), da Arquidiocese de Goiânia, Eliane Borges. Em sua fala, ela comentou a participação da Arquidiocese na última edição, realizada em agosto passado, em Joinville (SC). “Recebemos a tarefa de sediar esse grande evento nacional de comunicação e foi uma honra”, disse Eliane. A assessora de comunicação da Arquidiocese, Talita Salgado, logo após, contou como está sendo feita a articulação do Vicom com a Pastoral da Comunicação nas paróquias.
No domingo (8), encerramento da jornada, os participantes rezaram o terço com meditação de temas relacionados à vocação. O momento foi conduzido pelos seminaristas Glauber Roberto, da Diocese de Ipameri, e por Neilton Mendes, da Diocese de São Luís de Montes Belos. A missa de encerramento foi presidida pelo bispo diocesano de Anápolis, Dom João Wilk. Ele focou a reflexão no tema da liturgia do 27º Domingo do Tempo Comum, perguntando aos presentes se, como frutos da vinha do Senhor, estavam sendo frutos bons ou frutos selvagens. Ele terminou a sua homilia lembrando que “Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida”.
O coordenador regional da Pascom, irmão Diego Joaquim, concluiu o encontro com um momento de avaliação, pedindo para que fossem destacados os pontos positivos e negativos e também para que os presentes dessem sugestões para a próxima Jornada, que acontecerá ano que vem em Rubiataba (GO), Diocese de Rubiataba-Mozarlândia, de 19 a 21 de outubro. Por fim, ao meio dia, um delicioso almoço foi servido.
Fotos: Rudger Remígio/Arquidiocese de Goiânia/Informações: Marcos Paulo Mota
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