Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
No dia 12 de março de 2012 aconteceu, na sede do Regional Centro-Oeste, a primeira reunião da nova coordenação do Conselho Missionário Regional (Comire), com a presença do padre Jomelito Ferreira de Melo (coordenador do Comire); padre Aureliano Marcos Junqueira (ex-Coordenador); irmã Ana Maria Batista (Secretária); Edna Moreira Carvalho (Tesoureira); Igor Rodrigues Vieira (Apoio) e padre Eduardo Luiz de Rezende (secretário executivo do regional).
Na reunião foram discutidos vários assuntos, com informações repassadas pela coordenação anterior, planejamento das reuniões e atividades a serem realizadas em 2012 e o repasse de informações e esclarecimentos sobre o apoio e colaboração da CNBB com a dimensão missionária.
A “A Igreja, por sua natureza, é missionaria”, afirmou com muita ênfase, o Concílio Vaticano II no Decreto “Ad gentes”. A missão leva para frente o processo que tem seu início na Trindade Santa: o Pai envia o Filho; o Filho envia o Espirito; Cristo envia os Apóstolos. Cada um, pelo batismo, é um enviado para transmitir a Boa-Nova e a Vida em plenitude para todos, com a coragem de ir até os extremos confins da terra. Temos documentos do Magistério riquíssimos, produzidos nestes últimos anos, suficientes para criar consciência missionária, compromisso e entusiasmo em todos. Não é necessário repetir o que já faz parte do nosso patrimônio teológico e diria até espiritual e pastoral de nossa vida.
É mais urgente transformar as intuições conciliares, as pistas da “Evangelii Nuntiandi” do Beato Paulo VI e os reiterados apelos do papa Francisco para nos tornarmos uma “Igreja em saída”, uma Igreja não para si, mas para o mundo, “fermento” que sabe deixar o espaço necessário para que Cristo levede a massa.
Adentrando numa reflexão mais concreta percebemos que a maioria de nossas comunidades trabalham somente para si, zelam de quem já as acompanham, pouquíssimo fazem pelo enorme e preocupante número dos afastados. Seria necessário somente ler as programações anuais de nossas Igrejas particulares para perceber isso com clareza.
Se depois olhamos os novos “areópagos” da cultura moderna com o olhar de Cristo Pastor, como não concluir que caminhamos por estradas paralelas!?
O Evangelho não é repetitivo, não é conjunto de palestras, não é conjunto de eventos atrativos etc., mas radical e criativa novidade que exige de cada um sair da rotina cansativa e desgastante de sempre ou da loucura de invenções bizarras e exotéricas, típicas de alguns grupos. A criatividade sadia é já um forte desafio para a nova evangelização e nem sempre estamos preparados e dispostos a isso.
Mas não seria suficiente a capacidade de “adaptar” a verdade de sempre ao hoje, se faltasse o testemunho pessoal e comunitário. Parece-me que imperam ainda muitas palavras bonitas e poucos gestos proféticos entre nós. Terá por acaso terminado em nosso país, a época dos mártires, dos profetas? Deus não queira, mas há muitos envolvimentos no que é típico do mundo e certo afastamento do que é próprio do Evangelho. Será que é somente pessimismo de quem está chegando ao fim da linha ou há algo de verdadeiro nisso? Papa Francisco fala forte sobre muito assuntos concretos. Determinadas falas parecem até ofensivas, mas se a gente medita percebe que estamos longe da radicalidade evangélica.
A missão obriga cada um a se renovar pessoalmente, para servir às nossas comunidades de maneira mais ousada; exige uma enorme vontade de sair da “toca” que criamos e na qual nos encontramos bem; exige sair do ninho e aprender a voar alto.
Além disso, talvez tenha chegado a hora de juntar nossas forças para dar algum sinal concreto que queremos ser uma Igreja em saída, missionária. Precisamos deixar para trás tudo o que é “chover no molhado”, por ser um simples repetir daquilo que já sabemos e sempre dizemos. Isso como Regional Centro-Oeste. Há tentativas louváveis de alguma diocese neste sentido, mas nem todas as nossas Igrejas particulares tem condições de assumir sozinhas, por exemplo, uma missão “ad gentes” ou também “ad intra”. Por que não estudar juntos o problema e não dar algum passo concreto como regional?
Outro problema: nem todas as nossas Igrejas têm um presbitério numeroso e qualificado. Por que não nos ajudar um pouco mais também nessa área? Que adianta falar de “comunhão e partilha” se isso tudo não passa de teoria e na prática eu quero mostrar que caminho melhor do que meu vizinho e não me importa se ele está eclesialmente capengando? Que Igreja missionaria é essa? Aliás, que Igreja é essa?
O mês Missionário proporciona muitos subsídios para refletir, mas não oferece a vontade de agir, temos que encontrá-la em nós mesmos.
Deus queira que outubro não seja um mês temático entre tantos, que deixa a Igreja como está.
Dom Carmelo Scampa
Bispo de São Luís de Montes Belos
Reunida na manhã desta quarta-feira (20) na sede do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), em Goiânia, a equipe executiva do Conselho Missionário Regional (Comire) reorganizou sua agenda de visitas e articulação nas dioceses. Esse trabalho começará no dia 3 de agosto, pela Diocese de Itumbiara, cujo bispo diocesano é o referencial para a dimensão missionária, Dom Antônio Fernando Brochini. “Queremos ser o órgão de auxílio e conscientização missionária em nosso regional, por isso, traçamos algumas metas para que nossas comunidades cristãs sejam missionárias como pede a Conferência de Aparecida e, com grande insistência, o papa Francisco”, declarou o bispo.
Ainda conforme Dom Antônio, o desafio é fazer com que a Igreja assuma sua identidade batismal de ser missionária permanentemente, seja com os seus ministros ordenados, religiosos, e também com os leigos. “Assumindo a nossa missão, anunciamos a mensagem de Jesus Cristo e nos tornamos cristãos realmente dispostos a sermos missionários”, disse.
Para o coordenador do Comire, padre Marcelo Gualberto, a visita à Diocese de Itumbiara, durante a reunião do Conselho Diocesano de Pastoral, será o primeiro passo desse importante trabalho missionário que terá início nas dioceses. “É um longo caminho que vamos começar a partir de visitas, nos colocando à disposição e procurando conhecer a realidade de cada diocese para nos enriquecer e colaborar com a animação missionária de cada Igreja particular”.
O Centro Cultural Missionário de Brasília (CCM) e a Rede Ecumênica Latino Americana de Missiólogos e Missiólogas (RELAMI), promovem em Brasília, o 5º Simpósio de Missiologia. Este ano, o tema do evento que abriu na noite deste domingo, 13, se concentra na figura do papa: “Francisco, timoneiro da esperança - para uma missão a serviço do mundo de hoje e amanhã”.
Ao completar três anos de pontificado franciscano de um papa jesuíta, os participantes do Simpósio, pretendem fazer um balanço das orientações e visões missiológicas para possíveis caminhos de recepção e atuação.
O Simpósio que se estende até quinta-feira, 17, reúne no CCM em Brasília mais de 50 docentes, teólogos, pesquisadores, representantes de instituições missionárias, agentes de pastoral de todo o Brasil.
“Com a eleição do papa Francisco, assistimos o renascimento dos anseios e das perspectivas do Concílio Vaticano II. Posturas e propostas esquecidas ou até rejeitadas, agora são estimuladas e acolhidas com esperança” explicou o padre Estêvão Raschietti, secretário executivo do CCM, na abertura do evento. “Para os missiólogos e os organismos missionários, o papa Francisco é o timoneiro de uma Igreja em saída”, complementou.
Segundo o teólogo, assessor do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), padre Paulo Suess, não deveríamos apenas aplaudir o papa Francisco, mas também questionar sobre a capacidade da Igreja em aplicar seus recursos. “Estamos felizes com os pronunciamentos e gestos do papa, mas isso não dispensa que nós missiólogos pensemos no problema que isso cria: o papa representa a esperança, mas a instituição que ele representa nem sempre mostra isso. Nós também devemos ter a coragem de fazer cobranças e perceber as ambivalências para fortalecer a caminhada olhando para o futuro”, alertou Suess.
Para Irmã Fátima Kapp da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), “os missiólogos e missiólogas têm a tarefa de olhar para o futuro e ajudar a nossa Igreja a caminhar”.
Ao saudar a organização do Simpósio, dom Esmeraldo Barreto de Farias, presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e bispo auxiliar de São Luís (MA) recordou que, “olhar o papa Francisco, estudar seus escritos é ver nele uma testemunha do Evangelho, testemunha de Jesus Cristo. A testemunha da fé não é testemunha de si mesmo, mas daquele que chama e envia. O centro não é a pessoa, mas Jesus Cristo”, destacou o bispo.
O diretor das POM, padre Camilo Pauletti, também saudou os participantes do encontro. “Francisco está retomando o Evangelho e querendo que as ações e atitudes de Jesus sejam de toda a Igreja”, afirmou.
A programação do Simpósio inclui conferências, debates, grupo de estudo, testemunhos missionários, apresentações de iniciativas e publicações.
Histórico
Os Simpósios de Missiologia realizados pela Relami e pelo CCM tiveram como temas de reflexão:
1º Simpósio (São Paulo, 18 a 22 de maio de 1999) Os confins do mundo no meio de nós. A missão e os desafios do mundo globalizado.
2º Simpósio (Brasília, 25 de fevereiro a 1 de março de 2013) Teologia para uma missão pós-conciliar a partir da América Latina hoje. Repensar e relançar com fidelidade e audácia o serviço da missiologia.
3º Simpósio (Brasília, 24 a 28 de fevereiro de 2014) Palavra e Missão: nós e os outros Identidade, alteridade, universalidade na Bíblia.
4º Simpósio (Brasília, 23 a 27 de fevereiro de 2015) 50 anos do Decreto Ad Gentes. Por uma nova presença da Igreja no meio dos povos na reciprocidade da missão.
Fonte: POM
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