Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Na manhã do sábado, 5, aconteceu na Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Brasília, a ordenação episcopal do quarto bispo diocesano de Uruaçu, Dom Giovani Carlos Caldas Barroca. O cardeal Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador (BA) e primaz do Brasil, foi o bispo ordenante. Foram co-ordenantes, o bispo de Luziânia (GO), presidente do Regional Centro-Oeste, Dom Waldemar Passini Dalbello; e o administrador diocesano de Brasília, Dom José Aparecido Gonçalves.
A celebração, que aconteceu na Catedral de Brasília, contou com a participação de pessoas mais próximas ao novo bispo devido à pandemia do coronavírus. Amigos, familiares, representantes da Arquidiocese de Brasília e da Paróquia São Miguel Arcanjo, no Recanto das Emas (DF), a qual ele foi pároco por 25 anos. Participaram também, membros da Diocese de Uruaçu. A celebração teve ainda a presença de 19 bispos do Regional Centro-Oeste e de outros regionais, bem como um representante da Nunciatura Apostólica e do secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Dom Joel Portella Amado. A cerimônia contou com a presença de 40 sacerdotes, entre eles, o administrador diocesano de Uruaçu, padre Francisco Agamenilton Damascena; vários religiosos, religiosas e seminaristas.
Após a proclamação do evangelho (Jo 21, 15-17), teve início o rito de ordenação com a leitura do Mandato Apostólico, isto é, da bula papal de nomeação. O texto destaca que há tempos a Diocese de Uruaçu aguarda seu novo bispo “desejosa de um novo pastor após a transferência do venerável irmão Messias dos Reis Silveira para a Diocese de Teófilo Otoni”. Já o cardeal, referindo-se ao novo bispo, enfatizou que trata-se de “um dileto filho de sã doutrina que na Arquidiocese de Brasília se empenhou com diligência demonstrando grandes dotes de espírito de oração, bem como perícia em matéria de governo, por isso te consideramos idôneo para o múnus que há de exercer.”
Dom Sergio desejou êxito na nova missão de Dom Giovani, confiante que ele a exercerá conforme espera a Igreja. “Esforça-te por exercer na fé e na caridade o ministério episcopal suplicando os auxílios celestes, dá testemunho da salutar palavra de Cristo Senhor e aproxima-te da sua bondade para que as suas palavras sejam copiosamente anunciadas aos fiéis da tua comunidade e a todos alegrem”, declarou o purpurado, que também fez um breve comentário sobre o lema episcopal escolhido por Dom Giovani. “O lema episcopal escolhido por Dom Giovani expressa sua disposição de exercer o episcopado como Servus Verbi Domini ‘Como servo da palavra do Senhor’. Na Igreja em Saída, a Igreja Missionária, tem ecoado o mandato missionário de Jesus Cristo proclamado no refrão do Salmo Responsorial: ‘Ide ao mundo e ensinai a todos os povos’. ‘Ide e fazei discípulos’. A Igreja necessita de discípulos de Cristo que têm um coração missionário”.
Apascenta minhas ovelhas
A homilia do cardeal foi longa, mas cheia de sentido para o novo bispo. Refletindo sobre o evangelho Jo 21, 15-17, em que Jesus dirige palavras a Simão Pedro, questionando-o sobre seu amor ao mestre, Dom Sergio disse que tais palavras podem ser aplicadas a cada bispo, pois eles são sucessores dos apóstolos. “A expressão minhas ovelhas deixa claro que elas pertencem a Cristo. O báculo representa o serviço pastoral desempenhado pelo bispo em nome daquele que é o supremo pastor do rebanho Jesus Cristo, portanto, trata-se do pastoreio exercido em seu nome, guiado por sua palavra e animado pelo seu amor”.
O amor a Cristo, de fato, é o que define como o bispo conduz sua diocese. “O amor a Cristo é condição para apascentar o rebanho. O amor a Cristo e o amor de Cristo são condição para o exercício do pastoreio. O bispo é chamado a assemelhar-se de tal modo a Cristo pastor a ponto de dizer com amor sincero: minhas ovelhas sem pretensão de domínio próprio, mas como um pai que se refere à família, ou aos filhos como minha família, ou como meus filhos. Somente com o coração amoroso, terno e paterno, isto é, somente com o coração do bom pastor é possível dizer minhas ovelhas”, refletiu Dom Sergio.
Por fim, o cardeal deixou palavras de ânimo e encorajamento a Dom Giovani, como que preparando-o para a missão que se aproxima na Diocese de Uruaçu. “Caríssimo Dom Giovani, como todos sabemos, o báculo episcopal costuma ser belo, adornado artisticamente, porém, pesado. Aquele que o recebe em sua fragilidade não teria forças para carregar este báculo, a não ser contando com as mãos fortes e misericordiosas do Senhor do rebanho e esperando contar com as mãos fraternas e acolhedoras dos presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas, leigos e leigas, especialmente da sua nova família, a Diocese de Uruaçu. Por fim, querido irmão, a cena bíblica meditada no evangelho nos leva a olhar para o sucessor de Pedro. Por isso, lembre-se sempre de exercer o episcopado em profunda comunhão com o Santo Padre e com o Colégio Episcopal a começar pelo Regional Centro-Oeste, a Conferência Episcopal, promovendo a unidade da Igreja e zelando pela integridade da fé. Ao querido papa Francisco a nossa gratidão sincera e profunda por tê-lo escolhido para o episcopado”.
Após a homilia, o rito de ordenação episcopal continuou com a imposição das mãos do bispo ordenante, co-ordenantes e co-celebrantes, a oração consecratória e a unção da cabeça do novo bispo com o Óleo do Crisma. É na oração consecratória que o eleito permanece com o evangelho sobre a cabeça, significando assim a súplica a Deus para que a sua Palavra entre, penetre na cabeça do novo bispo. Por fim, ele recebeu as insígnias episcopais: anel, mitra, e báculo, sinais da tríplice missão do novo bispo: anunciar, santificar e governar o povo de Deus.
Dom José Aparecido ao fim da cerimônia de ordenação, dirigiu palavras a Dom Giovani, em nome da Arquidiocese de Brasília. “Como administrador diocesano de Brasília, tenho o dever de congratular-me com sua nova missão a serviço da nossa sufragânea de Uruaçu. Mesmo sabendo que sentimos muito sua presença neste presbitério. Vai fazer falta aqui, mas Deus proverá. A nossa Igreja quer que você, querido irmão, leve um sinal do nosso afeto colégio e da nossa fraterna comunhão. Estaremos sempre unidos na oração e na amizade”.
Em seguida, foi a vez do novo bispo se pronunciar pela primeira vez como membro do Colégio Episcopal. Ele agradeceu a todos aqueles que fizeram parte de sua caminhada vocacional, desde o seminário até o sacerdócio. À Diocese de Uruaçu, Dom Giovani disse que já tem experimentado afetuosa acolhida. Aos futuros sacerdotes, demonstrou amizade, parceria, fraternidade e paternidade. Às Novas Comunidades, também seu carinho, sobretudo àquela que fundou, a Comunidade Vida Nova. “Toda a vida sacerdotal me ensinou a chegar hoje aqui como servo, Servo da Palavra do Senhor”, concluiu citando seu lema episcopal.
No próximo sábado, 12 de setembro, acontecerá na Catedral Imaculado Coração de Maria, a posse de Dom Giovani Carlos Caldas Barroca. A transmissão será feita ao vivo por vários meios de comunicação que divulgaremos aqui nos próximos dias.
Fonte: Diocese de Uruaçu - Fotos: Pascom Brasília
“As fofocas fecham o coração à comunidade, impedem a unidade da Igreja. O grande fofoqueiro é o diabo, que sempre sai dizendo coisas ruins dos outros, porque ele é o mentiroso que tenta desunir a Igreja, afastar os irmãos e não fazer comunidade. Por favor, irmãos e irmãs, façamos um esforço para não fofocar. A fofoca é uma peste pior que a Covid, pior: foi o que disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo, 23º do Tempo Comum, na Praça São Pedro, acrescentando: "O ensinamento de Jesus nos ajuda muito, porque pensemos num exemplo: quando nós vemos um erro, um defeito, um escorregão de um irmão ou de uma irmã, normalmente a primeira coisa que fazemos é contar aos outros, fofocar".
A passagem do Evangelho deste domingo comentado pelo Papa fala da correção fraterna, e convida-nos a refletir sobre a dupla dimensão da existência cristã: a dimensão comunitária, que exige a proteção da comunhão, e a dimensão pessoal, que exige atenção e respeito por cada consciência individual.
"Para corrigir o irmão que cometeu um erro, Jesus sugere uma pedagogia de recuperação, articulada em três etapas. Primeiro diz: "Avisa-o entre você e ele sozinho", ou seja, não coloque o seu pecado em praça pública. É uma questão de ir ao irmão com discrição, não para o julgar, mas para o ajudar a perceber o que fez", salienta Bergoglio, "contudo, pode acontecer que, apesar das minhas boas intenções, a primeira intervenção falhe. Neste caso é bom não desistir, que se arranje, eu lavo as minhas mãos, não, isso não é cristão, mas recorrer ao apoio de algum outro irmão ou irmã".
Jesus diz: "se ele não ouvir, leve consigo um ou duas pessoas novamente para que tudo se resolva com a palavra de duas ou três testemunhas. As duas testemunhas solicitadas não são para acusarem e julgar, mas para ajudar, para a recuperação", continua o Pontífice. "Também o amor de dois ou três irmãos pode ser insuficiente. Neste caso - acrescenta Jesus -, "dizê-lo à comunidade", ou seja, à Igreja. Em algumas situações, toda a comunidade está envolvida. Há coisas que não podem deixar indiferentes os outros irmãos: é necessário um amor maior para recuperar o irmão. Mas por vezes até isto pode não ser suficiente. Jesus diz: "Se nem mesmo à comunidade ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano”. Esta expressão, aparentemente tão desdenhosa - disse o Papa Francisco -, convida-nos de fato a colocar o nosso irmão de volta nas mãos de Deus: "só o Pai poderá demonstrar um amor maior do que o de todos os irmãos juntos. É o amor de Jesus, que acolheu os publicanos e pagãos, escandalizando as pessoas bem pensantes da época".
Francisco disse que “não é fácil pôr em prática este ensinamento de Jesus, por várias razões. Há o medo de que o irmão ou irmã reaja mal; por vezes não há confidência suficiente com ele ou ela... E outras razões.
"Não se trata de uma questão de condenação sem apelo, mas do reconhecimento de que por vezes as nossas tentativas humanas podem falhar, e que só estando sozinho perante Deus pode colocar o nosso irmão perante a sua própria consciência e a responsabilidade pelos seus atos".
Francisco encerrou a sua alocução pedindo a Nossa Senhora que “nos ajude a fazer da correção fraterna um hábito saudável, para que nas nossas comunidades possam sempre ser estabelecidas novas relações fraternas, baseadas no perdão recíproco e sobretudo no poder invencível da misericórdia de Deus”.
Fonte: Vatican News
Em um vídeo, que gravou especialmente como uma mensagem para o Dia da Pátria, celebrado no Brasil no 7 de Setembro, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, reforçou a importância da democracia e da participação cidadã como caminhos que permitem que as diferenças se articulem e se tornem riqueza na construção do presente e também do futuro do Brasil como resposta aos desafios colocados pelo contexto do novo Coronavírus.
Veja abaixo a íntegra da mensagem do Presidente pelo Dia da Pátria:
Solidariedade às vítimas pela Covid-19
“Celebramos um Dia da Pátria marcado por luto e por muitos adoecimentos”, afirmou o presidente da CNBB em referência aos brasileiros e famílias atingidas pela Covid-19. Contudo, dom Walmor reforça a necessidade de não se perder a esperança. Para ele a solidariedade é um princípio que deve integrar a todos os brasileiros num sentimento de dor quando muitos estão vivendo o luto da perda de familiares e amigos para a Covid-19 e na construção de um novo tempo para o Brasil.
“Esse momento desafiador que enfrentamos não vencerá a sociedade brasileira que é forte, que sabe lutar e já superou tantas outras adversidades. No fim, a vida sempre vence é o que nos mostra o mestre Jesus que superou a humilhação e a tortura, encontrou a morte mas Ressuscitou. Juntos construiremos um novo tempo a partir da força da solidariedade. Recordemos do Papa Francisco para nos fortalecer: “Não deixemos que nos roubem a esperança”, disse.
Dom Walmor recordou que o Dia da Pátria é celebrado no contexto do Tempo da Criação, marcado na Igreja no mundo, com o início no dia 1º de setembro até o dia próximo 4 de outubro, Dia de São Francisco de Assis. “É Tempo de Cuidar. Por isso, um convite para cuidarmos mais da nossa Casa Comum. Peço a você ‘Amazoniza-Te’. É dever de cada brasileiro proteger a Amazônia e lutar pelos direitos dos povos tradicionais do território amazônico”, disse.
Participação cidadã e Democracia
Em sua mensagem, dom Walmor falou do clima hostil no Brasil criado pela propagação de agressões, via redes sociais, que geram adoecimentos e um contexto que distancia a todos da fraternidade. “Sem a respeito às diferenças, com a tarefa de torná-las riqueza e força, compromete-se a Democracia. Respeito e diálogo inscrevem o cidadão no coro dos lúcidos, os que superarão a estupidez do autoritarismo e a indiferença para com os pobres da terra”, afirmou.
“Que a cultura da participação responsável e cidadã permaneça ante manifestações anti-democráticas e o princípio da solidariedade prevaleça em todos os debates sofre o futuro do país”, afirmou em sua mensagem.
Para dom Walmor, a Independência do Brasil conquistada no dia 7 de setembro deve ser construída e fortalecida a cada dia. Um país se torna independente, segundo ele, quando o seu povo unido escolhe seus próprios caminhos nos parâmetros da Democracia. “A democracia e as suas instituições precisam ser preservadas e fortalecidas”, disse o arcebispo ao cobrar respeito irrestrito à Constituição Federal de 1988.
“O Dia da Pátria não deve ser vivido como um simples feriado, mas um momento para celebrarmos a convicção de que todos os brasileiros e brasileiras, cada um com a sua diferença, depende um dos outros. Não se constrói um país melhor, mais justo e mais fraterno a partir da hostilidade, de ações que buscam destruir o próximo”, afirmou.
Pacto pela Vida e pelo Brasil
Na mensagem, o arcebispo de Belo Horizonte convida a pensar nos brasileiros que estão sem trabalho ou sub-empregados. Para ele, a desigualdade social é uma chaga vergonhosa da sociedade brasileira. “É preciso exigir dos governantes e dos servidores do povo envolver a sociedade nas instâncias do poder que se dedicam mais aos empobrecidos, com projetos capazes de gerar emprego e renda, priorizando audaciosas políticas públicas para superar a desigualdade”, apontou.
Para o presidente da CNBB, o Dia da Pátria é um dia de clamor da escuta dos mais pobres para “nos desassossegar e nos engajarmos numa construção nova, um novo Pacto pela Vida e pelo Brasil. “O grito dos excluídos sinaliza direções importantes e pedem-nos novas respostas”, apontou. Estas ideias estão reafirmadas no Pacto pela Vida e pelo Brasil do qual a CNBB é signatária junto a um conjunto de organizações da sociedade brasileira. O Pacto é a resposta que a CNBB, junto à Igreja do Brasil, está dando como instituição para a superação das dificuldades impostas pela pandemia.
Dom Walmor fala também da importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e da necessidade de valorizá-lo e ampliá-lo. Para ele, se não houvesse o SUS, as consequências da pandemia seriam ainda mais devastadoras em nosso país. No caminho de fortalecimento de uma perspectiva de saúde pública frente ao desafio do novo coronavírus, ele desejou que o Dia da Pátria inspire mais integração e sinergia entre as diferentes instâncias governamentais, nos âmbitos federal, estadual e municipal para vencer a Covid-19.
Ele afirmou ainda ser necessário que as autoridades encontrem um caminho para manter a renda emergencial dedicada aos mais pobres até 2021 e para ajudar pequenos empreendedores e investir na agricultura familiar. “A prioridade deve ser a proteção dos mais vulneráveis”, disse.
“Há uma convocação bonita e interpelante neste 7 de Setembro, Dia da Pátria. Cada um de nós, brasileiros, precisamos enxergar as muitas riquezas que residem nas nossas diferenças. É fundamental reconhecer, acima de tudo, que cada pessoa é um semelhante, um irmão, uma irmã. Quando se reconhece a dignidade da vida humana, que todos são filhos e filhas de Deus, torna-se mais forte a fidelidade a princípios éticos que garantem a convivialidade”, finaliza.
Fonte: CNBB Nacional
Tem início neste dia 1º de setembro, o Mês da Bíblia 2020. Este ano, a Igreja no Brasil vai aprofundar o livro de Deuteronômio e o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11) para animar a realização de atividades em torno da bíblia nos próximos dias. Em uma live realizada pela Edições CNBB dia 27 de agosto, em preparação ao Mês da Bíblia, o bispo de Luziânia (GO), presidente do Regional Centro-Oeste e membro da Comissão Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Waldemar Passini Dalbello, retomou a história e a origem do mês no Brasil e apresentou as orientações da Comissão Bíblico Catequética da CNBB para este ano levando-se em conta o contexto do novo Coronavírus.
Orientações pastorais no contexto da pandemia
Dom Waldemar, que também é mestre em ciências bíblicas, disse que a Igreja no Brasil e a Comissão Bíblico-Catequética da CNBB estão num tempo de adaptação. “Estamos acompanhando os dramas e as tragédias das pessoas e de seus familiares e também de coisas que afetam a vida de nossas comunidades, cidades, país e mundo”, disse.
O presidente do Regional Centro-Oeste disse que a Igreja, por ser encarnada nas diferentes realidades, não pode ficar alheia ao avanço do novo Coronavírus. Contudo, o bispo de Luziânia disse que isto não significa que ela deve permanecer parada e se ausentar da reflexão, da oração e dos encontros. Ele reforçou, por outro lado, que são necessárias adaptações. “Esse ano, diante desta realidade, imagino que o lugar da oração e reflexão da família já conquistou espaço. Para o Mês da Bíblia a prioridade deve ser à Palavra de Deus”, disse.
A sugestão da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB é que a oração, a reflexão e os estudos sejam feitos em família sobre o Livro do Deuteronômio, tendo o cuidado de adaptar a reflexão às diferentes idades. O material também, como sugestão da Comissão da CNBB, poderá ser estudado em grupos de convivência que tenham uma espiritualidade bíblica (amigos, colegas de trabalho, círculos bíblicos, entre outros). Uma outra sugestão é fazer encontros à distância pelas plataformas que permitem reuniões online. Encontros, como este, sugeriu dom Waldemar, podem ser organizados pelas comunidades e paróquias.
Como método, dom Waldemar deu duas orientações: a) se ater à leitura contínua do texto proposto, o que ajuda a entender o contexto no qual está inserida a história e a oração com o mesmo. Uma opção, aponta, é fazer a leitura orante com os textos bíblicos sugeridos. Momentos importantes, reforçou dom Waldemar, são as celebrações da Palavra e as homilias, onde os ministros leigos e ordenados poderão aprofundar a Palavra de Deus.
História do Mês da BíbliaDom Waldemar Passini, bispo de Luziânia (GO), falou sobre origem da celebração do Mês da Bíblia, um evento que é específico da Igreja no Brasil. Segundo ele, a semana tem origem com o Domingo da Bíblia, cujo início no Brasil se deu a partir da 1ª Semana Bíblica Nacional, em 1947. “A partir desta data começou-se a celebrar o Domingo da Bíblia, sempre no último domingo do mês de setembro. Neste o mês, dia 30, comemora-se também o dia de São Jerônimo, um grande conhecedor da Bíblia, exegeta e tradutor da Bíblia para o latim, a vulgata”, disse.
Depois do “Domingo da Bíblia”, dom Waldemar lembrou que passou-se a celebrar o Mês da Bíblia a partir de uma iniciativa pioneira da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) que se expandiu para o regional Leste 2. Em 1976, a celebração do Mês da Bíblia foi assumida pela CNBB e em todo Brasil. “Inicialmente fazia-se uma reflexão por temas, depois passou-se à aprofundar os livros da sagrada escritura”, disse.
Deuteronômio: o livro de estudo em 2020
O livro que será aprofundado este ano é o Deuteronômio. Segundo o bispo, trata-se de um livro de grande importância, citado várias vezes no Novo Testamento. “Nós precisamos, como sempre para o Antigo Testamento, termos a referência da leitura cristã. Lemos o Antigo Testamento como Palavra de Deus para nós, mas temos na mente e no coração o Evangelho de Jesus Cristo e a teologia do Novo Testamento para nós como um todo. Assim vamos ao livro de Deuteronômio e vamos encontrá-lo tal como ele se apresenta”, disse.
O bispo de Luziânia disse que trata-se de um texto de grande importância teológica porque coloca em seu centro a Lei de Deus. Lei como núcleo primeiro dado a Moisés e que depois de muito tempo continua falando a seu povo, estimulando o culto a Deus, mais tarde reconhecido como único e promove relações de fraternidade entre irmãos e entre o povo de Israel.
“O texto nos é dado como último livro do Pentateuco pelo próprio Moisés. Aí nós encontramos a primeira referência clássica da revelação, sendo Moisés o grande mediador desta revelação entre Deus e o povo que ele escolheu. Mas temos também no livro a resposta que o povo eleito deve dar ao seu Deus: ‘a vivência dos mandamentos como resposta à escolha e aliança estabelecida por Deus com seu povo’”, explicou.
No núcleo do livro, entre os capítulos 12 ao 16, encontra-se o “Código Deuteronômio”, um conjunto de preceitos que vai do culto à relações sociais e familiares e a como lidar com a guerra e com o conflito nas cidades que Israel vai conquistando. “O livro chama a atenção sobre como usar a lei não apenas para ocupar a terra mas também para permanecer nela e torná-la fecunda. É um texto forte que perpassa períodos distintos da história mas sempre com a mesma teologia: a resposta fiel ao Deus que elegeu Israel, Judá o seu povo“, apontou.
A Palavra de Deus, no segundo livro de Crônicas recorda o desejo do Senhor, como Pai misericordioso, sobre vir em auxílio daqueles que sofrem as tribulações: “se o meu povo, sobre qual foi invocado o meu nome, se humilhar, se procurar minha face para orar, se renunciar ao mau procedimento, escutarei do alto céu e sararei sua terra”. Desse modo, mesmo diante do tempo de pandemia, esse é um tempo de espera e esperança.
Mesmo em meio a sombras e esperanças, a Diocese de Rubiataba-Mozarlândia (GO) tem caminhado com simplicidade e, sobretudo, com atenção aos mais necessitados que sofrem as consequências da pandemia que já se estendem por cinco meses. Isso tem gerado uma onda de solidariedade por meio de ações simples, mas que manifestam o cuidado com os irmãos mais vulneráveis.
Além das ações no campo de acompanhamento espiritual e psicológico, muitas paróquias tem desenvolvido ações solidárias que visam o acompanhamento das famílias não só no sentido material, mas também no fortalecimento dos vínculos afetivos. Dentre as várias ações realizadas nas comunidades da diocese, destacam-se:
- A Paróquia de Nossa Senhora da Guia, em Araguapaz, promoveu uma campanha para confecção e distribuição de máscaras caseiras. A ação, como destaca o pároco padre Renato, ajudou as senhoras mais idosas, costureiras da comunidade, a sentirem-se parte importante no processo de volta das celebrações presenciais;
- A Paróquia de Nossa Senhora da Glória (Catedral de Rubiataba), realizou lives para arrecadação de fundos para manutenção da Casa de Recuperação Vida Nova e para a Sociedade de São Vicente de Paulo. Desse modo, além da assistência às famílias, valorizou-se os artistas da comunidade que tiveram a oportunidade de divulgar seu trabalho e transmitir uma mensagem de esperança e paz.
- A Paróquia Imaculada Conceição, de Morro Agudo, além das ações sociais também promoveu um trabalho de evangelização por meio da celebração de Missas em “Drive-Thru”. Padre Bruno, pároco da cidade, aproveitou a oportunidade para levar esperança às famílias que sentiam falta das missas presenciais.
- A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, paróquia rural do Distrito de Waldelândia, realizou também a distribuição de álcool gel para a comunidade indígena do Carretão. A ação foi importante para a conscientização da Comunidade Indígena sobre os cuidados em tempos de pandemia.
Todas as paróquias se empenharam no acompanhamento de famílias assistidas pelas pastorais Sociais com a entrega de cestas montadas graças à solidariedade de muitos irmãos. “São pequenas ações que mostram o quanto podemos ser fortes se estivermos unidos, mesmo no meio das tempestades. Em tempos de crise, precisamos confiar em Deus e darmos as mãos para juntos vencermos todos os desafios. Estamos distantes fisicamente, mas unidos espiritualmente”, destacou padre Renato.
Acesse: www.diocesederubiataba.com
A Comissão de Animação Bíblico-Catequética do Regional Centro-Oeste da CNBB, em uma de suas reuniões virtuais decidiu que mesmo diante desses tempos remotos de pandemia a formação dos catequistas do regional não poderia ficar ociosa e nem omissa. Por isso, decidiram fazer uma formação a partir do Diretório para a Catequese com temas inspirados e próprios para esses tempos para todos os catequistas. A primeira proposta apresentada foi o tema “Mistagogia e espiritualidade do catequista a partir do primeiro capítulo do diretório”, feita por Dom Eugênio Rixen, bispo emérito de Goiás, que acompanhou por muitos anos a catequese do Regional Centro-Oeste como bispo referencial.
As demais formações acontecerão em lives promovidas pela Comissão com a contribuição do atual bispo referencial e presidente do regional, Dom Valdemar Passini Dalbello.
No vídeo abaixo é apresentado para os catequistas uma proposta muito interessante de como compreender a mistagogia a partir do primeiro capítulo do Diretório para a Catequese que aborda a questão da revelação de Jesus Cristo.
Aconteceu neste domingo, dia 23 de agosto, a XI Romaria dos Catequistas do Regional Centro-Oeste da CNBB, a Trindade (GO). Este ano, diferente dos demais, a Romaria não teve a tão famosa peregrinação, que contava com a participação de quase mil catequistas de todo o regional.
A comissão Animação Bíblico-Catequética do regional, em uma de suas reuniões virtuais, decidiu que esta data não deveria deixar de ser celebrada. A Santa Missa foi presidida pelo bispo de Luziânia (GO), referencial para a dimensão Bíblico-Catequética e presidente do regional, Dom Valdemar Passini Dalbello. Participaram ainda, a coordenadora da dimensão Bíblico-Catequética do regional, Anamar Arrais; o secretário da comissão, Wanderson Saavedra; e a tesoureira Keila Karla Pacheco, juntamente com todos os catequistas que acompanharam pelos meios de comunicação da TV Pai Eterno. “O sentimento é de gratidão pelo dom e vocação de cada catequista, discípulo missionário das comunidades das dioceses”, afirmou Anamar, após a romaria.
O Dia do Catequista é celebrado todos os anos, sempre no último domingo do Mês Vocacional de agosto, portanto, no próximo dia 30.
Neste mês vocacional, a Pastoral Vocacional tem desenvolvido ações que impulsionem as orações e colaborem com o discernimento vocacional do povo de Deus. No próximo dia 29, os coordenadores diocesanos de Pastoral Vocacional se reunirão pelas redes, e farão simultaneamente um ato de consagração da Pastoral Vocacional de cada Diocese ao Imaculado Coração de Maria. Além disso, a coordenação regional da PV tem se reunido, virtualmente com as coordenações diocesanas, para elaborar um projeto de formação e atender as demandas de cada comissão. A primeira reunião foi no dia 11 de agosto, com os coordenadores da Diocese de Formosa (GO).
Foi ordenado na manhã do sábado, 22 de agosto, na Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Brasília, o novo bispo diocesano de Goiás, Dom Jeová Elias. O bispo ordenante foi Dom Sergio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil.
No rito inicial, Dom Sergio expressou sua alegria em reencontrar tantos irmãos e amigos. “Nós celebramos muito unidos a todos, especialmente aos que mais sofrem com a pandemia. Nós temos compartilhado as alegrias e as dores da vida desta Igreja, que conta hoje com a graça de ver um dos seus filhos queridos ordenado bispo, padre Jeová Elias que tive a graça de contar como vigário geral desra arquidiocese.”
Em sua homilia, o arcebispo de Salvador destacou que a fidelidade à Igreja e a Cristo se mede pelo cumprimento fiel da missão confiada. Ele ressaltou também que a fidelidade do bispo se mede pela vivência dessa missão.
Ainda em sua homilia, Dom Sergio se dirigiu a Dom jeová Elias, dizendo que “o povo de Deus aguarda o seu pastoreio na Diocese de Goiás, estão à sua espera; necessitam do seu ministério episcopal as pessoas mais sofridas, aquelas mencionadas na profecia de Isaías proclamada e realizada por Jesus, os pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos, os que esperam pela graça do Senhor", afirmou.
Em seu primeiro pronunciamento como bispo, Dom Jeová Elias saudou com ternura e gratidão a todos os presentes e aos que, pela pandemia, foram impossibilitados de estarem presentes, mas que acompanhavam pelas transmissões on-line. "Passado o susto, pude experimentar o novo sentimento, a alegria de ser chamado por Deus. […] Com o coração exultando, canto a minha gratidão a Deus, pois Ele viu a minha pequenez, Ele fez maravilhas, Ele faz maravilhas, Ele fará maravilhas. Aqui estou para servir, sedento de amar, de manifestar o amor de Deus ao mundo tão carente", disse.
Por fim, o novo bispo convidou a todos os presentes para rezarem juntos a oração do abandono:
Meu Pai,
a vós me abandono:
fazei de mim o que quiserdes!
O que de mim fizerdes,
eu vos agradeço
Estou pronto para tudo,
aceito tudo,
contanto que a vossa vontade
se faça em mim
e em todas as vossas criaturas.
Não quero outra coisa,
meu Deus.
Entrego minha vida
em vossas mãos,
eu vo-la dou, meu Deus,
com todo o amor do meu coração
porque eu vos amo.
E porque é para mim
uma necessidade de amor
dar-me,
entregar-me
em vossas mãos sem medida,
com infinita confiança
porque sois meu Pai.
Concelebraram o cardeal Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida; Dom Eugênio Rixen, bispo emérito de Goiás; Dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia; Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus; Dom José Aparecido, administrador arquidiocesano de Brasília; o bispo auxiliar, Dom Marcony Vinícius; Dom Joel Portella, secretário-geral da CNBB; o presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Valdemar Passini Dalbello; o bispo de São Luís de Montes Belos (GO), Dom Lindomar Mota Rocha; o bispo auxiliar de Anápolis (GO), Dom Dilmo Franco; o administrador diocesano de Uruaçu, padre Francisco Agamenilton Damascena; o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), Dom Edson Damian, presidente do Regional Norte 1; Dom Valdir Mamede, bispo de Catanduva (SP); Dom Wellington Queiroz, bispo de Cristalândia (TO). Participaram ainda da celebração, padres da Arquidiocese de Brasília e da Diocese de Goiás e outras dioceses presentes, além de diáconos, irmãos religiosos, familiares e o povo fiel.
Fonte: Arquidiocese de Brasília
A Igreja no Brasil e no mundo convidam os fiéis ao exercício da generosidade e da fé nas missas do dia 13 de setembro. Neste dia, será realizada a Coleta para os Lugares Santos, que tradicionalmente ocorre na Sexta-feira Santa. Essa mudança se deu por causa da pandemia do novo Coronavírus que atingiu o mundo e a transferência de data, aprovada pelo Papa Francisco, foi escolhida por ser o domingo próximo à Festa da Exaltação da Santa Cruz.
De acordo com o Vatican News, a coleta faz parte das atividades promovidas pela Custódia Franciscana da Terra Santa a fim de conservar e revitalizar os lugares sagrados do cristianismo na Terra de Jesus e em todo o Oriente Médio.
A Igreja tem um cuidado especial com os lugares onde Jesus viveu. Ao todo, a Custódia da Terra Santa tem o compromisso de guardar 80 santuários, localizados nas atuais fronteiras de Israel, Palestina, Jordânia e Síria.
“Do Monte Nebo, lugar de onde Moisés contemplou a Terra Prometida aos santuários da vida, paixão e morte de Jesus. De Jerusalém é considerada o coração da Terra Santa. No Monte das Oliveiras, os Santuários da Paixão: o pranto e o lamento de Jesus sobre Jerusalém são celebrados na igreja do Dominus Flevit, que oferece uma das vistas mais significativas da Cidade Santa. Poucos metros abaixo, ao lado do jardim das oliveiras, está a Basílica do Getsêmani, lugar da agonia de Jesus”, descreve a Custódia.
E só é possível manter o cuidado e o sustento da presença cristã nestas regiões graças à contribuição dada por toda a Igreja na coleta feita especialmente para os Lugares Santos. O secretário executivo de Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Patriky Samuel Batista, ressalta a importância dos brasileiros participarem desta ação.
Em um vídeo divulgado recentemente pelo Vatican News, o Custódio da Terra Santa, o padre franciscano Francesco Patton, ressalta que a coleta a favor da Terra Santa é um pequeno gesto de solidariedade para o qual toda a Igreja é chamada a participar.
Segundo o frei, a contribuição é para sustentar através da Custódia as comunidades cristãs que vivem na Terra Santa e que sentem sobre os próprios ombros o peso e a glória da Cruz de Jesus.
“Graças a generosa ajuda dos cristãos de todo o mundo, nós podemos continuar cuidando e mantendo os Lugares Santos do Cristianismo; do Santo Sepulcro à Basílica da Natividade até aos santuários menos notados; podemos sustentar a ação pastoral das paróquias a nós confiadas”, destaca
Frei Francesco Patton explica no vídeo que com o dinheiro da coleta também é possível realizar diversas outras ajudas como educação, acolhida a migrantes e pessoas menos favorecidas.
“Podemos garantir instrução e educação de qualidade a mais de 10 mil estudantes que frequentam as nossas escolas; podemos ajudar as jovens famílias a encontrar um lar; podemos amparar os trabalhadores migrantes cristãos, fazendo-os sentir-se acolhidos mesmo que longe da própria pátria; podemos nos colocar ao lado das pessoas atingidas pela guerra na Síria e ao lado dos refugiados ainda espalhados nos mais diversos países em que nos encontramos vivendo a nossa missão”, ressalta.
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