Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Quando nós estamos cansados, procuramos uma forma para que possamos descansar. É natural que todos os trabalhadores tenham o seu tempo de descanso, as suas férias. Aliás, nós temos o dia para trabalhar e a noite para descansar. Já aqueles que trabalham à noite geralmente têm o dia para descansar. Mesmo no intervalo, durante o dia, no trabalho, existem aquelas horas do descanso. Quando o tempo passa, vencido um ano, todo trabalhador tem o direito a descansar.
Jesus convida aqueles que estão cansados a se aproximarem dele: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). Em Cristo, nós encontramos alívio. O nosso Deus, tão bondoso, Pai Misericordioso, nos acompanha diariamente em nossas lidas, fadigas e vitórias. Ele, com seu amor de Pai, participa da nossa vida e nós não podemos fugir de Deus. Durante o tempo de férias, é muito importante que continuemos unidos àquele que dá vida. “Jesus veio para que todos tenham vida e a tenham em plenitude” (cf. Jo 10).
Não podemos nunca pensar em tirar férias de Deus, ou seja, devemos sempre, e em qualquer tempo, viver a espiritualidade e nos alimentar de Deus, na presença de Cristo. Jamais, em determinado momento, parar, afastar-se de Deus, deixando que a vida percorra sem ele, sem oração, sem a participação na Eucaristia. É especialmente muito importante que os sacerdotes celebrem a Eucaristia todos os dias, mesmo em seu tempo de férias, que não tirem férias de Deus.
Quando estou num lugar onde não há igreja, no meu tempo de férias, eu levo comigo minha pequena mala de missa e ali onde estou celebro a Eucaristia, seja numa casa de família ou mesmo num quarto de hotel onde estou passando, para não ficar sem a Eucaristia. Também vale dizer que as orações não devem ser feitas por obrigação, mas por causa do amor, da sintonia com Deus e com Cristo.
Não podemos, portanto, pensar em tirar férias de Deus, mas devemos nos aproximar cada vez mais dele, viver nele, participar dele, aprofundar nossas raízes na vida do Senhor, como a árvore plantada à beira das águas que tem ali suas raízes deitadas naquelas margens e recebe a umidade. Aquela árvore cresce, produz folhas e frutos que muitas vezes servem para remédio ou para alimentos.
Assim também, mergulhados no mistério do Senhor, nós somos chamados a ser um remédio e alimento para o mundo. E é Deus quem nos sustenta. Não podemos, portanto, pensar, em momento algum, em nos ausentar dele, tirar férias dele. As férias são para refazer as forças e as energias. No entanto, se nos afastarmos de Deus, vamos nos enfraquecer cada vez mais e ficar debilitados e não vamos conseguir agir na missão com fervor, com zelo, e nem mesmo ter forças para entregar nossas vidas a ele.
Por tudo isso, não é uma boa ideia tirar férias de Deus. Quem tira férias do Senhor enfraquece, afasta-se dele e não produz os frutos desejados para o Senhor. Não fostes vós quem escolhestes Deus, mas foi ele quem vos escolheu para ir e produzir frutos para que o vosso fruto permaneça. Assim, peçamos que o Senhor nos ajude, abençoe-nos, para que nele encontremos vida e alegria. Não tenhamos uma espiritualidade por obrigação, mas por alegria de participar de sua vida.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo Diocesano de Uruaçu
Presidente do Regional Centro Oeste da CNBB
O Regional Centro-Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem procurado ser presença solidaria à Diocese de Formosa (GO), após as denúncias apresentadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e a busca de esclarecimentos iniciada também pela Santa Sé. O comentário é do bispo de Uruaçu (GO) e presidente do Regional Centro-Oeste, Dom Messias dos Reis Silveira.
O regional tem atuado no sentido de “oferecer nossas orações e nosso apoio para que tudo possa se esclarecer e aquela Igreja possa voltar à sua normalidade”, afirma Dom Messias, que recorda a presença do administrador apostólico nomeado pelo papa Francisco, Dom Paulo Mendes Peixoto, que é arcebispo de Uberaba (MG) e que tem conduzido o governo pastoral na diocese.
“Recentemente, eu fiz uma visita à diocese e a Dom José Ronaldo. Existe a diocese em si, que está seguindo seu ritmo, tem organização pastoral, tem o administrador apostólico. A Igreja ali não está parada, está prosseguindo. Tem seus desafios, algumas pessoas que recuam, outras que avançam, mas a Igreja está prosseguindo”, recorda.
Também foi visitado o bispo Dom José Ronaldo, que está aguardando o processo que está em andamento. “A esperança dele é que resolva essa questão logo e a vida dele também possa ser definida. Se ele vai poder continuar enquanto bispo servindo à Igreja. Ele tem esperança que possa prosseguir o seu ministério”, revela Dom Messias.
De acordo com o presidente do regional, a esperança de Dom José Ronaldo é continuar seu ministério episcopal, mas não afirmou se poderá ser em Formosa ou em outro lugar. “É um irmão nosso no episcopado que nós acompanhamos com essa presença e com nossa oração. Alguns bispos tem o visitado e nós temos incentivado essa comunhão do episcopado com ele”, salienta.
Fonte: CNBB Nacional
Nesta quinta-feira (31), a Igreja celebra a Festa do Corpo e Sangue de Cristo, mais conhecida como Solenidade de Corpus Christi. A celebração foi instituída no ano de 1246 e depois se espalhou por todo o mundo. Dia de preceito, todos os cristãos são convidados a participar da Santa Missa porque hoje celebramos o mistério central da nossa fé, a Eucaristia, que é o ápice da ação litúrgica da comunidade.
Confira a entrevista com o bispo diocesano de Uruaçu e presidente do Regional, Dom Messias dos Reis Silveira
1 – O que celebramos na Festa de Corpus Christi?
Com a Festa do Corpus Christi a Igreja volta-se em adoração ao mistério de Jesus Eucarístico. É uma festa de gratidão e adoração. A presença de Jesus celebrado tanto na missa quanto fora dela, na procissão com o Santíssimo Sacramento que percorre as ruas. Jesus que prometeu estar sempre conosco de maneira especial está presente na Eucaristia. Por isso é uma festa para Jesus Eucarístico, para o Santíssimo Corpo de Cristo.
2 – É um dia de preceito? E o que significa isso?
É um dia de preceito, ou seja, é um dia santo, dia das pessoas participarem da celebração da Missa e, vale dizer, a procissão está ligada à missa. No mistério que nós celebramos saímos com a Hóstia Consagrada, com Cristo percorrendo as ruas. Por isso, tanto a Eucaristia quanto a missa estão interligadas. Só não deveria participar quem não tem condições devido à pouca saúde, a idade avançada, e quem não consegue acompanhar a procissão. Devemos guardar o dia santo e participar da celebração eucarística.
3 – O que as pessoas precisam entender sobre a celebração e como vivenciá-la da melhor forma?
A celebração de Corpus Christi remete ao mistério que nós celebramos todos os domingos, que é a celebração da Eucaristia. Cristo que se dá em alimento para todos nós. Ele que sustenta com a sua vida, a vida da comunidade. Por isso, se faz necessário preparar o coração: meditar, rezar, acolher, e ter a disposição de ir contemplar e adorar o Senhor e caminhar com ele.
4 – Qual o grau de importância da Festa de Corpus Christi no calendário litúrgico?
Esta festa no calendário da Igreja tem significado importante. Durante o ano litúrgico, nós celebramos muitas festas para Jesus: a festa do seu nascimento, da sua paixão, da morte e ressurreição, do Espírito Santo, a Festa da Santíssima Trindade que foi domingo passado, e celebramos a Festa da Eucaristia, do Corpo de Cristo hoje. Por isso, o mistério central da nossa fé, a Eucaristia, é o ápice da ação litúrgica da comunidade. Ela é o centro. Sem a Eucaristia não recebemos a vida de Cristo. O papa Francisco tem insistido para que não percamos o mistério de Jesus. Ele nos convoca sempre a contemplar e adorar o Senhor Eucarístico. Então tem grande importância. Não pode ser visto como um feriado apenas, mas como um dia santo, como um dia de encontro com Cristo. Temos além das festas cristológicas, as festas marianas que perpassam o calendário litúrgico; as festas martiriológicas, dos mártires; as festas santas; todas marcam o tempo e calendário litúrgico, e os mistérios de Cristo.
5 – Qual o significado e o sentido dos tapetes de Corpus Christi?
Existe o costume das pessoas enfeitar as ruas, fazer os tapetes. É uma cultura, uma tradição. Não teria nenhum significado sua confecção se não tivesse o amor por Jesus Eucarístico. Quando alguém que amamos vem à nossa casa, nós queremos preparar bem o ambiente para que a pessoa se sinta acolhida. E esses tapetes que as pessoas fazem nas ruas é uma expressão de amor. Nós percebemos muitas obras de arte, as pessoas fazendo, confeccionando, passam a noite e a madrugada trabalhando nesta nossa região que é tão quente, para que Cristo possa passar no dia de hoje. Tudo se volta para o centro que é a Eucaristia.
6 – É um dia de alegria ou mais de oração, de vivência pessoal desta solenidade?
É sem dúvida um dia de alegria, de oração, que é pessoal, mas especialmente comunitária porque vamos à celebração da eucaristia. É um dia de vivenciar o mistério de Jesus Eucarístico.
Desejo a todos que forem participar dessa celebração, que façam um esforço de participar com devoção. É bonito ver pessoas que moram longe, que saem das comunidades para poder participar da celebração do mistério de Jesus Eucarístico.
Histórico
Esta Solenidade foi instituída, primeiramente, na Diocese de Liège (Bélgica), em 1246. O papa Urbano IV (1261-1264) estendeu-a à Igreja Universal. É celebrada na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade. Na celebração de Corpus Christi os fiéis rendem graças a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor Jesus se dá a nós como alimento de vida eterna. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Portanto, proclama-se, neste dia, a fé na presença real de Jesus Cristo nos Dons Eucarísticos: “O nosso Salvador instituiu a Última Ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até ele voltar, o Sacrifício da Cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e Ressurreição” (Sacrosanctum Concilium, nº 47); diz, ainda, São João Paulo II: “Nos sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu Corpo e Sangue, Cristo caminha conosco, como nossa força e nosso viático, e torna-nos testemunhas de esperança para todos. Se a razão experimenta os seus limites diante deste mistério, o coração iluminado pela graça do Espírito Santo intui bem como comportar-se, entranhando-se na adoração e num amor sem limites” (Ecclesia de Eucharistia, nº 62).
O bispo de Uruaçu e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Messias dos Reis Silveira, em entrevista, explica o que é a Assembleia Nacional dos Bispos do Brasil, que tem início nesta quarta-feira (11), em Aparecida (SP), e reúne mais de 400 bispos do país. Em sua 56ª edição, o evento vai aprofundar o caminho de formação dos presbíteros brasileiros. Ela enfatiza também que a Assembleia se trata do maior organismo de decisão da Igreja Católica no Brasil.
1 – O que é a Assembleia dos Bispos do Brasil? Quando e onde será? E quais os objetivos principais da Assembleia?
A 56ª Assembleia do Episcopado Nacional vai acontecer de 11 a 20 de abril, em Aparecida. Esta Assembleia reúne os bispos do Brasil e participam também os bispos eméritos e os assessores da CNBB. Trata-se de um momento em que a Igreja se reúne para tomar decisões. A Assembleia é o maior órgão de decisão da Igreja Católica no Brasil. E os objetivos desta Assembleia é ajudar na reflexão, na vivência do ser Igreja em nosso território nacional. Muitos assuntos são tratados ali tendo em vista a caminhada pastoral da Igreja no Brasil.
2 – Neste ano de 2018, qual será o tema central da Assembleia dos Bispos do Brasil?
Em cada Assembleia existe sempre um tema central e os prioritários. O tema central neste ano será sobre a formação sacerdotal, uma vez que o papa entregou a Ratio Fundamentalis e as conferências nacionais precisam fazer a atualização das suas diretrizes da formação presbiteral. Grande parte do tempo será dedicado a este tema da formação sacerdotal da qual surgirá um documento para orientar a formação da Igreja no Brasil.
3- Qual a expectativa do senhor em participar desta Assembleia?
A Assembleia é sempre um momento esperado por nós bispos. Eu também espero por este momento porque além de tratarmos dos variados assuntos que ali surgem, temos também a oportunidade de perceber a visibilidade do episcopado nacional. Muitos bispos já com experiências avançadas, experimentadas na cruz; outros iniciando, outros ainda nomeados mas não ainda ordenados e ali todos participam da Assembleia. Se trata então de um momento de convivência. Minha expectativa é grande no sentido de viver e de colher algumas coisas boas para trazer para nossas dioceses, animarmos nossa caminhada pastoral. Não se trata de um evento isolado, mas que vai repercutir na vida diocesana. Por isso, tenho boas expectativas em relação à Assembleia de 2018.
3 – Como as comunidades e paróquias podem participar deste momento eclesial?
As comunidades e paróquias podem e devem participar da Assembleia. Como? Especialmente por meio da oração. Lá recebemos notícias de mosteiros, seminários que estão rezando por nossa Assembleia e isso nos anima. Saber que estamos apoiados pelo coração do povo de Deus. Exorto as comunidades, as paróquias, as instituições, congregações, seminaristas a rezar por nós que lá estaremos por dez dias junto à imagem de Nossa Senhora Aparecida refletindo sobre a nossa Igreja no Brasil. Nos acompanhe por meio das orações e se informe sobre nosso encontro por meio dos muitos meios de comunicação que vão divulgando a Assembleia: portal da CNBB, e TVs Católicas que dão cobertura constantemente. Ao longo da Assembleia é possível ter contado sobre o que está acontecendo.
Fonte: Diocese de Uruaçu. Acesse o site: http://diocesedeuruacu.com.br/
Estamos no embalo do tempo pascal. Um sentimento de Páscoa deve ser vivido diariamente por todos que nos dirigimos à Galileia para encontrar Jesus. O tempo pascal nos recoloca nos caminhos do Senhor Ressuscitado. O Ressuscitado nos lembra o processo de libertação da vida. Ele traz no seu corpo as marcas da paixão. Para chegar à glória da ressurreição Jesus foi entregando a sua vida com confiança. Teve encontros libertadores com as pessoas. Falou de vida nova, reintegrou muita gente na sociedade, reconstruiu a vida. No final da sua missão nos presenteou com a Eucaristia e o sacerdócio.
Após a sua morte o Pai o ressuscitou. Ele foi se manifestando aos discípulos e a Igreja foi surgindo fortalecida pelo Espírito.
Na ressurreição, não apenas o túmulo abriu-se, mas o morto que estava dentro dele viveu e veio para fora. Creio que na noite da vigília pascal cada pessoa quis e até conseguiu abrir o túmulo da sua vida. Que bom que isso aconteceu. Mas, é preciso vir para fora.
O ser humano tem o costume de fabricar o seu próprio túmulo; cria as paredes que escondem o seu egoísmo, o seu orgulho, os seus vícios, a sua injustiça, os seus maus tratos e os seus ressentimentos. Há sempre uma tendência em querer ser sepultado a cada dia. É até mais cômodo estar sepultado, pois assim a visão do mundo fica encurtada. Este sepultamento é também chamado de alienação, de comodismo ou de fuga.
A Páscoa abriu o túmulo. Mas abrir o túmulo é muito pouco. Abrir sem renovar ou ressuscitar o que está dentro causa medo, nojo ou repulsa. É importante não apenas abrir e sair, mas sair ressuscitado, ou seja com novas esperanças. Ressurreição é processo contínuo na vida. Há sempre um desejo de voltar atrás. Há uma certa saudade da escravidão do pecado, dos vícios e da vida anterior. Não podemos ficar parados. Nascemos no caminho da ressurreição.
Neste tempo pascal o túmulo se torna lugar de saída. Esse termo tão usado ultimamente. Do túmulo sai Maria Madalena anunciando Cristo Ressuscitado, saem Pedro e João e principalmente saí Jesus que vem para fora. É preciso sairmos de nossos túmulos com um semblante de ressuscitado.
Para manter o processo de ressurreição é preciso orar em ritmo pascal. Orar é respirar na graça. Orar em ritmo pascal é estar sempre cuidando das feridas que emergem no processo de viver, é curar o relacionamento com Deus, com as pessoas, com a natureza e consigo mesmo. Orar em ritmo pascal é permitir ser presenteado com os sentimentos de Deus.
Orar sempre e de maneira pascal tende nos levar a viver com o coração em festa; se é bem verdade que somos caminhantes e experimentamos a dor, o pecado e a morte, também é certo que em Cristo vencemos tudo e seu amor há de durar sempre.
Até mesmo quando a dor, o cansaço, a tristeza, o pecado quiser desanimá-lo não pare de olhar, de confiar, de esperar. Continue buscando o Senhor, pois o encontro consolador virá. Santo Agostinho disse em forma orante: “Se quando tu me buscavas eu te fugia, agora que te busco como não vai acontecer o encontro?”
O tempo pascal é propício para orar na presença do Senhor ressuscitado que torna o homem novo. Não deixe de orar em ritmo pascal.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Uruaçu – GO
Presidente do Regional Centro Oeste – CNBB
A 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que começou nesta quarta-feira (26), em Aparecida (SP), teve momentos para a missa de abertura, diversos comunicados, reflexões, e apresentações. O presidente do Regional Centro-Oeste, Dom Messias dos Reis Silveira, direto do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, envia as primeiras informações sobre este grande acontecimento da Igreja no Brasil que congrega mais de 300 bispos ativos e eméritos, dos 18 regionais da CNBB.
Abertura
A 55ª Assembleia Geral da CNBB foi aberta com a missa das 7h30, no Santuário Basílica Nossa Senhora Aparecida, presidida pelo cardeal arcebispo de Brasília e presidente da Conferência, Dom Sergio da Rocha, e concelebrada por todos os bispos e com a presença do núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, além dos assessores e participação dos colaboradores da CNBB. Com este ato litúrgico de grande fé, que é sinal de comunhão, como assim disse Dom Sergio, demos início a este grande evento.
Boas-vindas
No plenário do Centro de Eventos Pe. Vitor Coelho de Almeida, houve uma celebração de abertura com o momento da proclamação da Palavra de Deus, também com um breve momento de celebração e as palavras de abertura e de acolhida, do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes; do núncio apostólico, Dom Giovanni; do presidente da CNBB, Dom Sergio; do prefeito de Aparecida, Ernaldo César Marcondes; e do reitor do Santuário, padre João Batista de Almeida.
Conjuntura social
Tivemos também a apresentação do relatório do presidente. Este ato faz parte da assembleia e, como de costume, Dom Sergio relatou o que foi feito pela CNBB no último ano. Ele destacou a visita feita pela presidência ao Santo Padre, o papa. Disse também que a Conferência vive um momento muito especial e de dificuldade pela crise por que passa o Brasil. Houve o impeachment, o momento interino e agora todas essas situações: uma grande crise ética com as denúncias de corrupção colocadas à mesa. Portanto, é um momento muito delicado, a CNBB sempre tem emitido notas sobre alguns assuntos especiais, quer seja pela presidência, pelo Conselho Permanente, pelo Conselho Episcopal Pastoral (Consep), pela Assembleia, sendo que esta é o momento principal.
Novos bispos
Ainda no primeiro dia, foi feita a apresentação dos novos bispos. Neste ano tivemos muitas nomeações, graças a Deus. É um sinal da Igreja crescente em nosso país e, em nosso regional tivemos a apresentação de Dom Moacir Arantes, que é bispo auxiliar de Goiânia. Hoje também houve o momento de falar do Projeto de Comuhão e Partilha que, por cinco anos, foi aprovado. Trata-se de um projeto em que todas as dioceses enviam 1% da sua receita para colaborar com dioceses que não têm tantos recursos na formação de seminaristas. Toda a Igreja no Brasil participa. Ao todo, 400 seminaristas são beneficiados em todo o Brasil. Foi pedido então para que o projeto seja renovado. Por enquanto ainda não foi definido, mas foi pedido para ser votado: se vai ser um projeto permanente ou se será renovado a cada cinco anos.
Educação e conjuntura eclesial
O texto Pensando o Brasil, que neste ano é sobre Educação, também foi apresentado. O material ainda continua em estudo neste ano recebendo acréscimos. Os bispos fizeram as suas intervenções, mas ainda haverá um momento de estudo de grupos para que sejam dadas mais contribuições para que a CNBB possa apresentar um texto iluminador da reflexão sobre a educação em nosso país. A última seção, já à noite, foi sobre os 10 anos da Conferência do Episcopado Latino Americano, que aconteceu em 2007 e resultou no Documento de Aparecida (DAp). Encerramos com a análise de conjuntura eclesial.
Estamos no embalo do Tempo Pascal. Um sentimento de Páscoa deve ser vivido diariamente por todos que nos dirigimos à Galileia para encontrar Jesus. O Tempo Pascal nos recoloca nos caminhos do Senhor Ressuscitado. O Ressuscitado nos lembra do processo de libertação da vida. Ele traz no seu corpo as marcas da paixão. Para chegar à glória da ressurreição Jesus foi entregando a sua vida com confiança. Teve encontros libertadores com as pessoas. Falou de vida nova, reintegrou muita gente na sociedade, reconstruiu a vida. No fim da sua missão, nos presenteou com a Eucaristia e o sacerdócio.
Após a sua morte, o Pai o ressuscitou. Ele foi se manifestando aos discípulos e a Igreja foi surgindo fortalecida pelo Espírito.
Na ressurreição, não apenas o túmulo abriu-se, mas o morto que estava dentro dele viveu e veio para fora. Creio que na noite da Vigília Pascal cada pessoa quis e até conseguiu abrir o túmulo da sua vida. Que bom que isso aconteceu. Mas, é preciso vir para fora.
O ser humano tem o costume de fabricar o seu próprio túmulo; cria as paredes que escondem o seu egoísmo, o seu orgulho, os seus vícios, a sua injustiça, os seus maus tratos, os seus ressentimentos. Há sempre uma tendência em querer ser sepultado a cada dia. É até mais cômodo estar sepultado, pois assim a visão do mundo fica encurtada. Este sepultamento é também chamado de alienação, de comodismo ou de fuga.
A Páscoa abriu o túmulo. Mas abrir o túmulo é muito pouco. Abrir sem renovar ou ressuscitar o que está dentro causa medo, nojo ou repulsa. É importante não apenas abrir e sair, mas sair ressuscitado, ou seja, com novas esperanças. Ressurreição é processo contínuo na vida. Há sempre um desejo de voltar atrás. Há uma certa saudade da escravidão do pecado, dos vícios e da vida anterior. Não podemos ficar parados. Nascemos no caminho da ressurreição.
Para manter o processo de ressurreição é preciso orar em ritmo pascal. Orar é respirar na graça. Orar em ritmo pascal é estar sempre cuidando das feridas que emergem no processo de viver, é curar o relacionamento com Deus, com as pessoas, com a natureza e consigo mesmo. Orar em ritmo pascal é permitir ser presenteado com os sentimentos de Deus.
Orar sempre e de maneira pascal tende nos levar a viver com o coração em festa; se é bem verdade que somos caminhantes e experimentamos a dor, o pecado e a morte, também é certo que em Cristo vencemos tudo e seu amor há de durar sempre.
Até mesmo quando a dor, o cansaço, a tristeza, o pecado quiser desanimá-lo não pare de olhar, de confiar, de esperar. Continue buscando o Senhor, pois o encontro consolador virá. Santo Agostinho disse em forma orante: “Se quando tu me buscavas eu te fugia, agora que te busco como não vai acontecer o encontro?”.
O Tempo Pascal é propício para orar na presença do Senhor ressuscitado que torna o homem novo. Não deixe de orar em ritmo pascal.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Uruaçu–GO
Presidente do Regional Centro-Oeste - CNBB
Na Quinta-Feira Santa (13), o bispo diocesano de Uruaçu e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Messias dos Reis Silveira, entregou sua segunda Carta Pastoral aos diocesanos. Seu desejo é que ela seja distribuída às principais lideranças nas paróquias, para que assim, as pessoas tomem conhecimento das alegrias e inquietações do bispo, que é o pastor da diocese. Solicitou que sejam realizados estudos sobre a mesma nas comunidades.
Essa carta é um convite para intensificar o sentido e vivência da comunhão eclesial. Foi escrita tomando como ponto iluminador o seu lema episcopal: “Permanecei em mim” (Jo 15,4). Pois, o bispo entende que é a partir de Jesus que se deve vivenciar toda comunhão. Jesus e seus discípulos viviam em comunhão apesar das incompreensões e fraquezas que eles tinham.
Dom Messias, que neste ano completou dez anos de serviço pastoral na Diocese de Uruaçu, e vai celebrar 25 anos de ordenação presbiteral no mês de agosto, começa a carta recordando a sua história familiar e vocacional. Como foi se dando o chamando do Senhor em sua vida. Deus o quis perto de si. O chamou para a comunhão e o fez sucessor dos apóstolos.
Ele recorda a História da Salvação –, intenso chamado de Deus para que as pessoas vivam em comunhão. A Parábola de Jesus sobre a Videira e os ramos representam de forma muito significativa a vida que circula nos ramos quando os mesmos estão ligados ao tronco. Assim, o bispo entende que discípulo isolado, não produz frutos.
Os organismos de comunhão são apresentados por Dom Messias, desde os Concílios, passando pelas Conferências Episcopais até os conselhos diocesanos e paroquiais. Eles existem para gerar comunhão.
A Carta Pastoral conta também com indicações práticas para que haja um profundo e profícuo relacionamento de todos com o papa, o bispo, províncias, cristãos de outras religiões, nas pastorais e nas ações da Igreja. Dom Messias finaliza usando a imagem da roseira. Uma rosa em si tem sua beleza, mas uma roseira florida chama muita atenção. As pétalas das rosas unidas formam a rosa, dão perfume e encantam os olhos. As pétalas separadas, isoladas, não chamam atenção. Pede o bispo que o testemunho da unidade exista e contribua para o crescimento da fé.
Mais uma vez é Natal. É Natal para todos. Mesmo para aquelas pessoas que não veem significado cristão nesta festa, também para elas é Natal. A luz brilha no meio das trevas, mas nem todas as pessoas se deixam ser iluminadas. Muita gente neste ano quis ver a “Super Lua”. Ela era grande e tinha um brilho encantador, mas muitas pessoas não a viram porque ela estava encoberta pelas nuvens. Seu aparecimento se deu num tempo em que o céu estava nublado. Ela estava lá pendurada nas paredes do céu, mas não se podia vê-la.
O verdadeiro brilho do Natal existe para todas as pessoas. Nem sempre se consegue alcançá-lo porque existem trevas que o encobrem. Ainda hoje existe uma multidão que habita no mundo das trevas. Para se alcançar a verdadeira alegria do Natal necessita-se da oração, da evangelização, da abertura do coração para um melhor relacionamento com Deus e com os irmãos. Necessita-se de renúncias que somente quem vai se tornando discípulo é capaz de fazê-las. Natal é vida nova em Cristo, ou a partir dele. Será muito bom se mais uma vez neste Natal conseguirmos renovar os propósitos de permitir que tudo em nossa vida aconteça a partir de Jesus. Desta forma as trevas vão cedendo lugar para a luz e uma vida nova começará a surgir. Deus não nos promete uma vida sem falhas, mas sim de risco com possibilidades de errar. Somos muito frágeis, mas Ele nos pede que tenhamos a coragem de erguer, de dar passos na direção de uma vida promissora. Deus espera que vá surgindo em nós os sentimentos que havia no seu Filho Jesus.
Feliz Natal, é o que todos desejamos neste tempo. Viver o Natal Feliz é o que todos esperamos. Ser Feliz a partir do Natal é um projeto que deve ser assumido. Deus nos ajude para sermos como os pastores de Belém que perceberam os sinais da manifestação de Jesus e fizeram um caminho até encontrá-lo. Cresça em nós o desejo de não nos afastarmos daquele que se fez carne e habitou em nosso meio.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo Diocesano de Uruaçu e Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
Nos dias 14 a 18 de novembro, os bispos do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) realizam as últimas reuniões do ano da Comissão Episcopal Regional (CEP) e do Conselho Episcopal Regional (CONSER). Na primeira, conforme o presidente do regional e bispo de Uruaçu (GO), Dom Messias dos Reis Silveira, são tratados assuntos relacionados a questões administrativas e pastorais. É levada em consideração também a vida e ministério dos bispos, presbíteros, consagrados e leigos.
A pauta da reunião da CEP, que acontece nesta segunda-feira (14), é montada sempre de acordo com os assuntos que são sugeridos pelos bispos, que ouvem as necessidades que brotam nas dioceses. “Cuidamos também de assuntos relacionados à vida administrativa e financeira do regional. A maioria dos assuntos depois de amadurecida é levada para a reunião do CONSER”, explica Dom Messias.
Na terça-feira (15) tem início a reunião do CONSER, que reúne os bispos das 12 dioceses do regional. Na parte formativa do encontro, o tema de discussão é os Desafios da Pastoral Carcerária, que será assessorado pelo coordenador da pastoral, diácono Ramon Curado, da Arquidiocese de Goiânia. “O maior desafio da Pastoral Carcerária é se organizar em coordenações diocesanas, que ajudam na articulação mais efetiva e significativa desta bonita e importante missão de se fazer presente nos cárceres”, comenta em entrevista o diácono. Outro desafio pontuado por ele é o número reduzido de voluntários. “Só no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia temos cinco mil pessoas presas, uma verdadeira paróquia a mais na Arquidiocese de Goiânia”.
A missão da Pastoral Carcerária (PCr) é levar o amor de Deus, na forma de escuta e atenção individual aos encarcerados, encaminhando também às autoridades e à sociedade, denúncias e o clamor pelas irregularidades que desrespeitam as leis e inviabilizam a ressocialização dos indivíduos. “A ação da PCr tem ajudado a diminuir o número de prisões desnecessárias, principalmente dos pobres por pequenos delitos. A superlotação é a causa da maioria das mazelas do sistema prisional no Brasil”, ressalta o coordenador.
Dom Messias completa que a escolha do tema para ser aprofundada na última reunião do CONSER foi escolhida pelos bispos por causa da necessidade de conhecer melhor o tema para que a Igreja possa atuar pastoralmente de forma mais próxima junto aos reeducandos, de modo a levar com mais eficácia a misericórdia de Deus aos encarcerados.
Ano da Misericórdia
A pauta do CONSER continua no dia 16 e nos dias 17 e 18, quinta e sexta-feira, eles avaliam, juntamente com os coordenadores diocesanos de Pastoral, presidentes de Organismos e coordenadores regionais de Pastoral e de Movimentos, a caminhada do regional em 2016, sobretudo o Ano Santo da Misericórdia vivido na Igreja em Goiás e no Distrito Federal. “Tudo foi voltado para o Ano da Misericórdia, no regional, que é a comunhão das nossas Igrejas particulares. Todas estiveram envolvidas realizando ações de misericórdia, com práticas de caridade. As marcas do Ano Santo podem ser percebidas em cada diocese, seja no acolhimento, no socorro aos necessitados, no perdão, enfim, na prática das obras de misericórdia, corporais e espirituais”, destaca Dom Messias.
Questionado sobre o que precisamos fazer a partir do encerramento do Ano Santo, no próximo dia 20 de novembro, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, com o que foi testemunhado, ensinado e aprendido com o Ano da Misericórdia, Dom Messias diz que “o Santo Padre não deseja que o aprendizado deste Ano caia no esquecimento. Ele deseja que o que foi vivido, aprendido e testemunhado continue na vida da Igreja, da família e de toda sociedade. Deseja que espelhados na misericórdia do Pai sejamos cada vez mais misericordiosos. Por onde passar um discípulos de Jesus ele deve deixar as marcas da misericórdia”.
A reunião de Avaliação Regional encerra na sexta-feira (18), às 11h30, com a Santa Missa.
Importância do CONSER
Fotos: Reunião do CONSER no primeiro semestre de 2016
As reuniões do CONSER acontecem duas vezes ao ano. Desta forma os bispos têm a oportunidade de viverem a colegialidade na missão e sentirem a alegria do encontro e da partilha de suas alegrias, dificuldades, desafios e esperanças.
O episcopado do Centro-Oeste reza pedindo a Deus que abençoe as Igrejas particulares que compõem este regional, bem como ilumine os trabalhos pastorais desenvolvidos por seus agentes, tendo em vista o crescimento na fé, no amor e na caridade de todo Povo de Deus. Dom Messias ressalta ainda que no CONSER há profundos momentos de espiritualidade rezando as Horas Canônicas da Liturgia das Horas e celebrando a Santa Missa. Por isso, ele destaca a importância da divulgação do evento para toda Igreja, Povo de Deus. “Seria interessante que especialmente a Pastoral da Comunicação divulgasse esse encontro. E que as pessoas nas dioceses e comunidades rezassem por seus pastores reunidos, pois na pessoa de cada bispo está toda diocese participando da reunião”, completa.
BISPO
Dom Jeová Elias Ferreira
BISPO EMÉRITO
Dom Eugênio Lambert Adrian Rixen
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