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Foi realizada na sede do Regional Centro-Oeste, em Goiânia-GO, dia 10 de dezembro, terça-feira, a reunião com coordenadores diocesanos da Pastoral da Comunicação (Pascom). Participaram representantes das Dioceses de Jataí, Uruaçu, Anápolis e Goiás. A reunião foi coordenada por Frei Edgar que apresentou o novo bispo referencial da Pascom no Regional,  Dom Messias dos Reis, bispo de Uruaçu – GO. O evento contou ainda com a presença do secretário executivo do Regional Centro-Oeste, padre Eduardo Luiz de Rezende que falou um pouco sobre a nova estruturação organizacional do Regional, oferecendo ainda a estrutura necessária para a realização dos trabalhos desta e das demais pastorais regionais.

Dom Messias se prontificou a colaborar com os coordenadores, mas salientou a esperança de que haja união e maior participação por parte das dioceses neste serviço. “Estou contente por assumir a Pastoral da Comunicação no Regional, quero somar e dar minha contribuição para que esta pastoral tenha realmente a função de comunicar Jesus Cristo. Vejo a comunicação como elemento necessário e indispensável na missão da Igreja, por isso devemos ajudar os comunicadores no Regional, afinal toda a Igreja é comunicadora”, afirmou o bispo.

Frei Edgar falou sobre a necessidade de comunicar o trabalho que já foi realizado pela Pascom no Regional Centro-Oeste. “Nossa maior dificuldade é com as coordenações diocesanas, pois até então, na maioria das dioceses a Pascom não tem uma pessoa como referência que informe ao regional, em tempo hábil, as atividades realizadas em sua unidade, fornecendo material para divulgação. Por outro lado, aquelas dioceses que possuem estrutura organizada, não participam das reuniões regionais para partilhar experiências e contribuir com o crescimento de todos através de pessoas capacitadas e dispostas a servir.”, destacou o coordenador regional.

Nesta reunião foram apresentadas algumas propostas para o andamento dos trabalhos da Pascom no Regional Centro-Oeste para 2014, entre estas a realização de reunião com a coordenação, dia 18 de fevereiro, às 9h na sede do Regional, em Goiânia; a II Jornada da Comunicação, de 16 à 19 de agosto, em Uruaçu-GO, com o tema: “Importância da Pastoral da Comunicação na Igreja” e assessoria do padre Manuel Oliveira, de Salvador- BA e o Encontro Regional para implantação do novo diretório da Pascom, elaborado da CNBB, que acontecerá nos dias 18 e 19 de outubro de 2014. Na oportunidade Frei Edgar convidou a todos para o 4º Encontro Nacional da Comunicação que acontecerá em Aparecida-SP nos dias 24 a 27 de julho de 2014.

A reunião foi encerrada às 12h30 com oração e bênção de Dom Messias.

A Comissão Pastoral da Terra - Regional Goiás realizou nos dias 29 e 30 de novembro pp., a sua quarta reunião ordinária do conselho ampliado, na Casa das Irmãs Jesus Crucificado, em Goiânia-GO. Estavam presentes agentes e voluntários, representantes das dioceses de Formosa, Goiás, Ipameri, São Luís de Montes Belos e Uruaçu e da arquidiocese de Goiânia.

A reunião teve dois momentos principais: o primeiro foi destinado à avaliação das ações da pastoral em nível diocesano e regional, bem como ao planejamento regional de 2014 e o segundo momento foi destinado à formação, quando foi estudado o tema da Campanha da Fraternidade de 2014 sobre o “Tráfico Humano”, com enfoque no trabalho escravo, considerando que a CPT é proponente da Campanha de Erradicação e Combate ao Trabalho Escravo, que tem contribuído significativamente para a libertação de trabalhadores/as em diversas regiões do Brasil, inclusive no Estado de Goiás.

O encontro proporcionou um momento de partilha das impressões acerca do Encontro Regional de Avaliação do Regional Centro-Oeste da CNBB, ocorrido na Diocese de Goiás, bem como momentos de oração e confraternização.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, presidida pelo deputado estadual Mauro Rubem, do PT, homenageou a Comissão Pastoral da Terra - Regional Goiás, dia 9 de dezembro pp., como reconhecimento pela atuação na luta em defesa e promoção dos direitos humanos.

Em sessão solene, celebrando os 65 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, foram homenageados diversas organizações e movimentos que lutam em defesa dos direitos humanos, sobretudo dos menos favorecidos e marginalizados.

A CPT - Regional Goiás recebe a homenagem confiante que o trabalho realizado é de grande importância para manter viva a presença profética e solidária nas periferias sociais e existenciais do nosso tempo, de modo especial entre os mais pobres e abandonados, visando a defesa de seus direitos e de sua dignidade.

Foi realizada na sede do Regional Centro-Oeste da CNBB, em Goiânia-GO, dia 17 de dezembro, a primeira reunião da Executiva do Conselho Missionário Regional (Comire) com a presença do novo Bispo referencial para animação Missionária no regional, Dom Valdir Mamede, Bispo Auxiliar de Brasília – DF.

Participaram representantes das arquidioceses de Brasília e Goiânia e das dioceses de Uruaçu e Ipameri. A reunião foi coordenada por Dom Valdir que, neste primeiro encontro, conheceu a Equipe Executiva do Comire. O evento contou com a presença do secretário executivo do Regional Centro-Oeste, Pe. Eduardo Luiz de Rezende, que falou um pouco sobre a nova estruturação organizacional do Regional, oferecendo ainda a estrutura necessária para a realização dos trabalhos desta e das demais pastorais regionais.

Dom Valdir após introduzir a reunião com uma reflexão missionária, salientou que “com a criação do Regional Norte 3 foi necessário indicar outro bispo para acompanhar o Comire e na reunião do Conser (Conselho Pastoral Regional), realizado na Diocese de Goiás em novembro, os colegas bispos me escolheram como referencial do Comire”, disse. O bispo afirmou ainda que é preciso que a nova coordenação conheça a realidade do Centro–Oeste, bem como a organização missionária no Brasil, visando ajudar as igrejas locais, cada vez mais, a serem discípulas missionárias de Jesus Cristo.

Os participantes da reunião, depois de conversarem sobre a animação missionária no regional, pediram ao padre Marcelo Gualberto, que está retornando à Uruaçu, sua diocese de origem, após três anos à frente da POM (Pontifícia Obra da Propagação da Fé – Brasil), que assumisse a coordenação do Comire, devido à sua experiência missionária e seu conhecimento da realidade do Regional Centro-Oeste. Padre Marcelo se dispôs a ajudar na animação missionária regional e que, com a autorização do seu bispo, Dom Messias dos Reis, Vice-Presidente do Regional Centro-Oeste, seria uma alegria poder servir a animação missionária no regional.

A nova equipe pensando nas atividades para 2014, agendou as próximas reuniões da Executiva do Comire, já apontando algumas pistas de ação para animação missionária nas dioceses e prevendo a Assembleia Ordinária Eletiva de 2014. A reunião foi encerrada invocando a proteção da Virgem Maria, Rainha das Missões.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, na missão de pastorear o Povo de Deus, estimula os cristãos leigos e leigas a reverter o quadro tão desgastado do setor político partidário no Brasil. Por isso, lançou a Cartilha Eleições Municipais 2016: Resgatar a dignidade da política, como fonte para o protagonismo leigo a partir de um olhar global sobre a realidade onde vivemos e atuamos. O material apresenta aos cristãos leigos e leigas, de modo especial, orientações para incentivar a participação efetiva neste momento tão importante do nosso país.

Dividida em sete encontros, a cartilha da CNBB nos convida, no primeiro deles, a refletir e rezar para depois, imbuídos de inspiração divina, tomarmos atitudes. Reflete o texto: “estamos decepcionados, parece que tudo deu errado na política. Esperávamos que as transformações sociais e o direito dos mais pobres prevalecessem”. Mas, ouvindo a voz da Igreja, a CNBB dirige uma mensagem de esperança, ânimo e coragem. Os cristãos católicos, de modo especial, são chamados a dar razão de sua esperança. De que forma? Participando da vida em comunidade, imersos nas lutas com a família, ouvindo o que o Senhor tem a dizer. Isso significa também a participação dos pastores, procurando encorajar, acompanhar, estimular a fé e esperança dos leigos.

A cartilha pode ser adquirida nas cúrias diocesanas ou nas secretarias paroquiais. Ou ainda no site da Editora Scala, em Goiânia, ao preço de R$ 2,20. Prepare-se em comunidade, forme grupos em sua paróquia e ajude a transformar o país.

Quinta, 08 Setembro 2016 18:11

Eucaristia e Vocações

Foi concluído, em Belém do Pará, o XVII Congresso Eucarístico Nacional, acontecimento que colocou a Eucaristia no centro da reflexão, da meditação e da oração. Ele foi longamente preparado por seis anos. Cada comunidade diocesana e paroquial foi convocada a estudar o Texto-Base e a se dispor, desta forma, a viver a semana do Congresso de coração aberto.

Nossa Diocese de São Luís de Montes Belos (GO) estava representada, embora em número reduzido. O nosso “Congresso” diocesano foi realizado no dia 27 de agosto, em São Luís, durante a 13ª Romaria Diocesana, que teve como tema “Eucaristia e vocações” e como lema “Come porque o caminho ainda é longo”.

Em 2005, foi enviada a todas as paróquias da Diocese uma carta pastoral cujo título era “A centralidade da eucaristia na vida diocesana”. Por iniciativa da catequese diocesana, essa carta foi reeditada, há seis anos, para que fosse estudada pelos catequistas. Aquele conteúdo permanece ainda válido, pois a Eucaristia é a “fonte e o ponto mais alto de toda a vida cristã”, como afirma o Concilio Ecumênico Vaticano II.

Nossa convocação do dia 27 de agosto, portanto, teve como momento principal a exaltação de Cristo na Eucaristia, a Sua presença viva no meio de nós.
Como se desenvolveu nossa Romaria? Nós nos encontramos em frente à Catedral, num primeiro momento forte: celebramos, como Igreja Diocesana, o Jubileu da Misericórdia, entrando pela Porta Santa. Cada Região Pastoral já o fez como Região, entretanto, na romaria, foi um evento diocesano de purificação e o momento para lucrar a indulgência plenária.

O segundo momento forte, foi especificamente eucarístico: com o Santíssimo Sacramento saímos em procissão da catedral até o Seminário Menor. É um modo de apontar à cidade a presença e a centralidade de Cristo, Verbo encarnado, permanente no meio de nós, como Vida, Caminho, Salvação, Esperança e ponto de referência de toda a vida da Igreja e do mundo.

Num terceiro momento, celebramos a Eucaristia: memória da doação permanente de Cristo para aprendermos dele a ser servidores. Durante a celebração eucarística, foram admitidos ao Ministério de Leitor dois de nossos seminaristas: João Netto, de Firminópolis, e Pablo Henrique, de São Luís. Também, durante a celebração foi realizado um ofertório especial para ajudar a comunidade das Irmãs de Baliza, que estão doando seu tempo e suas vidas no assentamento Bandeirantes e precisam de um lugar onde morar. Aquelas comunidades são pobres, e é justo, portanto, durante a Eucaristia, fazer um gesto de partilha e de comunhão com as Irmãs.

Desse modo, o Congresso que o Brasil acaba de celebrar em Belém, foi por nós realizado, de forma concentrada, em São Luís. A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia: um binômio inseparável que buscamos sublinhar e entender melhor durante a Romaria, para sermos uma Igreja que dá a vida, cria comunhão, espalha a alegria do Evangelho, se faz próxima a todos, sobretudo, aos mais necessitados, alimenta a esperança da volta do Senhor e, portanto, vive no hoje, mas com os olhos voltados para o Alto.

Mas temos também outra grave e urgente preocupação: despertar a consciência da Diocese para que cuide das vocações consagradas, de maneira especial as sacerdotais. A celebração da missa exige a presença do ministro ordenado, e a Diocese de São Luís carece, ainda gravemente, de padres.

É urgente que se trabalhe em prol das vocações, que se reze com mais insistência e convicção por esta causa. Não esqueçamos o que o documento de Puebla dizia há muitos anos: “A vocação é a resposta de um Deus providente a uma comunidade orante”. E antes o Mestre tinha dito: “Orai, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe”. Que Eucaristia e Vocações sejam os dois grandes interesses da Igreja Particular de São Luís de Montes Belos

Dom Carmelo Scampa
Bispo diocesano de São Luís de Montes Belos (GO)

Queridos irmãos e irmãs,

O Evangelho que ouvimos permite-nos descobrir um aspeto essencial da misericórdia: a esmola. Dar esmola pode parecer uma coisa simples, mas devemos prestar atenção a não esvaziar esse gesto do grande conteúdo que possui. Com efeito, a palavra “esmola” deriva do grego e significa precisamente “misericórdia”. Por conseguinte, a esmola deveria conter em si toda a riqueza da misericórdia. E dado que a misericórdia tem numerosos caminhos, múltiplas modalidades, também a esmola se expressa de tantas maneiras, para aliviar o mal-estar de quantos estão em necessidade.

O dever da esmola é tão antigo como a Bíblia. O sacrifício e a esmola eram dois deveres que uma pessoa religiosa tinha que cumprir. Há páginas importantes no Antigo Testamento, nas quais Deus exige uma atenção particular pelos pobres que são, ora indigentes, ora estrangeiros, ora órfãos ou viúvas. E na Bíblia isto é um refrão contínuo: o necessitado, a viúva, o estrangeiro, o forasteiro, o órfão... é um refrão. Porque Deus quer que o seu povo olhe para esses nossos irmãos; aliás, diria que estão precisamente no centro da mensagem: louvar a Deus com o sacrifício e louvar a Deus com a esmola.

Juntamente com a obrigação de se recordar deles, é dada também uma indicação preciosa: “Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres” (Dt 15,10). Isso significa que a caridade exige, antes de tudo, uma atitude de alegria interior. Oferecer misericórdia não pode ser um peso nem um tédio de que nos libertar depressa. E quanta gente se justifica por não dar esmola dizendo: “Mas como será este? Talvez este a quem darei esmola vá comprar vinho para se embriagar”. Mas se ele se embebeda, é porque não tem outro caminho! E tu, o que fazes às escondidas, quando ninguém te vê? E tu és juiz daquele pobre homem que te pede uma moeda para um copo de vinho? Apraz-me recordar o episódio do velho Tobias que, depois de ter recebido uma grande quantia de dinheiro, chamou seu filho e instruiu-o com estas palavras: “Dá esmola dos teus bens, e não te desvies de nenhum pobre, pois, assim fazendo, Deus tampouco se desviará de ti” (Tb 4,7-8). São palavras muito sábias que ajudam a compreender o valor da esmola.

Dá do teu, daquilo que te custa a dar

Jesus, como ouvimos, deixou-nos um ensinamento insubstituível a este propósito. Antes de tudo, pede-nos que não demos esmola para sermos louvados e admirados pelos homens devido à nossa generosidade: faz de maneira que a tua mão direita não saiba o que faz a esquerda (cf. Mt 6,3). Não é a aparência que conta, mas a capacidade de parar para olhar diretamente para a pessoa que pede ajuda. Cada um de nós pode perguntar: “Sou capaz de parar e de olhar para o rosto, para os olhos, da pessoa que me está a pedir ajuda? Sou capaz? Por conseguinte, não devemos identificar a esmola com a simples moeda oferecida de modo apressado, sem olhar para a pessoa e sem parar a falar com ela para compreender do que tem realmente necessidade. Ao mesmo tempo, devemos distinguir entre os pobres e as várias formas de mendicidade que não prestam um bom serviço aos verdadeiros pobres. Em síntese, a esmola é um gesto de amor que se dirige a quantos encontramos; é um gesto de atenção sincera a quem se aproxima de nós e pede a nossa ajuda, feita em segredo, onde só Deus vê e compreende o valor do gesto realizado.

Mas dar esmola deve ser para nós também um sacrifício. Recordo uma mãe: tinha três filhos, de seis, cinco e três anos, mais ou menos. E ensinava sempre aos filhos que se devia dar esmola àquelas pessoas que a pediam. Estavam a almoçar: cada um comia um bife à milanesa, como se diz na minha terra, “empanado”. Batem à porta. O mais velho vai abrir e volta: ‘Mãe, é um pobre que pede de comer”. “Que fazemos?”, pergunta a mãe. “Damos-lhe ‒ dizem todos – damos-lhe!” ‒ “Bem: pega em metade do teu bife, tu noutra metade, e tu noutra, e faça duas sandes” – “Ah, não, mãe, não!” – “Não?” “Dá do teu, daquilo que te custa a dar”. É este o envolver-se com o pobre. Eu privo-me de alguma coisa de meu para o dar a ti. E aos pais digo: educai os vossos filhos a dar assim esmola, a ser generosos com o que têm.

Façamos então nossas as palavras do apóstolo Paulo: “Em tudo vos tenho mostrado que assim, trabalhando, convém acudir os fracos e lembrar-se das palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: “É maior felicidade dar que receber!” (At 20,35; cf. 2Cor 9, 7). Obrigado!

Audiência Jubilar do papa Francisco. Praça São Pedro, 9 de abril de 2016

Quarta, 06 Abril 2016 17:27

Jesus é a Misericórdia


Queridos irmãos e irmãs,

Depois de ter refletido sobre a misericórdia de Deus no Antigo Testamento, hoje iniciamos a meditar sobre o modo como o próprio Jesus a levou ao seu pleno cumprimento. Uma misericórdia que Ele expressou, realizou e comunicou sempre, em cada momento da sua vida terrena. Encontrando-se com as multidões, anunciando o Evangelho, curando os doentes, aproximando-se dos últimos, perdoando os pecadores, Jesus torna visível um amor aberto a todos: sem excluir ninguém! Aberto a todos sem confins. Um amor puro, gratuito e absoluto. Um amor que alcança o seu ápice no Sacrifício da cruz. Sim, o Evangelho é deveras o “Evangelho da Misericórdia”, porque Jesus é a Misericórdia!

Os quatro Evangelhos afirmam que Jesus, antes de empreender o seu ministério, quis receber o batismo de João Batista (cf. Mt 3,13-17; Mc 1,9-11; Lc 3,21-22; Jo 1,29-34). Esse evento imprime uma orientação decisiva a toda a missão de Cristo. Com efeito, Ele não se apresentou ao mundo no esplendor do templo: podia fazê-lo. Não se fez anunciar pelo retumbar de trombas: podia fazê-lo. E nem sequer veio nas vestes de um juiz: podia fazê-lo. Ao contrário, depois de trinta anos de vida escondida em Nazaré, Jesus foi até ao rio Jordão, juntamente com muitas pessoas do seu povo, e pôs-se em fila com os pecadores. Não sentiu vergonha: estava ali com todos, com os pecadores, para ser batizado. Portanto, desde o início do seu ministério, Ele manifestou-se como Messias que assume a condição humana, movido pela solidariedade e pela compaixão.

Como Ele mesmo afirma na sinagoga de Nazaré, identificando-se com a profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19). Tudo o que Jesus realizou depois do batismo foi o cumprimento do programa inicial: anunciar a todos o amor de Deus que salva. Jesus não anunciou o ódio nem a inimizade: anunciou-nos o amor! Um amor grande, um coração aberto a todos, a todos nós! Um amor que salva!

A misericórdia renova os corações em pecado

Ele fez-se próximo aos últimos, comunicando-lhes a misericórdia de Deus que é perdão, alegria e vida nova. Jesus, o Filho enviado pelo Pai, é realmente o início do tempo da misericórdia para toda a humanidade! Quantos estavam presentes nas margens do Jordão não compreenderam imediatamente a importância do gesto de Jesus. O próprio João Batista admirou-se com a sua decisão (cf. Mt 3,14). Mas não o Pai celeste! Ele fez ouvir a sua voz do alto: “Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição” (Mc 1,11). De tal modo o Pai confirma o caminho que o Filho empreendeu como Messias, enquanto sobre Ele desce como uma pomba o Espírito Santo. Então o coração de Jesus bate, por assim dizer, em uníssono com o coração do Pai e do Espírito, mostrando a todos os homens que a salvação é fruto da misericórdia de Deus.

Podemos contemplar ainda mais claramente o grande mistério desse amor, dirigindo o olhar para Jesus crucificado. Enquanto inocente está para morrer por nós, pecadores, suplica ao Pai: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). É na cruz que Jesus apresenta à misericórdia do Pai o pecado do mundo: o pecado de todos, os meus, os teus, os vossos. É na cruz que Ele os apresenta ao Pai. E com o pecado do mundo todos os nossos pecados são perdoados. Nada e ninguém permanece excluído dessa oração sacrifical de Jesus. Isso significa que não devemos temer reconhecer-nos e confessar-nos pecadores. Quantas vezes dizemos: “Mas, ele é um pecador, fez isto e aquilo...”, e julgamos os outros. E tu? Cada um de nós deveria perguntar-se: “Sim, ele é um pecador. E eu?”. Todos somos pecadores, mas todos fomos perdoados: temos a possibilidade de receber este perdão que é a misericórdia de Deus. Portanto, não devemos temer reconhecer-nos e confessar-nos pecadores, porque todo o pecado foi levado à Cruz pelo Filho. E quando nos confessamos arrependidos confiando-nos a Ele, temos a certeza de que somos perdoados. O sacramento da Reconciliação torna atual para cada um a força do perdão que brota da Cruz e renova na nossa vida a graça da misericórdia que Jesus nos conquistou! Não devemos temer as nossas misérias: cada um tem as próprias. O poder do amor do Crucificado não conhece obstáculos e nunca se esgota. E esta misericórdia cancela as nossas misérias.

Caríssimos, neste Ano jubilar peçamos a Deus a graça de fazer a experiência do poder do Evangelho: Evangelho da misericórdia que transforma, que faz entrar no coração de Deus, que nos torna capazes de perdoar e olhar para o mundo com mais bondade. Se acolhermos o Evangelho do Crucificado Ressuscitado, toda a nossa vida será plasmada pela força do seu amor que renova.


Audiência Geral do papa Francisco. Praça São Pedro, 6 de abril de 2016

 

Quarta, 30 Março 2016 17:25

Deus é maior que o nosso pecado

 Amados irmãos e irmãs,

Terminamos hoje as catequeses sobre a misericórdia no Antigo Testamento, e fazemo-lo meditando sobre o Salmo 51, chamado Miserere. Trata-se de uma oração penitencial na qual o pedido de perdão é precedido pela confissão da culpa e na qual o orante, deixando-se purificar pelo amor do Senhor, se torna uma nova criatura, capaz de obediência, de firmeza e de louvor sincero.

O “título” que a antiga tradição judaica deu a esse Salmo refere-se ao rei Davi e ao seu pecado com Betsabé, a esposa de Urias, o Hitita. Conhecemos bem a história. O rei Davi, chamado por Deus para apascentar o povo e para o guiar pelos caminhos da obediência à Lei divina, atraiçoa a própria missão e, depois de ter cometido adultério com Betsabé, manda matar o seu marido. Pecado horrível! O profeta Natan revela-lhe a sua culpa e ajuda-o a reconhecê-la. É o momento da reconciliação com Deus, na confissão do próprio pecado. E aqui Davi foi humilde, foi grande! Quem reza com este Salmo é convidado a ter os mesmos sentimentos de arrependimento e de confiança em Deus que Davi teve quando se arrependeu e, mesmo sendo rei, se humilhou sem ter receio de confessar a culpa e mostrar a própria miséria ao Senhor, convicto, contudo, da certeza da sua misericórdia. E não era um pecado de pouca importância, o que ele tinha cometido: um adultério e um assassínio!

O Salmo começa com estas palavras de súplica: “Tende piedade de mim, Senhor, / segundo a Vossa misericórdia, / segundo a vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. / Lavai-me totalmente das minhas iniquidades” (vv. 3-4).

A invocação é dirigida ao Deus de misericórdia para que, movido por um amor grande como o de um pai ou de uma mãe, tenha piedade, isto é, conceda a graça, mostre o seu favor com benevolência e compreensão. É um apelo urgente a Deus, o único que pode libertar do pecado. São usadas imagens muito plásticas: cancela, lava-me, purifica-me. Manifesta-se, nesta oração, a verdadeira necessidade do homem: a única coisa da qual temos deveras necessidade na nossa vida é ser perdoados, libertados do mal e das suas consequências de morte. Infelizmente, a vida faz-nos experimentar muitas vezes essas situações; e antes de tudo devemos confiar na misericórdia. Deus é maior do que o nosso pecado. Não esqueçamos isto: Deus é maior do que o nosso pecado! “Padre, não sei, fiz tantas, grandes!”. Deus é maior que todos os pecados que podemos cometer. Deus é maior do que o nosso pecado. Digamos juntos? Todos juntos: “Deus é maior do que o nosso pecado!”. Outra vez: “Deus é maior do que o nosso pecado!”. Mais uma vez: “Deus é maior do que o nosso pecado!”. E o seu amor é um oceano no qual nos podemos imergir sem receio de ser subjugados: para Deus, perdoar significa dar-nos a certeza de que Ele nunca nos abandona. Independentemente do que nos reprovemos, Ele é ainda e sempre maior do que tudo (cf. 1Jo 3,20), porque Deus é maior do que o nosso pecado.

Se caíres, levanta-te!

Neste sentido, quem reza com este Salmo procura o perdão, confessa a própria culpa, mas reconhecendo-a celebra a justiça e a santidade de Deus. E depois pede ainda graça e misericórdia. O salmista confia na bondade de Deus, sabe que o perdão divino é sumamente eficaz, porque cria aquilo que diz. Não esconde o pecado, mas destrói-o e cancela-o; mas cancela-o precisamente pela raiz, não como fazem na lavandaria quando levamos uma veste e tiram uma nódoa. Não! Deus cancela o nosso pecado precisamente pela raiz, todo! Por isso o penitente volta a ser puro, toda a mancha é eliminada e agora ele está mais branco que a neve incontaminada. Todos nós somos pecadores. É verdade isto? Se algum de vós não se sente pecador que levante a mão... Ninguém! Todos o somos.

Nós, pecadores, com o perdão, tornamo-nos criaturas novas, repletas do espírito e cheias de alegria. Agora começa para nós uma nova realidade: um coração novo, um espírito novo, uma vida nova. Nós, pecadores perdoados, que acolhemos a graça divina, podemos até ensinar aos outros a não voltar a pecar. “Mas Padre, eu sou débil, caio, caio”. “Mas se caíres, levanta-te! Levanta-te!”. Quando uma criança cai, o que faz? Levanta a mão para a mãe, para o pai, para que a ajude a levantar-se. Façamos o mesmo! Se caíres por debilidade no pecado, levanta a tua mão: o Senhor pega nela para te ajudar a levantar. Esta é a dignidade do perdão de Deus! A dignidade que o perdão de Deus nos confere é a de nos levantarmos, de nos pormos sempre de pé, porque Ele criou o homem e a mulher para que estejam de pé.

Diz o Salmista: “Ó Senhor, criai em mim um coração puro, / e renovai ao meu interior um espírito reto. [...] Então ensinarei aos iníquos os Vossos caminhos / e converter-se-ão a Vós os pecadores” (vv. 12. 15).

Amados irmãos e irmãs, o perdão de Deus é aquilo de que todos precisamos, e é o maior sinal da sua misericórdia. Um dom que cada pecador perdoado está chamado a partilhar com cada irmão e irmã que encontra. Todos os que o Senhor colocou ao nosso lado, os familiares, os amigos, os colegas, os paroquianos... todos são, como nós, necessitados da misericórdia de Deus. É bom ser perdoado, mas também tu, se quiseres ser perdoado, perdoa por tua vez. Perdoa! Que o Senhor nos conceda, por intercessão de Maria, Mãe de misericórdia, ser testemunhas do seu perdão, que purifica o coração e transforma a vida. Obrigado.

Audiência Jubilar do papa Francisco. Praça São Pedro, 30 de março de 2016

 

 

Queridos irmãos e irmãs!

Antes de dar início à catequese, gostaria de saudar um grupo de casais que celebram as bodas de ouro. Este sim que é “o vinho bom” da família! O vosso é um testemunho que os recém-casados — que saudarei mais tarde — e os jovens devem aprender. É um bonito testemunho. Obrigado pelo vosso testemunho. Depois de ter comentado algumas parábolas da misericórdia, hoje reflitamos sobre o primeiro dos milagres de Jesus, que o evangelista João chama “sinais”, porque Jesus não os realizou para suscitar admiração, mas para revelar o amor do Pai. O primeiro desses sinais prodigiosos é narrado precisamente por João (2,1-11) e realiza-se em Caná da Galileia. Trata-se de uma espécie de “portal de entrada”, no qual são esculpidas palavras e expressões que iluminam o inteiro mistério de Cristo e abrem o coração dos discípulos à fé. Vejamos algumas delas.

Na introdução encontramos a expressão “Jesus com os seus discípulos” (v. 2). Aqueles que Jesus tinha chamado para o seguir, uniu-os a si numa comunidade e então, como uma família única, tinham sido convidados para as núpcias. Dando início ao seu ministério público nas bodas de Caná, Jesus manifesta-se como o esposo do povo de Deus, anunciado pelos profetas, e revela-nos a profundidade da relação que nos une a Ele: é uma nova Aliança de amor. Qual é o fundamento da nossa fé? Um ato de misericórdia com o qual Jesus nos uniu a si. E a vida cristã é a resposta a este amor, é como a história de dois namorados. Deus e o homem encontram-se, procuram-se, acham-se, celebram-se e amam-se: exatamente como o amado e a amada no Cântico dos Cânticos. Todo o resto vem como consequência dessa relação. A Igreja é a família de Jesus sobre a qual derrama o seu amor; é esse amor que a Igreja conserva e deseja doar a todos.

No contexto da Aliança compreende-se também a observação de Nossa Senhora: “Já não têm vinho” (v. 3). Como é possível celebrar as núpcias e festejar se falta o que os profetas indicam como um elemento típico do banquete messiânico (cf. Am 9, 13-14; Gl 2, 24; Is 25, 6)? A água é necessária para viver, mas o vinho exprime a abundância do banquete e a alegria da festa. É uma festa de casamento na qual falta o vinho; os noivos envergonham-se disso. Mas imaginai terminar uma festa de casamento bebendo chá; seria uma vergonha. O vinho é necessário para a festa. Transformando em vinho a água das ânforas utilizadas “para a purificação ritual dos judeus” (v. 6), Jesus realiza um sinal eloquente: transforma a Lei de Moisés em Evangelho, portador de alegria. Como disse o próprio João noutro excerto: “A Lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (1, 17).

Fazei o que ele vos disser

As palavras que Maria dirige aos servos coroam o quadro esponsal de Caná: “Fazei o que ele vos disser” (v. 5). É curioso: são as suas últimas palavras narradas pelos Evangelhos. São a sua herança que entregou a todos nós. Também hoje Nossa Senhora diz a todos nós: “Fazei o que ele — Jesus — vos disser”. Eis a herança que nos deixou: é bonito! Trata-se de uma expressão que evoca a fórmula de fé utilizada pelo povo de Israel no Sinai em resposta às promessas da aliança: “Faremos tudo o que o Senhor disser!” (Ex 19, 8). E com efeito em Caná os servos obedeceram. “Jesus ordena-lhes: Enchei as ânforas de água. Eles encheram-nas até cima. Tirai agora, disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram” (vv. 7-8). Nessas núpcias, foi deveras estabelecida uma Nova Aliança e aos servos do Senhor, isto é, a toda a Igreja, foi confiada a nova missão: “Fazei o que ele vos disser!”. Servir o Senhor significa ouvir e praticar a sua Palavra. Foi a recomendação simples mas essencial da Mãe de Jesus e é o programa de vida do cristão. Para cada um de nós, beber da ânfora equivale a confiar-nos à Palavra de Deus para sentir a sua eficácia na vida. Então, juntamente com o chefe dos serventes que experimentou a água que se transformou em vinho, que também nós possamos exclamar: “Guardaste o vinho melhor até agora” (v. 10). Sim, o Senhor continua a reservar aquele vinho bom para a nossa salvação, assim como continua a brotar do lado trespassado do Senhor.

A conclusão da narração soa como uma sentença: “Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (v. 11). As bodas de Caná representam muito mais do que a simples narração do primeiro milagre de Jesus. Como um relicário, Ele conserva o segredo da sua pessoa e a finalidade da sua vinda: o esperado Esposo dá início às núpcias que se realizam no Mistério pascal. Nessas bodas Jesus une a si os seus discípulos com uma Aliança nova e definitiva. Em Caná os discípulos de Jesus tornam-se a sua família e em Caná nasce a fé da Igreja. Para aquelas bodas todos somos convidados, a fim de que o vinho novo já não venha a faltar!

Audiência Geral do papa Francisco. Praça São Pedro, 8 de junho de 2016

 

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