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Queridos irmãos e irmãs!

Um dia Jesus, aproximando-se da cidade de Jericó, fez o milagre de restituir a vista a um cego que mendigava sentado à beira do caminho (cf. Lc 18,35-43). Hoje queremos compreender o significado deste sinal porque diz respeito diretamente também a nós. O evangelista Lucas narra que aquele cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmola (cf. v. 35). Um cego naqueles tempos — mas também até há pouco tempo — podia viver só de esmola. A figura deste cego representa muitas pessoas que, inclusive hoje, se encontram marginalizadas por causa de uma deficiência física ou de outro tipo. Está afastado da multidão, está ali enquanto as pessoas passam atarefadas, absortas em seus pensamentos e em tantas coisas... E as estradas, que podem ser um lugar de encontro, para ele são ao contrário um lugar de solidão. Uma multidão que passa... E ele sozinho.

É triste a imagem de um marginalizado, sobretudo no pano de fundo da cidade de Jericó, o maravilhoso e luxuriante oásis no deserto. Sabemos que precisamente a Jericó chegou o povo de Israel no final de um longo êxodo do Egito: aquela cidade representa a porta de entrada na terra prometida. Recordemos as palavras que Moisés pronuncia naquela circunstância: “Se houver no meio de ti um pobre entre os teus irmãos, em uma de tuas cidades, na terra que te dá o Senhor, teu Deus, não endurecerás o teu coração e não fecharás a mão diante de teu irmão pobre; pois nunca faltarão pobres na terra, e por isso dou-te esta ordem: abre tua mão ao teu irmão necessitado ou pobre que vive em tua terra” (Dt 15,7.11). É estridente o contraste entre esta recomendação da Lei de Deus e a situação descrita pelo Evangelho: enquanto o cego gritava invocando Jesus, as pessoas repreendiam-no para que calasse, como se não tivesse direito de falar. Não têm compaixão por ele, aliás, ficam incomodados com os seus gritos. Quantas vezes nós, ao ver muita gente na estrada — gente necessitada, doente, que não tem o que comer — ficamos incomodados. Quantas vezes, quando nos deparamos com numerosos migrantes e refugiados, ficamos incomodados. É uma tentação que todos temos. Todos, até eu! É por isso que a Palavra de Deus nos admoesta recordando-nos que a indiferença e a hostilidade tornam cegos e surdos, impedem que vejamos os irmãos e não permitem que reconheçamos o Senhor neles. Indiferença e hostilidade. E por vezes esta indiferença e hostilidade transformam-se também em agressões e insultos: “mandai embora toda esta gente! ”, “ponde-os noutro lugar!”. Esta agressão é a mesma que faziam as pessoas quando o cego gritava: “mas, vai-te embora, por favor, não fales, não grites”.

De mendigo a discípulo

Observemos um pormenor interessante. O Evangelista diz que alguém no meio da multidão explicou ao cego o motivo da presença de toda aquelas pessoas dizendo: “Passa Jesus, o Nazareno!” (v. 37). A passagem de Jesus está indicando com o mesmo verbo com o qual no livro do Êxodo se fala da passagem do anjo exterminador que salva os Israelitas na terra do Egito (cf. Ex. 12, 23). É a “passagem” da Páscoa, o início da libertação: quando Jesus passa, há sempre libertação, sempre salvação! Portanto, ao cego é como se fosse anunciada a sua Páscoa. Sem se deixar atemorizar, o cego grita várias vezes em direção a Jesus reconhecendo-o como o Filho de Davi, o Messias esperado que, secundo o profeta Isaías, teria aberto os olhos aos cegos (cf. Is 35, 5). Diferentemente da multidão, este cego vê com os olhos da fé. Graças a ela a sua súplica tem grande eficácia. Com efeito, ao ouvir a sua voz, “Jesus parou e mandou que lho trouxessem” (v. 40). Deste modo, Jesus tira o cego da beira do caminho e coloca-o no centro da atenção dos seus discípulos e da multidão. Pensemos também nós, quando estivemos em situações difíceis, inclusive em situações de pecado, como foi o próprio Jesus quem nos pegou pela mão e nos tirou da beira da estrada para nos doar a salvação. Realiza-se assim uma dúplice passagem. Primeiro: as pessoas tinham anunciado uma boa nova ao cego, mas não queriam ter nada a ver com ele; agora Jesus obriga todos a tomar consciência de que o bom samaritano implica pôr no centro do próprio caminho aquele que estava excluído. Segundo: por sua vez, o cego não via, mas a sua fé abre-lhe o caminho da salvação, e ele depara-se no meio de quantos desciam pelas ruas para ver Jesus. Irmãos e irmãs, a passagem do Senhor é um encontro de misericórdia que une todos à volta d’Ele para permitir que reconheçamos quem necessita de ajuda e de conforto. Jesus passa também na nossa vida; e quando passa Jesus, eu dou-me conta, é um convite a aproximar-me d’Ele, a ser mais bondoso, a ser um cristão melhor, a seguir Jesus.

Jesus dirige-se ao cego e pergunta-lhe: “Que queres que eu faça por ti?” (v. 41). Estas palavras de Jesus são surpreendentes: o Filho de Deus agora está em frente do cego como um servo humilde. Ele, Jesus, Deus, diz: “Mas, que queres que eu faça por ti? Como queres que eu te sirva?”. Deus faz-se servo do homem pecador. E o cego responde a Jesus já não chamando-lhe “Filho de Davi”, mas “Senhor”, o título que a Igreja desde o início aplica a Jesus Ressuscitado. O cego pede para poder voltar a ver e o seu desejo é atendido: “Recupera a vista! Vai, a tua fé te salvou” (v. 42). Ele mostrou a sua fé invocando Jesus e querendo absolutamente encontrá-lo, isto trouxe-lhe em dom a salvação. Graças à fé agora pode ver e, sobretudo, sente-se amado por Jesus. Por esta razão, a narração termina referindo que o cego “começou a segui-lo glorificando Deus” (v. 43): torna-se discípulo. De mendigo a discípulo, também este é o nosso caminho: todos nós somos mendigos, todos. Precisamos sempre de salvação. E todos nós, todos os dias, devemos dar este passo: de mendigos a discípulos. Deste modo, seguindo o Senhor entra a fazer parte da usa comunidade. Aquele que queriam silenciar, agora testemunha em voz alta o seu encontro com Jesus de Nazaré, e “todo o povo, vendo isto, deu louvor a Deus” (v. 43). Acontece um segundo milagre: o que ocorreu ao cego faz com que também o povo veja. A mesma luz ilumina todos unindo-nos na oração de louvor. Assim Jesus infunde a sua misericórdia sobre todos os que encontra: chama-os, faz com que venham ter com ele, reúne-os, cura-os e ilumina-os, criando um novo povo que celebra as maravilhas do seu amor misericordioso. Deixemo-nos também nós chamar por Jesus, e deixemo-nos curar por Jesus, perdoar por Jesus, e vamos atrás de Jesus louvando a Deus. Assim seja!

Audiência Geral do papa Francisco. Praça São Pedro, 15 de junho de 2016

Sábado, 18 Junho 2016 15:57

Conversão: caminho para a felicidade

 

Caros irmãos e irmãs!

Depois da sua Ressurreição, Jesus apareceu várias vezes aos discípulos, antes de se elevar à glória do Pai. O trecho do Evangelho que há pouco ouvimos (cf. Lc 24, 45-48) narra uma dessas aparições, na qual o Senhor indica o conteúdo fundamental da pregação que os apóstolos deverão transmitir ao mundo. Podemos resumi-la com estas duas palavras: “conversão” e “perdão dos pecados”. Trata-se de dois aspectos qualificadores da misericórdia de Deus que, com amor, cuida de nós. Hoje, tenhamos em consideração a conversão.

O que é a conversão? Ela está presente na Bíblia inteira, e de maneira particular na pregação dos profetas, que convidam continuamente o povo a “voltar para o Senhor”, pedindo-lhe perdão e mudando o seu estilo de vida. Em conformidade com os profetas, converter-se significa mudar de rumo e voltar de novo para o Senhor, baseando-se na certeza de que Ele nos ama, e que o seu amor é sempre fiel. Voltar para o Senhor!

Jesus fez da conversão a primeira palavra da sua pregação: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15). É com este anúncio que Ele se apresenta ao povo, pedindo-lhe que aceite a sua palavra como a última e definitiva que o Pai dirige à humanidade (cf. Mc 12, 1-11). No que se refere à pregação dos profetas, Jesus insiste ainda mais sobre a dimensão interior da conversão. Com efeito, nela está comprometida a pessoa inteira, coração e mente, para se tornar uma criatura nova, uma pessoa renovada. Quem transforma o coração renova-se.

Mudança de vida

Quando Jesus exorta à conversão não se arvora em juiz das pessoas, mas fá-lo a partir da proximidade, da partilha da condição humana e, por conseguinte, do caminho, da casa, da mesa... A misericórdia por aqueles que tinham necessidade de mudar de vida ocorria com a sua presença amável, para incluir cada um na sua história de salvação. Jesus persuadia as pessoas com a amabilidade, com o amor, e com esse seu comportamento Ele tocava profundamente o coração das pessoas, e elas sentiam-se atraídas pelo amor de Deus e impelidas a mudar de vida. Por exemplo, as conversões de Mateus (cf. Mt 9, 9-13) e de Zaqueu (cf. Lc 19, 1-10) tiveram lugar precisamente deste modo, porque eles sentiam que eram amados por Jesus e, através dele, pelo Pai. A verdadeira conversão verifica-se quando acolhemos o dom da graça; e um sinal claro da sua autenticidade é quando sentimos as necessidades dos irmãos e estamos dispostos a ir ao seu encontro.

Estimados irmãos e irmãs, quantas vezes também nós sentimos a exigência de uma mudança que transforme a nossa pessoa inteira! Quantas vezes dizemos: “Devo mudar, não posso continuar assim... Ao longo deste caminho, a minha vida não dará fruto, será uma existência inútil, e eu não serei feliz!”. Quantas vezes pensamos assim, quantas vezes... E Jesus, ao nosso lado, com a mão estendida diz-nos: “Vem, vem ter comigo. Sou eu que ajo: mudarei o teu coração, transformarei a tua vida, far-te-ei feliz!”. Mas nós acreditamos nisto ou não? Cremos ou não? O que pensais vós: acreditais nisto ou não? Menos aplausos e mais voz: credes ou não credes nisto? (O povo: “Sim!”). É assim! Jesus, que está ao nosso lado, convida-nos a mudar de vida. É Ele, mediante o Espírito Santo, que semeia em nós esta inquietação para mudarmos de vida e sermos um pouco melhores. Portanto, aceitemos este convite do Senhor, sem lhe opor resistências, porque somente se nos abrirmos à sua misericórdia encontraremos a verdadeira vida, a autêntica alegria. Nós só lhe devemos escancarar a porta, e Ele fará tudo o resto. Ele faz tudo; quanto a nós, compete-nos abrir de par em par o coração para que Ele possa curar-nos e fazer-nos progredir. Asseguro-vos que assim seremos mais felizes. Obrigado!

Audiência Jubilar do papa Francisco. Praça São Pedro, 18 de junho de 2016

Amados irmãos e irmãs!

“Senhor, se quiseres, podes purificar-me!” (Lc 5,12): é o pedido que ouvimos um leproso dirigir a Jesus. Esse homem não pede somente para ser curado, mas para ser “purificado”, ou seja, sarado integralmente, no corpo e no coração. Com efeito, a lepra era considerada uma forma de maldição de Deus, de profunda impureza. O leproso devia permanecer distante de todos; não podia entrar no templo, nem participar no serviço divino. Longe de Deus, afastado dos homens. Essas pessoas levavam uma vida triste!

Apesar disso, aquele leproso não se resigna à enfermidade, nem sequer às disposições que faziam dele um excluído. Para alcançar Jesus, não teve medo de violar a lei e entrou na cidade – o que não podia fazer, dado que lhe era proibido – e quando o encontrou, “lançou-se com o rosto por terra, suplicando-lhe: Senhor, se quiseres, podes purificar-me!” (v. 12). Tudo o que faz e diz esse homem, considerado impuro, é a expressão da sua fé! Reconhece o poder de Jesus: está convicto de que Ele tem o poder de curá-lo, e que tudo depende da sua vontade. Esta fé foi a força que lhe permitiu violar todas as convenções e procurar ir ao encontro com Jesus; assim, ajoelhando-se diante dele, chama-o “Senhor”.
A súplica do leproso demonstra que quando nos apresentamos a Jesus não é necessário fazer longos discursos. São suficientes poucas palavras, contanto que sejam acompanhadas pela plena confiança no seu poder absoluto e na sua bondade. Efetivamente, confiar na vontade de Deus significa entregar-se à sua misericórdia infinita. Também eu vos contarei um segredo pessoal. À noite, antes de ir para a cama, recito esta breve oração: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!”. E rezo cinco vezes o “Pai-Nosso”, um para cada chaga de Jesus, porque Jesus nos purificou com as suas chagas. Mas se eu o faço, também vós o podeis fazer, em casa, dizendo: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!”; e, pensando nas chagas de Jesus, receitai um “Pai-Nosso” para cada uma delas. E Jesus ouve-nos sempre!

O cristão não exclui ninguém

Jesus sente-se profundamente comovido por este homem. O Evangelho de Marcos realça que “Jesus se compadeceu dele, estendeu-lhe a mão, tocou-o e lhe disse: “Eu quero, fica curado!” (1,41). O gesto de Jesus acompanha as suas palavras, tornando mais explícito o seu ensinamento. Contra as disposições da Lei de Moisés, que proibia a aproximação de um leproso (cf. Lv 13,45-46), Jesus estende a mão e chega a tocá-lo. Quantas vezes nós encontramos um pobre que vem ao nosso encontro! Podemos até ser generosos, podemos ter compaixão dele, mas geralmente não o tocamos. Oferecemos uma moeda a ele, lançamo-la, mas evitamos de tocar a sua mão. E esquecemos que se trata do corpo de Cristo! Jesus ensina-nos a não ter medo de tocar o pobre e o excluído, pois é Ele que está neles. Tocar o pobre pode purificar-nos da hipocrisia, tornando-nos inquietos diante da sua condição. Tocai os excluídos. Hoje acompanham-me aqui estes jovens. Muitos pensam que seria melhor que eles permanecessem na sua terra, mas ali sofriam muito. São os nossos refugiados, mas por tantos são considerados excluídos. Por favor, eles são nossos irmãos! O cristão não exclui ninguém, deixa um lugar para todos, permite que todos venham!

Depois de ter curado o leproso, Jesus pediu-lhe que não falasse sobre isto com ninguém, e, contudo, disse-lhe: “Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés prescreveu, para lhes servir de testemunho” (v. 14). Essa disposição de Jesus indica pelo menos três aspetos. O primeiro: a graça que age em nós não busca o sensacionalismo. Em geral, ela move-se com discrição, sem clamores. Para curar as feridas e para nos guiar pelo caminho da santidade, ela trabalha modelando pacientemente o nosso coração segundo o Coração do Senhor, de maneira a assumir cada vez mais os seus pensamentos e sentimentos. O segundo: fazendo com que a cura ocorrida fosse averiguada oficialmente pelos sacerdotes e, oferecendo um sacrifício de expiação, o leproso volta a ser admitido no seio da comunidade dos fiéis e na vida social. A sua reintegração completa é a cura. Como ele mesmo tinha suplicado, agora está completamente purificado! Enfim, apresentando-se aos sacerdotes, o leproso presta-lhes testemunho acerca de Jesus e da sua autoridade messiânica. A força da compaixão com a qual Jesus curou o leproso levou a fé daquele homem a abrir-se à missão. Era um excluído e agora é um de nós.

Pensemos em nós, nas nossas misérias... Cada um tem as suas. Pensemos com sinceridade. Quantas vezes as encobrimos com a hipocrisia das “boas maneiras”. E precisamente agora é necessário que fiquemos sozinhos, que nos ajoelhemos diante de Deus e rezemos: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!”. Fazei-o, fazei-o antes de ir dormir, todas as noites. E agora recitemos juntos esta bonita oração: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!”.

Audiência Jubilar do papa Francisco. Praça São Pedro, 22 de junho de 2016

Amados irmãos e irmãs!

Quantas vezes, durante estes primeiros meses do Jubileu, ouvimos falar das obras de misericórdia! Hoje o Senhor convida-nos a fazer um sério exame de consciência. Efetivamente, é bom nunca esquecer que a misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um estilo de vida: uma pessoa pode ser misericordiosa ou não misericordiosa, é um estilo de vida. Prefiro viver como misericordioso ou como não misericordioso. Uma coisa é falar de misericórdia, e outra é viver a misericórdia. Parafraseando as palavras do apóstolo São Tiago (cf. 2,14-17), poderíamos dizer: Sem obras, a misericórdia está morta em si mesma. É exatamente assim! O que torna viva a misericórdia é o seu dinamismo constante, para ir ao encontro das carências e necessidades de quantos vivem em dificuldades espirituais e materiais. A misericórdia tem olhos para ver, ouvidos para escutar, mãos para levantar...

A vida quotidiana permite-nos tocar com a mão tantas solicitações que dizem respeito às pessoas mais pobres e mais provadas. De nós é exigida aquela atenção particular que nos leva a dar-nos conta das condições de sofrimento e necessidade em que se encontram numerosos nossos irmãos e irmãs. Às vezes passamos diante de situações de pobreza dramática, e parece que elas não nos comovem; tudo continua como se nada fosse, numa indiferença que no final nos torna hipócritas e, sem nos darmos conta, acaba numa forma de letargia espiritual, que torna o espírito insensível e a vida estéril. As pessoas que passam, que vão em frente na vida sem se aperceberem das necessidades de outrem, sem verem as numerosas necessidades espirituais e materiais, são indivíduos que passam sem viver, são pessoas que não servem ao próximo. Recordai-vos bem: quem não vive para servir, não serve para viver.

Quantos são os aspetos da misericórdia de Deus para conosco! Da mesma maneira, quantas pessoas nos pedem misericórdia. Quem experimentou na própria vida a misericórdia do Pai não pode permanecer insensível diante das necessidades dos irmãos. O ensinamento de Jesus que ouvimos não nos permite vias de fuga: Eu tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, estava nu, era forasteiro, estava doente e assististes-me (cf. Mt 25, 35-36). Não nos podemos esquivar diante de uma pessoa que sente fome: é preciso dar-lhe de comer. É isto que Jesus nos pede! As obras de misericórdia não são temas teóricos, mas testemunhos concretos. Obrigam-nos a arregaçar as mangas para aliviar o sofrimento.

Por causa das mudanças do nosso mundo globalizado, multiplicaram-se algumas formas de pobreza material e espiritual: portanto, demos espaço à fantasia da caridade para identificar novas modalidades de ajuda. Deste modo, o caminho da misericórdia tornar-se-á cada vez mais concreto. Por conseguinte, exige-se que permaneçamos vigilantes como sentinelas, a fim de que não aconteça que, perante as formas de pobreza produzidas pela cultura do bem-estar, o olhar dos cristãos se debilite a ponto de se tornar incapaz de visar ao essencial. Visar ao essencial! Que significa? Olhar para Jesus, fitar Jesus no faminto, no encarcerado, no enfermo, na pessoa nua, em quantos não têm um trabalho e devem e são responsáveis por uma família. Fitar Jesus nestes nossos irmãos e irmãs; ver Jesus em quantos estão sozinhos, tristes, em quem erra e tem necessidade de conselhos, naquele que precisa de percorrer o caminho com Ele, em silêncio, para se sentir em companhia. São estas as obras que Jesus nos pede! Ver Jesus neles, nestas pessoas. Por quê? Porque é assim que Jesus me vê, é assim que Ele vê todos nós!

Viagens Apostólicas

Nos dias passados, o Senhor concedeu-me visitar a Armênia, a primeira nação que abraçou o cristianismo, no início do século IV. Um povo que, durante a sua longa história, testemunhou a fé cristã mediante o martírio. Dou graças a Deus por essa viagem e estou profundamente grato ao Presidente da República Armênia, ao Catholicos Karekin II, ao Patriarca e aos bispos católicos, bem como a todo o povo armênio, por me terem recebido como peregrino de fraternidade e de paz.

Daqui a três meses, se Deus quiser, realizarei mais uma viagem, irei à Geórgia e ao Azerbaijão, outros dois países da região caucásica. Aceitei o convite para visitar aqueles países, por dois motivos: por um lado, para valorizar as antigas raízes cristãs presentes naquelas terras – sempre em espírito de diálogo com as demais religiões e culturas – e, por outro, para encorajar esperanças e caminhos de paz. A história ensina-nos que a vereda da paz exige uma grande tenacidade e passos contínuos, a começar pelos pequenos, levando-os a aumentar gradualmente, indo uns ao encontro dos outros. Precisamente por esta razão, formulo votos a fim de que todos e cada um ofereçam a própria contribuição para a paz e a reconciliação.

Como cristãos, somos chamados a fortalecer a comunhão fraterna entre nós, para dar testemunho do Evangelho de Cristo e para ser fermento de uma sociedade mais justa e solidária. Por isso, a visita inteira foi compartilhada com o Supremo Patriarca da Igreja Apostólica da Armênia, que fraternalmente me hospedou durante três dias na sua casa.

Renovo o meu abraço aos bispos, aos sacerdotes, às religiosas, aos religiosos e a todos os fiéis na Armênia. A Virgem Maria, nossa Mãe, os ajude a permanecer firmes na fé, abertos ao encontro e generosos nas obras de misericórdia. Obrigado!

Audiência Jubilar do papa Francisco. Praça São Pedro, 30 de junho de 2016

Em mensagem, por ocasião do 7 de setembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) "reafirma que o Brasil é um país livre, soberano e religioso", marcado por "uma história construída na diversidade, na tolerância e na convivência pacífica".

Entretanto, de acordo com o texto assinado pela Presidência da CNBB, o país passa por "um triste momento da história". "A ausência de valores éticos e morais provocou a profunda crise política, econômica e social que estamos atravessando. A histórica desigualdade social não foi superada. Corremos o risco de vê-la agravada pela desconstrução de políticas públicas, que resultam em perda de direitos", dizem os bispos. Confira, abaixo, a íntegra do texto:

 

MENSAGEM POR OCASIÃO DA COMEMORAÇÃO DO DIA DA INDEPENDÊNCIA

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5)

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, por ocasião das comemorações de 7 de setembro, dia da Independência, reafirma que o Brasil é um país livre, soberano e religioso. É uma das dez maiores economias do mundo, território vasto e diverso, mais de 200 milhões de brasileiras e brasileiros. Testemunhas de uma história construída na diversidade, na tolerância e na convivência pacífica.

Contudo, vivemos um triste momento de nossa história. A ausência de valores éticos e morais provocou a profunda crise política, econômica e social que estamos atravessando. A histórica desigualdade social não foi superada. Corremos o risco de vê-la agravada pela desconstrução de políticas públicas, que resultam em perda de direitos.

Constatamos as dificuldades do momento, mas acreditamos na capacidade do povo brasileiro de superar adversidades, sempre através de manifestações pacíficas. Cada instituição é chamada a cumprir seus respectivos deveres, no Estado Democrático de Direito, atuando no que lhe é específico, em favor do povo brasileiro, nunca por interesses particulares ou corporativos. A Carta Magna de 1988, fruto de um processo de participação popular, guardiã da democracia brasileira, deve ser arduamente defendida.

Menos de um mês nos separam das eleições municipais. É uma oportunidade para nossa população falar através das urnas. Não percamos a chance de ter uma participação ativa e consciente que resgate a política e eduque para cidadania. Recordemos que se trata de uma eleição sem o financiamento empresarial e regida pela lei da Ficha Limpa, relevantes conquistas da sociedade brasileira.

“Gigante pela própria natureza... teu futuro espelha essa grandeza”.

O dia da pátria seja uma ocasião para reafirmar o compromisso de todo o povo brasileiro com a democracia, por meio do diálogo e da busca incansável pela paz, para construirmos juntos um Brasil fraterno e justo. A “esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda por nós!

 

Brasília-DF, 07 de setembro de 2016

 

Dom Sergio da Rocha 

Arcebispo de Brasília-DF

Presidente da CNBB

 

Dom Murilo S. R. Krieger

Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA

 Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília-DF

Secretário-Geral da CNBB

 

Com o tema, “A importância da reinserção social”, e o lema, “Já não mereço ser chamado teu filho” (Lc 15, 19), as Obras Sociais Redentoristas promovem nos dias 22 a 24 de setembro, o 4º Congresso Redentorista de Prevenção às Drogas, no Auditório Dom José Rodrigues, que pertence ao complexo CESPE / CECAM, em Trindade (GO).

O evento, que tem o apoio do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) já é tradicional na região e reúne pessoas de todo o estado de Goiás. Este ano, órgãos governamentais ligados à temática e profissionais vão conduzir os debates do Congresso, que pela primeira vez é realizado de forma nacional. Entre as atrações estão apresentações culturais todos os dias, jantar com comida típica de Goiás e palestras e mesas redondas que abordam a problemática das drogas, todas conduzidas por profissionais gabaritados.

As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas com antecedência. Para mais informações: www.ObrasSociaisRedentoristas.com.br, pelo facebook: Obras Sociais Redentoristas ou ainda pelo telefone (62) 3505-1340.

 

 

Iluminados pelo tema do Mês Vocacional 2016: “A Misericórdia divina fonte das vocações”, a Diocese de Uruaçu intensificou as orações pelas vocações, sendo utilizados em cada comunidade panfletos oracionais nas celebrações e alguns momentos específicos de celebração.

Já no dia 30 de julho, na abertura do Mês Vocacional, ocorreu o evento vocacional de nossa diocese, Despertai 2016, momento muito rico de experiências e orações pelas vocações, iniciando-se com a Santa Missa, na Catedral, presidida pelo bispo diocesano Dom Messias dos Reis Silveira, e com a presença de muitos sacerdotes da diocese, religiosos, consagrados e milhares de jovens.

Após o momento celebrativo e passagem pela porta santa, teve a caminhada até o estacionamento do Seminário São José, onde havia stands vocacionais, módulos, confissões, adoração, palestras, louvor e animação no palco central, seguido dos momentos vocacionais específicos e shows oracionais, com Cantores de Deus, Pe. Cleidimar Moreira e Rosa de Saron, para um público estimado em 7 mil pessoas.

IDE 2016

Nos dias 26 a 28 de agosto foi a vez do Encontro Vocacional Diocesano, o IDE 2016, com o tema “Sou chamado pela Misericórdia”. Muitos jovens que buscam entender e viver o chamado de Deus em suas vidas puderam ter contato direto com diversas formas de se entregar a Deus, com a presença de muitas congregações religiosas e comunidades, contando também com famílias, seminaristas e sacerdotes.

 

Veja todas as fotos

Informações e fotos: Assessoria de Comunicação - Centro Pastoral João Paulo II - Diocese de Uruaçu

No dia 21 de agosto aconteceu a 7ª Romaria dos Catequistas do Regional Centro-Oeste da CNBB, a Trindade, com o tema, “Catequistas: misericordiosos como o Pai”, e o lema, “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia” (Mt 5, 7). O evento contou com a participação de cerca de 800 catequistas. A concentração aconteceu no Portal da Fé, às 5h30.

Com animação do grupo Rosa Mística de Goiânia e da irmã Ana Maria, a romaria teve quatro paradas conduzidas pelas dioceses. O bispo de Goiás e referencial para a Pastoral Bíblico-Catequética do Regional, Dom Eugênio Rixen, acolheu a todos lembrando que o ministério do catequista é um exercício de misericórdia, porque é concretização específica de uma das obras de misericórdia espiritual, “ensinar os que não sabem”. “Ensinar o caminho de Deus é obra de misericórdia, pois, querendo o bem do outro, não ficamos indiferentes, mas lhe transmitimos o que temos de mais importante e lhe indicamos o caminho da comunhão com Deus, da vida nova e da salvação”, disse.

Dom Eugênio também convocou os catequistas do Regional Centro-Oeste a fazerem a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, criados, muitas vezes de forma dramática.

A missa presidida pelo bispo de Goiás, no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, foi transmitida ao vivo pela TV Aparecida. Logo após todos se dirigiram ao ginásio de esportes, onde Dom Eugênio fez uma reflexão com os catequistas sobre o Ano da Misericórdia com o assessor nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, padre Antônio Marcos Depizzoli.

Dom Eugênio citou a Parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 11-32) como exemplo de ensinamento profundo de misericórdia. “Ao avistar o filho, o pai correu para abraça-lo e beijá-lo. Assim deve ser nossa atitude como catequistas”, afirmou. “Quanto mais o catequista se mostra alegre no anúncio da Palavra, tanto mais alegre será a mensagem para os que o escutam. É precisamente a alegria do catequista, no anúncio da Palavra e do Evangelho, a demonstração mais evidente da Boa Nova que anuncia”, deixou sua mensagem, o assessor da CNBB.

Houve também no ginásio, animação e apresentações culturais feitas pelas dioceses.

 

 

 

Com o tema, “Catequistas: testemunhas da misericórdia do Pai”, e lema, “Sejam misericordiosos como o vosso Pai” (Lc 6, 36), a Diocese de Goiás realizou no dia 28 de agosto, a 3ª Festa do Catequista, na cidade de Goiás, evento que encerrou o Ano Vocacional de agosto e celebrou o Dia Nacional do Catequista.

Na perspectiva do Ano Santo da Misericórdia, os catequistas vivenciaram que Jesus é o rosto da misericórdia do Pai, uma vez que a misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um rosto, tornando-se viva, visível e atingindo o seu significado, em Jesus.

A festa teve início com uma reflexão e peregrinação catequizadora, sobre a importância do Jubileu da Misericórdia, de maneira orante, apresentando a importância do papel do catequista na evangelização misericordiosa.

“Peregrinar, refletir, passar pela Porta Santa, e celebrar reabasteceu a fé dos catequistas, pais, crismandos e catequizandos presentes na festa, e o mais significativo é compreender que a misericórdia não termina com a Santa Missa, mas ela continua no cotidiano, por isso é preciso festejar esse amor misericordioso do Pai”, comentou o bispo diocesano, Dom Eugênio Rixen.

Ele também agradeceu pela participação das paróquias na festa diocesana. “Gratidão a cada paróquia que se motivou para festejar conosco mais um ano, de experiência e partilha catequética. Aos catequistas, que Deus com sua infinita misericórdia protegendo sua vocação, continue testemunhando o entusiasmo de fazer parte dessa pastoral. Aos crismandos e catequizandos, que vocês tenham sempre alegria de ser jovens que façam da nossa Igreja um testemunho vivo da misericórdia. Aos pais e responsáveis, que vocês testemunhem a Igreja na família, para colherem frutos do amor misericordioso. Parabéns a cada um! Nos encontraremos na próxima festa, confirmando a missão evangelizadora de sermos testemunhas da misericórdia do Pai”, concluiu Dom Eugênio.

Informações e fotos: Diocese de Goiás

 


Reunida na sede do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), em Goiânia, no dia 29 de agosto, a Comissão Ampliada da Pastoral Vocacional deu início à articulação do Ano Vocacional Mariano Regional 2017, que deverá começar no próximo mês de maio. Segundo o coordenador da pastoral, padre Elias Aparecido, será elaborado um material em preparação para a Jornada Vocacional que acontecerá na Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Brasília. “Começamos a pensar nesse material e na data de início desse ano temático”, disse.

Foi reforçado também, durante a reunião, o convite às dioceses de participarem do encontro de formação vocacional que acontecerá nos dias 23 a 25 de setembro, no Centro Pastoral João Paulo II, em Anápolis (GO) e do 3º módulo da Escola Vocacional, nos dias 23 a 27 de janeiro de 2017, no Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima, em Brasília (DF).

Com relação às expectativas para o Ano Vocacional Mariano, padre Elias disse que está animado, já que as dioceses demonstram interesse em participar. “As dioceses estão animadas e isso é um ponto muito positivo porque o evento é para as Igrejas particulares mesmo”, declarou. No ano temático haverá um subsídio que irá envolver todas dioceses, comunidades em momentos oracionais litúrgicos, com o objetivo de preparar todas para a peregrinação até a Catedral de Brasília.

Outro destaque do evento será a Praça Vocacional. “Teremos a participação de expressões vocacionais de todas as dioceses. Será um momento muito significativo porque vai propor experiências diversas da cultura vocacional”, antecipou o coordenador. Padre Danilo Malta dos Santos, da Diocese de Anápolis, vê no Ano Vocacional um caminho fundamental para a unidade da Igreja regional. “Esses eventos regionais dão oportunidade de partilharmos o que nossas dioceses estão desenvolvendo e isso enriquece o trabalho expansivo na dimensão vocacional porque sempre temos algo a apresentar”, sublinhou.

 

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