Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
No dia 18 de abril, a Pastoral da Aids do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) realizou uma capacitação para novos agentes em Goiatuba, na Diocese de Itumbiara (GO). A formação teve a participação de 15 pessoas e contou ainda com a presença do coordenador de pastoral da diocese, padre Irandes Carlos Ferreira, que orientou um momento de espiritualidade; teve também a participação da coordenadora diocesana da pastoral, Ana Marcório, que fez a apresentação dos agentes que vieram de cinco paróquias e quatro municípios.
Durante a formação, a assistente de coordenação da pastoral no Regional, Flávia Pires, fez uma apresentação sobre HIV e Aids ressaltando o significado das palavras, formas de contágio, como o HIV se manifesta no organismo humano, tratamento, entre outros aspectos.
A coordenadora regional da Pastoral da Aids, irmã Margaret Hosty, fez uma breve apresentação do trabalho da pastoral com destaque nas ações estratégicas e enfoque na campanha da CNBB de incentivo ao diagnóstico precoce do vírus HIV. Ainda na formação, a psicóloga do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Melissandra Guimarães, de Itumbiara, fez uma apresentação sobre as doenças sexualmente transmissíveis, tirando as dúvidas dos participantes.
Após um momento de trabalhos e apresentações em grupos a partir do Guia do Agente, aconteceu o planejamento de atividades para 2015. “Eles irão aproveitar os momentos fortes da caminhada da Igreja local iniciando com a Vigília pelos Mortos de Aids, que acontecerá no dia 17 de maio”, comentou irmã Margaret. A capacitação encerrou com uma avaliação, entrega de diplomas, agradecimentos e oração final.
Realizamos a 3ª edição da Jornada de Cidadania, iniciativa que ocorre há 12 anos. Reformulou-se no tempo e ganhou experiência. Cresceu em tamanho e em participação. Envolveu mais gente para atuar. Firmou-se no calendário de Goiânia e de Goiás. Fortaleceu as iniciativas sociais da universidade e a Pastoral Social da Arquidiocese. Encorajou-nos para uma educação com responsabilidade social e uma evangelização sempre a serviço da vida. Por tudo isso, a Jornada é muito mais que um evento. A Jornada de Cidadania é um projeto, uma caminhada e uma causa!
Nesses dias de Jornada, celebrei outra jornada pessoal: 70 anos de jornada da vida. Compartilho, então, com vocês, o que significa chegar até essa idade, após sete longas décadas de caminho percorrido.
Aquele menino baiano que um dia saiu de Itabuna, tocado por um especial chamado de Deus, que lhe ressoou no coração, percorreu longas distâncias, geográficas e humanas, para chegar aos 25 de maio de 2016. Andei, estudei, cresci, amadureci na vida. E aqui estou, agradecido a Deus por celebrar com vocês. Essa Jornada de Cidadania significa para mim um grande e confortador presente de aniversário. Por isso, minha profunda gratidão a todos e a cada um de vocês!
Com 70 anos de vida, aprendi de Deus e da vida, que “ninguém é tão pobre que não tenha nada a dar, e ninguém é tão rico que não tenha nada a receber”. Aprendi com Deus e com a vida, que nossas lágrimas de dor podem regar as sementes e formar belos jardins.
Aprendi com a vida que depois das tempestades vem a bonança, que depois das noites escuras vem o dia, que depois da morte nasce a vida. Aprendi que os caminhos, embora longos e árduos, sempre são uma escola que ensina, um desafio que movimenta, uma direção que orienta. Aprendi que sozinho não sou ninguém e que todos os que fizeram e fazem parte de minha existência são um dom de Deus. Aprendi com a vida que as doenças também são uma ocasião de experimentar a proximidade com Deus e que cada minuto que vivo precisa ser assumido com intensidade e com amor.
Aprendi com a vida que as palavras são muito importantes, mas que os gestos e o testemunho são a mais bela mensagem que se pode anunciar ao mundo. Aprendi que nada do que me aconteceu foi por acaso. Tudo teve um propósito nos desígnios de Deus. Que as conquistas e realizações não são o resultado da sorte. Acontecem porque há empenho, esforço e trabalho, e sempre sob a graça de Deus.
Aprendi com a vida que um profundo abismo de mistérios habita os acontecimentos de cada dia. E que é preciso perscrutá-los e acolhê-los com reverência no coração. Aprendi com a vida que o silêncio também é uma eloquente linguagem de amor e que do silêncio devem nascer todos os nossos gestos, ações e palavras.
Aprendi com a vida que todas as idades que vivemos têm alegrias, tristezas, desafios e esperanças. E que é preciso viver com intensidade todas as idades, que é preciso assumir a própria idade, que é preciso reconhecer o tempo como uma preciosa dádiva do Senhor. Que o tempo não pode ser desperdiçado com futilidades. Que o tempo é uma grande ocasião para fazer o bem.
Aprendi com a vida que o outono também é uma linda estação, com o seu entardecer tingido por um lindo céu avermelhado. E que o meu outono existencial também tem sua própria beleza, adornada pela experiência, pela serenidade e pela gratidão.
Aprendi com a vida que a oração nos fortalece e que é preciso orar incessantemente, com os lábios, com a mente e com o coração. Orar pelos que precisam, orar pelos que nos pedem orações, orar pelo mundo, orar pela Igreja, orar por nós mesmos!
Aprendi com a vida que é preciso sonhar, que é preciso ter esperança, que é preciso ter causas e ideais na vida. E que os nossos sonhos, quando compartilhados com os outros, podem se tornar realidade.
Aprendi com a vida que “não há paz sem justiça e não há justiça sem o perdão”. Aprendi que a solidariedade e o amor aos pobres é amor ao próprio Cristo.
Aprendi, enfim, que o amor tudo vence, tudo transforma, tudo reinventa. Que o amor tem paciência, suporta tudo, tudo crê e tudo espera. Que o amor jamais vai acabar, porque Deus caritas est, “Deus é amor”.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
Encontra-se disponível para download os subsídios para o Mês Vocacional 2016, a ser celebrado em agosto. O material traz como tema, “Vocação dom da misericórdia divina” e lema “Misericordiosos como o Pai” e tem o objetivo de motivar à luz da misericórdia, as vocações nas comunidades.
Na apresentação do material, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e referencial para a Pastoral Vocacional e o Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV), Dom José Roberto Fortes Palau, explica que “toda vocação à vida consagrada é fruto da misericórdia divina. É fruto do olhar misericordioso de Jesus; é dom de Deus para a Igreja”. O bispo destaca também que “é na comunidade que nos tornamos discípulos e discípulas de Jesus Cristo”, por isso, os subsídios têm o objetivo de facilitar essa missão nas comunidades, paróquias e dioceses.
O material conta com roteiros catequéticos, orações para a Santa Missa e o Terço Vocacional, e também o cartaz oficial do Mês Vocacional. Neste ano, devido à nova equipe nacional ter assumido os trabalhos recentemente, não foi possível imprimir os subsídios. O presidente nacional da Pastoral Vocacional e do Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV), padre Elias Aparecido da Silva, aproveita a ocasião para pedir o apoio e adesão de toda Igreja na promoção das vocações. “Rezamos para que a nossa Igreja do Brasil seja cada dia mais promotora da misericórdia e leve os jovens e adolescentes a responderem com generosidade à este chamado misericordioso, e que nossas comunidades sejam cada dia mais orantes e intercessoras por todas as vocações”.
Baixe o material aqui
Durante a 3ª edição da Jornada da Cidadania, evento promovido pela Arquidiocese de Goiânia e PUC Goiás, que aconteceu de 23 a 25 de maio, no Centro de Convenções dessa universidade (câmpus II), o Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) marcou presença pela primeira vez com estandes na Feira da Solidariedade. “Nós, da Pastoral da Aids regional e o Grupo AAVE (Aids: apoio, vida e esperança) participamos da jornada com a missão de distribuir material e encorajar o diagnóstico precoce. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia esteve presente também realizando o teste rápido e os usuários do Grupo AAVE venderam produtos de artesanato”, comentou a coordenadora regional da pastoral, irmã Margaret Hosty. Junto com o regional também esteve presente a Pastoral Familiar oferecendo ao público principalmente materiais formativos.
Além dos estandes, o regional promoveu no segundo dia da jornada, o Encontro de Formação Voluntários da Misericórdia, que levou aos participantes reflexões, orações e cantos para a vivência da misericórdia nas comunidades. As pistas de como viver o Ano Santo nas linhas de frente da ação pastoral e no seio familiar foram orientadas por frei Luiz Turra, OFMCap, autor do livro “Felizes os misericordiosos”, publicado pelas Paulinas.
Pastoral da Sobriedade
Também participou pela primeira vez da Jornada da Cidadania, a Pastoral da Sobriedade, que na Feira da Solidariedade aproveitou para divulgar sua atuação. Segundo o coordenador regional, Nilson Almeida, a presença naquele evento marcou o nascimento da pastoral na Arquidiocese de Goiânia. “Fazia bastante tempo que precisávamos estar presentes na sede do regional e agora conseguimos graças à abertura pastoral que encontramos nesta Igreja particular”, afirmou.
Está na coordenação da Pastoral da Sobriedade Arquidiocesana, padre Paulo Barbosa, da Paróquia São José, de Aparecida de Goiânia. “Começamos o trabalho visitando pontos de acolhimento e queremos atingir toda a Arquidiocese e, para isso, contamos com o apoio de todas as comunidades”, disse. Mais informações podem ser obtidas no Secretariado Arquidiocesano para a Ação Evangelizadora.
Reflexões, orações e cantos para a vivência da misericórdia nas comunidades. Foi sob esses aspectos que se desenvolveu o Encontro de Formação Voluntários da Misericórdia, promovido pelo Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), no dia 25, na Jornada da Cidadania, que aconteceu no câmpus II da PUC Goiás.
Para um auditório lotado, o assessor do encontro, frei Luiz Turra, OFMCap, deu pistas de como viver a misericórdia nas linhas de frente da ação pastoral, mas também no seio familiar. Uma das mensagens mais significativas deixadas por ele foi direcionada ao sentido da misericórdia: “Jesus, que é o rosto da misericórdia do Pai, não veio ao mundo para dizer que somos pobre gente pecadora, mas para assumir o pecado da humanidade, ele desceu até a raiz do mal, como lemos em São Paulo, para vencer o último inimigo: a morte”, sublinhou. Ele explicou também que em Jesus se revela o rosto da misericórdia porque aí está a identidade que sintetiza toda forma de comunicação.
Citando o livro de sua autoria, Felizes os misericordiosos, publicado pelas Paulinas, o frade destacou que Deus jamais reprime, mas sempre anseia por libertar e dignificar. Por isso a sua misericórdia ultrapassa toda a compreensão humana. “Ele ouve o pobre que clama porque é misericordioso; ele não abandona os que se revoltam; ele é fiel à aliança; ele é misericordioso, pois o seu próprio nome é misericórdia”, pontuou.
Logomarca do Ano da Misericórdia
O assessor também reservou um momento do encontro para explicar o sentido da identidade visual criada pelo padre jesuíta Marko Rupnik, especialmente para o Ano Santo. O homem ao centro, carrega aos seus ombros o homem perdido, o Filho ressuscitado, de acordo com frei Turra. Por isso ele está vestido de branco e com os cravos nas mãos. “Nessa figura devemos colocar o nome de todos nós, assim como Jesus que carrega as misérias humanas”, explicou.
Os dois rostos e os três olhos, continuou o assessor, “significa que Cristo veio trazer ao mundo a visão verdadeira de Deus aos homens. Vemos o encontro da visão de Deus com a nossa visão. Ele enxerga com os nossos olhos. Assim devemos ser também, pois não há nada pior do que enxergar só com os olhos humanos e, quando só assim o fazemos, corremos o risco de julgar e corremos um grande perigo porque julgamos pelas aparências enquanto somente Deus vê o nosso coração”.
O assessor explicou ainda que o ressuscitado pisa a cruz e está dentro de uma amêndoa. O primeiro elemento significa que ele venceu a cruz e o segundo, naturalmente, tem duas partes que representam o Jesus divino e humano. “Ali está o crucificado e o ressuscitado”, completou.
Frei Turra também afirmou que precisamos cultivar um Deus que é Pai e misericordioso e benevolente ao invés do juiz vingador, mas chamou a atenção para não sermos abusadores da misericórdia. “O Pai perdoa, mas não podemos abusar disso e recorrer sempre ao erro: o inferno é o egoísmo levado ao extremo e o céu é o amor acontecendo. Estamos praticando a misericórdia ao buscar o diálogo e olhar o próximo com os olhos de Deus, colocando sempre em prática as obras de misericórdia ao serviço das pessoas”, disse. Na Igreja, ele chamou a atenção para a importância da acolhida. “Precisamos saudar as pessoas para elas não se sentirem anônimas. Uma palavra pode abrir as portas do evangelho e precisamos lembrar que não tem experiência pior do que encontrar uma Igreja fria como seus muros e nós podemos levar a misericórdia com gestos, sorrisos e palavras”, concluiu.
A animação do encontro ficou por conta do músico do regional, Eduardo Alfaix, da Paróquia Sagrados Estigmas e Santo Expedito, no Jardim América, em Goiânia. Nas missas rezadas na Jornada da Cidadania, ele cantou várias músicas, entre elas a belíssima música Ave Maria, de Gounod.
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Na celebração de Corpus Christi a Igreja contempla o mistério da eucaristia, presença continuada de Cristo no caminho dos discípulos. Esse é um mistério que encanta, arrebanha e sustenta a vida dos peregrinos. É preciso comer, pois o caminho é longo. Sem a alimentação o corpo enfraquece. Deus sempre encontra um jeito de vir em socorro dos seus filhos. O anjo de Deus encontrou-se com o vazio, o cansaço e o abatimento expresso no Profeta Elias e lhe entregou o pão do vigor. Ele comeu e pôde caminhar até à montanha sagrada, o Horeb (1Rs 19, 7-8).
Jesus, o enviado do Pai, se fez pão descido do Céu e se deu em alimento para quem dele comer tenha a vida eterna. Antecipando o mistério da Cruz, Jesus instituiu a Eucaristia e encarregou aos apóstolos para dar continuidade àquele gesto sacramental. “Fazei isto em memória de mim” (Lc 19,22). Enquanto os discípulos fazem o seu caminho diário, os mesmos, se alimentam do pão eucarístico ganhando vigor para seguir na busca da comunhão plena e definitiva. O caminho é longo e sem o toque divino a vida não ganha leveza. Precisamos de Jesus.
A multidão que seguia Jesus tinha suas dores, cansaços, esperanças, pois ele era a luz que brilhava afugentando a escuridão não só do presente, mas também do futuro. Quem permanecia com Jesus avistava um caminho aberto. Havia muitas pessoas em sua volta e a tarde vinha chegando. Os discípulos queriam tirar a multidão de perto de Jesus. “Despede a multidão para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto” (Lc 9,12). Era mais cômodo despedir a multidão, mas Jesus não queria despedi-la e desejava que a multidão fosse saciada pelos discípulos. “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13).
Na Eucaristia o discípulo se alimenta de Jesus. Todo alimento gera energia e dá coragem para prosseguir. O discípulo precisa se alimentar e quem se alimenta deve se tornar alimento para as outras pessoas. É preciso comer e dar de comer. Aqui cabem algumas perguntas. As nossas atitudes são alimentos para a família, para a comunidade? Nossas palavras se tornam pão benfazejo? O que temos e somos se tornam um alimento dadivoso para os irmãos?
Tenho visto muitas pessoas que não tem bens materiais e estão desgastadas pela doença, ou velhice. Aos olhos do mundo são restos humanos, mas por terem um corpo alimentado em Jesus se tornam alimento dando testemunho de fé, esperança e amor. A sabedoria de Deus está no coração especialmente dos simples. Quantas palavras santas saem da boca daqueles que são “restos humanos”, aos olhos do mundo, mas na verdade são santuários divinos porque tem algo de Deus para oferecer. Comem e dão de comer.
Corpus Christi, neste ano acontece bem próximo ao Congresso Eucarístico Nacional que terá lugar em Belém (PA), de 15 a 21 de agosto. O tema é: “Eucaristia e partilha na Amazônia missionária”. A Amazônia passa fome da eucaristia. Muitas comunidades ficam mais de ano sem terem a celebração da Eucaristia. Essa realidade nos questiona. Precisamos dar de comer àquele povo. “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13). A Diocese de Uruaçu enviará neste ano, um missionário para a Amazônia. Ele será como o anjo enviado para levar ao povo o pão misterioso para que o mesmo não fique abatido por falta do alimento.
O desafio de comer e dar de comer nos faz pensar na partilha do dom da fé, do evangelho e da eucaristia nos mais difíceis setores da sociedade. Há muita gente aparentemente nutrida, mas que está vulnerável às pestes da corrupção, da violência, da desonestidade, do hedonismo, da indiferença e essas pessoas vão seguindo no caminho oferecendo o alimento que mata, ou dele se alimentando. Jesus é o pão que dá vida. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54).
O que existe de Cristo em nós deve ser partilhado. A Eucaristia deve ser contemplada com os olhos, descida ao coração e aí ser amada, mas precisa sair pelos bolsos através das mãos generosas que praticam obras de misericórdia. Entremos no mistério profundo da celebração do Corpus Christi e peçamos a graça de não reclamarmos quando forem tirados pedaços de nós em favor dos irmãos.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo diocesano de Uruaçu e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
A festa do Corpo e do Sangue de Cristo nada mais e nada menos é que a celebração da Eucaristia, da Missa, realizada com mais solenidade, destaque e dando-lhe também certa publicidade com a procissão e todas aquelas atitudes típicas da piedade popular, como tapetes, coleta de alimentos, etc.
• Quem quer saber quando essa celebração nasceu e se espalhou na Igreja pode procurar na internet e encontrará detalhes interessantes.
• Quem quer ter uma síntese teológica sobre a Eucaristia procure o Catecismo da Igreja Católica e terá aí tudo o que é essencial a respeito do Sacramento Eucarístico.
• Quem quer saber mais do ponto de vista litúrgico, procure a introdução geral ao Missal Romano e suas curiosidades serão saciadas.
Nesta breve reflexão gostaria de destacar alguns pontos essenciais que poderiam enriquecer nossa espiritualidade e restituir à Eucaristia sua centralidade na ação pastoral da Igreja.
A tentação “pragmática” de fazer uma análise-leitura de como é reduzido o Sacramento chamado pelo Concilio de “fonte e ponto mais alto de toda a vida cristã”, é grande e poderia até ser mais atraente, mas não me deixo “seduzir” pela ideia.
1. A palavra de Deus, sobretudo os Evangelhos (Mt 26,26-29), fazem afirmações importantes, ligando a Eucaristia à Aliança. Quer dizer: a Eucaristia é a Páscoa que penetra em nossas existências, pessoal e eclesial. É a aliança confirmada. Para entender essa maravilhosa verdade, precisamos relembrar que toda a comunicação que Deus faz de si aos seres humanos, tem seu centro, sua plenitude, seu cumprimento em Jesus Cristo e de forma particular na Páscoa de Jesus, em sua paixão, morte e ressurreição, antecipado no símbolo da Ceia Pascal. E a Páscoa de Jesus que cumpre a revelação, nos alcança no rito simbólico da Missa que torna presente e contemporânea para nós a derradeira ceia e nela a morte e ressurreição de Jesus torna-a contemporânea para todos nós que a celebramos. Na Eucaristia, não somos nós que nos esforçamos de voltar, com o pensamento e a memória, àquilo que Jesus fez um dia com seus discípulos. Trata-se antes de uma memória viva: Jesus nos alcança entrando em nossa existência com a Páscoa.
2. A Eucaristia é a mais perfeita atuação da Igreja (1 Cor 10-11). Como cristãos, porque intimamente unidos a Cristo na Eucaristia, estamos intimamente unidos entre nós e em virtude do Sacramento da Eucaristia constituímos o Corpo de Cristo, quer dizer a Igreja. A Eucaristia, portanto, faz a Igreja. Lembra-nos o Concílio que “Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais dos fiéis que, unidos com seus pastores, são também elas no Novo Testamento, chamadas “Igrejas”. Nelas se celebra o mistério da Ceia do Senhor, a fim de que comendo e bebendo o corpo e o sangue do Senhor, toda a fraternidade se una intimamente... Nessas comunidades, muitas vezes pequenas e pobres, vivendo na dispersão, está presente Cristo por cuja virtude se consocia a Igreja una, santa, católica e apostólica” (L.G. n. 26). Quando celebramos a Eucaristia somos mais Igreja. Quantas observações práticas se poderiam fazer à luz disso!? Mas não vou cair na tentação.
3. A Eucaristia nos faz entrar no mistério do Pai (Jo 6, 26-70). A Missa é a celebração que contém em síntese o que há de mais essencial na vida da Igreja. Em outras palavras: a vida da Igreja é um desenvolvimento da Missa. Na Missa temos de forma completa e estritamente interligados entre si os três elementos fundamentais da Igreja: a PALAVRA DE DEUS, a OFERTA PASCAL de seu CORPO e de seu SANGUE, e A COMUNHÃO dos fiéis com o Ressuscitado, presente no meio de nós.
Se quiséssemos fazer referência a uma imagem bíblica, poderíamos pensar em Jesus que, depois da ressurreição, enquanto caminha com os dois discípulos de Emaús, explica para eles as Escrituras, parte o pão, fazendo daqueles dois discípulos tristes e fugitivos, uma nova comunidade de amigos e de apóstolos (Lc 24, 13-35). Da mesma forma em cada Eucaristia Jesus Ressuscitado está presente na proclamação da palavra, na explicação da mesma, oferece-se no pão e no vinho para nós, faz de nós uma comunidade de amigos e missionários.
Todos os elementos da vida da Igreja desenvolvem estas três linhas: palavra, oferta eucarística, comunhão. Não existe uma missa diferente. Portanto, Corpus Christi é isso tudo, feito de forma mais solene, pública e até emocionante, mas é aquilo que normalmente deveríamos viver e experimentar em cada celebração eucarística.
Dom Carmelo Scampa
Bispo diocesanos de São Luís de Montes Belos
“Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me entregasse como escravo, para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria”... (1 Cor 13, 3). “Ele (o amor) desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo. O amor jamais acabará” (1 Cor 13, 8). O arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, usou essas passagens bíblicas para declarar aberta a Jornada da Cidadania, evento que começou nesta segunda-feira (23), no Centro de Convenções da PUC Goiás, no Setor Marilízia, e segue até quarta-feira (25).
Além dele, participaram da abertura diversas autoridades, entre elas Pedro Wilson, secretário municipal de Direitos Humanos, que representou o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia; o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela e seu secretariado. Além de vereadores, lideranças políticas, e o magnífico reitor da universidade anfitriã, prof. Wolmir Amado e pró-reitores. “Esta jornada é uma iniciativa mais do céu do que da terra. Inspirada na Feira da Solidariedade do Rio de Janeiro, a nossa é mais característica porque inclui uma série de obras e eventos no mesmo espaço da Jornada da Cidadania”, declarou ainda Dom Washington a respeito do evento goiano.
Em sua fala, prof. Wolmir comentou o Balanço Social 2015, da PUC Goiás, que, no âmbito da última edição da jornada, teve mais de 320 mil atendimentos; 81 mil pessoas que passaram pelo evento; a participação de 2,2 mil acadêmicos voluntários envolvidos; 20 estações, entre outros. Ele também declarou que a jornada é de todos. “Este evento é meu, é seu, é de todos os parceiros e visitantes, porque envolve 30 estações de serviços, 400 coordenadores gerais, 3 mil estudantes voluntários – tudo isso para fazer o bem coletivo, sonho grande que só é possível porque sonhamos juntos”.
Prof. Wolmir lembrou também que a jornada já é um evento consolidado porque já tem 12 anos de caminhada e experiência. “O bem é maior, por isso estamos aqui mostrando o protagonismo do nosso povo, a expressão de uma Igreja, universidade e comunidade vivas, sujeitos da própria história”. “Mas para que existe a jornada?” – perguntou o reitor que em seguida respondeu. “Juntamos em uma única ocasião os serviços que já existem na comunidade para termos uma visão do bem maior, que expressa uma comunidade viva que atua, constrói e trabalha diuturnamente pelo próximo”.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, disse que o município vizinho apoia a jornada porque é um acontecimento que beneficia muitos cidadãos aparecidenses. “Nós somos os maiores beneficiados, nos mais diversos ramos de negócios, empreendedorismo, serviços”, e elogiou o arcebispo pelo seu espírito solidário. “Dom Washington, no alto dos seus 70 anos, está de parabéns pela iniciativa. Esse evento é um acerto grande e exemplo para todos nós”. Já Pedro Wilson, disse que as palavras do arcebispo, na abertura, fazem refletir sobre o papel dos municípios de Goiás no Brasil e no mundo e sobre “o direito que todos têm de viver com dignidade, bem viver com o avanço e a cultura e melhor conviver por meio do interesse coletivo”.
Destaque na abertura da Jornada da Cidadania para a assinatura do convênio entre Governo de Goiás e Arquidiocese de Goiânia, pela escritura de mais de 500 lotes para as famílias que moram no Jardim Dom Fernando, que visa resgatar a cidadania das pessoas que moram naquela região por meio da regularização fundiária de terrenos. A coordenadora geral da jornada, professora Márcia Alencar, disse que o evento é “um sonho construído, tornado realidade, graças às parcerias de serviços prestados todos os dias à comunidade”.
Painel dos arcebispos
Logo após a cerimônia de abertura da jornada, foi descerrada a placa do Painel biográfico do arcebispo Dom Washington Cruz, que mede 8x3 metros. A obra foi confeccionada pelo artista plástico, Elifas Modesto, 66 anos. “Me sinto um Michelangelo, um Aleijadinho, por ter feito uma obra dessa dimensão para uma instituição tão importante como a PUC Goiás e a Arquidiocese de Goiânia”, declarou logo depois do descerramento. O painel destaca o Sínodo Arquidiocesano, a Feira da Solidariedade, abençoada pelo Espírito Santo que desce sobre os homens (apóstolos) e Nossa Senhora, e tem como destaque central o arcebispo que se apresenta com suas Cartas Pastorais. Em suas mãos, a Exortação do papa Bento XVI, “Deus é Caridade”. “Estou aqui há 14 anos e julgo esta homenagem totalmente imerecida. Digo até exagerada. Nada fiz e o que foi feito aconteceu por meio do Senhor que construiu todas as obras, todo o relacionamento humano”, disse Dom Washington.
O bispo auxiliar, Dom Levi Bonatto, presidiu missa na capela ao meio dia, na qual pediu a Deus bênçãos para que a Jornada da Cidadania possa, mais uma vez, mostrar por meio de obras, o amor da Igreja pelos pequeninos.
Programação
Até quarta-feira (25), a expectativa é que passe pelo evento cerca de 300 mil pessoas que serão atendidas pelos mais diversos serviços sociais gratuitos, nas áreas da saúde, educação e cidadania. Os espaços, que estão no piso 1, se distribuem em estações: jurídica, idiomas, empreendedorismo e negócios, infantil, vapt vupt, formação de professores, ciência e tecnologia, profissões, palestras e mostras. A Estação Saúde fica no Piso -1. Já a Feira da Solidariedade, está no piso térreo, com a presença de 65 estandes, nos quais as pessoas podem conhecer um pouco mais os serviços prestados pelas pastorais e comunidades da Igreja em Goiânia e no Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal).
Fotos: Caio Cézar
Reportagem: Fúlvio Costa
Na continuação do Tempo Pascal, testemunhemos com nossas vidas que o Espírito do Ressuscitado nos alegra e nos impulsiona a vivermos a missão.
No dia 2 de maio, lembramos nas nossas orações a páscoa de Dom Tomás Balduíno. Já fez dois anos que o profeta da reforma agrária e o grande defensor dos indígenas nos deixou para viver a plenitude da vida. Dom Tomás, que chegou à diocese em dezembro de 1967 e animou nossas comunidades até dezembro de 1998, procurou implantar as grandes intuições do Concílio Vaticano II na Igreja particular de Goiás. Fortaleceu a vida das comunidades rurais e urbanas com os grupos do Evangelho, teve uma grande abertura ecumênica, valorizou a participação dos leigos nos vários conselhos. Como o papa Francisco nos lembra, o nosso bispo queria uma Igreja comprometida com a transformação da sociedade.
Diante do péssimo quadro político que estamos vivendo é uma grande urgência formar leigos/as capazes de atuar, em nome dos valores do Evangelho, no mundo da política, dos sindicatos e dos vários conselhos. Apesar de 500 anos de evangelização, estamos ainda muito longe do Reino, sonhado por Jesus Cristo. Uma fé que não transforma as pessoas e as estruturas, pode receber a mesma advertência que Jesus fez aos judeus: “este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.
A Igreja nasceu no dia de Pentecostes, quando os discípulos cheios do Espírito Santo anunciaram a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Eles foram criando comunidades, e se dizia deles: “vejam como eles se amam!”. Que o Espirito Santo continue a fortalecer as comunidades!
Já entregamos os subsídios deste ano para as CEB’s. Refletiremos e rezaremos sobre o livro dos Atos dos Apóstolos. A vida das primeiras comunidades pode estimular nossas comunidades a viver e a celebrar a nossa fé de maneira mais comunitária.
Que Maria, mãe de Jesus e nossa mãe, abençoe cada um de nós, para que possamos ser fiéis à mensagem do seu filho Jesus!
Dom Eugênio Rixen
Bispo diocesano de Goiás
A Diocese de Rubiataba-Mozarlândia realizou a VII Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) nos dias 14 e 15 de maio. O evento foi organizado pelo Setor Juventude e pela Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Mozarlândia, e contou com a participação de mais de 500 jovens.
O tema da Jornada, “Bem aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5,7), está em sintonia com o Ano da Misericórdia e a Jornada Mundial da Juventude. Durante a JDJ os jovens realizaram a peregrinação
com a cruz, uma réplica da cruz entregue por São João Paulo II aos jovens em 1984. A Comunidade Católica Shalom apresentou o espetáculo “O Canto das Irias”, a história da perda da identidade humana e seu resgate pelo amor misericordioso do Senhor. A animação da noite ficou com a Banda Alto Louvor. O bispo diocesano, Dom Adair José Guimarães, fez o momento catequético sobre o tema da jornada.
Durante o encontro os jovens puderam ainda aproveitar os estandes vocacionais, momentos de oração, louvor, pregação com o jovem Rafael Moura, adoração ao Santíssimo e confissões. Na Santa Missa de encerramento, presidida por Dom Adair José, foi anunciada a cidade de Nova América como sede da próxima jornada, nos dias 20 e 21 de maio de 2017.
Informações e fotos: Pascom Diocesana
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