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Que Nossa Senhora, filha do Pai, mãe do Filho e esposa do Espírito, nos ajude a acolher e testemunhar na vida o mistério de Deus-Amor: foi o pedido do Papa ao rezar o Angelus ao meio-dia deste domingo, 12 de junho, Solenidade da Santíssima Trindade.

Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco ateve-se ao Evangelho do dia (Jo 16, 12-15), em que Jesus nos apresenta as outras duas Pessoas divinas, o Pai e o Espírito Santo. Do Espírito ele diz: "Não falará de si mesmo, mas receberá o que é meu e vos anunciará". E depois, a respeito do Pai, ele diz: "Tudo o que o Pai tem é meu".

Espírito Santo fala, mas não de si mesmo

Observamos, disse o Santo Padre, que o Espírito Santo fala, mas não de si mesmo: anuncia Jesus e revela o Pai. E que o Pai, o qual possui tudo, porque é a origem de todas as coisas, dá ao Filho tudo o que possui: não guarda nada para si mesmo e se dá inteiramente ao Filho.

E agora, exortou Francisco, olhemos para nós, para aquilo de que falamos e para o que possuímos. "Quando falamos, queremos sempre que se fale bem de nós, e muitas vezes falamos apenas de nós mesmos e do que fazemos. Quão diferente do Espírito Santo, que fala anunciando os outros! E, sobre o que possuímos, como somos ciumentos disso e como é difícil para nós compartilhá-lo com os outros, mesmo com aqueles que não têm o necessário! Em palavras, é fácil, mas na prática é muito difícil", ressaltou o Pontífice.

Celebrar Trindade, uma revolução em nosso modo de vida

O Papa destacou que celebrar a Santíssima Trindade não é tanto um exercício teológico, mas uma revolução em nosso modo de vida.

Deus, em quem cada Pessoa vive para o outro, não para si mesmo, nos provoca a viver com os outros e para os outros. Hoje podemos nos perguntar se nossa vida reflete o Deus em que acreditamos: eu, que professo a fé em Deus Pai e Filho e Espírito Santo, realmente acredito que para viver preciso dos outros, preciso me doar aos outros, preciso servir aos outros? Afirmo isto com palavras ou com a vida?

Deus deve ser mostrado com ações antes das palavras

Dia de Combate ao Trabalho Infantil, o Papa: eliminar este flagelo
"O Deus trino e único, queridos irmãos e irmãs - prosseguiu Francisco -, deve ser mostrado assim, com ações antes das palavras. Deus, que é o autor da vida, é transmitido menos através dos livros e mais através do testemunho de vida."

Aquele que, como escreve o evangelista João, "é amor" (1 João 4,16), revela-se através do amor. Pensemos nas pessoas boas, generosas e mansas que conhecemos: lembrando sua maneira de pensar e agir, podemos ter um pequeno reflexo de Deus Amor. E o que significa amar? – perguntou Francisco. "Não apenas querer o bem e fazer o bem, mas antes de tudo, na raiz, acolher os outros, dar lugar aos outros, dar espaço aos outros."

A Trindade, em cada nome há a presença do outro
Para entender melhor isto, disse, pensemos nos nomes das Pessoas divinas, que pronunciamos cada vez que fazemos o sinal da cruz: em cada nome há a presença do outro.

“O Pai, por exemplo, não o seria sem o Filho; da mesma forma, o Filho não pode ser pensado sozinho, mas sempre como o Filho do Pai. E o Espírito Santo, por sua vez, é o Espírito do Pai e do Filho. Em resumo, a Trindade nos ensina que nunca se pode ficar sem o outro. Não somos ilhas, estamos no mundo para viver à imagem de Deus: abertos, necessitados dos outros e necessitados de ajudar os outros.”

Então, nos façamos esta última pergunta: na vida cotidiana sou também eu um reflexo da Trindade? O sinal da cruz que faço todos os dias permanece um gesto finalizado a si mesmo, ou inspira minha maneira de falar, de encontrar, de responder, de julgar, de perdoar? Após o Angelus, Francisco concedeu a todos a sua Bênção apostólica.

Fonte: Vatican News

 

A Diocese de Santa Cruz do Sul (RS) comunicou na noite desta quinta-feira, 9 de junho, o falecimento do seu bispo emérito, Dom Aloísio Sinésio Bohn, aos 87 anos. De acordo com a diocese, o bispo morreu de pneumonia. Ele estava hospitalizado nos últimos dias, por causa de uma dificuldade respiratória, chegou a receber alta, mas não resistiu e morreu. Ele foi presidente do Regional Centro-Oeste nos anos de 1979 a 1980.

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A Secretaria Nacional da Pastoral da Aids, pela primeira vez, desde a epidemia do Covid 19, voltou às atividades presenciais da pastoral. No 3º Domingo de maio, a Igreja celebrou a Vigília pelos Mortos de Aids, evento que foi realizado no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno - Arquidiocese de Goiânia. A Missa foi celebrada por Dom Luiz Antônio Ricce, bispo referencial da pastoral. A celebração pode ser acompanhada pelos meios de comunicação social, TV, Youtube e facebook da CNBB.

Relembrando os mortos de Aids e a Covid 19, a Pastoral da Aids no Brasil reforçou neste ano, o chamado para celebrar a 39ª Vigília pelos mortos de Aids, momento que convidou à oração pelos que partiram. Foi ainda o momento de promover uma ação do encontro aos mais excluídos, sendo estas as famílias que perderam para a Aids seus entes e amigos. A celebração da Vigília aconteceu também como todos os anos, no Santuário Basílica da Sagrada Família e em algumas comunidades e paróquias da Arquidiocese de Goiânia; na Diocese de Anápolis, e em Águas Lindas de Goiás - Diocese de Luziânia.

O Tema “Tantas Vidas não podem se perder”, alerta para a promoção à vida como bem maior através da responsabilidade humana de cada agente e coordenador, a fim de que se diminuam as fragilidades e vulnerabilidades, a partir do espírito fraterno e solidário no cuidado com a vida.

Na visita à Goiânia, Dom Luiz Ricce e o secretário Evandro Ferret, tiveram a oportunidade de falar na reunião mensal da Arquidiocese aos agentes das pastorais sociais sobre a Vigília e a Pastoral da Aids.

Dom Luiz Ricce e o secretário Evandro Ferret também fizeram uma visita ao Grupo AAVE para conhecer a equipe da Casa, e ouvir cada membro sobre os trabalhos e atividades que o Grupo AAVE desenvolve a favor das pessoas que vivem e convivem com HIV/Aids. Dom Luiz deu uma bênção na sala da irmã Margaret e nos convidou a rezar juntos a oração pela vida.

Aconteceu dia 29 de maio, o V encontro Diocesano da Dimensão Litúrgica da Diocese de Uruaçu-GO. O encontro, que contou com a participação de 106 pessoas, abordou o tema “Os Quatro Pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária”. O bispo diocesano, Dom Giovani Carlos, ficou responsável pela I Conferência sobre Espiritualidade da Palavra. Já a conferência sobre Pão e Caridade, foi desenvolvido pelo padre Wolney Alves e o padre André Luís do Vale, por sua vez, tratou do tema Ação Missionária.

Os temas expostos são parte das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2022), documento 109 da CNBB em que a casa e os pilares, a casa, sustentada pelos quatro pilares, é um lugar onde as portas devem estar sempre abertas, para que todos possam entrar e sair, nutridos pela Palavra e pela presença viva de Jesus Cristo.

No decorrer do encontro houve a Santa Missa, partilha entre grupos, dinâmica e espiritualidade.

O Papa Francisco nomeou, nesta quarta-feira, 1º de junho, novos membros para a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Entre os escolhidos, quatro bispos brasileiros, sendo três deles membros da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Agora, fazem parte como membros da Congregação o arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta; secretário da Congregação para os Bispos, dom Ilson de Jesus Montanari; o arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; e o bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, dom Edmar Peron.

 

A Congregação fica composta da seguinte maneira:

Cardeais:

Luis Antonio G. Tagle, prefeiro da Congregação para a Evangelização dos Povos;
Orani João Tempesta, O. Cist., arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro;
Charles Maung Bo, S.D.B., Arcebispo de Yangon (Myanmar);
Daniel Fernando Sturla Berhouet, S.D.B., arcebispo de Montevideo (Uruguai);
Blase Joseph Cupich, arcebispo de Chicago (Estados Unidos da América);
Cristóbal López Romero, S.D.B., arcebispo de Rabat (Marrocos);
Celestino Aós Braco, O.F.M. Cap., arcebispo de Santiago (Chile);
Kevin Joseph Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida;
Konrad Krajewski, Esmoleiro de Sua Santitade;
Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos;
Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos;

Bispos

Lazzaro You Heung-sik, Prefeito da Congregação para o Clero;
Filippo Iannone, O. Carm., presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos;
Joseph Augustine Di Noia, O.P., secretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé;
Ilson de Jesus Montanari, secretário da Congregação para os Bispos;
Jean Legrez, O.P., arcebispo de Albi (França);
Jaime Spengler, O.F.M., arcebispo de Porto Alegre (Brasil);
Jorge Carlos Patrón Wong, arcebispo de Jalapa (México);
Mario Iceta Gavicagogeascoa, arcebispo de Burgos (Espanha);
David Douglas Crosby, O.M.I., bispo de Hamilton (Canada);
Edmar Perón, bispo de Paranaguá (Brasil);
Hugh Gilbert, O.S.B., bispo de Aberdeen (Grã Bretanha).

Propósitos
A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos trata de tudo o que pertence à Sé Apostólica no que diz respeito à promoção e regulamentação da Liturgia e, em primeiro lugar, dos Sacramentos.

Ela é responsável por promover a ação pastoral litúrgica em tudo o que diz respeito à preparação e celebração da Eucaristia, dos demais sacramentos e sacramentais, bem como da celebração dos domingos e demais festas do ano litúrgico e da Liturgia das Horas.

Comanda a congregação como prefeito o arcebispo dom Arthur Roche. O secretário é o arcebispo dom Vittorio Francesco Viola; o segundo secretário é dom Aurelio García Macías.

Fonte: CNBB Nacional

 

O papa Francisco nomeou neste domingo, 29 de maio, Solenidade da Ascensão do Senhor, 21 novos cardeais. O consistório de criação dos novos purpurados acontecerá no dia 27 de agosto. Os brasileiros Dom Paulo Cezar da Costa, arcebispo metropolitano de Brasília e Dom Leonardo Ulrich Steiner, estão na lista.

Dom Paulo participou de entrevista coletiva pela manhã, logo após o anúncio. Ele afirmou ter ficado surpreso com a escolha do seu nome pelo Santo Padre. “A surpresa foi total porque o papa anunciou a lista e entre os nomeados estava o meu nome. Ele não me comunicou, acho que não comunicou a nenhum dos novos cardeais, então foi uma surpresa total, e reflete o reconhecimento do nosso trabalho e a bondade do papa Francisco para conosco e para com a Igreja do Brasil e para com a Igreja de Brasília”, declarou aos repórteres presentes.

Questionado sobre o que mudaria a partir de agora, Dom Paulo afirmou que continuará sendo um servidor do povo, da Igreja e da sociedade. “O papel do bispo é servir, a minha agenda é a mesma, continuará até o fim do dia a mesma e durante a semana a mesma. Nosso papel é este: servir com alegria, esse é o sentido do nosso ministério e o serviço é um conceito bonito. Oxalá nossa sociedade, nossos políticos, os homens de decisão de um país tivessem sempre essa perspectiva e essa visão do ministério daquilo que você exerce na vida da sociedade como serviço. O serviço nos liberta e faz com que não sejamos apegados ao cargo, que sejamos um servidor, alguém que se coloca com leveza buscando o bem do nosso amado povo, no meu caso o bem da Igreja, mas também o bem da sociedade”.

Em seguida, Dom Paulo Cezar explicou sobre a missão dos cardeais. “Os cardeais são aqueles que têm a missão de ajudar o papa no governo da Igreja. O Colégio cardinalício é muito grande e os cardeais têm a missão de servir o povo de Deus e o papa no governo da Igreja e aquilo que o Santo Padre pedir de mim e eu buscarei fazer, que é servir com alegria olhando para Jesus Cristo grande servidor, e continuar servindo com alegria a nossa amada Arquidiocese”.

Dom Paulo Cezar Costa - Arcebispo Metropolita da Arquidiocese de Brasília

Nasceu a 20 de julho de 1967 em Valença, na diocese do mesmo nome. Completou seus estudos em Filosofia no Seminário Nossa Senhora do Amor Divino em Petrópolis e os de Teologia no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro. Obteve depois a Licenciatura e o Doutoramento em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1996-2001).

Recebeu a ordenação sacerdotal em 5 de dezembro de 1992 e foi incardinado na Diocese de Valença.

Durante seu ministério sacerdotal ocupou os seguintes cargos: Vigário Paroquial da Paraíba do Sul (1993); Pároco da Paróquia de São Sebastião dos Ferreiros em Vassouras (1994-1996), Pároco da Paróquia de Santa Rosa de Lima em Valença (2001-2006); Diretor e Professor do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2007-2010); Reitor do Seminário Interdiocesano Paulo VI e Diretor do Instituto Paulo VI de Filosofia e Teologia de Nova Iguaçu (2006-2010). Em 24 de novembro de 2010 foi nomeado bispo titular de Esco e auxiliar da Arquidiocese Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro. Recebeu a ordenação episcopal em 5 de fevereiro de 2011. Em 22 de junho de 2016 foi transferido como Bispo de São Carlos. Na Conferência Episcopal Brasileira é membro do Conselho Permanente e da Comissão Episcopal de Cultura e Educação. Desde 2020 é membro do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Em 21 de outubro de 2020, o Santo Padre Francisco o nomeou Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Brasília (Brasil).

Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M. - Arcebispo Metropolitano de Manaus

Nasceu em 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, na Diocese de Criciúma.

Fez a profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 1976 e foi ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1978. Estudou Filosofia e Teologia nos Franciscanos de Petrópolis; obteve o Bacharelado em Filosofia e Pedagogia na Faculdade Salesiana de Lorena. Obteve, na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, a Licenciatura e o Doutoramento em Filosofia. Após os estudos e um período como pároco assistente e pároco, foi formador no seminário até 1986 e mestre de noviços de 1986 a 1995.
De 1995 a 2003 foi Professor de Filosofia e Secretário do Antonianum. Retornando ao Brasil em 2003, foi pároco adjunto da Paróquia Bom Jesus da Arquidiocese de Curitiba, além de professor da Faculdade de Filosofia Bom Jesus da mesma.

Em 2 de fevereiro de 2005 foi nomeado Bispo Prelado de São Félix e recebeu a ordenação episcopal no dia 16 de abril seguinte. Em 21 de setembro de 2011 foi nomeado bispo titular de Tisiduo e auxiliar de Brasília.

De maio de 2011 a maio de 2019 ocupou o cargo de Secretário Geral da Conferência Episcopal Brasileira.

Em 27 de novembro de 2019, o Santo Padre Francisco o nomeou Arcebispo Metropolitano de Manaus (Brasil).

Lista geral dos nomeados
1. Dom Arthur Roche - Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
2. Dom Lazzaro You Heung sik – Prefeito da Congregação para o Clero.
3. Dom Fernando Vérgez Alzaga L.C. – Presidente da Pontifícia Commisssão para o Estado da Cidade do Vaticano e Presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano.
4. Dom Jean-Marc Aveline - Arcebispo Metropolita de Marselha (França).
5. Dom Peter Okpaleke - Bispo de Ekwulobia (Nigéria).
6. Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M. - Arcebispo Metropolita de Manaus (Brasil).
7. Dom Filipe Neri António Sebastião de Rosário Ferrão - Arcebispo de Goa e Damão (Índia).
8. Dom Robert Walter McElroy – Bispo de San Diego (EUA)
9. Dom Virgilio Do Carmo Da Silva, S.D.B. – Arcebispo de Dili (Timor Leste).
10. Dom Oscar Cantoni - Bispo de Como (Itália).
11. Dom Anthony Poola - Arcebispo de Hyderabad (Índia).
12. Dom Paulo Cezar Costa - Arcebispo Metropolita da Arquidiocese de Brasília (Brasil).
13. Dom Richard Kuuia Baawobr M. Afr - Bispo de Wa (Gana).
14. Dom William Goh Seng Chye - Arcebispo de Singapura (Singapura).
15. Dom Adalberto Martínez Flores - Arcebispo Metropolita de Asunción (Paraguai).
16. Dom Giorgio Marengo, I.M.C. – Prefeito Apostólico de Ulaanbaatar (Mongólia).
A estes nomes, o Santo Padre uniu como membros do Colégio de Cardeais:
1. Dom Jorge Enrique Jiménez Carvajal - Arcebispo Emérito de Cartagena (Colômbia).
2. Dom Lucas Van Looy sdb - Arcebispo Emérito de Gent (Bélgica).
3. Dom Arrigo Miglio - Arcebispo Emerito de Cagliari (Itália).
4. R.P. Gianfranco Ghirlanda sj. – Professor de Teologia.
5. Mons. Fortunato Frezza – Cônego da Basílica de São Pedro

"Rezemos pelos novos cardeais - pediu o Santo Padre após o anúncio - para que, confirmando a sua adesão a Cristo, me ajudem no meu ministério de Bispo de Roma para o bem de todo o fiel Povo Santo de Deus".

 

Queridos irmãos e irmãs!

No ano passado, refletimos sobre a necessidade de «ir e ver» para descobrir a realidade e poder narrá-la a partir da experiência dos acontecimentos e do encontro com as pessoas. Continuando nesta linha, quero agora fixar a atenção noutro verbo, «escutar», que é decisivo na gramática da comunicação e condição para um autêntico diálogo.

Com efeito, estamos a perder a capacidade de ouvir a pessoa que temos à nossa frente, tanto na teia normal das relações quotidianas como nos debates sobre os assuntos mais importantes da convivência civil. Ao mesmo tempo, a escuta está a experimentar um novo e importante desenvolvimento em campo comunicativo e informativo, através das várias ofertas de podcast e chat audio, confirmando que a escuta continua essencial para a comunicação humana.

A um médico ilustre, habituado a cuidar das feridas da alma, foi-lhe perguntada qual era a maior necessidade dos seres humanos. Respondeu: «O desejo ilimitado de ser ouvidos». Apesar de frequentemente oculto, é um desejo que interpela toda a pessoa chamada a ser educadora, formadora, ou que desempenhe de algum modo o papel de comunicador: os pais e os professores, os pastores e os agentes pastorais, os operadores da informação e quantos prestam um serviço social ou político.

Escutar com o ouvido do coração

A partir das páginas bíblicas aprendemos que a escuta não significa apenas uma perceção acústica, mas está essencialmente ligada à relação dialogal entre Deus e a humanidade. O «shema’ Israel – escuta, Israel» (Dt 6, 4) – as palavras iniciais do primeiro mandamento do Decálogo – é continuamente lembrado na Bíblia, a ponto de São Paulo afirmar que «a fé vem da escuta» (Rm 10, 17). De facto, a iniciativa é de Deus, que nos fala, e a ela correspondemos escutando-O; e mesmo este escutar fundamentalmente provém da sua graça, como acontece com o recém-nascido que responde ao olhar e à voz da mãe e do pai. Entre os cinco sentidos, parece que Deus privilegie precisamente o ouvido, talvez por ser menos invasivo, mais discreto do que a vista, deixando consequentemente mais livre o ser humano.

A escuta corresponde ao estilo humilde de Deus. Ela permite a Deus revelar-Se como Aquele que, falando, cria o homem à sua imagem e, ouvindo-o, reconhece-o como seu interlocutor. Deus ama o homem: por isso lhe dirige a Palavra, por isso «inclina o ouvido» para o escutar.

O homem, ao contrário, tende a fugir da relação, a virar as costas e «fechar os ouvidos» para não ter de escutar. Esta recusa de ouvir acaba muitas vezes por se transformar em agressividade sobre o outro, como aconteceu com os ouvintes do diácono Estêvão que, tapando os ouvidos, atiraram-se todos juntos contra ele (cf. At 7, 57).

Assim temos, por um lado, Deus que sempre Se revela comunicando-Se livremente, e, por outro, o homem, a quem é pedido para sintonizar-se, colocar-se à escuta. O Senhor chama explicitamente o homem a uma aliança de amor, para que possa tornar-se plenamente aquilo que é: imagem e semelhança de Deus na sua capacidade de ouvir, acolher, dar espaço ao outro. No fundo, a escuta é uma dimensão do amor.

Por isso Jesus convida os seus discípulos a verificar a qualidade da sua escuta. «Vede, pois, como ouvis» (Lc 8, 18): faz-lhes esta exortação depois de ter contado a parábola do semeador, sugerindo assim que não basta ouvir, é preciso fazê-lo bem. Só quem acolhe a Palavra com o coração «bom e virtuoso» e A guarda fielmente é que produz frutos de vida e salvação (cf. Lc 8, 15). Só prestando atenção a quem ouvimos, àquilo que ouvimos e ao modo como ouvimos é que podemos crescer na arte de comunicar, cujo cerne não é uma teoria nem uma técnica, mas a «capacidade do coração que torna possível a proximidade» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 171).

Ouvidos, temo-los todos; mas muitas vezes mesmo quem possui um ouvido perfeito, não consegue escutar o outro. Pois existe uma surdez interior, pior do que a física. De facto, a escuta não tem a ver apenas com o sentido do ouvido, mas com a pessoa toda. A verdadeira sede da escuta é o coração. O rei Salomão, apesar de ainda muito jovem, demonstrou-se sábio ao pedir ao Senhor que lhe concedesse «um coração que escuta» ( 1 Rs 3, 9). E Santo Agostinho convidava a escutar com o coração ( corde audire), a acolher as palavras, não exteriormente nos ouvidos, mas espiritualmente nos corações: «Não tenhais o coração nos ouvidos, mas os ouvidos no coração» [1]. E São Francisco de Assis exortava os seus irmãos a «inclinar o ouvido do coração» [2].

Por isso, a primeira escuta a reaver quando se procura uma comunicação verdadeira é a escuta de si mesmo, das próprias exigências mais autênticas, inscritas no íntimo de cada pessoa. E não se pode recomeçar senão escutando aquilo que nos torna únicos na criação: o desejo de estar em relação com os outros e com o Outro. Não fomos feitos para viver como átomos, mas juntos.

A escuta como condição da boa comunicação

Há um uso do ouvido que não é verdadeira escuta, mas o contrário: o espionar. De facto, uma tentação sempre presente, mas que neste tempo da social web parece mais assanhada, é a de procurar saber e espiar, instrumentalizando os outros para os nossos interesses. Ao contrário, aquilo que torna boa e plenamente humana a comunicação é precisamente a escuta de quem está à nossa frente, face a face, a escuta do outro abeirando-nos dele com abertura leal, confiante e honesta.

Esta falta de escuta, que tantas vezes experimentamos na vida quotidiana, é real também, infelizmente, na vida pública, onde com frequência, em vez de escutar, «se fala pelos cotovelos». Isto é sintoma de que se procura mais o consenso do que a verdade e o bem; presta-se mais atenção à audience do que à escuta. Ao invés, a boa comunicação não procura prender a atenção do público com a piada foleira visando ridicularizar o interlocutor, mas presta atenção às razões do outro e procura fazer compreender a complexidade da realidade. É triste quando surgem, mesmo na Igreja, partidos ideológicos, desaparecendo a escuta para dar lugar a estéreis contraposições.

Na realidade, em muitos diálogos, efetivamente não comunicamos; estamos simplesmente à espera que o outro acabe de falar para impor o nosso ponto de vista. Nestas situações, como observa o filósofo Abraham Kaplan [3], o diálogo não passa de duólogo, ou seja um monólogo a duas vozes. Ao contrário, na verdadeira comunicação, o eu e o tu encontram-se ambos «em saída», tendendo um para o outro.

Portanto, a escuta é o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação. Não se comunica se primeiro não se escutou, nem se faz bom jornalismo sem a capacidade de escutar. Para fornecer uma informação sólida, equilibrada e completa, é necessário ter escutado prolongadamente. Para narrar um acontecimento ou descrever uma realidade numa reportagem, é essencial ter sabido escutar, prontos mesmo a mudar de ideia, a modificar as próprias hipóteses iniciais.

Com efeito, só se sairmos do monólogo é que se pode chegar àquela concordância de vozes que é garantia duma verdadeira comunicação. Ouvir várias fontes, «não parar na primeira locanda» – como ensinam os especialistas do oficio – garante credibilidade e seriedade à informação que transmitimos. Escutar várias vozes, ouvir-se – inclusive na Igreja – entre irmãos e irmãs, permite-nos exercitar a arte do discernimento, que se apresenta sempre como a capacidade de se orientar numa sinfonia de vozes.

Entretanto para quê enfrentar este esforço da escuta? Um grande diplomata da Santa Sé, o cardeal Agostinho Casaroli, falava de «martírio da paciência», necessário para escutar e fazer-se escutar nas negociações com os interlocutores mais difíceis a fim de se obter o maior bem possível em condições de liberdade limitada. Mas, mesmo em situações menos difíceis, a escuta requer sempre a virtude da paciência, juntamente com a capacidade de se deixar surpreender pela verdade – mesmo que fosse apenas um fragmento de verdade – na pessoa que estamos a escutar. Só o espanto permite o conhecimento. Penso na curiosidade infinita da criança que olha para o mundo em redor com os olhos arregalados. Escutar com este estado de espírito – o espanto da criança na consciência dum adulto – é sempre um enriquecimento, pois haverá sempre qualquer coisa, por mínima que seja, que poderei aprender do outro e fazer frutificar na minha vida.

A capacidade de escutar a sociedade é ainda mais preciosa neste tempo ferido pela longa pandemia. A grande desconfiança que anteriormente se foi acumulando relativamente à «informação oficial», causou também uma espécie de «info-demia» dentro da qual é cada vez mais difícil tornar credível e transparente o mundo da informação. É preciso inclinar o ouvido e escutar em profundidade, sobretudo o mal-estar social agravado pelo abrandamento ou cessação de muitas atividades económicas.

A própria realidade das migrações forçadas é uma problemática complexa, e ninguém tem pronta a receita para a resolver. Repito que, para superar os preconceitos acerca dos migrantes e amolecer a dureza dos nossos corações, seria preciso tentar ouvir as suas histórias. Dar um nome e uma história a cada um deles. Há muitos bons jornalistas que já o fazem; e muitos outros gostariam de o fazer, se pudessem. Encorajemo-los! Escutemos estas histórias! Depois cada qual será livre para sustentar as políticas de migração que considerar mais apropriadas para o próprio país. Mas então teremos diante dos olhos, não números nem invasores perigosos, mas rostos e histórias de pessoas concretas, olhares, expetativas, sofrimentos de homens e mulheres para ouvir.

Escutar-se na Igreja

Também na Igreja há grande necessidade de escutar e de nos escutarmos. É o dom mais precioso e profícuo que podemos oferecer uns aos outros. Nós, cristãos, esquecemo-nos de que o serviço da escuta nos foi confiado por Aquele que é o ouvinte por excelência e em cuja obra somos chamados a participar. «Devemos escutar através do ouvido de Deus, se queremos poder falar através da sua Palavra» [4]. Assim nos lembra o teólogo protestante Dietrich Bonhöffer que o primeiro serviço na comunhão que devemos aos outros é prestar-lhes ouvidos. Quem não sabe escutar o irmão, bem depressa deixará de ser capaz de escutar o próprio Deus [5].

Na ação pastoral, a obra mais importante é o «apostolado do ouvido». Devemos escutar, antes de falar, como exorta o apóstolo Tiago: «cada um seja pronto para ouvir, lento para falar» (1, 19). Oferecer gratuitamente um pouco do próprio tempo para escutar as pessoas é o primeiro gesto de caridade.

Recentemente deu-se início a um processo sinodal. Rezemos para que seja uma grande ocasião de escuta recíproca. Com efeito, a comunhão não é o resultado de estratégias e programas, mas edifica-se na escuta mútua entre irmãos e irmãs. Como num coro, a unidade requer, não a uniformidade, a monotonia, mas a pluralidade e variedade das vozes, a polifonia. Ao mesmo tempo, cada voz do coro canta escutando as outras vozes na sua relação com a harmonia do conjunto. Esta harmonia é concebida pelo compositor, mas a sua realização depende da sinfonia de todas e cada uma das vozes.

Cientes de participar numa comunhão que nos precede e inclui, possamos descobrir uma Igreja sinfónica, na qual cada um é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe.

Roma, São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2022.

Francisco

 

Nos dias 24 a 26 de junho acontecerá no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF) em Goiânia, o 17º Seminário Bíblico-Catequético do Regional Centro-Oeste da CNBB, com o tema “Catequese a serviço da palavra de Deus”. O evento formativo é direcionado para coordenadores diocesanos de catequese e catequistas. Padre Antônio Xavier, coordenador para a Animação Bíblico Pastoral será o assessor.

O investimento custa R$ 280,00 (hospedagem + alimentação).

Link para inscrições, clique aqui.

Temos a alegria de informar que Pe. Márcio Jean da Silva, da Diocese de São Luís de Montes Belos, é o novo coordenador regional dos presbíteros do Regional Centro-Oeste da CNBB. Até o momento ele era o vice-coordenador e Pe. André Luís do Vale, da Diocese de Uruaçu, o coordenador. Com a eleição de Pe. André para presidência da Comissão Nacional de Presbíteros, ele deixa esta função e a assume Pe. Márcio Jean.

Aos padres André Luís e Márcio Jean a nossa gratidão pela disponibilidade evangélica em cooperar com os presbíteros de nosso regional na vivência vocacional.

A reunião do Conselho Episcopal Pastoral, o Consep, ocorre na próxima quarta-feira, 25 de maio, a partir das 9h, em duas sessões (matutina e vespertina). Estarão reunidos por meio da plataforma Zoom os membros da Presidência da CNBB e os presidentes das Comissões Episcopais Pastorais, além de assessores e outros convidados.

No encontro, os membros farão uma avaliação da primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da CNBB, ocorrida de forma virtual, nos dias 25 a 29 de abril, e já aproveitarão o momento para planejar a próxima fase da Assembleia, que irá ocorrer de forma presencial nos dias 29 de agosto a 2 de setembro, em Aparecida (SP).

A Campanha da Fraternidade 2023 cuja temática é “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16) também estará dentre os assuntos de destaque. Atualmente, há dois editais abertos para a CF 2023 – um para a escolha do hino e outro para a escolha da identidade visual.

Na ocasião, o Consep também fará a ratificação dos novos membros eleitos para a presidência da Comissão Nacional de Presbíteros, a CNP. A eleição aconteceu durante o 18º Encontro Nacional de Presbíteros, ocorrido em Aparecida (SP), nos dias 9 a 14 de maio.

Eventos celebrativos como os 70 anos da CNBB e os 15 anos da Conferência de Aparecida serão tratados também na reunião.

Grupo de Assessores
A reunião do Grupo de Assessores, o GA, antecede a reunião do Conselho Episcopal Pastoral. Os assessores irão se encontrar, de modo remoto, na terça-feira, 24 de abril.

Na pauta do encontro segundo o padre Marcus Barbosa, subsecretário adjunto de pastoral da CNBB, está o Novo Estatuto da CNBB, que contará com uma apresentação de dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto (SP) e presidente da Comissão de Redação.

Para além disso, os assessores também discutirão sobre a CF 2023, a Jornada Mundial dos Idosos e a 59ª Assembleia Geral da CNBB.

Fonte: CNBB Nacional

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