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Quarta, 05 Abril 2017 19:23

Igreja, com ramos de oliveira

Narra o autor sagrado que, ao ver Jerusalém, num dia daqueles, após longo percurso desde Nazaré, Jesus chora sobre a cidade. Certamente por seu coração de Filho do Deus Altíssimo, sabedor de tudo o que estava prestes a lhe acontecer e conhecedor profundo das mentes e dos mistérios humanos, Nosso Senhor Jesus Cristo chora por toda a humanidade desfigurada pelo pecado, decaída pelo peso do distanciamento de Deus.

Entrando em Jerusalém, colocado, por seu próprio querer, sob o lombo de um animal, a multidão acorre. Certamente, dentre todos, muitos dos que haviam sido por Ele curados ou que souberam de seus prodígios e Palavras ou que talvez até mesmo com Ele percorreram distâncias até chegar àquele importante centro cultural, religioso e político do judaísmo. Aquela multidão hoje proclama: “Glória a vós, Filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor”. Não tardarão alguns poucos dias para que essa mesma multidão proclamasse na praça, ante as autoridades romanas, ante os olhos de Jesus, capturado e humilhado: Tolle, tolle. Crucifige eum. “Crucifica-o, crucifica-o”.

A grande teologia do Domingo de Ramos, dessa intitulada “entrada triunfal de Jesus em Jerusalém”, milhares de vezes encenada e celebrada em tantas paróquias, em nossa Arquidiocese e ao redor do mundo, traz um ensinamento profundo e grave, o qual sintetizo com um trecho da pregação de Santo Afonso Maria de Ligório: “Ah, meu Senhor, chorastes então sobre Jerusalém , mas chorastes também sobre a minha ingratidão e perdição; chorastes ao ver a ruína que eu a mim mesmo causava, expulsando-Vos de minha alma e obrigando-Vos a condenar-me ao inferno. Peço-Vos, deixai que eu chore, pois que a mim compete chorar ao lembrar-me da injúria que Vos fiz ofendendo-Vos. Pai Eterno, pelas lágrimas que vosso Filho então derramou por mim, dai-me a dor de meus pecados, já que os detesto mais que qualquer outro mal e resolvido estou a amar-Vos para o futuro, de todo o coração”.

O apóstolo João narra essa “hora de Jesus” no diálogo que o Mestre teve com Felipe e André: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,23). Cada passo de Jesus, cada olhar dele para a multidão, cada gesto naquela profética entrada em Jerusalém estará carregado desse sentido transformador e redentor da semente que é lançada ao chão e que é preciso que morra para que produza muitos frutos.

Da morte redentora de Cristo nasce o mistério da Igreja, igualmente participante dos passos de sofrimento de Jesus em meio às multidões de ontem e de hoje. No choro de Jesus, também o choro da Igreja, por ver este mundo perdido de seus valores mais fundamentais e tão ávido por espetáculos pobres. Na consciência de Jesus, a consciência de toda a Igreja de estar marchando, com Ele, também hoje e até o final dos tempos, para os calvários, para o lugar do sofrimento, conscientes, Esposo e Esposa, da necessidade de sua entrega oblativa para a redenção do mundo.

Aqui realiza-se também, de modo admirável, o sacerdócio de Jesus. Desde já, Ele, como que se faz presente na “Preparação das Oferendas”, antecipadamente. Ele próprio está sendo trazido ao Altar da Cruz, nessa procissão festiva e antecipatória da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, da qual a Igreja toma parte nas celebrações que logo virão na noite de Quinta-feira Santa e, sobremodo, na tarde da Sexta-feira da Paixão.

Possam nossas comunidades paroquiais, nesse dia festivo, participar de modo consciente e ativo desse salutar mistério do sofrimento de Cristo e de toda a Igreja para a salvação do mundo. Vinde, adoremos.

Dom Washington Cruz, CP

Arcebispo Metropolitano de Goiânia

Publicado em Artigos dos Bispos

No último domingo (13), as duas Portas Santas da Misericórdia, abertas na Arquidiocese de Goiânia, foram fechadas. Milhares de fiéis participaram das duas celebrações, uma no Santuário Basílica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Matriz de Campinas), presidida pelo arcebispo Dom Washington Cruz, e a outra na Paróquia Sagrada Família, na Vila Canaã, presidida pelo bispo auxiliar Dom Moacir Arantes.

Na liturgia deste 33º Domingo do Tempo Comum, o penúltimo antes do início do Advento, Tempo esse que traz como tema forte a esperança e confiança na chegada de Jesus menino, Dom Washington convidou todos a continuarem praticando as obras de misericórdia. Ele comentou a pergunta um dia feita a Santa Teresa de Calcutá: “O que pensa de Deus, quando vê este mundo cheio de injustiças, de solidão, de tragédias?”. Ela respondeu de imediato: “Só penso numa coisa: ir ao encontro de alguém, fazer algo de concreto, para que este mundo se torne melhor”. Após proferir essas palavras, o arcebispo disse que este deve ser o nosso compromisso como cristãos: “rezar e trabalhar, sempre, e sem desanimar, por um mundo melhor”.

No final da celebração, o arcebispo se dirigiu com o reitor do Santuário Basílica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padre João Otávio Martins, e os concelebrantes até a Porta Santa e depois de um canto mariano fechou o símbolo máximo do Ano Santo.

Na outra celebração, na Paróquia Sagrada Família, Dom Moacir refletiu sobre a esperança na bondade e na misericórdia de Deus que olha para cada um de nós. “As Portas Santas vão fechar, mas as portas do coração devem estar abertas para os nossos irmãos; este tempo serviu para nos ensinar a sermos misericordiosos como o Pai do céu é misericordioso”.

Antes do fechamento da Porta Santa, o coordenador arquidiocesano para a ação evangelizadora e administrador da Paróquia Sagrada Família, padre Rodrigo de Castro, convidou os fiéis a permanecerem de joelhos durante o canto do Magnificat, que faz memória das palavras de Nossa Senhora após o Anúncio do anjo Gabriel (Lc 1,47-55).

Encerramento do Ano Santo

Neste domingo, 20 de novembro, Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, acontece o encerramento do Ano Santo da Misericórdia no mundo inteiro, com o fechamento da Porta Santa na Basílica de São João de Latrão pelo papa Francisco. Na Arquidiocese de Goiânia, Dom Washington Cruz preside missa na Catedral Metropolitana, às 11h30.

FOTOS

Informações e fotos: Vicariato para a Comunicação/Arquidiocese de Goiânia

 

Dom Moacir Silva Arantes, 47 anos, foi ordenado na manhã do sábado (13) em sua cidade natal, Itapecerica (MG), sob a imposição das mãos do bispo emérito de Divinópolis, Dom José Belvino do Nascimento, e dos bispos co-ordenantes, Dom José Carlos de Souza Campos (diocesano de Divinópolis) e Dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia e responsável pelo pedido ao papa de um segundo bispo auxiliar.

A cerimônia aconteceu na igreja matriz de São Bento, templo construído em 1823, que ficou lotado de fiéis. Vários bispos também concelebraram, entre eles o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner; padres, religiosos, seminaristas e autoridades também participaram da sagração. Em sua homilia, Dom José Belvino citou textos da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, lembrando que o bispo deve valorizar os sacerdotes, seus indispensáveis colaboradores, mas o que mais chamou a atenção dos presentes foi a imagem construída pelo bispo sobre Dom Moacir com o título, “Daqui a 30 anos...”.Clique aqui e confira homilia na íntegra.

No texto, o recém ordenado já seria emérito com 77 anos de idade, no ano de 2046. Dom José Belvino constrói a imagem do bom pastor por meio de entrevistas com diversas pessoas que teriam convivido com o auxiliar de Goiânia. “Quanto bem o senhor fez às nossas famílias... ajudou-nos, como casais, a viver com mais amor; orientou-nos na educação dos filhos; ensinou-nos a construir nossas famílias na fé, no bem e na paz! Continue nos abençoando sempre, nosso santo bispo”, diz um trecho.

Outro momento emocionante foi quando o bispo ordenante lembrou o pai falecido de Dom Moacir, o senhor Bento Alves Arantes. “A minha alegria, mons. Moacir, é compartilhada, sabe por quem? Lá do céu, por seu venturoso pai, todo feliz, apontando-o para os anjos e os santos e dizendo: “É meu filho! É meu filho! ... Ele vai ser bispo! ”. E também quando se dirigiu à mãe, Dona Irene Pinto de Araújo, 86 anos. “A segunda pessoa, mais emocionada ainda, ali está segurando as lágrimas com um sorriso de paz, sua virtuosa mãe, toda encantada... E sorriem também seus irmãos e familiares...”.

Logo após a homilia, todos cantaram a Ladainha de Todos Santos, houve a unção da cabeça com o óleo, indicativo de que o Espírito Santo deve fortalecer o bispo em sua missão e, em seguida, ele recebeu as insígnias episcopais de Dom Belvino. O anel, que significa a aliança entre Cristo e a Igreja, sua esposa; a mitra, chapéu em forma de cone, que significa que o bispo está em comunicação direta com os Céus; e o báculo, cajado que faz menção ao Cristo Bom Pastor, que conduz o rebanho em direção a Deus. Cerca de 3 mil pessoas compareceram à ordenação, para as quais foi servido o almoço, no início da tarde.

Dom Moacir Arantes celebrou sua primeira missa, também na Igreja de São Bento, em Itapecerica, na manhã deste domingo (14), mesmo dia em que ele foi ordenado sacerdote, há 17 anos. A posse do novo auxiliar de Goiânia está marcada para o próximo dia 26 de agosto, às 19h, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora.

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Fúlvio Costa e Marcos Paulo Mota
Fotos: Professores Wolmir Amado e Eduardo Rodrigues

Terça, 03 Mai 2016 17:20

Sal da terra. Luz do mundo

 

Com essas duas metáforas, o próprio Cristo, Senhor da Igreja, olhando para seus discípulos e para a multidão que O seguia, apontou e permanece apontando qual deve ser a vocação mais fundamental e essencial dos que d’Ele desejam ser seguidores. O sal não deve ser insosso. Se o for, será lançado fora e pisado pelos homens. Uma luz não se coloca sob uma mesa, mas no alto da sala, para que ilumine todos os que naquele ambiente estejam. Assim também são os discípulos de Jesus.

A Igreja no Brasil, sobretudo após o tempo conciliar, sempre teve em especial estima e acompanhou com zelo apostólico o caminhar vocacional dos cristãos leigos e leigas. A eles dedicou-se a Exortação Apostólica Christifidelis Laici, antecedida por uma sequência rica de sessões de estudos em todas as dioceses e amplamente difundida após sua publicação. Após esse documento, a CNBB apresentou estudos sobre o tema e aprovou um documento oficial na 37ª Assembleia Geral de 1999, com o título “Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas”. Um novo vigor se viu em todo o Brasil, impulsionado pelo ardor missionário do Conselho Nacional do Laicato e pelos Conselhos de Leigos das dioceses, no sentido de aprofundar, estimular, orientar, criar novo ânimo pastoral para o ministério próprio dos leigos de ser sal e luz em meio às adversidades das várias realidades onde se fazem presentes.

Recentemente, a CNBB aprovou outro documento oficial sobre o laicato, na 54ª Assembleia Geral do Bispos. Ali a Igreja no Brasil oferece sólidas referências para o aprofundamento acerca da missão dos leigos e leigas em seu vasto campo de atuação. Peço aos leigos de nossa Arquidiocese que aprofundem o estudo sobre o Documento e encontrem, nele, as razões eclesiais mais profundas para encararem, com ardor missionário sempre renovado, os vários desafios que a pregação do Evangelho e o testemunho da fé cristã lhes colocam como critérios no seguimento de Jesus Cristo.

A Igreja e, nela, os leigos, está inserida em meio às dramáticas realidades do mundo para ser sinal de salvação. Assim, o leigo responde à sua vocação própria dentro dessa realidade e não atua como mero braço da hierarquia, como já foi concebido tempos atrás. Com vocação e dignidade próprias, com a autonomia própria, o leigo assume a sua responsabilidade sociopolítica sem dispensar a sua natureza eclesial, mas sendo um sujeito eclesial que realiza no seu fazer cotidiano o tríplice múnus de Jesus Cristo Sacerdote, Rei e Pastor. Nesse sentido, cresce a consciência de que o leigo não apenas pertence à Igreja ou a ela está associado, mas que ele próprio é a Igreja de Jesus Cristo vivo e operante dentro das realidades de missão onde se faz presente. Isto importa numa responsabilidade imensa. Vocação e missão devem ser definidas dentro de um profundo diálogo com os pastores da Igreja e afinadas com a firme consciência de que a atuação dos leigos dentro dos vários mundos das profissões, das associações da vida pública, dentro dos mais complexos sistemas de organizações sociais ou até mesmo e de forma mais basilar, dentro da família, deve se dar conforme a graça assinalada no Batismo.

Sejam Sal da terra e Luz do mundo. Como Maria, mãe das vocações, levem Jesus Cristo e as exigências da salvação a todos os lugares onde se fizerem presentes. Deus os abençoe em todos os passos.

 

Dom Washington Cruz

Arcebispo de Goiânia

Publicado em Artigos dos Bispos

 

A tradicional missa da Bênção das Mochilas na Arquidiocese de Goiânia foi presidida pelo arcebispo Dom Washington Cruz no domingo (21). Alunos de diversas escolas, presentes na Catedral Metropolitana para receber a bênção do pastor, participaram munidos de sua ferramenta mais importante: a mochila.

Voltando-se à leitura do Evangelho do dia (Lc 9,28b-36), Dom Washington lembrou que a Palavra refere-se à luz (transfiguração). “Qual é a luz mais forte no mundo?” Perguntou às crianças que responderam: “o sol”. E o arcebispo emendou. “Mais forte que a luz do sol é Jesus. Diante dele, o sol é pura faísca. Deus é a luz que vocês devem encontrar todos os dias ao se levantarem para ir à escola aprender mais sobre a vida através das ciências”.

O arcebispo chamou a atenção dos pequenos, para entenderem desde cedo, que a maior sabedoria que se pode aprender é que não se conhece tudo. E pediu a eles que rezassem todos os dias. “Ao estudar, aprendemos que quanto mais estudamos menos sabemos. Os crentes, nós que cremos, sabemos que existe outra luz, não apenas ciência e saber, que aprendemos nos livros didáticos. A luz que é Deus: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Quero que as crianças, neste ano que começa, estudem muito para começar a aprender mais as coisas deste mundo, mas quero também que as crianças sobretudo rezem, busquem a Deus nosso Pai, conheçam Jesus Cristo”. No fim da missa, ele aspergiu pais e alunos, e todos ganharam escapulários e bíblias.

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