Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Com essas duas metáforas, o próprio Cristo, Senhor da Igreja, olhando para seus discípulos e para a multidão que O seguia, apontou e permanece apontando qual deve ser a vocação mais fundamental e essencial dos que d’Ele desejam ser seguidores. O sal não deve ser insosso. Se o for, será lançado fora e pisado pelos homens. Uma luz não se coloca sob uma mesa, mas no alto da sala, para que ilumine todos os que naquele ambiente estejam. Assim também são os discípulos de Jesus.
A Igreja no Brasil, sobretudo após o tempo conciliar, sempre teve em especial estima e acompanhou com zelo apostólico o caminhar vocacional dos cristãos leigos e leigas. A eles dedicou-se a Exortação Apostólica Christifidelis Laici, antecedida por uma sequência rica de sessões de estudos em todas as dioceses e amplamente difundida após sua publicação. Após esse documento, a CNBB apresentou estudos sobre o tema e aprovou um documento oficial na 37ª Assembleia Geral de 1999, com o título “Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas”. Um novo vigor se viu em todo o Brasil, impulsionado pelo ardor missionário do Conselho Nacional do Laicato e pelos Conselhos de Leigos das dioceses, no sentido de aprofundar, estimular, orientar, criar novo ânimo pastoral para o ministério próprio dos leigos de ser sal e luz em meio às adversidades das várias realidades onde se fazem presentes.
Recentemente, a CNBB aprovou outro documento oficial sobre o laicato, na 54ª Assembleia Geral do Bispos. Ali a Igreja no Brasil oferece sólidas referências para o aprofundamento acerca da missão dos leigos e leigas em seu vasto campo de atuação. Peço aos leigos de nossa Arquidiocese que aprofundem o estudo sobre o Documento e encontrem, nele, as razões eclesiais mais profundas para encararem, com ardor missionário sempre renovado, os vários desafios que a pregação do Evangelho e o testemunho da fé cristã lhes colocam como critérios no seguimento de Jesus Cristo.
A Igreja e, nela, os leigos, está inserida em meio às dramáticas realidades do mundo para ser sinal de salvação. Assim, o leigo responde à sua vocação própria dentro dessa realidade e não atua como mero braço da hierarquia, como já foi concebido tempos atrás. Com vocação e dignidade próprias, com a autonomia própria, o leigo assume a sua responsabilidade sociopolítica sem dispensar a sua natureza eclesial, mas sendo um sujeito eclesial que realiza no seu fazer cotidiano o tríplice múnus de Jesus Cristo Sacerdote, Rei e Pastor. Nesse sentido, cresce a consciência de que o leigo não apenas pertence à Igreja ou a ela está associado, mas que ele próprio é a Igreja de Jesus Cristo vivo e operante dentro das realidades de missão onde se faz presente. Isto importa numa responsabilidade imensa. Vocação e missão devem ser definidas dentro de um profundo diálogo com os pastores da Igreja e afinadas com a firme consciência de que a atuação dos leigos dentro dos vários mundos das profissões, das associações da vida pública, dentro dos mais complexos sistemas de organizações sociais ou até mesmo e de forma mais basilar, dentro da família, deve se dar conforme a graça assinalada no Batismo.
Sejam Sal da terra e Luz do mundo. Como Maria, mãe das vocações, levem Jesus Cristo e as exigências da salvação a todos os lugares onde se fizerem presentes. Deus os abençoe em todos os passos.
Dom Washington Cruz
Arcebispo de Goiânia
O episcopado brasileiro, cerca de 360 bispos, reunido de 6 a 15 de abril, em Aparecida (SP), tem a importante e difícil tarefa de refletir, durante esses dias, sobre a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na missa de abertura da assembleia, destacou, na pessoa do seu presidente, Dom Sergio da Rocha, que “Os nossos esforços em favor da unidade da Igreja, nosso empenho pela justiça e a paz no Brasil e no mundo devem ser acompanhados de muita oração e escuta da Palavra para poder discernir os passos a serem dados e ter a força necessária para caminhar na fidelidade ao Senhor”.
A missa foi presidida por dom Sergio e concelebrada pelo arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente, Dom Murilo Krieger, e pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência, Dom Leonardo Steiner. Da procissão de entrada participaram os presidentes das 12 Comissões Episcopais de Pastoral CNBB.
Na coletiva de imprensa que abriu o evento, na tarde de quarta-feira (6), o arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, destacou a importância do leigo na Igreja e, sobretudo na sociedade. “Claro que nós, os pastores, temos muito a dizer à sociedade, temos uma missão muito específica no interior da Igreja, entretanto, não podemos nos esquecer que, se é importante a presença do leigo na vida da Igreja, importantíssima é a sua presença e atuação na sociedade. E na conjuntura em que nós estamos vivendo, são os leigos e leigas que certamente vão trazer a contribuição específica dos cristãos para o nosso país”, observou Dom Geraldo.
O bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, destacou que motivam o tema central da assembleia, o Concílio Vaticano II, que mostrou o papel do Laicato, os 25 anos da encíclica de são João Paulo II, Christifideles laici, e agora, basicamente [a exortação apostólica] Evangelii Gaudium, uma Igreja em saída. “Então, se propõe um laicato que seja sujeito, um laicato em saída e que tenha protagonismo na Igreja e na evangelização”, afirmou.
O arcebispo de Mariana também falou sobre a preparação do terceiro volume da série “Pensando o Brasil”, que abordará as eleições municipais deste ano. O texto apresenta, de acordo com dom Geraldo, como os bispos pensam o País e que contribuição podem oferecer dentro daquilo que é da competência específica da Igreja e também diz respeito direto aos pastores. Dom Roberto, que está no grupo que prepara o texto sobre as eleições, lamentou o acirramento da violência e da intolerância “bastante polarizada ou radicalizada na política, especialmente no âmbito da internet e das redes sociais”.
O texto sobre o laicato, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14), que vem sendo estudado pelos bispos há três anos, será levado nesta assembleia para apreciação e votação.
Agenda
Neste segundo dia de assembleia (7), o núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello presidiu missa na Basílica Nacional de Aparecida, na qual ele acolheu os 13 novos bispos nomeados no período de maio de 2015 a março de 2016, entre eles o bispo de Jataí (GO), Dom Nélio Domingos Zortea. Durante a homilia, o bispo meditou sobre o Evangelho de João, capítulo 3, que trata do amor de Deus pela humanidade. Dom Giovanni explicou que o Pai confiou a Jesus e à Igreja a missão de anunciar o amor e a misericórdia aos povos. “Deus se inclina na nossa condição. É a grandeza da misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro. Ele é o Pai que envia seu Filho para nos lembrar que não estamos sós, mas temos a proteção de um Deus que nos Ama. Ele foi até a cruz para nos resgatar”, refletiu.
Ainda nesta quinta-feira (7), na coletiva de imprensa são apresentados aos jornalistas um aprofundamento do tema central da AG, “Cristão leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da Terra e luz do mundo” e aspectos da análise de conjuntura político-social e eclesial.
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