Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Bendito o que vem em nome do Senhor (Sl 118, 26)
No sábado, 13 de agosto, monsenhor Moacir Silva Arantes, 47 anos, nomeado bispo auxiliar de Goiânia pelo papa Francisco, no dia 11 de maio, será ordenado na igreja matriz de São Bento, em sua terra natal, Itapecerica (MG), sob imposição das mãos do bispo emérito de Divinópolis (MG), Dom José Belvino do Nascimento e dos bispos co-ordenantes, Dom José Carlos de Souza Campos, diocesano de Divinópolis e Dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia e responsável pelo pedido ao papa de um segundo bispo auxiliar.
Filho de Bento Alves Arantes e Irene Pinto de Araújo, monsenhor Moacir é o 13º de 15 irmãos. Formou-se em filosofia e teologia em Belo Horizonte e foi ordenado padre em 14 de agosto de 1999. Já foi administrador, vigário e pároco em seis municípios da Diocese de Divinópolis, bem como reitor dos seminários diocesanos, membro do conselho presbiteral e coordenador da Pastoral das Vocações e ministérios da diocese. Foi assessor eclesiástico da Pastoral Familiar no Regional Leste 2 (Espírito Santo e Minas Gerais) e por último assessor nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Vocação
Monsenhor Moacir sentiu o desejo de ser padre, por volta dos 20 anos de idade, segundo sua mãe, Irene Pinto de Araújo, 86 anos. Aos 22 ingressou no seminário. “Levei um susto quando ele disse a primeira vez que ia ser padre”, contou em entrevista. Dona Irene revelou que não quis interferir na escolha do filho, mas sempre respondia a ele que seria uma “maravilha” ter um padre na família. Ela contou ainda que resolveu fazer uns testes para saber se o jovem Moacir realmente tinha vocação. “Ele sempre me dizia que seria padre e, para testá-lo, eu dizia que ele não ia ser, que havia muitas meninas querendo namorá-lo, mas contrariado, ele dizia que seria sacerdote. Na última vez que fiz esse teste ele meu deu uma resposta que jamais esquecerei. “Mamãe, eu serei padre e cuidarei muito bem das ovelhas que a mim forem confiadas”. Sobre o filho agora ser bispo, Dona Irene não tem muita noção do que seja, mas disse que continuará rezando pelo filho. “Uai! Sempre falaram que ele seria bispo nas paróquias onde ele passou. Até os irmãos ele sempre diziam e ele respondia que não. Vou continuar rezando por ele como sempre fiz, pois o Moacir já andou nesse mundo todo e hoje não existem mais distâncias, não é? ”.
Bispo auxiliar
Conforme o Código de Direito Canônico, Artigo 3, Cân. 403, § 1, “Quando as necessidades pastorais da diocese o aconselharem, sejam constituídos um ou vários bispos auxiliares, a pedido do bispo diocesano...”. Como o próprio nome diz, cabe aos auxiliares colaborarem na ação pastoral da Igreja particular, em funções concordes com o diocesano em trabalho e espírito. Com pouco mais de 2,4 milhões de habitantes nos 27 municípios de sua abrangência territorial, segundo dados do IBGE de 2015, a Arquidiocese de Goiânia há tempos precisa de um segundo bispo auxiliar, conforme Dom Washington. “Há muito tempo eu peço um segundo bispo auxiliar, sonho que se realizou com a chegada de Dom Levi, mas para minha surpresa, Dom Waldemar, que estava em Goiânia nesse ministério desde março de 2010, foi transferido para a Diocese de Luziânia (GO). Espero que agora os dois auxiliares permaneçam conosco”, brincou o arcebispo.
Avançar para águas mais profundas
Por ocasião da cerimônia de recepção do monsenhor Moacir, no dia 11 de maio, na Cúria Metropolitana de Goiânia, Dom Washington disse que, com dois auxiliares, a Arquidiocese terá mais capacidade de corresponder às exigências pastorais. “Agora a nossa vida eclesial deverá ser engrandecida”. O arcebispo ainda declarou que o novo auxiliar veio de encomenda por já ter tido experiência em algumas áreas pastorais que muito precisa essa Igreja particular. “A família necessita de urgente atenção, hoje, na Igreja de Goiânia, e o novo bispo foi assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB. Outro desafio são os seminários e ele já foi reitor de seminário. Temos também desafios com a PUC Goiás e ele também entende de educação e poderá ajudar, pois dirigiu uma universidade paroquial em Divinópolis”. Dom Levi também se mostrou otimista. “Com três bispos, considerando a dimensão da Arquidiocese de Goiânia, podemos vislumbrar novos horizontes e desafios, caminhar para desenvolver uma Igreja mais moderna e alçar voos mais altos. É isso que a Santa Sé espera de nós”.
Um padre do povo
O bispo diocesano de Divinópolis, Dom José Carlos Souza Campos, em entrevista à Rádio Santa Cruz AM, daquela diocese, disse que o novo bispo sempre foi um sacerdote exemplar. “Monsenhor Moacir fez um ótimo trabalho em todas as paróquias em que trabalhou e, sua experiência paroquial foi, sem dúvida, fundamental para a sua nomeação”. Ele ainda ressaltou que o novo bispo tem como qualidades o cuidado com as pessoas, sempre se mantendo próximo, e a experiência nos diversos trabalhos em que se dedicou. “Além de trabalhar em várias comunidades e como reitor nos seminários, nos últimos anos tem demonstrado um amor muito grande pelas famílias, por isso foi chamado a trabalhar na Comissão da CNBB para a Vida e a Família, portanto, trata-se de uma pessoa que tem zelo pelas pastorais, com as famílias e certamente isso teve um peso grande em sua nomeação”. A leiga Geralda Maria das Neves Pereira (Taninha), 59 anos, conhece monsenhor Moacir há 16, e com ele trabalhou na Pastoral Familiar, no Movimento de Cursilhos de Cristandade e no Conselho de Pastoral da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Pará de Minas. Ela diz que a maior virtude do novo bispo é o amor pelo que faz com dedicação, humildade, profunda espiritualidade e sensibilidade ao próximo. “Nele sentimos o amor de Jesus, principalmente pelos pobres e marginalizados. Ele se sensibiliza pela dor do seu povo e ajuda a aliviar os seus fardos”. Como pessoa, completa, “é daqueles amigos que não nos deixa sair da sua presença sem nos sentirmos melhores. ”
Um homem piedoso e de oração
Dom José Belvino do Nascimento, bispo que ordenou padre Moacir em 1999, é o mesmo que vai ordenar o novo irmão no episcopado. Logo que foi divulgada a nomeação ele concedeu entrevista em que declarou nutrir muita admiração por monsenhor Moacir e destacou algumas de suas qualidades. “Primeiro: ele é muito inteligente e estudioso. Segundo: é um homem muito piedoso, de oração, que reflete a união com Deus”, elogiou. O bispo emérito também exaltou a simplicidade do novo bispo auxiliar de Goiânia e desejou que ele seja um pastor dedicado a cumprir a missão da Igreja. “Monsenhor Moacir está indo para uma cidade muito grande, carente, e irá fazer muito bem ao povo de lá. Desejo que ele seja feliz não mais carregando uma cruz de padre, mas um cruzeiro de bispo que é mais pesado e peço a Deus lhe dê alegria, força e santidade para cumprir sua missão”.
Um padre simples
Como o francês São João Maria Vianney, Padroeiro dos Padres celebrado no último dia 4 de agosto, conhecido por ter se dedicado ao povo simples como pároco, monsenhor Moacir também se realizava em paróquias pequenas. Mas os projetos de Deus nem sempre são os nossos e à medida que o tempo foi passando, ele foi assumindo novas funções e, quando chegou a notícia de sua nomeação respondeu ao núncio apostólico que era apenas mais uma transferência em sua vida, só que diferente porque feita pelo papa. Na cerimônia de sua recepção em Goiânia, por ocasião de sua nomeação, o bispo eleito abriu o coração e falou do espírito que o traz a esse novo serviço da Igreja. “Meu único desejo e vontade neste tempo em que eu estiver aqui é colaborar e contribuir com aquilo que nós temos e sabemos que ainda é muito pouco, mas pertence agora a esta Arquidiocese pelo tempo que Deus desejar. Contem comigo naquilo que eu posso ser útil e espero contar com a ajuda de todos, sobretudo de Dom Antonio, Dom Washington e Dom Levi porque sou padre há 17 anos e agora começo um novo aprendizado”.
Entrevista
“Venho para servir”
Ouvido, monsenhor Moacir disse como ele vê sua nomeação para bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia e como pretende servir nesta porção do Povo de Deus. Comenta ainda sobre os desafios pastorais de hoje e da necessidade de uma Igreja em saída.
Nomeação
Eu sinceramente me confio às mãos de Deus. Penso que quando nós nos colocamos a serviço, não escolhemos nem o serviço, nem aonde servir nem a quem servir. Nós estamos a serviço da Arquidiocese auxiliando Dom Washington, aonde for necessário e pertinente. Vivi algumas experiências em vista do meu ministério pastoral, muito voltadas para a família. Acompanhei também uma faculdade que a paróquia possuía, mas sempre trabalhei na dimensão do pastoreio. O que eu sou é padre e com o meu ministério nós vamos nos construindo a partir das necessidades que forem surgindo e onde for necessária minha atuação, ali eu estarei. Aquilo que eu não souber eu aprenderei. Mas eu venho para servir a todos aqueles que Deus colocar em meu caminho.
Desafios pastorais
Vivemos um tempo em que o grande desafio é ajudar as pessoas a conhecerem, acolherem e viverem o projeto de Deus, tanto na vida pessoal quanto nos relacionamentos que precisam ser evangelizados e nos projetos humanos que estão sendo construídos. Precisamos colocar a boa alma em todos as ações e construções humanas e eu sinto que o grande desafio primeiro é ser um testemunho daquilo que Deus realizou em minha vida e que pode realizar na vida de tantas outras pessoas. Ser um testemunho de que Deus está presente e agindo e nós não precisamos ter medo. Ele tem um projeto para cada pessoa, de cada comunidade e em toda situação a sua presença pode ser iluminadora. Então, nosso grande desafio é carregar justamente essa luz para os diversos ambientes começando na família que é a base da construção do ser humano e da sociedade, por isso, nosso grande desafio é evangelizar os relacionamentos, e a convivência das pessoas.
Igreja Missionária
O Santo Padre nos tem pedido e a Igreja no Brasil tem se proposto a olhar para fora, ver as diversas realidades para entender que dentro dela há algo muito enriquecedor a ser oferecido. Nós precisamos de fato estar na constante atividade de sairmos porque temos algo para levar, oferecer à sociedade e não podemos nos fechar privando as pessoas desse anúncio. O caminho da Igreja deve ser percebido, visto e reconhecido como um sinal que Cristo deixou que pode nos conduzir ao Reino de Deus e à construção de novas situações até mesmo em nossa sociedade.
Levar o Evangelho a toda criatura requer pessoas dispostas, preparadas, capazes de doar a própria vida a serviço do Reino de Deus. Cada ministério, com suas especificidades, é importante e fundamental para que a Igreja de Cristo seja capaz de levar a Boa-Nova aos confins do mundo. Nós, Arquidiocese de Goiânia, caminhamos nesse sentido e damos passos firmes para esse fim. Com a nomeação pelo papa Francisco do novo bispo auxiliar, monsenhor Moacir Silva Arantes, 47 anos, temos muitos motivos para nos alegrar e festejar, já que é a primeira vez que nossa Igreja particular conta com dois bispos auxiliares e, dessa forma, nos tornamos mais preparados para avançar.
Ficamos contentes porque pedimos, e o Senhor da messe enviou operários para a sua messe (cf. Mt 9, 37-38). Assim como já nos presenteou com Dom Waldemar Passini Dalbello, que por quatro anos esteve conosco; Dom Levi Bonatto, que está desde o ano passado, agora continuamos essa sucessão ininterrupta com monsenhor Moacir, que vem da Diocese de Divinópolis (MG) contribuir com o múnus de levar o Evangelho adiante, não somente como padre, mas como membro do colégio episcopal. Nossa Arquidiocese, com seus 60 anos de história, não pode parar no tempo e no espaço uma vez que os desafios pastorais se reapresentam todos os dias e são proporcionais às dimensões da nossa abrangência territorial e populacional.
Com dois auxiliares, continuamos a peregrinação da Igreja terrena que precisa estar próxima do nosso povo, com os seus pastores “com o cheiro das ovelhas”, como bem exortou o papa Francisco na Semana Santa deste ano; de modo transversal em todas as pastorais e movimentos, apascentando e aumentando continuamente o Povo de Deus. O ministério do bispo auxiliar, conforme a tradição apostólica manifestada em todo o mundo, junto com o arcebispo, é pregar a Palavra de Deus, administrar continuamente os Sacramentos, orientar na peregrinação para a eterna felicidade. E cabe ao povo ouvi-los. “Os bispos sucederam aos apóstolos, como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo; quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo” (LG 51). E como fazer tudo isso quando temos milhares de comunidades, dezenas de paróquias e diversas pastorais, movimentos, novas comunidades? Pela virtude da comum sagrada ordenação e missão, na qual todos os padres estão ligados em íntima fraternidade, que espontânea e livremente se deve manifestar no auxílio mútuo, espiritual, material, pastoral ou pessoal, em reuniões e na comunhão de vida, de trabalho e de caridade.
É fundamental que a Igreja esteja em unidade a partir dos seus bispos, com o papa e sob a sua autoridade, naquilo que se refere ao magistério e ao governo pastoral, unidos pelo colégio episcopal a favor de toda a Igreja de Deus, na certeza de que a nossa missão só tem um objetivo: conduzir a humanidade à família de Deus.
Damos boas-vindas ao novo bispo auxiliar e desejamos que seja frutuosa a missão que o próprio Senhor a ele confiou. Desde já esperamos que monsenhor Moacir seja feliz na Região Centro-Oeste onde está encravada a Arquidiocese de Goiânia e rezamos para que a sua simplicidade e toda a carga de experiência adquirida em 17 anos de sacerdócio na Diocese de Divinópolis o ajudem nessa nova etapa e ministério. Que Nossa Senhora Auxiliadora, Padroeira da nossa Arquidiocese e da cidade de Goiânia, o acompanhe e guie todos os dias.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo metropolitano de Goiânia
O Concílio Vaticano II, interrompido pela guerra de 1870, não pôde infelizmente realizar a redação do tratado do bispo, já em projeto e todo esboçado. E o cardeal Saliège dizia, com sentimento de pesar: a teologia do episcopado ainda não foi estabelecida, devido à trágica interrupção do Concílio. No entanto, podemos afirmar legitimamente, hoje, que a teologia do bispo foi definida com clareza pelo Concílio Vaticano II.
Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens”. Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.
O Evangelho é a “Boa Nova”, a notícia faustosa, a mensagem de alegria. Às vezes me pergunto: o que Anchieta trouxe para evangelizar nossa terra? Aí está algo do segredo do apostolado: sermos instrumentos de Cristo, mas sem instrumentalizar Jesus Cristo. Que simplicidade! Chamou-os, e eles abandonaram a barca, o pai, e o seguiram. Assim se inicia a história dos apóstolos, assim começa a história do bispo. Parte de um chamado livre, espontâneo, que o mestre faz: Jesus chama àqueles que ele quer. É ele quem elege, escolhe, só ele.
Para o seu ministério, Jesus chamou não um grupo de homens perfeitos e extraordinários, mas gente como nós, com todas as imperfeições e mazelas humanas que descobrimos dia a dia em nós mesmos. Quando se estuda a história da Igreja, lê-se que houve uma cruzada contra os ocupantes da terra santa composta apenas de crianças... Hoje se ri de uma coisa dessas. Mas, com os doze homens, implantar o Reino de Deus num mundo pagão e ateu é da mesma forma ridículo, se não fosse tão divino. Desproporção humana para evidenciar que é obra divina! Tarefa: anunciar o Reino dos Céus! É o ministério mais importante.
Primeira preferência: os afastados, as ovelhas perdidas, os que estavam longe. Base de trabalho: fé e confiança ilimitadas em Deus: “Eu estarei convosco até o fim do mundo!” Vinte séculos depois, a desproporção ainda existe da mesma forma. A oposição não diminuiu, antes aumentou. Será que nós, bispos, padres, levamos a sério nosso ministério? Quando Jesus chamou os seus, foi exclusivamente para o evangelho, para o testemunho, para o anúncio... Foi ele quem chamou. Nenhum deles se apresentou por si mesmo ao Mestre; nenhum lhe pediu ser escolhido apóstolo. O mesmo passa com o bispo. Ninguém se apresenta! Ninguém, embora haja muitos sacerdotes capazes.
O Concílio Vaticano II ensina que, com a consagração episcopal se confere a plenitude do Sacramento da Ordem, que por isso se chama na liturgia da Igreja e no testemunho dos Santos Padres ‘supremo sacerdócio’ ou ‘cume do sagrado ministério’ (LG 21). O bispo recebeu como os apóstolos, um mandato oficial que o credenciou junto dos homens e lhe conferiu a própria autoridade do Cristo, para o cumprimento de sua missão ministerial. Tem a missão de testemunho: Vim para dar testemunho da verdade; missão de vitalização divina: vim para que tivessem a vida e para que a tivessem em abundância; missão de expansão e de caridade: vim trazer o fogo à terra e só posso desejar que se abrase.
Como sucessor dos apóstolos, o bispo recebeu do Senhor, a missão de ensinar a todos os povos e pregar o Evangelho a toda criatura (LG 14). É esse o seu primordial ministério, que o bispo exerce juntamente com os padres, seus cooperadores: ensina nas homilias, nos discursos, nas cartas pastorais e também nas cartas simples, cotidianas, que escreve aos sacerdotes e ao povo e toma caminhos novos com os meios de comunicação, os quais o bispo se serve a cada dia no exercício do seu ministério. O bispo é essencialmente um missionário, encarregado da expansão do reino de Cristo: reino da luz, reino da fé, reino do amor.
Como Jesus Cristo, o bispo tem seu Getsemani, enquanto os apóstolos dormem e os inimigos tramam, ele ora e oferece a Deus o sacrifício de sua própria vida e de seu próprio dia. Até que na encruzilhada da vida e da história, como Cristo, também o bispo carrega a cruz e caminha, e caminha... Felizmente hoje, o bispo, como pároco, aos 75 anos, deve renunciar e tem a graça de retirar-se à vida privada, para orar, descansar das fadigas apostólicas do seu ministério episcopal, e dedicar-se à confissão, visita aos enfermos, desempenhar ministérios simples, mas que são tão importantes à vida da Igreja. Que a Mãe e Estrela da Evangelização, nos proteja a todos no nosso ministério sacerdotal e episcopal!
Dom José Silva Chaves
Bispo emérito da Diocese de Uruaçu
O texto é um resumo de palestra proferida pelo bispo
O projeto missionário Jesus no Araguaia (JNA), organizado pelo Ministério Jovem da Renovação Carismática Católica de Goiás, teve nova edição no mês de julho. Nos dois últimos fins de semana atuou nas cidades de Aruanã (de 14 a 17) e em Aragarças (de 21 a 24). Mais de 250 jovens missionários levaram “o fogo do Espírito Santo” a essas duas cidades, em casas, hospitais, presídios, trânsito, bares e nas próprias praias.
A cidade de Aruanã recebeu o projeto pela primeira vez neste ano. Acolhidos na Paróquia Nossa Senhora do Rosário pelo bispo diocesano de Rubiataba-Mozarlândia, Dom Adair José Guimarães; pelo padre Jamel e toda comunidade, os jovens cumpriram sua missão evangelizadora junto à população. Os missionários também participaram de um luau na paróquia, com a presença do cantor católico Nery Neto, e da noite carismática, conduzida pelo cantor católico Antônio Alves.
Já em Aragarças, cidade que acolhe o projeto desde o primeiro ano de realização, há quatro anos, os jovens foram acolhidos na Paróquia Senhor Bom Jesus, pelo bispo diocesano de São Luís de Montes Belos, Dom Carmelo Scampa; pelo padre Josimar Santos e toda a comunidade. Os missionários, turistas e moradores da cidade puderam acompanhar o show do cantor católico Diego Fernandes na praia Quarto Crescente.
O JNA vem priorizando, a cada ano, a importância da espiritualidade profunda e da convivência fraterna por parte de cada missionário, oferecendo formações presenciais – que os próprios jovens (coordenadores e assessores) fizeram nas cidades para alcançar algumas dioceses – e disponibilizando formações na fanpage do Ministério Jovem.
Jovens que se interessam pela experiência evangelizadora podem procurar o coordenador do Ministério Jovem de sua cidade, ou até mesmo acessar as redes sociais (Instagram e Fanpage do Facebook) do Ministério Jovem Goiás. “Nossa praia é servir” é o lema do projeto Jesus no Araguaia.
Uma celebração eucarística, presidida pelo secretário do Regional Centro-Oeste, Dom Levi Bonatto, marcou a abertura da segunda reunião de coordenadores diocesanos, coordenadores de pastoral e presidentes de organismos. Realizada na manhã do sábado, 6 de agosto, em Goiânia (GO), o encontro foi marcado pela partilha dos desafios pastorais a partir da Assembleia do Povo de Deus, realizada em 2015.
“Todas as pastorais enfrentam desafios. E se a gente achar que está tudo bem, está morto. Precisamos ter o coração inquieto, para que possamos cada vez alcançar mais pessoas”, disse Dom Levi durante a homilia. Após a missa, os trabalhos foram conduzidos pelo secretário executivo, padre Eduardo Luiz, que convidou os coordenadores a partilharem as experiências pastorais realizadas.
A ênfase foi dada na prioridade pastoral para este 2016, Ano Jubilar da Misericórdia. Em âmbito Regional, foram oferecidos dois momentos formativos, um para o clero e outro para leigos. O conteúdo apresentado nos eventos foi bastante elogiado, apesar da participação ter sido tímida. Em parceria com a Arquidiocese de Goiânia, um estande do Regional Centro-Oeste foi disponibilizado na Jornada da Cidadania, em maio, para divulgação dos trabalhos das dioceses.
“Nós fazemos muito e divulgamos pouco. Poderíamos ter aproveitado melhor a oportunidade do estande”, disse padre Eduardo. Diversas dioceses e pastorais também realizaram a sua partilha. A Pastoral da Sobriedade, por exemplo, destacou um fruto positivo da Jornada da Cidadania: toda a família de um dependente químico iniciou o processo de recuperação. A Pastoral da Aids também realizou o trabalho de encaminhamento de exames em vista do diagnóstico precoce.
Avaliação
Os coordenadores receberam as instruções a respeito do processo de avaliação contínua, que passa a ser implementado no Regional. Um questionário deverá ser respondido pelas pastorais, dioceses e organismos, e entregue até o final de setembro. O resultado destes questionários deverá orientar os trabalhos do Encontro de Avaliação, marcado para o mês de novembro.
O processo avaliativo do Regional está fundamentado nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB, para o período 2015-2019, bem como as prioridades pastorais do Regional, aprovadas no ano passado.
Ir. Diego Joaquim
Com o tema “Juventude e nossa casa comum” e lema “Vou criar novo céu e nova terra” (Is 65, 17), a Diocese de Ipameri promove nos dias 27 e 28, a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ), em sintonia com a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE), deste ano e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que terminou no último dia 31 de julho, em Cracóvia, na Polônia.
De acordo com a coordenadora do Setor Juventude de Ipameri, Munique Campos, a realização da JDJ surgiu depois da Romaria da Juventude, em Aparecida (SP), em abril deste ano, na qual a diocese participou com 33 jovens e um religioso. Reforçou ainda a JMJ e o Jubileu de Ouro Diocesano, celebrado também neste ano. “Nosso objetivo, a partir dessas motivações, é evangelizar os jovens trabalhando a conscientização ecológica, bem como mostrar a história da nossa diocese em que a juventude sempre esteve presente e em comunhão”, justifica.
Durante a jornada haverá Nightfever; noite cultural, com apresentações elaboradas pelos jovens das paróquias; missa; animação; gincana solidária, com arrecadação de cestas básicas; três tendas simultâneas: a humanidade de Jesus Cristo, valorização do corpo, Mariana, conforme a Romaria de Aparecida; e outras atividades. A equipe que organiza o evento é formada por Aline Troncha, Isabella Pacheco, Munique Campos.
Assessores: Irmã Lécia Silva e frei Edgar Alves.
Queridos amigos/as
Agradeço ao nosso Pai pelo vigor que seu Espírito renova em cada missionária/o! Partilho com vocês que no mês de julho tivemos o 3º Módulo da Pós-Graduação em Pedagogia Catequética e o 4º Módulo em Animação Bíblica. Tivemos a brilhante presença de Carlos Mesters e Francisco Orofino. Nossa diocese presta um serviço muito importante às comunidades de várias regiões do país através destes cursos.
Tivemos também na última semana de julho as Santas Missões Populares (SMP) nas paróquias de Sant’Ana e Santa Rita, ambas no município de Goiás. Agradeço a todos/as os missionários/as da Diocese de Goiás, mas também àqueles/as que vieram de outras partes do Brasil e que se comprometeram neste trabalho de evangelização. Nosso povo é sedento de visitas e de ouvir a Palavra de Deus. Certamente as SMP darão muitos frutos e vão fortalecer as nossas comunidades. Obrigado aos padres Antônio e Denis que não mediram esforços para a realização deste trabalho pastoral.
Agora, nós entramos no mês de agosto, mês das vocações. A Pastoral Familiar já está
organizando em várias paróquias a Semana da Família, que sempre trouxe bons frutos para os casais e seus filhos.
Precisamos intensificar o serviço de Animação Vocacional. Certamente suscitamos e promovemos muitas vocações laicais. O que é importante. Mas nosso empenho é muito pouco para animar os/as jovens para abraçar a vocação religiosa e presbiteral. No entanto, sabemos da importância destas vocações de dedicação mais radical à construção do Reino. Vamos pedir ao dono da messe para que suscite no coração de muitos/as jovens este desejo de seguir mais radicalmente Jesus no testemunho dos valores do Evangelho.
No final do mês, teremos a peregrinação anual dos catequistas, que neste Ano da Misericórdia tem um caráter especial. Pedimos a Deus que nossos catequistas possam transmitir aos catequizandos o amor misericordioso do Pai.
Que Deus nos abençoe na nossa caminhada!
Dom Eugênio Rixen
Bispo diocesano de Goiás
No dia 15 de fevereiro, realizou-se no Centro da Família Coração de Jesus, em Goiânia, a primeira reunião da nova Equipe da Pastoral Familiar do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) com o novo bispo referencial.
Este encontro teve como tema de reflexão a Campanha da Fraternidade 2014: “Fraternidade e tráfico humano”, que visa a conscientização das pessoas para a realidade da exploração do trabalho humano na sociedade atual, destacando:
Exploração sexual (prostituição) de homens, mulheres e crianças;extração de órgãos humanos para comercialização; e tráfico de crianças e adolescentes para o trabalho escravo e exploração sexual.
Dom João Wilk, bispo de Anápolis, destacou alguns pontos importantes com que a Pastoral Familiar deve se preocupar: Acompanhamento das propostas que estão no Congresso Nacional: Aborto e Eutanásia; maior divulgação da Semana Nacional da Vida; priorização da preparação, através da catequese para a 1ª Eucaristia e Crisma, para adolescentes e jovens, visando a integração familiar e comunitária (engajamento eclesial).
A nova equipe de atuação da Pastoral Familiar do Regional Centro-Oeste está assim constituída: bispo referencial: Dom João Wilk, bispo da Diocese de Anápolis; assessor eclesiástico: padre Cleber Alves de Matos; casal coordenador: Vagner Alves Ribeiro e Neuza Maria Ribeiro; casal vice-coordenador: Epaminondas Martins Costa e Keila Borges de Souza M. Costa. Demais Membros da coordenação Regional: Leônidas Magalhães e Maria Dóris a. Cipriani Magalhães (Núcleo de Formação); João Batista Avelar e Cely de Fátima Avelar (Administrativo Financeiro); Liandro Pereira Rodrigues e Maurinete Aparecida da S. Rodrigues (Pré-Matrimonial); Ely Galdino e Maria Socorro de Oliveira Galdino (Pós-Matrimonial); Francisco José da Silva e Dalvani Ferreira da Cunha Silva (Casos Especiais); Eurípedes de Camargo e Maggy Marques Camargo (Secretário). Assessor Eclesiástico da Diocese de Itumbiara: Pe. Vítor de Souza Silva. Coordenadores e outros Membros das (Arqui) Dioceses de: Goiânia, Anápolis, Goiás, Ipameri, Itumbiara, Brasília, Luziânia e Uruaçu.
O Poder público da Cidade de Uruaçu, em cerimônia pública, homenageou Dom José Silva Chaves, Bispo emérito da Diocese de Uruaçu.
Por 39 anos, Dom José Chaves, esteve à frente da Diocese de Uruaçu, testemunhou a fidelidade à Igreja, a luta pelas vocações sacerdotais e o nítido empenho em favor dos mais humildes, atendendo ao apelo da Igreja na opção preferencial pelos mais pobres.
Desde 2007, Dom José transferiu residência para Goiânia após quase quatro décadas conduzindo a Diocese de Uruaçu. Aos 84 anos, com saúde e lucidez invejáveis, o bispo emérito da diocese traz consigo a responsabilidade por um legado imenso de benefícios trazidos à cidade de Uruaçu, bem como à própria circunscrição diocesana hoje com aproximadamente 304 mil habitantes.
Com trabalho incansável e espírito empreendedor, Dom José fundou as Obras Sociais da Diocese de Uruaçu, um Centro de Formação de Líderes (CTL), criou 20 paróquias, inaugurou Seminários e garantiu a formação de sacerdotes diocesanos, tendo ordenado mais de 50 padres, um deles eleito bispo da Diocese de Rubiataba e Mozarlândia (Dom Adair Guimarães), Farmácias alternativas, Ambulatórios, Cursos Técnicos e um curso de pós-graduação em Ensino Religioso (parceria com a PUC-GO). Além destes, Dom José deixou uma série de benefícios de cunho social, humanitário e estrutural, como o Projeto Mariápolis (30 alqueires de terra entre Brasília e Padre Bernardo, onde surgiu um povoado em sistema de mutirão que progride até hoje); Incentivo da Pastoral da Educação; manutenção de creches (atendendo seiscentas (600) crianças de 0 a 6 anos nas cidades de: Uruaçu, Mara Rosa, Formoso, Minaçu, Rianápolis e Estrela do Norte); Pastoral da Criança e a Casa da Gestante (cujo cuidado com as gestantes e recém-nascidos gerou elogios em nível Nacional, atendendo a mais de 200 gestantes mensalmente, o que resultou na diminuição da mortalidade infantil nas famílias carentes, em índice próximo a 0% em Uruaçu e região); Pastoral da Saúde e do Idoso (os idosos da Diocese tiveram acolhimento e acompanhamento para os numerosos casos de depressão e solidão); Casa de recuperação para Dependentes Químicos (com a assessoria da Paróquia São Sebastião de Uruaçu, a casa “Vida Nova”, até hoje é a única referência na cidade de Uruaçu no atendimento aos irmãos dependentes); Consultório Odontológico (espaço para atendimento da população carente); Projetos Comunitários (projetos de hortas comunitárias e quintais ecológicos nos assentamentos e redondezas da Comunidade do Pau-Terra e Matão dos Paturebas). A lista é longa, assim estas e tantas outras iniciativas eram mantidas também com o apoio de religiosos (as), profissionais voluntários e agentes sociais.
A homenagem prestada ao bispo emérito da Diocese de Uruaçu demonstra memória social e respeito pelo seu legado sócio-humanitário. Na verdade, ao enaltecer as virtudes de Dom José, confirmam-se as palavras de Jesus que disse: “Bem-aventurados os promotores da paz, porque serão chamados Filhos de Deus!”. (Mt. 5, 9).
Os membros do Conselho Episcopal Regional Centro-Oeste estiveram reunidos em sua sede, em Goiânia, durante os dias 24 a 26 de março. Participaram da reunião o Arcebispo de Brasília e do Ordinariado Militar, os Bispos de Jataí, Ipameri, Luziânia, Anápolis, Rubiataba e Mozarlândia, Uruaçu e São Luiz de Montes Belos, os dois Administradores das Dioceses de Formosa e de Itumbiara e o Secretário Executivo Regional. O Arcebispo de Goiânia e o Bispo de Goiás justificaram as ausências por motivo de doença e viagem, respectivamente. Participou ainda desta reunião o Bispo eleito, nomeado como Auxiliar de Brasília, Monsenhor Marconi, que será ordenado no próximo dia 12 de abril.
A Celebração Eucarística de abertura foi presidida por Dom José Luiz Majella, Presidente do Regional; na manhã do dia 25, Dom José Aparecido, Auxiliar de Brasília, presidiu a Santa Missa e na manhã do último dia Dom José Chaves, Bispo emérito de Uruaçu, presidiu a Missa de encerramento. Como é costume nestas reuniões, todos os dias os bispos recitaram a Liturgia das Horas com profunda devoção.
A reunião aconteceu envolta em reflexões e convivência fraterna entre os bispos. Foram tratados vários assuntos pertinentes ao ministério episcopal para este ano de 2014, especialmente os de âmbito administrativo e pastoral.
Como tema central da reunião e para aprofundar a reflexão da CF – 2014, que trata sobre o Tráfico Humano, foi convidado o Inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Fabrício Rosa, que apresentou um diagnóstico da vulnerabilidade da região central do Brasil, no que se refere à exploração humana pelo trabalho escravo e pela prostituição. Sua apresentação é fruto da experiência de quinze anos no enfrentamento destes crimes em áreas rurais, pontos de prostituição (adulto e infantil) nas rodovias que cortam a região (GO e DF). O encontro contou também com a participação da Ir. Margaret e Sra. Flávia, da coordenação da Pastoral da Aids Regional (e Grupo AAVE), que falou do avanço da doença, atualmente entre os adolescentes e da atuação desta pastoral, através da informação e da formação de agentes que atuam nas diversas esferas sociais, destacando a importância destas informações também dentro da Igreja. Representando a CRB-Goiânia, esteve presente em um período da reunião, a Ir. Celina, que falou sobre o Projeto Vida o qual visa realizar um trabalho de prevenção ao tráfico humano e à exploração sexual durante o período da Copa do Mundo a ser realizada em julho no Brasil.
As reuniões do CONSER acontecem duas vezes ao ano dentro do território do Regional e uma durante a Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em Aparecida – SP. Desta forma os bispos têm a oportunidade de viverem a colegialidade na missão e sentirem a alegria do encontro e da partilhar de suas alegrias, dificuldades, desafios e esperanças.
O Episcopado do Centro Oeste reza pedindo a Deus que abençoe as igrejas particulares que compõem este Regional, bem como ilumine os trabalhos pastorais desenvolvidos por seus agentes, tendo em vista o crescimento na fé, no amor e na caridade de todo Povo de Deus.
Bispo referencial
Dom Marcony Vinícius Ferreira
Coordenador: Pe. Fábio Carlos
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