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As dioceses e organismos missionários do Regional Centro-Oeste estiveram reunidos nos dias 2 e 3 de junho, no Centro Pastoral Dom Fernando, da Arquidiocese de Goiânia, para o Encontro de Estudo do Instrumento de Trabalho do 3º Congresso Missionário Nacional, promovido pelo Conselho Missionário do Regional Centro-Oeste (Comire).

O encontro contou com a participação das dioceses de Goiânia, Anápolis, Goiás, Jataí, Ipameri, Itumbiara, Rubiataba, São Luís de Montes Belos, Brasília, Formosa, Luziânia e Uruaçu, assim como de representantes do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional Brasília (CRB), Seminaristas (COMISE) e Pontifícias Obras Missionárias (POM). As dioceses do sub-regional Tocantins irão realizar seu encontro em outro momento. Ao todo participaram 51 pessoas.

Assessorados pela irmã Dirce Silva (CNBB), com a colaboração da Coordenação do Comire, os participantes refletiram o tema do Congresso, "Discipulado missionário: do Brasil para um Mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II", realizando um trabalho de grupo sobre seus três eixos temáticos: a) o secular e pluricultural no qual nos cabe ser Discípulos Missionários, b) Discipulado missionário do Brasil para o mundo à luz do Vaticano II e do magistério latino-americano e c) Discípulos missionários e missionárias ad gentes do Brasil para o mundo.

As atividades do Encontro foram variadas e possibilitaram momentos de palestras, celebrações eucarísticas, orações, trabalho em grupo e confraternização com a Noite Junina, animada pelo grupo da Infância Missionária da Arquidiocese de Goiânia.

No encontro foram distribuídas as vagas do Congresso. O Regional Centro-Oeste possui 60 vagas, das quais 20 foram repassadas ao sub-regional Tocantins e 40 foram distribuídas entre os participantes presentes, que representarão a delegação do Regional Centro-Oeste. Foram também discutidos alguns encaminhamentos quanto à inscrição, critérios de participação e deslocamento.

Os participantes avaliaram positivamente o Encontro. Os delegados estão entusiasmados e com uma grande expectativa sobre esse momento forte de animação missionária da Igreja no Brasil.

De 1 a 3 de junho, aconteceu no Centro Pastoral Dom Fernando, em Goiânia,  mais um encontro de formação litúrgica promovido pela Equipe de Liturgia do Centro-Oeste.

Refletindo sobre os 50 anos da Sacrossanctum Concílium, o encontro contou com a assessoria de Dom Geremias Steinmetz, bispo de Paranavai (PR) e padre Joaquim de Jesus Rocha, liturgista e membro da Comissão Regional de Liturgia. Ambos assessores deram suas contribuições no Seminário Nacional de Liturgia, no final de janeiro último, em Itaici, onde foi abordado o mesmo tema.

Participaram do encontro cerca de 80 pessoas, entre diáconos, presbíteros, religiosos(as), seminaristas e agentes leigos que atuam na pastoral litúrgica nas várias dioceses do nosso Regional. Durante todo o evento constatou-se o entusiasmo dos participantes em retomar o tema da Sacrossanctum Concílium e, ao término do encontro, todos apresentaram avaliação positiva pelo conteúdo e formação assimilados.

A próxima atividade da Comissão Centro-Oeste de Liturgia será entre os dias 19 e 21 de outubro próximo, também no Centro de Pastoral Dom Fernando, quando se trabalhará os tempos do Advento e Natal.

Nos dias 25 e 26 de junho último, em Mozarlândia –GO, aconteceu o 3º Encontro de Formação para Párocos, Vigários e Secretários Paroquiais com a participação de todas as secretárias e mais da metade do clero diocesano que atuam nas 14 paróquias da Diocese.

Os temas abordados foram: Atendimento no escritório paroquial; A Contabilidade Gerencial como ferramenta de maximização de resultado à luz do estatuto do Conselho Econômico Paroquial; Processos, anotações, livros e arquivos paroquiais; Escritório Paroquial e Pastoral Sacramental. Ministraram o conteúdo do encontro o Bispo Diocesano, Dom Adair José Guimarães; o Vigário Geral, Mons. Vanildo Fernandes da Mota; a Chanceler da Cúria, Ir. Maria da Conceição Cunha; a Contadora da Diocese, Maria José Veloso.

Desde 2009, quando iniciou este processo de formação na Diocese, é possível notar uma permanente ascendência na qualidade do atendimento paroquial, aumento da devolução do dízimo da parte do povo e melhor conservação dos arquivos. Diversas paróquias estão investindo na melhoria da estrutura de atendimento com a construção de escritórios paroquiais adequados e confortáveis. Melhorar o atendimento, a gestão e incrementar maior organização dos serviços paroquiais é o objetivo deste trabalho de comprovada eficácia. 

A Diocese de Uruaçu e a Comissão Pastoral da Terra-Regional Goiás, realizaram no último dia 21 de junho, em Uruaçu, na Cúria Diocesana, mais uma reunião da Coordenação Geral da XV Romaria da Terra e das Águas.

A reunião  teve como objetivo, entre outros assuntos práticos, avaliar os encaminhamentos das reuniões anteriores, bem como definir as estratégias de divulgação da Romaria nas Arqui/Dioceses do Regional Centro-Oeste.

A XV Romaria da Terra e das Águas terá como tema: “Cerrado e Sustentabilidade” e como lema: “Eu vi, um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1), se realizará em Goianésia–GO, Diocese de Uruaçu, no dia 18 de maio de 2013 e será um importante momento celebrativo para o anúncio do Evangelho e para a denúncia das injustiças cometidas contra o Povo de Deus e o cerrado.

A Coordenação Geral da XV Romaria da Terra e das Águas, em nome da Diocese de Uruaçu e da Comissão Pastoral da Terra-Regional Goiás, desde já, convida a todos, para participarem deste importante evento em nosso regional.

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!” (Mt 22,21)

Nós, Bispos da Igreja Católica, no Estado do Tocantins, dirigimo-nos às comunidades eclesiais, aos eleitores, aos candidatos a prefeitos e a vereadores, e a todas as pessoas de boa vontade, com o que segue:

Estamos nos aproximando das eleições municipais, marcadas para o dia sete de outubro deste ano. Um tempo particularmente propício para a participação consciente e responsável de todos na vida política, seja como eleitor, seja como candidato, fazendo valer o slogan: “voto não tem preço, tem consequências!”

A Igreja tem como missão, recebida de Jesus Cristo, iluminar a consciência das pessoas com a luz do Evangelho e dos valores do Reino de Deus, motivando-as ao exercício da plena cidadania. Neste sentido, o papa Bento XVI disse que “a política é mais do que uma simples técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética”. E ainda mais: “a Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Cf. Deus Caritas Est, 28).

A política, enquanto serviço para a construção, a garantia e o aprimoramento da cidadania, deve ser praticada como busca sincera do bem-comum, de modo a promover os direitos dos cidadãos, a começar do âmbito municipal, e não segundo os interesses particulares de candidatos, de indivíduos ou de grupos.

Constatamos uma profunda indignação do povo diante da falta de ética na política, especialmente, da corrupção que agrava a miséria de tantas pessoas. Em meio ao desinteresse de muitos pela política se faz necessário retomar e fortalecer o compromisso social dos cristãos, enquanto cidadãos, procurando conhecer os candidatos para votar bem nas eleições e depois, acompanhar e fiscalizar o desempenho dos eleitos, prefeitos e vereadores.

O exercício do voto é um dos mais importantes atos de cidadania para as transformações sociais nos municípios e no país. O eleitor consciente, sujeito ativo de mudanças na construção de uma nova sociedade, vota com as mãos, o coração e a cabeça. E isso só é possível quando ele se sentir corresponsável pelo bem comum e se comprometer a dar a sua contribuição para concretizá-lo. No momento do voto, o eleitor não depõe seus direitos nas mãos do candidato, mas o nomeia como seu representante, não somente porque o escolhe para defender os valores, nos quais acredita, mas porque antes da eleição procura conhecer o seu programa de governo e depois o acompanha, tanto para dar o seu apoio como para cobrar o cumprimento das promessas de campanha.

O bom candidato, independentemente do seu poder econômico, não é aquele que promete mais; é, ao contrário, aquele que é comprometido com as causas e os anseios do povo, sobretudo dos mais pobres; é aquele que não governa para os seus próprios interesses; é aquele que não vive trocando de partido, conforme sua conveniência, geralmente para o partido que está no poder.

“As eleições municipais, como as deste ano, tem características próprias em relação às demais por colocar em disputa os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia, lazer. Isso torna ainda mais importante a missão de votar bem, ficando claro para o eleitor que seu voto, embora seja gesto pessoal e intransferível, tem conseqüências para a vida do povo e para o futuro do País. As eleições são, portanto, momento propício para que se invista, coletivamente, na construção da cidadania, solidificando a cultura da participação e os valores que definem o perfil ideal dos candidatos. Estes devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os eleitos, em contínuo diálogo entre o poder local e suas comunidades” (cf. Mensagem da CNBB sobre as eleições municipais de 2012).

No caso concreto do Estado do Tocantins, destacamos como critérios para a votação, os seguintes: o comportamento ético dos candidatos; a defesa da vida, da família, da educação e da saúde, de todos, principalmente dos pobres e das comunidades tradicionais: indígenas e quilombolas. As qualidades imprescindíveis de um bom candidato são a honestidade, a competência, a transparência e a vontade de servir ao bem comum, comprovadas por seu histórico de vida.

Independentemente do perfil do candidato, a Igreja do Tocantins não emprestará sua voz, nem servirá de palanque eleitoral para nenhum candidato, pensando em ser beneficiada posteriormente e atendida nas suas solicitações. Seu compromisso primeiro é a favor da ética na política, a defesa da Lei da Ficha Limpa, contra a corrupção eleitoral, a compra de votos e o poder econômico de candidatos e partidos e a compra de votos.

Afirmamos, igualmente, com base nos vários Documentos, que a missão da Igreja é evangelizadora e de natureza eminentemente pastoral. Por isso “ela não concorda com a militância político-partidária de membros do clero ou de religiosos” (CNBB, Doc. 22,5; Puebla 524), por duas razões principais: primeiro, porque “o vasto e complexo mundo da política, da realidade social e da economia é campo próprio dos leigos” (Evangelii Nuntiandi 70); segundo, porque “a missão do presbítero tem algo de específico, na sua configuração do Cristo Pastor, que não se coaduna com a partidarização política” (CNBB, Doc. 75, 41). Mais explicito ainda é o Código de Direito Canônico: “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que implicam participação no exercício do poder civil” (CIC, c. 285 § 3° e c. 287 § 2°).

Portanto, com base nestes textos pastorais e legislativos, membros do clero do Tocantins que se candidatarem a cargos eletivos, deixarão os seus ofícios eclesiásticos e estarão sujeitos, durante a campanha eleitoral e o exercício de eventual mandato, a restrições e a suspensão do uso de ordem. Aos outros padres recomendamos que não subam em palanques, nem façam campanhas e nem propagandas partidárias para candidatos a cargos eletivos.

Apesar da Sagrada Ordenação nunca se tornar nula, quando algum padre é suspenso do uso de ordem, deve deixar de usar o título de “padre” ou “frei”, seja durante a campanha eleitoral ou no exercício de cargo eletivo.

Os leigos, membros de conselhos pastorais animadores de comunidade, ministros extraordinários, coordenadores de pastoral e de outras instâncias pastorais, ao se candidatarem a um mandato político, recomendamos o afastamento de suas funções durante o período eleitoral.

Por fim, incentivamos o empenho de todos na aplicação da Lei 9.840, de combate à corrupção eleitoral, bem como da Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de quem já foi condenado, em primeira instância, por um colegiado, ou que tenha renunciado a seu mandato para escapar de punições.

Deus abençoe e ilumine a todos, eleitores e candidatos, nas eleições municipais deste ano, para o bem do povo tocantinense e de todo o Brasil!

Palmas - TO, 15 de julho de 2012

 

Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo de Palmas

Dom Rodolfo Luís Weber
Bispo Prelado de Cristalândia

Dom Giovane Pereira de Melo
Bispo de Tocantinópolis

Dom Romualdo Matias Kujawski
Bispo de Porto Nacional

Dom Philip Eduard Roger Dickmans
Bispo de Miracema do Tocantins

 

O Encontro dos secretários executivos dos Regionais da CNBB, realizado desde segunda-feira (23), em São Paulo (SP), foi encerrado na manhã desta sexta-feira (27), no Mosteiro de São Bento com uma missa presidida pelo secretário geral do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Tarcísio Scaramussa. Na missa, o bispo salientou a importância do trabalho dos secretários dos Regionais da CNBB.

Foram cinco  dias de formação, reflexão e partilha, além de momentos de convivência e lazer entre os secretários vindos dos diversos estados do Brasil.

Em entrevista concedida à equipe do Regional Sul 1 da CNBB, ao final da missa, a secretária Executiva do Regional Norte 2 que compreende os estados do Amapá e Pará, Orlanda Rodrigues Alves, afirmou que o encontro atingiu seus objetivos. “Foi unânime a opinião entre os secretários presentes de que o encontro atingiu os objetivos. Foi muito interessante ver os secretários vindos de várias regiões do nosso país aprendendo e compartilhando”, acrescentou. Ainda segundo a secretária “o encontro que tivemos com o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, nos possibilitou conhecer um pouco de como é a realidade do Regional Sul 1”.

No penúltimo dia do encontro (26), os participantes, fizeram um City Tour pelos principais Pontos Turísticos de São Paulo, entre eles, os museus da Língua Portuguesa e de Arte Sacra. À noite, participaram de uma visita na Basílica do Mosteiro de São Bento, onde foram recepcionados por Dom Abade Mathias Tolentino Braga, abade do Mosteiro São Bento.

O Encontro reuniu secretários provenientes dos Regionais da CNBB: Norte 1 (Norte do Amazonas e Roraima); Norte 2 (Amapá e Pará); Nordeste 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte); Nordeste 3 (Bahia e Sergipe); Nordeste 4 (Piauí); Nordeste 5 (Maranhão); Leste 2 (Espirito Santo e Minas Gerais); Regional Sul 1 (São Paulo); Sul 2 (Paraná); Sul 3 (Rio Grande do Sul); Sul 4 (Santa Catarina); Centro Oeste (Distrito Federal, Goiás e Tocantis); Oeste 1 (Mato Grosso do Sul); Oeste 2 (Mato Grosso) e Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia). Além dos Secretários Regionais participou do encontro o subsecretário adjunto de Pastoral da CNBB, padre Francisco Julho de Souza.

O próximo encontro está marcado para 2013 e deve ocorrer no Regional Nordeste 1, em Fortaleza no Ceará.

Nesta segunda feira (06), o presbitério da Diocese de Porto Nacional esteve reunido no Santuário do Senhor do Bonfim para a Celebração do Dia do Padre e para a comemoração do aniversário natalício do Padre Joatan.

Durante a missa, Dom Romualdo, em sua homília, destacou a necessidade do sacerdote buscar constantemente a renovação da sua identidade sacerdotal, salientando que o “o sacerdote é o homem que se alimenta do Pão da Vida, o Pão que abre ao amor e à doação”. Portanto é o homem da Palavra, do Sacramento e da Mística, uma vez que “o sacerdote, amando a Palavra, faz da Eucaristia o centro da sua vida espiritual, sendo o homem místico que coloca Jesus no centro da sua vida”, pois a mística os leva a renovar a esperança e dela brotar novas ações pastorais. Deste modo os sacerdotes devem ser verdadeiros promotores vocacionais para o ministério presbiteral.

No final da Santa Missa, foram dadas as informações sobre a programação da Romaria do Senhor do Bonfim. Depois houve despedida e felicitações aos Padres Edislei e Eldinei que começarão seus estudos em Roma neste mês.

Ao meio-dia, às margens do Rio Manuel Alves, foi oferecido um almoço festivo e à noite, o encontro foi encerrado com a celebração eucarística do aniversário natalício do Padre Joatan e a abertura do Novenário do Senhor do Bonfim.

A Romaria de Muquém existe desde o século XVIII do período da mineração e da escravidão. É tradição há 264 e desde 1748, é considerada uma das maiores do mundo e é a celebração religiosa mais antiga de Goiás. Em louvor a Nossa Senhora da Abadia, a romaria acontece todos os anos de 5 a 15 de Agosto. O tema deste ano foi: “A devoção a Nossa Senhora da Abadia de Muquém Evangelizando todos os povos”.

No dia 5, início da romaria, os romeiros saem da Igreja Matriz da Paróquia São José, em Niquelândia, e seguem pela Rodovia da Fé fazendo o percurso de 45 quilômetros, carregando a Imagem de Nossa Senhora da Abadia, passando pela Paróquia Nossa Senhora da Abadia e terminando no Santuário de Muquém. A procissão ocorre durante toda a noite e termina com a chegada dos romeiros ao Santuário, dando início à romaria que prossegue durante 10 dias.

Ao longo da Rodovia da Fé, estão as estações da Via Sacra, com monumentos que representam o calvário de Cristo. Essa Rodovia é um cenário de peregrinos percorrendo muitos quilômetros a pé, a cavalo, de motocicleta ou de carro. Essas pessoas vão pagar suas promessas pelas graças alcançadas de Deus, por intercessão de Nossa Senhora D’Abadia. Muitas famílias acampam no território de Muquém e ali vivem os dias de romaria participando de toda a programação do Santuário. Durante a romaria os peregrinos têm a oportunidade de se confessar, participar das Santas Missas, do Cerco de Jericó, entre outras atividades religiosas.

A Romaria de Nossa Senhora da Abadia de 2012, encerrou-se no dia 16. Milhares de Romeiros passaram por Muquém homenageando a “Mãe Abadia” pelas graças alcançadas. Muitos romeiros que fizeram seus pedidos com fé, retornam para suas casas na certeza de serem atendidos e, já com o coração cheio de saudade, se preparam para a próxima Romaria de 2013.

 

Queridos irmãos e irmãs!

Prossigamos a reflexão sobre as obras de misericórdia corporais, que o Senhor Jesus nos confiou a fim de que a nossa fé se mantenha sempre viva e dinâmica. De fato, essas obras tornam evidente que os cristãos não estão cansados nem são preguiçosos na expectativa do encontro final com o Senhor, mas que todos os dias vão ter com Ele, reconhecendo o seu rosto naquele de tantas pessoas que pedem ajuda. Hoje meditemos sobre esta palavra de Jesus: “Era estrangeiro e acolhestes-me; estava nu e vestistes-me” (Mt 25,35-36). No nosso tempo, é atual, como nunca, a obra relativa aos estrangeiros. A crise econômica, os conflitos armados e as mudanças climáticas impelem muitas pessoas a emigrar. Contudo, as migrações não são um fenômeno novo, mas pertencem à história da humanidade. Consiste em falta de memória histórica pensar que elas sejam próprias apenas da nossa época.

A Bíblia oferece-nos muitos exemplos concretos de migração. É suficiente pensar em Abraão. A chamada de Deus impeliu-o a deixar o seu país e ir para outro: “Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar” (Gn 12,1). E assim aconteceu também para o povo de Israel, que do Egito, onde era escravo, caminhou durante quarenta dias no deserto até alcançar a terra prometida por Deus. A própria Sagrada Família – Maria, José e o menino Jesus – foi obrigada a emigrar para fugir das ameaças de Herodes: “José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes” (Mt 2,14-15). A história da humanidade é feita de migrações: em cada latitude não há povo que não tenha conhecido o fenômeno migratório.

A propósito, durante os séculos assistimos a grandes expressões de solidariedade, embora não tenham faltado também tensões sociais. Hoje, o contexto de crise econômica infelizmente favorece o emergir de comportamentos de fechamento e não acolhimento. Em algumas partes do mundo erguem-se muros e barreiras. Às vezes parece que a obra silenciosa de muitos homens e mulheres que, de várias maneiras, se prodigalizam para ajudar e assistir os refugiados e os migrantes, seja obscurecida pelo rumor de outros que dão voz a um egoísmo instintivo. Contudo o fechamento não é uma solução, pelo contrário, acaba por favorecer os tráficos criminosos. A única solução é a solidariedade. Solidariedade com o migrante, solidariedade com o estrangeiro...

Compromisso com os migrantes

Hoje o compromisso dos cristãos nesse âmbito é urgente assim como era no passado. Observando só o século passado, recordamos a admirável figura de Santa Francisca Cabrini, que dedicou a sua vida juntamente com as suas companheiras aos migrantes rumo aos Estados Unidos da América. Também hoje precisamos desses testemunhos a fim de que a misericórdia possa alcançar muitos necessitados. É um compromisso que envolve todos, sem exclusão. As dioceses, as paróquias, os institutos de vida consagrada, as associações e os movimentos, assim como cada cristão, todos são chamados a acolher os irmãos e as irmãs que fogem da guerra, da fome, da violência e das condições de vida desumanas. Todos juntos somos uma grande força de apoio para quantos perderam pátria, família, trabalho e dignidade. Há alguns dias aconteceu uma pequena história urbana. Havia um refugiado à procura de uma rua e uma senhora aproximando-se dele, disse-lhe: “O senhor está a procurar algo?”. O refugiado, que estava descalço, respondeu: “Gostaria de ir à praça de São Pedro para atravessar a Porta Santa”. E a senhora pensou: “Mas sem sapatos como fará para caminhar?”. E chamou um táxi. Mas o migrante, aquele refugiado cheirava mal e o motorista do táxi quase não o deixava entrar, mas no final aceitou levá-lo. E a senhora, ao lado dele, durante o percurso perguntou-lhe sobre a sua história de refugiado e de migrante: dez minutos para chegar à praça. O homem narrou a sua história de dor, de guerra, de fome e a razão pela qual fugiu da sua pátria para migrar para aqui. Quando chegaram, a senhora abriu a bolsa para pagar o táxi e o taxista, que no início não queria que o migrante entrasse porque cheirava mal, disse à senhora: “Não, senhora, sou eu que devo pagar-lhe porque me fez ouvir uma história que mudou o meu coração”. Essa senhora sabia o que significa a dor de um migrante porque tem sangue armênio e conhece o sofrimento do seu povo. Quando fazemos algo desse tipo, no início não aceitamos porque nos incomoda um pouco, “... o mau cheiro...”. Mas no final, a história perfuma-nos a alma e faz-nos mudar. Pensai nessa história e pensemos no que podemos fazer pelos refugiados.

Outro aspecto é vestir quem está nu: o que significa senão restituir dignidade a quem a perdeu? Certamente, dando roupas a quem não as tem; mas pensemos também nas mulheres vítimas do tráfico obrigadas a estar pelas ruas, ou noutras pessoas, são demasiados os modos de usar o corpo humano como mercadoria, até dos menores. E também não ter um trabalho, uma casa, um salário justo é uma forma de nudez, ou ser discriminados pela raça, pela fé, são todas formas de “nudez”, diante das quais como cristãos somos chamados a estar atentos, vigilantes e prontos a agir.

Queridos irmãos e irmãs, não caiamos na armadilha de nos fecharmos em nós mesmos, indiferentes às necessidades dos irmãos e preocupados só com os nossos interesses. É precisamente na medida em que nos abrimos aos outros que a vida se torna fecunda, as sociedades restabelecem a paz e as pessoas recuperam a sua plena dignidade. E não vos esqueçais daquela senhora, do migrante que cheirava mal, nem do taxista ao qual o migrante mudou a alma.

Audiência Geral do papa Francisco. Praça São Pedro, 26 de outubro de 2016

 

Prezados irmãos e irmãs!

Na catequese de hoje, gostaria de contemplar convosco uma figura de mulher que nos fala da esperança vivida no pranto. A esperança vivida no pranto! Trata-se de Raquel, esposa de Jacó e mãe de José e de Benjamin, aquela que, como nos descreve o Livro do Gênesis, morre ao dar à luz o seu segundo filho, ou seja, Benjamin.

O profeta Jeremias refere-se à Raquel, dirigindo-se aos israelitas no exílio para os consolar com palavras cheias de comoção e de poesia; ou seja, toma o pranto de Raquel, mas dá esperança:

Eis o que diz o Senhor: “Ouve-se em Ramá uma voz / lamentações e amargos soluços. / É Raquel que chora os filhos, / recusando ser consolada / porque já não existem” (Jr 31,15).

Nesses versículos, Jeremias apresenta essa mulher do seu povo, a grande matriarca da sua tribo, numa realidade de dor e pranto, mas, ao mesmo tempo, com uma perspectiva de vida impensada. Raquel, que na narração do Gênesis morrera dando à luz e assumira aquela morte para que o filho pudesse viver, é agora representada pelo profeta estando viva em Ramá, lá onde se reuniam os deportados, e chora os filhos que num certo sentido faleceram a caminho do exílio; filhos que, como ela mesma diz, “já não existem”, pois desapareceram para sempre.

E por isso Raquel não quer ser consolada. Essa sua rejeição exprime a profundidade da sua dor e a amargura do seu pranto. Diante da tragédia da perda dos filhos, uma mãe não pode aceitar palavras ou gestos de consolação, que são sempre inadequados, nunca capazes de aliviar a dor de uma ferida que não pode nem quer ser cicatrizada. Uma dor proporcional ao amor.

Qualquer mãe sabe tudo isso; e são tantas, ainda hoje, as mães que choram, que não se resignam à perda de um filho, inconsoláveis diante de uma morte impossível de aceitar. Raquel encerra em si mesma a dor de todas as mães do mundo, de todos os tempos, e as lágrimas de cada ser humano que chora perdas irreparáveis.

Essa rejeição de Raquel que não quer ser consolada ensina-nos também quanta delicadeza nos é pedida face à dor de outrem. Para falar de esperança a quem está desesperado, é necessário compartilhar o seu desespero; para enxugar uma lágrima do rosto de quem sofre, é preciso unir ao seu o nosso pranto. Somente assim as nossas palavras podem ser realmente capazes de dar um pouco de esperança. E se não posso proferir palavras assim, com o pranto, com a dor, é melhor o silêncio, a carícia, o gesto, sem palavras.

Lágrimas, sementes de esperança

E Deus, com a sua delicadeza e o seu amor, responde ao pranto de Raquel com palavras autênticas, não fingidas. Com efeito, assim prossegue o texto de Jeremias:

“Eis o que diz o Senhor, respondendo àquele pranto: Cessa de gemer, / enxuga as tuas lágrimas! / As tuas penas receberão a recompensa / – oráculo do Senhor. / Voltarão (os teus filhos) da terra inimiga. / Desponta no teu futuro a esperança / – oráculo do Senhor. / Os teus filhos voltarão para a sua terra” (Jr 31,16-17).

Precisamente devido ao pranto da mãe, ainda há esperança para os filhos, que voltarão a viver. Essa mulher, que tinha aceitado morrer no momento do parto para que o filho pudesse viver, com o seu pranto é agora princípio de vida nova para os filhos exilados, prisioneiros, desterrados. À dor e ao pranto amargo de Raquel, o Senhor responde com uma promessa que agora pode ser para ela motivo de verdadeira consolação: o povo poderá regressar do exílio e viver a sua relação com Deus na fé, livre. As lágrimas geraram esperança. E isso não é fácil de entender, mas é verdade. Muitas vezes, na nossa vida, as lágrimas semeiam esperança, são sementes de esperança.

Como sabemos, esse texto de Jeremias é retomado depois pelo evangelista Mateus e aplicado ao massacre dos inocentes (cf. 2,16-18). Um texto que nos põe diante da tragédia do assassinato de seres humanos indefesos, do horror do poder que despreza e suprime a vida. As crianças de Belém morreram por causa de Jesus. E Ele, por sua vez, Cordeiro inocente, viria a morrer por todos nós. O Filho de Deus entrou na dor dos homens. Não podemos esquecer isso. Quando alguém vem conversar comigo e me dirige perguntas difíceis, como, por exemplo: “Diga-me, padre, porque as crianças sofrem?”, realmente eu não sei o que responder. E digo apenas: “Olha para o Crucificado: Deus ofereceu-nos o seu Filho. Ele sofreu e talvez ali encontres uma resposta”. Mas não existem respostas aqui [mostra a sua cabeça]. Somente olhando para o amor de Deus que dá o seu Filho, que oferece a sua vida por nós, poderá indicar algum caminho de consolação. E por isso dizemos que o Filho de Deus entrou na dor dos homens; compartilhou e aceitou a morte; a sua Palavra é definitivamente verbo de consolação, porque nasce do pranto.

E na cruz será Ele, Filho agonizante, quem dará uma renovada fecundidade à sua Mãe, confiando-lhe o discípulo João e tornando-a Mãe do povo dos fiéis. A morte é derrotada, cumprindo-se assim a profecia feita por Jeremias. Também as lágrimas de Maria, como as de Raquel, geraram esperança e vida nova. Obrigado!

Audiência Geral. Praça São Pedro, 4 de janeiro de 2017

 

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