Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Nos dias 9 a 11 de agosto acontece no Instituto Jesus Crucificado, em Goiânia, a 2ª Reunião de Coordenadores Diocesanos e Coordenadores de Pastoral do Regional Centro-Oeste da CNBB. O tema do evento é “Formação de Liderança”, com assessoria do Mons. Antônio Catelan. A reunião será finalizada com as orientações e encaminhamentos para a Reunião de Avaliação das atividades do ano de 2018.
A formação é aberta a todos os coordenadores diocesanos, tanto os que já atuam, quanto aqueles que poderão vir a assumir uma coordenação pastoral no futuro. São disponibilizadas duas vagas por diocese.
Nos dias 24 a 28 de setembro acontece no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília, o Encontro sobre Formação Missionária nos Seminários, com o tema “A formação presbiteral à luz da missão: aprofundamento a partir das Diretrizes atualizadas da Formação Presbiteral da Igreja no Brasil” e foco na formação missionária dos padres diocesanos.
O evento tem o objetivo de subsidiar os responsáveis pela formação dos futuros presbíteros e proporcionar-lhes espaços de aprofundamento, reflexão, partilha e orientações no que se refere ao eixo do processo formativo dos futuros padres, que é a missionariedade, em conformidade com a Ratio Fundamentalis, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora e as Diretrizes atualizadas da Formação Presbiteral da Igreja no Brasil, em comunhão com a “Igreja em estado permanente de missão”.
São convidados a participar do encontro, bispos, reitores e formadores de seminários e casas de formação, e os seminaristas. O evento pretende ainda contribuir para que “os seminários possam formar discípulos missionários ‘enamorados’ do Mestre, pastores ‘com o cheiro de ovelhas’ que vivam no meio delas para servi-las e conduzi-las à misericórdia de Deus” (Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, Introdução, 3).
A formação é promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB; a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, juntamente com a Organização dos Seminários e Institutos Filosófico-Teológicos do Brasil (OSIB), o Centro Cultural Missionário (CCM) e as Pontifícias Obras Missionárias (POM).
Regional Centro-Oeste da CNBB participou do evento com nove delegados
O 5º Congresso Americano Missionário (CAM 5), que aconteceu na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, nos dias 10 a 14 de julho, foi marcado por muitos momentos de estudo, partilha, oração, fé e alegria. Na ocasião estiveram reunidos mais de 90 bispos, 450 sacerdotes, 1.306 delegados dos 24 países da América, 110 especialistas, 245 voluntários e 1.203 delegados missionários das 18 jurisdições eclesiais da Bolívia.
O Brasil marcou presença com uma delegação de mais de 175 missionários dos diversos regionais. Desde 2017 já estavam vivenciando todo um processo de estudo sobre o tema além de participações em congressos regionais e nacional. O Regional Centro-Oeste da CNBB foi representado por nove delegados que também passaram por toda essa preparação.
A missa de abertura foi presidida pelo Cardeal Fernando Filoni e foi realizada no dia 10, na praça em frente à Catedral de Santa Cruz. Filoni também foi porta voz do papa Francisco que enviou uma carta de saudações e benção para os participantes do Congresso. O pontífice destacou a necessidade de uma renovação do compromisso missionário da Igreja e a busca de novas linhas de ação pastoral nesse sentido. No final da celebração, o cardeal ainda reforçou o pedido de reconhecer a religiosa Nazaria Ignacia como um modelo a seguir para os missionários da América e foram apresentadas relíquias da religiosa que será canonizada no dia 14 de outubro pelo papa Francisco.
Durante o CAM 5 ocorreram na parte da manhã grandes conferências para todos os participantes com os seguintes temas: A Alegria apaixonante do Evangelho, com o Dom Guido Charbonnea, que destacou “um missionário não pode ter cara de vinagre”; Anunciar o Evangelho ao mundo de hoje, com o Dom Santiago Retamales; Verdadeiros discípulos da comunicação e da reconciliação, com o padre Sérgio Rondón; Profetismo e Missão, com o Dom Luis Augusto Castro; e A missão Ad gentes na e desde a América, proferida pelo Dom Vittorio Girardi. Já na parte da tarde, foram realizadas atividades específicas com a divisão dos missionários. Entre elas: talleres - espaços de encontro para aprofundamentos reflexivos e partilha de serviços missionários de diversos países com a participação de jovens, crianças e famílias; sub-assembleias; e conversatórios. Cada um desses com temas e dinâmicas específicas.
Cada paróquia e suas comunidades receberam um determinado número de missionários durante todo o período do congresso. Ficava a cargo dos paroquianos a organização dos delegados nas casas das famílias, o translado para o local do congresso, missa de abertura e encerramento, além disso proporcionar um processo de acolhimento e inserção na cultura boliviana. Cada paróquia organizou festas, celebrações, partilhas, dinâmicas e muitos presentinhos para seus acolhidos. “O que se via era um clima fraternidade e muito carinho. Foi possível passar pela experiência de estar aos cuidados de pessoas até então desconhecidas, mas em pouco tempo ficou evidente que fazemos parte de uma mesma família, somos irmãos e fazemos parte do Reino de Deus.”, destacou a coordenadora do Conselho Missionário Regional (Comire) do Regional Centro-Oeste da CNBB, Luciana Santos.
O último dia de congresso foi marcado por visitas missionárias às famílias das comunidades que acolheram os diversos delegados vindos de todos os países. Organizados em grupos, os missionários saíram pelas ruas batendo de porta em porta para anunciar o Reino de Deus de forma alegre e verdadeira. Em cada casa que recebia os missionários era deixado uma capelinha de papelão com a imagem de Jesus Misericordioso e da Virgem de Cotoca, padroeira do país.
E no final da tarde de sábado, dia 14 de julho, todos se reuniram para uma linda Eucaristia de Clausura. A celebração foi presidida por Dom Sergio Gualberti, arcebispo de Santa Cruz de La Sierra que, ao encerrar a missa, anunciou que o CAM 6 será em 2023, em Porto Rico.
Para a missionária Ivone Scartezin, da Diocese de Luziânia, “o 5º Congresso Americano Missionário expressou um sentimento de amor, união, solidariedade entre os povos a caminho da Evangelização. A América em Missão é a alegria do Evangelho e eu creio que evangelizar é mudar de identidade. A igreja é ativa, missionária, viva e permanente. Espero que possamos sempre encontrar-nos com Jesus na caminhada e que o nosso coração seja cativado para sermos fortaleza na vida dos irmãos. Neste congresso ficou expresso e notório que precisamos seguir Jesus Cristo como discípulos missionários, profetas e ad gentes (além-fronteiras)”.
Fonte: Comire/Luciana Santos
"É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e combater firmemente esse crime vergonhoso”, disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo ao referir-se ao o Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos que recorre nesta segunda-feira, 30 de julho.
Um “crime vergonhoso” que deve ser combatido e denunciado por todos. Assim o Papa Francisco referiu-se no Angelus deste domingo ao tráfico de seres humanos:
“Amanhã recorre o Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos, promovido pelas Nações Unidas. Esta chaga escraviza muitos homens, mulheres e crianças para fins de exploração no trabalho e sexual, do comércio de órgãos, da mendicância e da delinquência forçada. Mesmo aqui, em Roma. As rotas de migração também costumam ser usadas por traficantes e exploradores para recrutar novas vítimas de tráfico. É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e combater firmemente esse crime vergonhoso”.
O tráfico de seres humanos fatura cerca de 150 bilhões de dólares em todo o mundo. “O lucro da escravidão deve parar agora! Esses corpos não estão à venda”, diz uma campanha promovida pelo Dicastério para o serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Crianças, um terço das vítimas
Um relatório divulgado no sábado, 28, pelo UNICEF e pelo Grupo de Coordenação Interagências contra o Tráfico de Seres Humanos (ICAT), denuncia que cerca de 28% das vítimas do tráfico em nível mundial são crianças.
Em regiões como a África Subsaariana e a América Central e Caribe, as crianças constituem um percentual ainda maior das vítimas de tráfico identificadas, respectivamente 64% e 62%.
Mas o número pode ser bem maior, visto que raramente as crianças são identificadas como vítimas do tráfico, além da falta de informações, entre outros fatores.
Assim, as crianças refugiadas, migrantes e deslocadas são categorias particularmente vulneráveis ao tráfico. Escapando das guerras ou violências, ou em busca de melhores oportunidades de formação ou sustento, um número exíguo de crianças encontra o caminho para deslocar-se regularmente e em segurança com suas famílias. Isso faz com que aumente a probabilidade de que estas crianças e seus familiares usem rotas irregulares e mais perigosas.
“O tráfico é uma ameaça extremamente concreta para milhões de crianças no mundo, especialmente para aquelas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades sem uma proteção adequada", disse a diretora-geral do UNICEF, Henrietta Fore. "Essas crianças necessitam urgentemente que os governos intensifiquem e adotem medidas para mantê-las seguras".
O UNICEF e o ICAT continuam a pedir a implementação de políticas governamentais e soluções que transcendam as fronteiras, para manter estas crianças seguras, como aumentar os caminhos seguros e legais para os deslocamentos, fortalecimento dos sistemas de proteção social e que permitam prevenir, identificar, orientar e responder aos casos de tráfico, violência, abusos e exploração contra crianças.
Fonte: Vatican News
A passagem do Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes proposta pela liturgia deste domingo, inspirou a reflexão do Papa Francisco, que alertou para o desperdício e o colocar comida fora quando tantos passam fome.
Eis a íntegra da alocução do Santo Padre no Angelus deste XVII Domingo do Tempo Comum:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Mas vocês são corajosos com este sol jna Praça, eh! Cumprimentos!
O Evangelho de hoje (cf. Jo 6,1-15) apresenta a narrativa da multiplicação de pães e peixes. Vendo a grande multidão que o havia seguido perto do lago de Tiberíades, Jesus dirigiu-se ao apóstolo Filipe e perguntou: “Onde podemos comprar pão para eles comerem?”
De fato, o pouco dinheiro que Jesus e os apóstolos possuem não é suficiente para alimentar essa multidão. E é então que André, outro dos Doze, leva até Jesus um rapaz que coloca à disposição tudo o que tem: cinco pães e dois peixes; mas certamente – diz André – isso não é nada para aquela multidão.
Bravo rapaz! Ele, também ele, via a multidão; também via os cinco pães. Disse: “Mas eu tenho isto, se serve estão à disposição”. Este rapaz nos faz pensar um pouco em nós… Aquela coragem: os jovens são assim, têm coragem. Devemos ajudá-los a levar em frente esta coragem.
Então Jesus ordena que os discípulos façam as pessoas sentarem, depois ele pega esses pães e esses peixes, agradeceu ao Pai e os distribui, e todos comem o quanto queriam. Todos comeram o que queriam.
Com esta passagem do Evangelho, a liturgia nos leva a não desviar o olhar daquele Jesus que, no domingo passado, no Evangelho de Marcos, vendo “uma grande multidão, teve compaixão deles”. Também aquele rapaz dos cinco pães entendeu esta compaixão, e disse; “Ah, pobre gente…. Eu tenho isto”. A compaixão o levou a oferecer o que tinha.
Hoje, de fato, João nos mostra novamente Jesus atento às necessidades primárias das pessoas. O episódio brota de um fato concreto: as pessoas têm fome e Jesus envolve seus discípulos, para que essa fome seja saciada. Este é o fato concreto.
Para as multidões, Jesus não se limitou a dar isto – ofereceu a sua Palavra, a sua consolação, a sua salvação e finalmente a sua vida – mas certamente fez também isso: cuidou da comida para o corpo. E nós, seus discípulos, não podemos fazer de conta não saber nada. Somente ouvindo as demandas mais simples das pessoas e colocando-se ao lado de suas situações existenciais concretas, se poderá ser escutados quando se fala de valores mais elevados.
O amor de Deus pela humanidade faminta de pão, de liberdade, de justiça, de paz e, acima de tudo da sua graça divina, nunca falha. Jesus continua também hoje a satisfazer a fome, a tornar-se uma presença viva e consoladora, e faz isso através de nós. Portanto, o Evangelho nos convida para sermos disponíveis e atuantes, como aquele rapaz que se dá conta de ter cinco pães e diz: ‘Mas, eu dou isto, depois tu verás”..
Diante do grito de fome – todos os tipos de “fome” – de tantos irmãos e irmãs em todas as partes do mundo, não podemos permanecer como espectadores distantes e tranquilos. O anúncio de Cristo, pão da vida eterna, requer um generoso compromisso de solidariedade para com os pobres, os fracos, os últimos, os indefesos. Esta ação de proximidade e de caridade é a melhor verificação da qualidade da nossa fé, tanto a nível pessoal como a nível comunitário.
Depois, no final da narrativa, Jesus, quando todos foram saciados, Jesus disse aos discípulos para recolher os pedaços que sobraram, para que não se desperdice nada. Eu gostaria de propor a vocês esta frase de Jesus: “Recolham os pedaços que sobraram, para que nada seja perdido”. E penso nas pessoas que têm fome e em quanta comida que sobra botamos fora… Cada um de nós pense: a comida que sobra no almoço, na janta, para onde vai? Na minha casa, o que se faz com a comida que sobra? Se joga fora? Não. Se você tem este costume, dou a você um conselho: fale com seus avós, que viveram no pós-guerra, e pergunte a eles o que faziam com a comida que sobrava. Nunca jogar fora a comida que sobra. Se reautiliza ou se dá a quem possa comê-la, a quem tem necessidade. Nunca colocar fora a comida que sobra. Este é um conselho e também um exame de consciência: o que se faz em casa com a comida que sobra?
Rezemos à Virgem Maria, para que no mundo prevaleçam os programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade prevalecem no mundo e não àqueles do ódio, dos armamentos e da guerra.
Fonte: Vatican News
Mais uma vez, a legalização do aborto volta à pauta nacional em uma audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) para os dias 3 e 6 de agosto. Na ocasião, será debatido a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442.
Diante dessa realidade, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reafirma em nota a posição firme e clara da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”. Afirmação emitida pela presidência da CNBB na Nota Oficial “Pela vida, contra o aborto”, publicada em 11 de abril de 2017.
A ação sustenta que dois dispositivos do Código Penal que instituem a criminalização da interrupção voluntária da gravidez afrontam a dignidade da pessoa humana, a cidadania, a não discriminação, a inviolabilidade da vida, a liberdade, a igualdade, a proibição de tortura ou o tratamento desumano e degradante, a saúde e o planejamento familiar das mulheres e os direitos sexuais e reprodutivos.
A Audiência Pública será realizada neste Supremo Tribunal Federal, Anexo II-B, sala da Primeira Turma, nos dias 03.08.2018 (sexta-feira) e 06.08.2018 (segunda-feira), das 8h40 às 12h50 e das 14h30 às 18h50. A CNBB apresentará sua posição, nesta audiência, no dia 6 de agosto, às 9h10, pelo dom Ricardo Hoerpers, bispo da diocese de Rio Grande (RS) e pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco (SP).
Leia a nota na íntegra:
Brasília – DF, 25 de Julho de 2018
ABORTO E DEMOCRACIA
Um perigo iminente
Nos últimos anos, apresentaram-se diversas iniciativas que visavam à legalização do aborto no ordenamento jurídico brasileiro.
Em todas essas ocasiões, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fiel à sua missão evangelizadora, reiterou a “sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil” (CNBB, Nota Pela vida, contra o aborto, 11 de abril de 2017).
Unindo sua voz à sensibilidade do povo brasileiro, maciçamente contrário a qualquer forma de legalização do aborto, a Igreja sempre assegurou que “o respeito à vida e à dignidade das mulheres deve ser promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas”, lembrando que “urge combater as causas do aborto, através da implementação e do aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros, especialmente nas localidades mais pobres do Brasil” (Ibidem).
As propostas de legalização do aborto sempre foram debatidas democraticamente no parlamento brasileiro e, após ampla discussão social, sempre foram firmemente rechaçadas pela população e por seus representantes.
A desaprovação ao aborto, no Brasil, não parou de crescer nos últimos anos, mas, não obstante, assistimos atualmente uma tentativa de legalização do aborto que burla todas as regras da democracia: quer-se mudar a lei mediante o poder judiciário.
A ADPF 442
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 442, solicita ao Supremo Tribunal Federal – STF a supressão dos artigos 124 a 126 do Código Penal, que tipificam o crime de aborto, alegando a sua inconstitucionalidade. O argumento, em si, é absurdo, pois se trata de uma lei federal de 1940, cuja constitucionalidade jamais foi questionada.
O STF convocou uma audiência pública para a discussão do tema, a realizar-se nos dias 3 e 6 de agosto de 2018. A maior parte dos expositores representa grupos ligados à defesa da legalização do aborto.
A rigor, o STF não poderia dar andamento à ADPF, pois não existe nenhuma controvérsia em seu entendimento. Em outras palavras, em si, a ADPF 442 transcende o problema concreto do aborto e ameaça os alicerces da democracia brasileira, que reserva a cada um dos poderes da República uma competência muito bem delineada, cujo equilíbrio é uma garantia contra qualquer espécie de deterioração que degenerasse em algum tipo de ditadura de um poder sobre os outros.
O momento exige atenção de todas as pessoas que defendem a vida humana. O poder legislativo precisa posicionar-se inequivocamente, solicitando de modo firme a garantia de suas prerrogativas constitucionais. Todos os debates legislativos precisam ser realizados no parlamento, lugar da consolidação de direitos e espaço em que o próprio povo, através dos seus representantes, outorga leis a si mesmo, assegurando a sua liberdade enquanto nação soberana. Ao poder judiciário cabe fazer-se cumprir as leis, ao poder legislativo, emaná-las.
O aborto da democracia.
“Escolhe, pois, a vida”. O eloquente preceito que recebemos da Escritura, “escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19), agora, reveste-se de importância decisiva: precisamos garantir o direito à vida nascente e, fazendo-o, defender a vida de nossa democracia brasileira, contra todo e qualquer abuso de poder que, ao fim e ao cabo, constituir-se-ia numa espécie de “aborto” da democracia. As democracias modernas foram concebidas como formas de oposição aos absolutismos de qualquer gênero: pertence à sua natureza que nenhum poder seja absoluto e irregulável. Por isso, é imensamente desejável que, diante destas ameaças hodiernas, encontremos modos de conter qualquer tipo de exacerbação do poder. Em sua evangélica opção preferencial pelos pobres, a Igreja vem em socorro dos mais desprotegidos de todos os desprotegidos: os nascituros que, indefesos, correm o risco do desamparo da lei e da consequente anistia para todos os promotores desta que São João Paulo II chamava de cultura da morte.
Sugestões práticas.
O que fazer? Diante da gravidade da situação, pedimos a todas as nossas comunidades uma mobilização em favor da vida, que se poderia dar em três gestos concretos:
Uma vigília de oração, organizada pela Pastoral Familiar local, tendo como intenção a defesa da vida dos nascituros, podendo utilizar como material de apoio os encontros do subsídio Hora da Vida 2018, sobretudo a Celebração da Vida, vide página 41. Ao final da vigília, os participantes poderiam elaborar uma breve ata e endereçá-la à Presidência do Congresso Nacional, solicitando aos legisladores que façam valer suas prerrogativas constitucionais: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com cópia para a Comissão Episcopal para a Vida e a Família: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Nas Missas do último domingo de julho, os padres poderiam comentar brevemente a situação, esclarecendo o povo fiel acerca do assunto e reservando uma das preces da Oração da Assembleia para rezar pelos nascituros. A coordenação da Pastoral Familiar poderia encarregar-se de compor o texto da oração e também de dirigir umas palavras ao povo.
Incentivamos, por fim, aos fiéis leigos, que procurem seus deputados para esclarecê-los sobre este problema. Cabe, de fato, ao Congresso Nacional colocar limites a toda e qualquer espécie de ativismo judiciário.
Invocamos sobre todo o nosso país a proteção de Nossa Senhora Aparecida, em cuja festa se comemora juntamente o dia das crianças, para que ela abençoe a todos, especialmente as mães e os nascituros.
Dom João Bosco B. Sousa, OFM
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família Bispo Diocesano de Osasco – SP
Quando nós estamos cansados, procuramos uma forma para que possamos descansar. É natural que todos os trabalhadores tenham o seu tempo de descanso, as suas férias. Aliás, nós temos o dia para trabalhar e a noite para descansar. Já aqueles que trabalham à noite geralmente têm o dia para descansar. Mesmo no intervalo, durante o dia, no trabalho, existem aquelas horas do descanso. Quando o tempo passa, vencido um ano, todo trabalhador tem o direito a descansar.
Jesus convida aqueles que estão cansados a se aproximarem dele: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). Em Cristo, nós encontramos alívio. O nosso Deus, tão bondoso, Pai Misericordioso, nos acompanha diariamente em nossas lidas, fadigas e vitórias. Ele, com seu amor de Pai, participa da nossa vida e nós não podemos fugir de Deus. Durante o tempo de férias, é muito importante que continuemos unidos àquele que dá vida. “Jesus veio para que todos tenham vida e a tenham em plenitude” (cf. Jo 10).
Não podemos nunca pensar em tirar férias de Deus, ou seja, devemos sempre, e em qualquer tempo, viver a espiritualidade e nos alimentar de Deus, na presença de Cristo. Jamais, em determinado momento, parar, afastar-se de Deus, deixando que a vida percorra sem ele, sem oração, sem a participação na Eucaristia. É especialmente muito importante que os sacerdotes celebrem a Eucaristia todos os dias, mesmo em seu tempo de férias, que não tirem férias de Deus.
Quando estou num lugar onde não há igreja, no meu tempo de férias, eu levo comigo minha pequena mala de missa e ali onde estou celebro a Eucaristia, seja numa casa de família ou mesmo num quarto de hotel onde estou passando, para não ficar sem a Eucaristia. Também vale dizer que as orações não devem ser feitas por obrigação, mas por causa do amor, da sintonia com Deus e com Cristo.
Não podemos, portanto, pensar em tirar férias de Deus, mas devemos nos aproximar cada vez mais dele, viver nele, participar dele, aprofundar nossas raízes na vida do Senhor, como a árvore plantada à beira das águas que tem ali suas raízes deitadas naquelas margens e recebe a umidade. Aquela árvore cresce, produz folhas e frutos que muitas vezes servem para remédio ou para alimentos.
Assim também, mergulhados no mistério do Senhor, nós somos chamados a ser um remédio e alimento para o mundo. E é Deus quem nos sustenta. Não podemos, portanto, pensar, em momento algum, em nos ausentar dele, tirar férias dele. As férias são para refazer as forças e as energias. No entanto, se nos afastarmos de Deus, vamos nos enfraquecer cada vez mais e ficar debilitados e não vamos conseguir agir na missão com fervor, com zelo, e nem mesmo ter forças para entregar nossas vidas a ele.
Por tudo isso, não é uma boa ideia tirar férias de Deus. Quem tira férias do Senhor enfraquece, afasta-se dele e não produz os frutos desejados para o Senhor. Não fostes vós quem escolhestes Deus, mas foi ele quem vos escolheu para ir e produzir frutos para que o vosso fruto permaneça. Assim, peçamos que o Senhor nos ajude, abençoe-nos, para que nele encontremos vida e alegria. Não tenhamos uma espiritualidade por obrigação, mas por alegria de participar de sua vida.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo Diocesano de Uruaçu
Presidente do Regional Centro Oeste da CNBB
No sábado, 21 de julho, às 17h, na Livraria Leitura do Pátio Brasil Shopping, em Brasília (DF) será realizada a primeira noite de autógrafos de uma série de lançamentos que será feita pela Editora Petra para apresentar o livro “Para onde vai a Igreja, do jornalista Gerson Camarotti. O volume reúne cinco entrevistas feitas com os cardeais: Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo (SP); Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo; Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida (SP); Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) e Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB.
Juan Arias, jornalista espanhol, faz um comentário sobre o livro e ressalta que a importância da obra “está no fato de que a leitura nos permite observar um panorama do que foi e do que é a Igreja no Brasil, a qual, como bem me recordo, já nos tempos do Concílio Vaticano II se apresentava como uma das mais vivas e comprometidas com a nova primavera eclesial promovida pelo Papa Joâo XXIII“.
Os entrevistados
Os cinco cardeais, na opinião do editor do livro, formam uma espécie de coro para confirmar o quão verdadeira pode ser a expressão “unidade na diversidade”: “de fato, pulsa nestas páginas um profundo senso de comunhão entre os entrevistados e a Sé de Pedro, recordando aquele sentire cum Ecclesia que Santo Inácio de Loyola um dia pediu. Nestas entrevistas, o pedido parece encontrar realização plena”.
Dom Claudio fala de curiosas situações de sua infância, de sua vida como bispo de ABC Paulista e destaca que apoiou as históricas greves dos metalúrgicos nos inícios dos anos de 1980 porque “as reivindicações eram justas e os métodos pacíficos”. Dom Odilo também recorda o início da sua caminhada vocacional no Paraná e a palavra de seu pai de que o primeiro filho que quisesse ser padre iria para o Seminário da Diocese de Toledo. Dom Damasceno conta da sua surpresa, ainda jovem, de ser enviado de Marina (MG) como um dos primeiros seminaristas da então criada arquidiocese de Brasília (DF), em 1960. Dom Orani fala de sua precoce vida de trabalhador em São José do Rio Pardo (MG) e de se aconselhar sobre o discernimento vocacional quando já era catequista, curando o segundo grau. Dom Sergio diz que entrou no Seminário com 18 anos depois de ter passado um tempo trabalhando para ajudar a família, que era muito pobre.
Os cardeais, na conversa com Camarotti, falam do Concílio Vaticano II, das Conferências do episcopado latino-americano e caribenho, da realidade brasileira dos últimos 50 anos, dos pontificados de Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e, longamente, sobre diversos aspectos do pontificado do Papa Francisco. As novidades desses últimos cinco anos no Vaticano também são detalhados pelo autor na introdução das entrevistas.
O autor
Gerson Camarotti, na introdução de cada uma das cinco entrevistas, faz várias referências aos contatos pessoais que teve com os cardeais. Ele também detalha aspectos interessantes da personalidade dos entrevistados com informações importantes sobre a trajetória percorrida por eles no âmbito da Igreja no Brasil e no Vaticano.
Ele tem 44 anos, nasceu em Recife e é formado em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambucano e pós graduado em Ciência Política pela Universidade de Brasília. Já trabalhou nos jornais O Globo, O Estado de São Paulo e Correio Brasiliense, bem como nas revistas Veja e Época. Em 2013, entrevistou o Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Atualmente atua como comentarista político na GloboNews e na Rádio CBN, além de ser colunista no Portal G1, da Rede Globo.
Fonte: CNBB Nacional
Começou nesta quinta-feira, 19, e segue até domingo, 22, o 6º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom), em Aparecida (SP). O tema do evento é "Comunicação e Igreja". Ontem, 19 de julho, bispos referenciais e coordenadores dos 18 regionais da CNBB responsáveis pela Pastoral da Comunicação (Pascom) estiveram reunidos no auditório dom Hélder Câmara, do Hotel Rainha do Brasil, em Aparecida (SP). O encontro foi coordenado pelo arcebispo de Dimantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, Dom Darci José Nicioli. No fim da reunião foram eleitos os primeiros agentes a coordenar nacionalmente a Pascom. O coordenador nacional, eleito por voto secreto e direto, foi o Marcus Tulius, da Arquidiocese de Vitória (ES) e coordenador do regional Leste 2 da CNBB. A secretária nacional da Pascom, escolhida pelo mesmo método, é a Patrícia Luz, da arquidiocese de Salvador e coordenadora do regional Nordeste 3.
Nesta sexta-feira, 20, Dom Messias dos Reis Silveira, bispo diocesano de Uruaçu e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, presidiu missa no encontro. Em sua homilia ele afirmou que é fundamental aos agentes de Pastoral da Comunicação sempre ter o foco de levar Jesus pelos meios de comunicação, comunicando a partir de Deus. O bispo realçou também que o comunicador cristão deve cultivar uma vida de oração. Ele enfatizou também a importância do comunicador católico não apenas falar de Deus, mas a partir de Deus, compartilhando uma experiência pessoal de vivência da fé.
Ir. Diego Joaquim, coordenador regional da Pascom, apresentou um painel sobre a importância do rádio para a evangelização e a promoção da cidadania.
Marcam presença as dioceses de Uruaçu, Anápolis, Formosa, Goiânia, Brasília e do Ordinariado Militar do Brasil.
Participe conosco do Encontro Regional de Liturgia que acontecerá no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia. Mais informações falar com Girlene: (62) 3223-1854.
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