Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Nesta sexta-feira (8), às 18h30, Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, é celebrada no Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Salete, em Caldas Novas, na Diocese de Ipameri, a dedicação do templo, presidida pelo bispo diocesano, Dom Guilherme Werlang, grande incentivador desta obra de evangelização no Centro-Oeste.
O santuário existe em Caldas Novas há 14 anos, mas somente em 7 de agosto de 2013, foi fixada a sua pedra fundamental. Depois de um longo trabalho com arquitetas, engenheiros, padres, artistas, pedreiros e com a colaboração do povo de Deus, será possível o uso diário do Santuário para as atividades litúrgicas.
A dedicação, que acontece na solenidade da Imaculada Conceição, está movimentando a cidade e região para participar. As obras do templo, porém, terão continuidade, pois ainda há muitos detalhes a serem aplicados para acolher melhor os romeiros, os devotos da Mãe Salete e turistas.
A expectativa é que milhares de pessoas participem da celebração. Algumas caravanas de Minas Gerais, São Paulo e do Paraná, já estão confirmadas. Os missionários Saletinos e os missionários da Sagrada Família, que são parceiros do Santuário, também confirmaram presença.
O casal coordenador da Pastoral Familiar do Regional Centro-Oeste, Leônidas e Maria Dóris, apresentaram a proposta de vivência do Ano da Família Regional 2018, a última das três propostas aprovadas na Assembleia do Povo de Deus, em 2015. As duas primeiras foram, Ano da Misericórdia (2016), e neste ano de 2017, o Ano Vocacional Mariano.
O tema que norteará as atividades é, “O Evangelho da família, alegria para o mundo”, e o lema, “Completai minha alegria permanecendo unidos” (Fl 2,2). Ao longo de 2018, o objetivo geral do Ano da Família é celebrar a família e o cristão leigo promovendo seu protagonismo e missão de ser agente transformador da sociedade. Já os específicos visam promover ações celebrativas que coloquem em foco a alegria de ser família, promover o protagonismo dos agentes da Pastoral Familiar (PF), dar mais atenção à preparação para o matrimônio e fomentar a espiritualidade familiar.
Ações
Durante o Ano da Família, cinco ações devem movimentar a Igreja no Regional Centro-Oeste. A primeira delas é a Peregrinação das famílias do regional ao Santuário Sagrada Família, em Goiânia, na tarde do dia 7 de setembro de 2018. No mesmo dia haverá diversas atividades aos moldes do Encontro Mundial das Famílias (EMF), com palestras e testemunhos, com foco na família e com alcance nas redes sociais digitais. Nos dias 7 a 9 de setembro, está previsto o Congresso Regional da Pastoral Familiar, com formações, espiritualidade e motivação dos agentes da PF. O evento deve acontecer no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia.
Com o objetivo de contemplar as diversas Igrejas particulares do regional, a Comissão Regional da Pastoral Familiar, deverá visitar o clero de todas as dioceses. “Com essa proposta queremos apresentar a Pastoral Familiar, suas ações e a sua importância na defesa da vida e da família, bem como sua articulação junto às demais pastorais, movimentos e serviços”, explicou Dóris. Outras visitas às dioceses deverão acontecer com o objetivo de formar e motivar agentes da Pastoral Familiar. Por fim, serão publicados periódicos mensais on-line, direcionados aos agentes da PF, com foco em temas sobre vida e família, em preparação ao VI Congresso Regional da Pastoral Familiar.
Uma terceira ação visa formar o povo de Deus na dimensão familiar. Para tanto, está previsto para o dia 24 de fevereiro, em Anápolis, a realização do Retiro para agentes da Pastoral Familiar, com o tema “Virtudes humanas da família”. Três módulos formativos ainda preveem promover a implantação da PF e a motivação de agentes nas dioceses; implementar a cultura do acompanhamento espiritual e formar agentes para acompanhar as famílias; o último está no âmbito da Pastoral Jurídica, que deverá se dedicar na formação de agentes para o discernimento das situações irregulares passíveis da declaração de nulidade, conduzindo aos tribunais eclesiásticos e auxiliando na elaboração dos libelos. Essa formação está prevista para acontecer no dia 25 de agosto, no Centro da Família Coração de Jesus (CFCJ), em Goiânia.
Leia também: Bispos do Regional Centro-Oeste realizam última Reunião do Conser em 2017
Os bispos e os coordenadores de pastorais, movimentos e organismos, realizam no dia 24 de novembro, a Reunião Anual de Avaliação e Planejamento do Regional Centro-Oeste da CNBB. O encontro, que é conduzido pela Comissão Permanente de Avaliação e Planejamento (CPA), apresentou a análise das respostas enviadas pelas pastorais das dioceses, sobre o Ano Vocacional Mariano, compromisso vivido pelo regional neste ano de 2017. A base das respostas são as cinco urgências presentes nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE).
Após a partilha dos grupos, representantes de cada um apresentou pontos de destaque da caminhada pastoral da Igreja no Regional Centro-Oeste, avaliados em conjunto. O primeiro grupo sugeriu que haja uma ligação mais estreita entre as propostas de anos temáticos, para que as prioridades sejam contempladas pelas Igrejas particulares. “Existe articulação para a promoção vocacional nas famílias e na catequese? Como envolver estas dimensões em nossos planejamentos e na realidade das dioceses, pastorais, movimentos e organismos?”, questionou o coordenador da Comissão Regional dos Diáconos (CRD), diácono Manoel José Damasceno. Um dos grupos também avaliou que é preciso crescer em adesão à cultura vocacional. Diante dos anos temáticos propostos pela Igreja no Brasil e no mundo, o bispo diocesano de Luziânia, Dom Waldemar Passini Dalbello, enfatizou que é fundamental acolher as diversas propostas da Igreja, e trabalhar para atuar com eficácia na ação pastoral.
Ano do Laicato e Ano da Família 2018
Com relação ao planejamento para a vivência do Ano Nacional do Laicato e do Ano Regional da Família, o bispo diocesano de Goiás, Dom Eugênio Rixen, sugeriu que as dioceses invistam em formações que contemplem essas duas temáticas. “Um bom encaixe seria ligar a família com o problema da violência em nossas cidades, já que a Campanha da Fraternidade, “Fraternidade e superação da violência”, trata disso. O presidente do regional, Dom Messias dos Reis Silveira, sugeriu adaptar as urgências das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) aos anos temáticos. O coordenadora da Pastoral da Comunicação (Pascom), irmão Diego Joaquim, por sua vez, destacou que um desafio a ser superado é fazer-se presente no ano temático com a pastoral, na qual se atua. Já a coordenadora da Pastoral Familiar, Maria Dóris, lembrou que cada pastoral precisa trazer para sua realidade as propostas do regional. “Precisamos aderir às propostas do regional, com amor e ação, para que possamos caminhar e atuar com eficácia”, disse.
Ano Vocacional Mariano
Ao fim do encontro, Dom Messias avaliou positivamente o desenvolvimento das atividades relacionadas ao Ano Vocacional Mariano em 2017. “Este ano temático despertou um desejo de celebrar as vocações, provocar o crescimento, e o surgimento de vocações. Claro que este ano não vai resolver todos os nossos problemas de uma vez, porque é um trabalho contínuo. A partir de agora nós vamos nos articular para viver bem o novo Ano da Família e do Laicato, mas o tema vocacional vai continuar acompanhando a reflexão sobre a família, que deve ser alcançada pela vida cristã e animada pela palavra de Deus”, afirmou.
O coordenador da Pastoral Vocacional, padre Elias Silva, resumiu suas palavras agradecendo a Deus pela conclusão da proposta do regional para o ano de 2017. “Precisamos agradecer a Deus pela oportunidade de colocar o tema da vocação em destaque no ano que está terminando. Principalmente porque neste ano celebramos os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida pelos pescadores, e, poder realçar Maria pela dimensão vocacional foi muito importante e proveitoso. Claro, muito mais poderíamos ter feito, mas concluímos um bom trabalho que deverá frutificar”.
Leia também: Bispos do Regional Centro-Oeste realizam última Reunião do Conser em 2017
Nos dias 21 a 23 de novembro, os bispos do Regional Centro-Oeste da CNBB, realizaram a última Reunião do Conselho Episcopal Regional (Conser), em 2017. O encontro, que congrega todos os bispos da Igreja em Goiás e no Distrito Federal, teve uma pauta extensa, que abordou desde temas relacionados à administração do regional, como à vida pastoral dessa porção da Igreja. Os bispos também ajustaram o calendário de atividades do próximo ano, com o da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
[Baixe aqui o material do Dom Leomar sobre Iniciação à Vida Cristã]
Iniciação à Vida Cristã (Cap. 1)
Iniciação à Vida Cristã (Cap. 2)
Iniciação à Vida Cristã (Cap. 3)
Iniciação à Vida Cristã (Cap. 4)
Além das missas que são o momento celebrativo que proporciona a comunhão do colégio episcopal no regional, diversas pautas nortearam o encontro, como por exemplo, o Regulamento das Pastorais, do Regional Centro-Oeste. Os bispos fizeram um pedido às diversas pastorais, no sentido de observar o que prescreve essas normas para o bom andamento da vida da Igreja. Algumas informações também foram dadas nestes dias acerca da importância do envio de conteúdo para alimentar o site do regional e seus demais veículos de comunicação; está sendo elaborado um texto de orientações sobre a dimensão litúrgica, que deverá ser aplicado livremente pelas dioceses. Esse conteúdo está sendo produzido pelo bispo auxiliar de Brasília, Dom José Aparecido, com colaboração de todos os bispos.
O bispo auxiliar de Goiânia e secretário do regional, Dom Levi Bonatto, informou que o curso de mestrado em Direito Canônico, que será ministrado em Goiânia, está dependendo apenas de uma autorização da Santa Sé para ter início. O arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, por sua vez, relatou como foi o encontro dos bispos do estado de Goiás com o governador Marconi Perillo, para tratar do tema Ideologia de Gênero. Segundo ele, foi um momento muito positivo.
Ano do Laicato
Durante o Conser, os bispos também fizeram algumas sugestões para a vivência do Ano Nacional do Laicato, que começou no último domingo (26) e se estende até 25 de novembro do próximo ano. “Foi sugerido a realização de reuniões, simpósios, encontros com os Conselhos de Pastorais Paroquiais (CPPs), caminhadas de espiritualidade, visita da imagem da Sagrada Família nas comunidades, entre outros”, disse em entrevista o bispo de Uruaçu e presidente do regional, Dom Messias dos Reis Silveira.
Iniciação à Vida Cristã
Logo após o Conser, os bispos e os coordenadores de pastorais, movimentos e organismos, participaram de uma formação sobre o Documento 107 da CNBB, “Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários”, com o bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), Dom Leomar Antônio Brustolin. Em sua apresentação, ele fez um apanhado sobre os quatro capítulos do documento. Conforme suas colocações, a iniciação à vida cristã é uma dinâmica que visa introduzir a pessoa na fé cristã, isto é, um caminho cujo objetivo é formar discípulos de Jesus Cristo. “O percurso desse processo integra os discípulos à Igreja de Cristo, à comunidade de fé, para que testemunhem o Cristo no mundo”, destacou.
Dom Leomar também explicou pontos que precisam ser observados pela dimensão catequética, para que o seu trabalho seja mais eficaz. Um deles é com relação ao modelo de transmissão da fé, que não pode mais ser desenvolvido apenas em salas de aula. “A catequese que a maioria de nós participou estava mais ligada à instrução. Agora nós precisamos propor que catequistas e comunidades permitam a experiência da iniciação: iniciar alguém em um caminho. A ideia de caminho, processo, tudo aquilo que revela mais dinâmicas que apenas evento, é o que queremos insistir”, pontuou. Esse caminho, segundo ele, passa necessariamente pela personalização da evangelização. “Tudo precisa ser personalizado para que a evangelização atinja a todos. Por exemplo, onde estão nossos jovens? Na internet. E o que nós temos feito para chegar até eles? Esse ambiente é ideal para a transmissão da fé”. Aguardar que as pessoas façam matrícula de seus filhos na catequese, apenas no período de inscrições abertas pela paróquia, está fora de cogitação na atualidade. “É preciso ser Igreja em saída, visitar as famílias, buscar os catequizandos nas casas, para que assim se conheça também a realidade da família”, motivou.
O próximo Conser acontecerá no mês de março de 2018, na cidade e Diocese de São Luís de Montes Belos (GO). Uma das formações do encontro vai tratar do tema, “Laicato, construindo uma cultura de paz no mundo”, em sintonia com o Ano Nacional do Laicato, cujo tema é, “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, e com a Campanha da Fraternidade 2018, que tem como tema, “Fraternidade e superação da violência”. “Nós bispos, definimos que uma comissão vai preparar também, para o próximo ano, uma carta sobre o ano eleitoral. O conteúdo deve ser aprovado no próximo Conser”, antecipou o presidente Dom Messias.
Realizou-se no dia 15 de novembro um Encontro de Formação, na cidade de Goiás, para a criação da Pastoral Vocacional Diocesana de Goiás. Foi assessorado pelo padre Elias Silva, coordenador Regional da Pastoral Vocacional, e o diácono Paulo Henrique, da Diocese de Anápolis.
Foi um momento muito bom de partilha de experiência de Igreja, e motivando sobre a importância do trabalho vocacional nas paróquias e diocese. Estavam presentes vários padres, religiosos e muitos leigos juntamente com o bispo diocesano, Dom Eugênio Rixen, de quem partiu a iniciativa deste encontro. Na ocasião foi organizada a Equipe Diocesana da Pastoral Vocacional, com representantes das diversas vocações.
Deus seja louvado por esta Igreja particular de Goiás, e que seja suscitado muitas pessoas que se animem para animar as vocações.
Assessoria de Comunicação
Pastoral Vocacional Regional
Após uma reunião do Conselho da Secretaria do Sínodo dos Bispos, realizada na quinta e sexta-feira, 16 e 17 de novembro, no Vaticano, o Santo Padre anunciou o cardeal arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha, Relator Geral da próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, a realizar-se no Vaticano de 3 a 28 de outubro de 2018.
Sínodo dos jovens
‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’ – este é o tema da próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que terá lugar no Vaticano durante o mês de outubro de 2018.
O papa Francisco decidiu estabelecer esta temática para o próximo Sínodo, após consultar as Conferências Episcopais, as Igrejas Orientais Católicas sui iuris, a União dos Superiores Gerais e as sugestões dos padres da última Assembleia Sinodal.
Pode-se ler ainda no comunicado que o tema escolhido é expressão da solicitude pastoral da Igreja para com os jovens e está em continuidade com o que emergiu nas recentes Assembleias sinodais sobre a família.
“Entre nós está e não o conhecemos! Entre nós está e nós o desprezamos!”
(Música: Seu nome é Jesus Cristo)
O papa Francisco, ao propor o I Dia Mundial dos Pobres, nos convida a direcionarmos os nossos olhares para a realidade de tantos irmãos e irmãs que vivem a experiência da pobreza nas suas diversas dimensões. Ele, uma vez mais, nos propõe trazermos para o centro de nossa atenção aquelas pessoas que estão no centro da atenção de Deus: os pobres.
É preciso, nessa oportunidade, fazer um questionamento: por que foi necessário o papa propor um dia para olhar e recordar, em nossas celebrações e reflexões, a realidade daqueles que todos os dias esbarram em nós nos diversos momentos e lugares em que vivemos e frequentamos? Estão em nossas ruas, nos semáforos, nas calçadas, nos abrigos, nas rodoviárias, nos presídios, nas casas de recuperação, nos orfanatos, nas filas dos hospitais e postos de saúde das periferias, nos subempregos.
O Santo Padre, segundo nos parece, não teve o intuito de apenas olhar, uma vez mais, para a realidade da pobreza dos irmãos e irmãs, mas de nos ajudar a entender que, em cada um deles, Jesus Cristo se faz presente com sua carência, sua necessidade, sua aflição, sua fome, sua sede, sua nudez, sua falta de moradia, sua enfermidade, seu encarceramento, sua penúria. E essa presença de Cristo, nos pobres, questiona a Sua presença naqueles que têm condições de ajudar solidariamente, de provocar mudanças sociais, de reformar estruturas de injustiça e conformismo com a pobreza.
Três elementos para este dia: olhar, recordar, atuar. Olhar é trazer para dentro de si uma realidade muitas vezes ignorada. Inclusive existe um ditado popular que diz que “o que os olhos não veem, o coração não sente”. A partir do olhar da realidade, é preciso recordar, dar de novo ao coração aquela realidade para que o coração, tornando-se inquieto, leve a uma ação concreta. O coração, biblicamente, é o lugar símbolo da vontade, do querer. “Onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração” (Mt 6,21). Precisamos, portanto, diante do olhar sobre a realidade dos pobres, recordar o mandamento de Cristo (Jo 13,35) e seu ensinamento sobre o juízo (Mt 25,34-46), como nos fala São João da Cruz: “No entardecer da vida, seremos julgados sobre o amor”. A partir daí, devemos agir em favor da mudança da realidade, interferindo na vida de cada um, pela caridade, e na vida da sociedade, pela mobilização em favor de políticas públicas humanizadas.
Que esse Dia dos Pobres, que celebramos pela primeira vez, nos faça olhar para nossas comunidades, nossas Igrejas, e ver o que já tem sido feito e o que precisa ainda ser realizado em favor dos irmãos e irmãs empobrecidos, superando o mero assistencialismo e passando para atitudes de promoção das pessoas, a fim de que tenham seus direitos respeitados e possam resgatar sua dignidade de filhos e filhas de Deus. Alguns irmãos e irmãs, como o filho pródigo, vivem na penúria e necessitam de alguém que, pela caridade e solidariedade, apontem-lhes o caminho de volta para casa, pois a casa do homem é o coração de Deus, onde não existem filhos rejeitados e nem abandonados.
Dom Moacir Silva Arantes
Bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia
O cardeal Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) concedeu entrevista à Assessoria de Comunicação do Regional Centro-Oeste. Em sua fala, ele destaca a atuação da Conferência por meio da colegialidade dos bispos, diante da realidade social brasileira, e fala também da relação do órgão permanente do episcopado com o povo de Deus nas milhares de comunidades espalhadas pelo Brasil e com a sociedade brasileira de um modo geral.
O que o senhor destacaria de mais relevante nestes 65 anos da CNBB?
A atuação da CNBB ao longo destes 65 anos tem se expressado em três grandes âmbitos: a) a colegialidade episcopal, isto é, a unidade no episcopado e a comunhão na Igreja do Brasil, pois a CNBB é, acima de tudo, um instrumento valioso de colegialidade entre os bispos e de unidade na Igreja; b) a animação da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora e as Comissões Episcopais Pastorais, respeitando sempre o papel próprio dos Regionais e das Dioceses; c) a atuação profética frente aos problemas sociais que se abatem sobre o nosso povo, principalmente os mais pobres e fragilizados, colaborando na construção da justiça e da paz. Nestes três âmbitos, nestes 65 anos, temos inúmeras iniciativas com tantos frutos, que é difícil resumir. Em cada período da história da CNBB, temos aspectos especialmente relevantes da sua missão que poderiam ser ressaltados. Neste momento, agradecemos a Deus e a todos os que têm construído a história da CNBB, não apenas através de grandes iniciativas, mas por terem cuidado dela com tanta dedicação e generosidade, no seu dia a dia.
A Conferência sempre se posiciona a respeito de temas sociais e políticos do nosso país. Como o senhor avalia isso e como percebe os reflexos desses posicionamentos?
A CNBB tem contribuído para a construção da justiça e da paz, no Brasil, através do diálogo amplo e de pronunciamentos corajosos, especialmente em tempos de crise. Não adotamos posição político-partidária; estamos sempre dispostos a dialogar com todos pelo bem do povo brasileiro. A CNBB tem se pautado pela Palavra de Deus e pela Doutrina Social da Igreja. Graças a Deus, durante a sua história e nos dias de hoje, tem sido procurada e respeitada por autoridades, por movimentos sociais, por representantes das diversas organizações nacionais e internacionais.
A CNBB, como o próprio nome diz, é um órgão permanente dos bispos do Brasil. Que relação é preciso haver entre leigos, a sociedade de modo geral, e a Conferência?
Os pronunciamentos e iniciativas da CNBB resultam do episcopado brasileiro; são fruto de participação, de diálogo, de muita reflexão e discernimento conjunto, especialmente nas Assembleias Gerais e nos Conselhos Permanente e de Pastoral. Por isso, expressam o sentir do episcopado brasileiro e a comunhão na Igreja, e não apenas um grupo ou a presidência da CNBB. Assim sendo, espera-se dos membros da Igreja e das comunidades uma postura de acolhida, respeito e empenho para por em prática as diretrizes pastorais e iniciativas da CNBB.
O que é mais desafiante à CNBB hoje, na sua missão de colaborar na evangelização da Igreja no Brasil?
Um dos maiores desafios é dar a devida atenção à diversidade de situações que interpelam a missão evangelizadora da Igreja e exigem maior atenção e empenho. Basta olhar os campos da missão na realidade paroquial; são muitos e desafiadores. Nos âmbitos regional e nacional, as situações se multiplicam e se tornam ainda mais complexas e exigentes. A sociedade atual é plural e complexa. Isso não nos dispensa de buscar respostas, com o máximo empenho.
A Igreja n Brasil está para celebrar o Ano do Laicato. Qual a intenção deste Ano e o que podemos esperar dele?
O Ano do Laicato é uma iniciativa aprovada pelos bispos do Brasil, na Assembleia Geral, em 2016, quando foi elaborado o valioso documento “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, Sal da Terra e Luz do Mundo”. A sua abertura ocorre na Solenidade de Cristo Rei, 26 de novembro, que tem sido o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas. Esperamos valorizar e promover, ainda mais, a participação do Laicato no interior da Igreja, nos Conselhos Paroquiais, pastorais, movimentos e serviços, mas também na sociedade, nos campos da política, da economia e da cultura. Necessitamos de uma presença muito maior dos fiéis leigos e leigas na sociedade, para serem, de fato, “sal da terra e luz do mundo”, como quer Jesus dos seus discípulos e como propõe a Igreja, hoje. Para isso, é indispensável que o Ano do Laicato seja vivido por todos, pastorais, movimentos, comunidades, paróquias e regionais da CNBB.
“Não amemos com palavras, mas com obras”
“Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade” (1Jo 3,18). Essas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo “discípulo amado” até os nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1Jo 3,16). Um amor assim não pode ficar sem resposta.
“Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o” (Sl 34/33,7). A Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens “cheios do Espírito e de sabedoria” (6,3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isso foi possível por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre, que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5,3).
“Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um” (At 2,45). Essa frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro – não está a fazer retórica, quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes, pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados.
Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!
Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos séculos. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou nesse encontro a viragem da sua conversão: “Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo” (Test 1-3: FF 110). Esse testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos.
Reação à cultura do descarte e do desperdício
Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Essas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir-se a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica.
Portanto, somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.
Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de mais, uma vocação a seguir Jesus pobre. É um caminho atrás d’Ele e com Ele: um caminho que conduz à bem-aventurança do Reino dos céus (cf. Mt 5,3; Lc 6,20). Pobreza significa um coração humilde, que sabe acolher a sua condição de criatura limitada e pecadora, vencendo a tentação de onipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objetivo de vida e condição para a felicidade o dinheiro, a carreira e o luxo.
Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai cada vez mais a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, frequentemente acompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensiva da dignidade humana, causa escândalo a extensão da pobreza a grandes setores da sociedade no mundo inteiro. Perante esse cenário, não se pode permanecer inerte e, menos ainda, resignado. À pobreza que inibe o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que anestesia o sentido de responsabilidade, induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da participação e restringe os espaços do profissionalismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é preciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade.
Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Esse Dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão.
Nesse domingo, se viverem no nosso bairro pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18,3-5; Hb 13,2), acolhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé.
Na base das múltiplas iniciativas concretas que se poderão realizar nesse Dia, esteja sempre a oração. Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De fato, o pedido do pão exprime o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com essa oração exprime e recolhe o grito de quem sofre pela precariedade da existência e a falta do necessário. Aos discípulos que Lhe pediam para os ensinar a rezar, Jesus respondeu com as palavras dos pobres que se dirigem ao único Pai, em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é “nosso”, e isso implica partilha.
Aos irmãos bispos, aos sacerdotes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres –, às pessoas consagradas, às associações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se comprometam para que, com esse Dia Mundial dos Pobres, se instaure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo.
Que esse novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho na sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do Evangelho.
Vaticano, 19 de novembro de 2017, I Dia Mundial dos Pobres.
Francisco
Neste sábado (11), a partir das 9h, a Pastoral Vocacional do Regional Centro-Oeste realiza Assembleia, na sede do regional, em Goiânia. Segundo o coordenador da pastoral, padre Elias Aparecido, o evento é mais uma oportunidade de louvar a Deus pelas ações realizadas em prol das vocações, durante o Ano Vocacional Mariano. “Vimos pedir que seja incentivada a vinda do coordenador diocesano da Pastoral Vocacional ou Serviço de Animação Vocacional, ou ainda de alguém que responda por este importante trabalho em sua Igreja particular, para juntos avaliarmos as ações pastorais neste ano”, disse em carta enviada a todas as dioceses. Portanto, o evento sela o compromisso vocacional vivido em 2017 por esta porção da Igreja no Brasil.
Durante a assembleia, os participantes também irão colaborar com o planejamento do ano 2018, com vistas já para a preparação do 3º Ano Vocacional do Brasil, que ocorrerá em 2019.
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