Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Aos poucos, as autoridades políticas estaduais, observando as medidas sanitárias, vão permitindo a abertura de atividades após um período mais intenso de isolamento social como medida para contenção do avanço do novo coronavírus. Entre as ações permitidas encontra-se a possibilidade do retorno da realização de celebrações religiosas e missas.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou a todo episcopado brasileiro, dia 31 de maio, um documento de oito páginas com as “Orientações Litúrgico-Pastorais para o retorno às atividades presenciais”. A orientações foram elaboradas pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB a partir de experiências de dioceses do Brasil e do exterior. Cabe, contudo, ao bispo de casa Igreja Particular, à luz de cada realidade local, orientar os fieis neste retorno às atividades presenciais.
O documento sistematiza uma série de orientações gerais para a organização e realização das missas e os cuidados que devem ser tomados antes, durante e após cada celebração. Também apresenta orientações específicas, como o ritual para os batizados. Um cuidado necessário é a orientação aos fieis que apresentarem sintomas e que integram os grupos de risco a ficarem em suas casas, onde as comunidades devem se organizar para ministrar a comunhão.
Outra indicação também é que as comunidades fixem em cartazes as observações relativas à higiene para evitar a disseminação do novo coronavírus. A utilização de máscaras, que poderão ser tiradas apenas no momento da comunhão, será obrigatória.
Conheça a íntegra do documento aqui.
“Orientações Litúgico-Pastorais para o retorno às atividades presenciais”
Fonte: CNBB Nacional
O Papa Francisco acolheu, nesta quarta-feira, 27 de maio, o pedido de renúncia apresentado por dom Eugène (Eugênio) Lambert Adrian Rixen ao governo pastoral da diocese de Goiás (GO). No mesmo ato, o Santo Padre nomeou como bispo titular da mesma diocese o padre Jeová Elias Ferreira, atualmente vigário-geral na arquidiocese de Brasília (DF). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou agradecimento a dom Eugênio Rixen e saudação ao padre Jeová Elias. Confira abaixo as biografias, o agradecimento a dom Eugênio Rixen e a saudação ao novo membro do episcopado brasileiro.
Novo bispo da diocese de Goiás (GO)
Padre Jeová Elias Ferreira nasceu em 24 de agosto de 1961, em Sobral (CE). Estudou Filosofia no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, de 1985 a 1987, sendo licenciado pela Universidade Estadual do Ceará, em 2000. Estudou Teologia no mesmo seminário, tornando-se bacharel, com reconhecimento pela Universidade Pontifícia Bolivariana, Medellín, em 2017.
Foi ordenado padre em 30 de novembro de 1991, na catedral metropolitana de Brasília (DF). Na arquidiocese de Brasília, exerceu a função de pároco nas seguintes paróquias: Santíssima Trindade, em Ceilândia, Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Sobradinho, e Nossa Senhora de Nazaré, em Planaltina.
O padre aprofundou seus estudos em teologia pastoral e também foi professor de Doutrina Social da Igreja no Seminário Nossa Senhora de Fátima, da arquidiocese de Brasília, de 2004 a 2005. Também foi membro do Colégio de Consultores, do Conselho Econômico, vigário episcopal do Vicariato Norte. Atualmente exerce a função de vigário-geral na arquidiocese de Brasília (DF).
Novo bispo emérito
Com a decisão do Papa, dom Eugênio Rixen torna-se agora bispo emérito. O procedimento está previsto no Código de Direito Canônico e define que “ao bispo diocesano que tiver completado 75 anos de idade, é solicitado apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências”. Com a aceitação da renúncia pelo Papa, o bispo emérito fica, então, desobrigado das funções concernentes ao governo de sua diocese, mas permanece no exercício de seu ministério durante toda a vida.
Dom Eugênio completou 75 anos no dia 3 de julho de 2019. Ele nasceu em Kelmis na Bélgica, em 1944. É o quarto bispo da diocese de Goiás (GO), criada pela bula “Quo gaudio” (Com Alegria) do Papa Pio XII, em 26 de março de 1956.
Sua ordenação presbiteral foi em 1970. Depois disso, ele veio ao Brasil como missionário “Fidei Donum”. Foi eleito bispo auxiliar de Assis em 30 de novembro 1995, foi consagrado em 25 de fevereiro 1996. Foi nomeado bispo de Goiás em 2 de dezembro 1998. Seu lema episcopal é: “Maranatha, vem senhor”.
Por dois mandatos, de 2003 a 2011, foi presidente da Comissão Episcopal de Animação Bíblico-Catequética da CNBB. Atualmente é bispo referencial da Pastoral da AIDS.
Agradecimento da CNBB a dom Eugênio Rixen
Brasília-DF, 27 de maio de 2020
Estimado irmão, Eugênio Rixen, saúde e paz!
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta agradecimento a Deus por sua trajetória episcopal, especialmente aos 50 anos dedicados à sua ação pastoral e missionária ao Brasil, a maior parte do tempo como bispo da diocese de Goiás (GO), uma Igreja comprometida com as realidades sociais e na defesa dos mais pobres.
Agradecemos também a sua contribuição à caminhada da catequese no Brasil, especialmente a sua atuação como presidente da Comissão Episcopal Pastoral de Animação Bíblico-Catequética da CNBB. Sabemos que o senhor tem grande contribuição na reflexão e sistematização do processo de “iniciação à vida cristã”, tendo coordenado o processo de aprovação do tema central na 55ª Assembleia Geral do episcopado brasileiro, em 2017.
Desejamos que esse tempo de emeritude seja um tempo de renascer diante da Igreja à qual continua sendo chamado a sempre servir com sua experiência e sabedoria.
Certos da Ressurreição de Jesus Cristo, que celebramos neste tempo litúrgico, enviamos ao senhor nosso afetuoso abraço e rogamos à Nossa Senhora de Sant’Ana, padroeira da diocese de Goiás, que lhe cubra de bênçãos e proteção.
Em Cristo,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Saudação da CNBB ao padre Jeová Elias Ferreira
Brasília-DF, 27 de maio de 2020
Prezado irmão, Jeová Elias Ferreira, saúde e paz!
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta alegria com a sua nomeação para bispo da diocese de Goiás (GO). Felizes por acolher mais um irmão no episcopado, agradecemos, junto a dom Eugênio Rixen, o gesto do Papa Francisco, que com mais essa nomeação expressa seu zelo pela Igreja no Brasil.
Abrindo as portas da CNBB ao senhor, recordamos as palavras do Santo Padre, em alocução sobre a Igreja durante audiência geral na praça São Pedro: “O Bispo é chamado a servir e não a ser servido. Nele é a própria pessoa de Cristo que se torna presente e continua a cuidar da Igreja”.
Receba as boas-vindas à nossa Conferência Episcopal, os nossos mais sinceros votos de um frutuoso ministério episcopal e nosso abraço fraterno.
Em Cristo,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Fonte: CNBB Nacional
No terceiro domingo de maio (17), a Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a 37ª Vigília Pelos Mortos de Aids, que neste ano traz como tema “No brilho da Luz, Fortalecer a Esperança”, expressão que coloca em comunhão as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, com aquelas que cuidam da vida e buscam o respeito aos direitos humanos.
A 37ª Vigília pelos Mortos de Aids da Pastoral da Aids em 2020, conclama todos a manterem acesa a chama da esperança, visando fortalecer a solidariedade, os laços fraternos, o espírito comunitário e o interesse público, colocando dessa forma a vida humana em primeiro lugar.
A Pastoral convida todos a acender a vela virtual da vigília, a da mão esquerda e em unidade formar uma grande rede de solidariedade, fraternidade e esperança.
Divulgação
A imagem publicitária deste ano nos remete a proteção integral, colocando o ser humano (vela) como centro de nosso cuidado e do nosso amparo. A vela acesa está segura com sua chama, pois se encontra protegida por duas mãos: a mão direita, da força, simboliza o poder público constituído por seus mais diversos serviços, saúde, assistência social, previdência, direitos humanos, entre tantas outras políticas públicas necessárias para a vida humana e direitos assegurados de todos os cidadãos. A mão esquerda, do coração, simboliza o acolhimento e a solidariedade da sociedade civil, igrejas, associações, organizações não governamentais, que dão suporte emocional, espiritual e social.
O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, realizou uma reunião on-line na segunda-feira, dia 4 de maio, com os secretários-executivos dos regionais da entidade. Participaram também o subsecretário-geral, padre Dirceu de Oliveira; o subsecretário adjunto de pastoral, padre Marcus Barbosa; o ecônomo da CNBB, monsenhor Nereudo Freire Henrique, e o consultor de gestão de processos na CNBB, José Bezerra Luna.
Segundo dom Joel, a reunião esteve embasada em quatro pontos principais: humano, pastoral, administrativo e social. Ele explicou que junto com os secretários pôde fazer uma avaliação do quadro atual de pandemia no país e como a Igreja está lidando e participando ativamente no cuidado aos mais necessitados. “De nossa parte coube ressaltar a importância de se manter o isolamento social e orientar para que este ano não haja mais nenhum encontro de forma presencial”, destacou.
Na ocasião, os secretários-executivos tiveram a oportunidade de compartilhar suas realidades locais e falar sobre como cada regional tem lidado com as novas ferramentas de trabalho. Dom Joel destacou que, ao ouvir os relatos, pôde notar que grande parte dos regionais conseguiu se adaptar ao teletrabalho e manter suas reuniões de forma on-line. “Há ainda alguns, aqueles mais distantes geograficamente, que enfrentam certas dificuldades operacionais, mas temos discutido e pretendemos encontrar meios para que continuem a dar andamento aos trabalhos”, destacou dom Joel.
O irmão Sílvio da Silva, secretário-executivo do regional Oeste 1, afirmou que essa reunião, em especial, o marcou bastante. “Mesmo diante das grandes dificuldades vividas nesse momento, nós tivemos a oportunidade, juntamente com o secretário-geral, de ver a realidade do Brasil de ponta a ponta e observar como a Igreja está presente na vida das pessoas”, disse.
O secretário-executivo disse, ainda, que a reunião trouxe uma oportunidade de reflexão muito grande sobre a solidariedade exercida pela Igreja e pela sociedade nesta época de pandemia. “A gente vê despertar nas comunidades uma solidariedade que antes não víamos ou talvez já estivesse sempre presente, mas dada a movimentação para lá e para cá, nós não percebíamos que o nosso povo, que os nossos cristãos, que a sociedade em si é solidária”, comentou.
“Pudemos falar o que pensamos e o que sentimos a respeito da nossa igreja, da nossa ação como CNBB. Penso que esse respeito que a CNBB tem para com o nosso trabalho é o que nos dá força para continuar”, completou irmão Silvio.
Por fim, sobre a parte administrativa, dom Joel destacou que os participantes conversaram sobre leis trabalhistas e como os regionais estão organizando internamente seus processos e gestão de pessoas durante o período de pandemia.
Fonte: CNBB Nacional
Queridos irmãos e irmãs!
Em 4 de agosto do ano passado, no 160º aniversário da morte do Santo Cura d’Ars, quis dedicar uma Carta aos sacerdotes, que todos os dias, obedecendo à chamada que o Senhor lhes dirigiu, gastam a vida ao serviço do Povo de Deus.
Então escolhi quatro palavras-chave – tribulação, gratidão, coragem e louvor – para agradecer aos sacerdotes e apoiar o seu ministério. Acho que, neste 57º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, poderiam retomar aquelas palavras e dirigi-las a todo o Povo de Deus, tendo como pano de fundo o texto evangélico que nos conta a experiência singular que sobreveio a Jesus e a Pedro durante uma noite de tempestade no lago de Tiberíades (cf. Mt 14,22-33).
Depois da multiplicação dos pães, que entusiasmou a multidão, Jesus manda os discípulos subir para o barco e seguir à sua frente para a outra margem, enquanto ele despedia o povo. A imagem dessa travessia do lago sugere de algum modo a viagem da nossa existência. De fato, o barco da nossa vida avança lentamente, sempre preocupado com a procura de um local afortunado de atracagem, pronto a desafiar os riscos e as conjunturas do mar, mas desejoso também de receber do timoneiro a orientação que o coloque finalmente na rota certa.
Assim acontece também no coração dos discípulos que, chamados a seguir o Mestre de Nazaré, têm de se decidir a passar à outra margem, optando corajosamente por abandonar as próprias seguranças e seguir os passos do Senhor.
Mas, na aventura dessa travessia não fácil, o Evangelho diz-nos que não estamos sozinhos.
Assim, a primeira palavra da vocação é gratidão. Navegar pela rota certa não é uma tarefa confiada só aos nossos esforços, nem depende apenas dos percursos que escolhemos fazer.
A realização de nós mesmos e dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso “eu” isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais nada, da resposta a uma chamada que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir e, ainda antes disso, dá-nos a coragem de subir para o barco; e ele, ao mesmo tempo que nos chama, faz-se também nosso timoneiro para nos acompanhar, mostrar a direção, impedir de encalhar nas rochas da indecisão e tornar-nos capazes até de caminhar sobre as águas tumultuosas.
Toda a vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao nosso encontro, talvez mesmo quando o nosso barco estava à mercê da tempestade. “Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor” (Carta aos Presbíteros, 4/08/2019); por isso conseguiremos descobri-la e abraçá-la, quando o nosso coração se abrir à gratidão e souber reconhecer a passagem de Deus pela nossa vida.
Quando os discípulos veem aproximar-se Jesus caminhando sobre as águas, começam por pensar que se trata de um fantasma e assustam-se. Mas Jesus imediatamente os tranquiliza com uma palavra que deve acompanhar sempre a nossa vida e o nosso caminho vocacional: “Coragem! Sou Eu! Não temais!” (Mt 14,27). Esta é precisamente a segunda palavra que gostaria de vos deixar: coragem.
Frequentemente aquilo que nos impede de caminhar, crescer, escolher a estrada que o Senhor traça para nós são os fantasmas que pululam nos nossos corações. Quando somos chamados a deixar a nossa margem segura para abraçar um estado de vida – como o matrimônio, o sacerdócio ordenado, a vida consagrada – muitas vezes a primeira reação é constituída pelo “fantasma da incredulidade”: não é possível que essa vocação seja para mim; trata-se verdadeiramente da estrada certa? Precisamente a mim é que o Senhor pede isso?
O Senhor sabe que uma opção fundamental de vida – como casar-se ou consagrar-se de forma especial ao seu serviço – exige coragem. Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: “Não tenhas medo! Eu estou contigo”. A fé na presença dele que vem ao nosso encontro e nos acompanha mesmo quando o mar está revolto, liberta-nos daquela acedia que podemos definir uma “tristeza adocicada” (Carta aos Presbíteros, 4/08/2019), isto é, aquele desânimo interior que nos bloqueia impedindo-nos de saborear a beleza da vocação.
Na Carta aos Presbíteros, falei também da tribulação, que aqui gostaria de especificar concretamente como fadiga. Toda a vocação requer empenho. O Senhor chama-nos, porque nos quer tornar, como Pedro, capazes de “caminhar sobre as águas”, isto é, pegar na nossa vida para a colocar ao serviço do Evangelho, nas formas concretas que ele nos indica cada dia e, de modo especial, nas diferentes formas de vocação laical, presbiteral e de vida consagrada.
Se nos deixarmos arrastar pelo pensamento das responsabilidades que nos esperam – na vida matrimonial ou no ministério sacerdotal – ou das adversidades que surgirão, bem depressa desviaremos o olhar de Jesus e, como Pedro, arriscamo-nos a afundar. Pelo contrário a fé permite-nos, apesar das nossas fragilidades e limitações, caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades. Pois ele estende-nos a mão, quando, por cansaço ou medo, corremos o risco de afundar e dá-nos o ardor necessário para viver a nossa vocação com alegria e entusiasmo.
Por fim, quando Jesus sobe para o barco, cessa o vento e aplacam-se as ondas. É uma bela imagem daquilo que o Senhor realiza na nossa vida e nos tumultos da história, especialmente quando estamos a braços com a tempestade: Ele ordena aos ventos contrários que se calem, e então as forças do mal, do medo, da resignação deixam de ter poder sobre nós.
Na vocação específica que somos chamados a viver, esses ventos podem debilitar-nos. Penso em quantos assumem funções importantes na sociedade civil, nos esposos, que intencionalmente me apraz definir “os corajosos”, e de modo especial penso nas pessoas que abraçam a vida consagrada e o sacerdócio. Conheço a vossa fadiga, as solidões que às vezes tornam pesado o coração, o risco da monotonia que pouco a pouco apaga o fogo ardente da vocação, o fardo da incerteza e da precariedade dos nossos tempos, o medo do futuro. Coragem, não tenhais medo! Jesus está ao nosso lado e, se o reconhecermos como único Senhor da nossa vida, Ele estende-nos a mão e agarra-nos para nos salvar.
E então a nossa vida, mesmo no meio das ondas, abre-se ao louvor. Essa é a última palavra da vocação, e pretende ser também o convite a cultivar a atitude interior de Maria Santíssima: agradecida pelo olhar que Deus pousou sobre ela, superando na fé medos e perturbações, abraçando com coragem a vocação, ela fez da sua vida um cântico eterno de louvor ao Senhor.
Caríssimos, especialmente neste Dia de Oração pelas Vocações, mas também na ação pastoral ordinária das nossas comunidades, desejo que a Igreja percorra este caminho ao serviço das vocações, abrindo brechas no coração de todos os fiéis, para que cada um possa descobrir com gratidão a chamada que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer “sim”, vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro. Que a Virgem Maria nos acompanhe e interceda por nós.
Roma, São João de Latrão, 8 de março de 2020.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio do seu Conselho Episcopal Pastoral (Consep), reafirmou, em nota, seu compromisso com o “Pacto pela Vida e pelo Brasil”, divulgado no dia 7 de abril, assinado inicialmente por seis respeitadas instituições da sociedade civil e, posteriormente, por mais de 150 entidades. O Pacto considera que “a hora é grave e clama por liderança ética, arrojada, humanística, que ecoe um pacto firmado por toda a sociedade, como compromisso e bússola para a superação da crise atual”.
Na nota intitulada “Posicionamento da CNBB – Em defesa da Democracia, pela Justiça e pela Paz”, a CNBB considera que esta é a mais grave crise sanitária dos últimos tempos e afirma ser este um momento dificílimo, que clama pelo efetivo exercício da solidariedade e da caridade. “É tempo das palavras e atitudes serenas de paz, de fé e de esperança, de respeito às leis e à democracia”, diz um trecho.
“É com perplexidade e indignação que assistimos manifestações violentas contra as medidas de prevenção ao coronavírus; que ouvimos declarações enviesadas de desprezo pela vida, por parte de agentes públicos sobre a morte de milhares de brasileiros e brasileiras contaminados pela covid-19; que vimos acontecer eventos atentatórios à ordem constitucional, com a participação de autoridades públicas, onde se defendeu o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, a volta do AI-5 e o retorno aos sombrios tempos da ditadura; que todo o Brasil soube de denúncias acerca da politização da justiça, ferindo sua necessária autonomia de investigação”.
No texto, a CNBB deixa claro que a Doutrina Social da Igreja ensina, com clareza, a intocável harmonia e cooperação entre os Poderes, base constitutiva da República, garantia do Estado Democrático de Direito, o princípio de que “é preferível que cada poder seja equilibrado por outros poderes e outras esferas de competência que o mantenham no seu justo limite. Este é o princípio do ‘Estado de direito’, no qual é soberana a lei, e não a vontade arbitrária dos homens.” (CDSI, 408).
Também considera que buscar soluções para os problemas do Brasil fora da institucionalidade democrática e em confronto com os poderes da República, coloca em risco a democracia e a integridade do povo brasileiro. “Nessa perspectiva, não são toleráveis as manifestações sociais que atentam contra a Constituição, assim como não é tolerável que qualquer autoridade viole os preceitos constitucionais e despreze a vida. Espera-se das instituições republicanas, garantidoras do Estado de direito, a devida responsabilização dos que atentam contra a ordem democrática”, diz outro trecho.
Reiterando o posicionamento contido no “Pacto pela Vida e pelo Brasil”, a CNBB conclama a sociedade e os responsáveis pelos poderes públicos a se libertarem dos “vírus mortais da discórdia”, da violência, do ódio e a se unirem no único confronto que a todos interessa nesse momento: a prevenção e o combate à Covid-19, em defesa da vida, especialmente a dos mais pobres e vulneráveis.
O texto salienta, ainda, que o cuidado da saúde das pessoas e da economia são fundamentais para a garantia da vida em sua plenitude e não se opõem. “Sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Maria, mãe discípula de Jesus, irmanamo-nos na luta empenhada por justiça e paz e pela democracia plena, onde deve prevalecer o bem comum e a dignidade de cada pessoa, como partícipe da construção de uma nova sociedade marcada pela solidariedade, como nos ensina o Papa Francisco”, finaliza.
A nota pode ser acessada, na íntegra, aqui.
Fonte: CNBB Nacional
O Papa Francisco confiou os desempregados por causa do coronavírus à intercessão de São José Operário, cuja festa é celebrada na sexta-feira, 1º de maio.
Assim indicou o Santo Padre nesta quarta-feira, 29 de abril, em sua saudação aos peregrinos de língua francesa durante a Audiência Geral.
“Na próxima sexta-feira, será celebrada a festa de São José Operário. Por sua intercessão, confio à misericórdia de Deus as pessoas que estão desempregadas por causa da pandemia atual", afirmou o Papa Francisco.
“Que o Senhor seja a providência de todos os necessitados e nos encoraje a ajudá-los”, concluiu.
Em 1º de maio, a Igreja celebra a festa de São José Operário, padroeiro dos trabalhadores, data que coincide com o Dia Mundial do Trabalho.
Esta celebração litúrgica foi instituída em 1955 pelo Servo de Deus, Papa Pio XII, diante de um grupo de trabalhadores reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Naquela ocasião, o Santo Padre pediu que “o humilde operário de Nazaré, além de encarnar diante de Deus e da Igreja a dignidade do trabalho manual, seja também o providente guardião de vocês e suas famílias”.
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou – até o presente momento – maioria para rejeitar uma ação que pede que a interrupção de gravidez em mulheres infectadas pelo zika vírus não seja enquadrada como aborto, crime previsto no Código Penal.
O processo está sendo analisado no plenário virtual da Corte, uma ferramenta online que permite aos ministros apresentarem seus votos à distância, sem a necessidade de uma reunião presencial. O julgamento vai até o dia 30 de abril e até a próxima quinta-feira, os ministros que não votaram ainda podem se manifestar.
A ação – O pedido foi apresentado pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) em 2016. À época, a Associação pediu uma interpretação do Código Penal de forma a impedir a punição de mulheres infectadas pelo zika vírus que interrompem a gravidez.
A Anadep entende que uma eventual interrupção da gravidez, quando houver infecção por zika vírus, deve ser enquadrada como “aborto necessário”, quando o médico realiza o procedimento porque não há outra forma de salvar a vida da gestante. O “aborto necessário” não é punido pelo Código Penal.
CNBB
Para defender a vida desde a concepção, diversos setores da sociedade já se manifestaram contra a Ação. Também a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que reforça o dever de todos em valorizar o dom inviolável da vida. A nota pode ser conferida (aqui).
Cientes do compromisso com a inviolabilidade da vida, a Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB propõe a todos os fiéis leigos católicos, agentes de pastoral, integrantes de movimentos e novas comunidades, bispos, padres, diáconos e seminaristas para que expressem a posição #emdefesadavida nas redes sociais.
A proposta é utilizar a hashtag no Twitter e no Instagram para fazer chegar a todos os cantos do país, à imprensa e, principalmente, aos ministros do STF o compromisso com o grande dom de Deus, a vida.
Fonte: CNBB Nacional/Foto: Rudger Remígio - Arquidiocese de Goiânia
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sintonia com segmentos, instituições, homens e mulheres de boa vontade, convocou a todos, por meio de uma nota oficial, pelo empenho em defesa da vida, contra o aborto. A entidade se dirigiu, publicamente, como o faz em carta pessoal, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para compartilhar e ponderar argumentações, e considerar, seriamente, pelo dom inviolável da vida.
Reiterando que a fé cristã compromete, de modo inarredável, na defesa da vida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até seu fim natural, a nota salienta que este compromisso de fé é também um compromisso cidadão, em respeito à Carta Magna que rege o Estado e a Sociedade Brasileira, como no seu artigo quinto, quando reza sobre a inviolabilidade do direito à vida.
No texto, a presidência demonstra a preocupação e perplexidades, no grave momento de luta sanitária pela vida, neste tempo de pandemia, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de pautar para este dia 24 de abril, em sessão virtual, o tratamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 5581, ajuizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos – ANADEP, que pede dentre outras questões relacionadas ao zika vírus, a descriminalização do aborto caso a gestante tenha sido infectada pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.
Na oportunidade, a Conferência reiterou sua imutável e comprometida posição em defesa da vida humana com toda a sua integralidade, inviolabilidade e dignidade, desde a sua fecundação até a morte natural comprometida com a verdade moral intocável de que o direito à vida é incondicional, e disse que o mesmo deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana.
“Não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto. São imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto”, diz um trecho da nota.
A CNBB reafirma, ainda, fiel ao Evangelho de Jesus Cristo, o repúdio ao aborto e quaisquer iniciativas que atentam contra a vida, particularmente, as que se aproveitam das situações de fragilidade que atingem as famílias. “São atitudes que utilizam os mais vulneráveis para colocar em prática interesses de grupos que mostram desprezo pela integridade da vida humana. (S. João Paulo II, Carta Encíclica Evangelium Vitae, 58)”.
A entidade espera e conta que a Suprema Corte, pautada no respeito à inviolabilidade da vida, no horizonte da fidelidade moral e profissional jurídica, finalize esta inquietante pauta, fazendo valer a vida como dom e compromisso, na negação e criminalização do aborto, contribuindo ainda mais decisivamente nesta reconstrução da sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça, do respeito incondicional à dignidade humana e na reorganização da vivência na Casa Comum, segundos os princípios e parâmetros da solidariedade.
Confira, aqui, a nota na íntegra.
Fonte: CNBB Nacional
Neste domingo, 19 de abril, celebramos a Festa da Divina Misericórdia para toda a Igreja. A celebração existe desde o ano 2000 quando São João Paulo II a instituiu, decretando, portanto, que o II Domingo da Páscoa passaria a se chamar Domingo da Divina Misericórdia.
Este ano a Igreja celebra o vigésimo aniversário da canonização da irmã Faustina Kawalska e da instituição do Domingo da Misericórdia. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por meio da Comissão Episcopal para a Liturgia, preparou um roteiro de celebração para ser feito em casa, em família como Igreja doméstica.
Ainda neste tempo de quarentena, a orientação dos bispos do Brasil é continuar acolhendo a orientação das autoridades civis e sanitárias e orientando os fiéis a permanecerem em suas casas, evitando aglomeração de pessoas e, consequentemente não participando das celebrações eucarísticas.
Cabe aqui recordar mais uma vez o que nos afirmam as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora na Igreja do Brasil, número 73: “A casa, enquanto espaço familiar, foi um dos lugares privilegiados para o encontro e o diálogo de Jesus e seus seguidores com diversas pessoas (Mc 1,29; 2,15; 3,20; 5,38; 7,24). Nas casas Ele curava e perdoava os pecados (Mc 2,1- 12), partilhava a mesa com publicanos e pecadores (Mc 2,15ss; 14,3), refletia sobre assuntos importantes, como o jejum (Mc 2,18-22), orientava sobre o comportamento na comunidade (Mc 9,33ss; 10,10) e a importância de se ouvir a Palavra de Deus (Mt 13,17.43).”
É importante ressaltar também que as famílias podem acompanhar a celebração pelos os meios de comunicação católicos, rádio, TV e ainda pelas redes sociais.
Preparação para celebração
Escolha em sua casa um local adequado para celebrar e rezar juntos
Prepare sua Bíblia com o texto a ser proclamado
Um vaso com flores, um crucifixo, uma imagem ou ícone de Nossa Senhora
Uma vela a ser acesa no momento da celebração, preferencialmente o círio da família utilizado na celebração da Vigília Pascal, nas casas
Também se pode colocar próximo um quadro da Divina Misericórdia
Baixe aqui o roteiro para a celebração: Celebrar em Família 2 Domingo de Páscoa
O papa Francisco, no dia da festa, domingo, presidirá a Santa Missa na Igreja Santo Spirito in Sassia, proximidades do Vaticano, local de particular devoção à Divina Misericórdia em Roma. A informação é da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Com informações da CNBB e do Vatican News
© 2025 CNBB Centro-Oeste - Todos os direitos reservados
Rua 93, nº 139, Setor Sul, CEP 74.083-120 - Goiânia - GO - 62 3223-1854