Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Com essas duas metáforas, o próprio Cristo, Senhor da Igreja, olhando para seus discípulos e para a multidão que O seguia, apontou e permanece apontando qual deve ser a vocação mais fundamental e essencial dos que d’Ele desejam ser seguidores. O sal não deve ser insosso. Se o for, será lançado fora e pisado pelos homens. Uma luz não se coloca sob uma mesa, mas no alto da sala, para que ilumine todos os que naquele ambiente estejam. Assim também são os discípulos de Jesus.
A Igreja no Brasil, sobretudo após o tempo conciliar, sempre teve em especial estima e acompanhou com zelo apostólico o caminhar vocacional dos cristãos leigos e leigas. A eles dedicou-se a Exortação Apostólica Christifidelis Laici, antecedida por uma sequência rica de sessões de estudos em todas as dioceses e amplamente difundida após sua publicação. Após esse documento, a CNBB apresentou estudos sobre o tema e aprovou um documento oficial na 37ª Assembleia Geral de 1999, com o título “Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas”. Um novo vigor se viu em todo o Brasil, impulsionado pelo ardor missionário do Conselho Nacional do Laicato e pelos Conselhos de Leigos das dioceses, no sentido de aprofundar, estimular, orientar, criar novo ânimo pastoral para o ministério próprio dos leigos de ser sal e luz em meio às adversidades das várias realidades onde se fazem presentes.
Recentemente, a CNBB aprovou outro documento oficial sobre o laicato, na 54ª Assembleia Geral do Bispos. Ali a Igreja no Brasil oferece sólidas referências para o aprofundamento acerca da missão dos leigos e leigas em seu vasto campo de atuação. Peço aos leigos de nossa Arquidiocese que aprofundem o estudo sobre o Documento e encontrem, nele, as razões eclesiais mais profundas para encararem, com ardor missionário sempre renovado, os vários desafios que a pregação do Evangelho e o testemunho da fé cristã lhes colocam como critérios no seguimento de Jesus Cristo.
A Igreja e, nela, os leigos, está inserida em meio às dramáticas realidades do mundo para ser sinal de salvação. Assim, o leigo responde à sua vocação própria dentro dessa realidade e não atua como mero braço da hierarquia, como já foi concebido tempos atrás. Com vocação e dignidade próprias, com a autonomia própria, o leigo assume a sua responsabilidade sociopolítica sem dispensar a sua natureza eclesial, mas sendo um sujeito eclesial que realiza no seu fazer cotidiano o tríplice múnus de Jesus Cristo Sacerdote, Rei e Pastor. Nesse sentido, cresce a consciência de que o leigo não apenas pertence à Igreja ou a ela está associado, mas que ele próprio é a Igreja de Jesus Cristo vivo e operante dentro das realidades de missão onde se faz presente. Isto importa numa responsabilidade imensa. Vocação e missão devem ser definidas dentro de um profundo diálogo com os pastores da Igreja e afinadas com a firme consciência de que a atuação dos leigos dentro dos vários mundos das profissões, das associações da vida pública, dentro dos mais complexos sistemas de organizações sociais ou até mesmo e de forma mais basilar, dentro da família, deve se dar conforme a graça assinalada no Batismo.
Sejam Sal da terra e Luz do mundo. Como Maria, mãe das vocações, levem Jesus Cristo e as exigências da salvação a todos os lugares onde se fizerem presentes. Deus os abençoe em todos os passos.
Dom Washington Cruz
Arcebispo de Goiânia
Formada no último dia 10 de abril, a Comissão para a Comunicação da Diocese de Goiás, se reuniu pela primeira vez no Centro Diocesano de Pastoral no sábado, 30 de abril. Participaram o bispo diocesano, Dom Eugênio Rixen e os membros da comissão das cidades de Ceres, Itapirapuã e Itapuranga. Durante o encontro, cada membro da comissão partilhou a experiência do encontro de comunicação realizado nos dias 9 e 10 de abril. Foi pontuada também a situação da comunicação em sua paróquia.
Em pauta, no encontro do dia 30, a necessidade da efetivação da Pastoral da Comunicação (Pascom) diocesana. Já ficou agendado para o dia 4 de junho, das 9h às 16h, um encontro da comissão com o propósito de iniciar a elaboração do Plano Diocesano de Comunicação. Reforçou-se também, a necessidade de envolver um representante das paróquias que não participaram do encontro, para integrarem a elaboração do documento e se empenharem na construção da comunicação diocesana.
Outro assunto abordado foi o 5º Encontro Nacional da Pascom, que acontecerá de 14 a 17 de julho, em Aparecida (SP). Foi discutida a possibilidade de a Diocese de Goiás enviar dois representantes.
Fonte: Diocese de Goiás
Dar o exemplo de primeiras testemunhas da misericórdia do Pai nas comunidades, no ambiente de trabalho, na sociedade. Foi com esses objetivos que o Clero de diversas dioceses participou na quarta-feira (27), do Encontro de capacitação “Mensageiros da Misericórdia”, que reuniu 43 pessoas de oito dioceses e foi promovido pelo Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia.
O assessor do evento, padre Cristovam Iubel, da Editora Pão e Vinho e do Clero diocesano de Guarapuava (PR), fez uma reflexão profunda sobre a misericórdia a partir da Bula do papa Francisco, “Misericordiae Vultus”. A formação faz parte do programa de capacitação desenvolvido pelo regional para o projeto de evangelização mensageiros da misericórdia. “Neste encontro os padres dão testemunho e exemplo como os primeiros que vivem a misericórdia e animam os leigos a se tornarem mensageiros”, disse.
A proposta do regional é que nas dioceses as paróquias criem grupos de mensageiros da misericórdia, ou seja, missionários que vão atuar durante todo o ano. “Esses grupos vão ao encontro das pessoas, principalmente daquelas que mais sofrem, que estão excluídas, marginalizadas, para anunciar que todos são Igreja e têm a mesma dignidade daquelas que participam ativamente da vida em comunidade”, explicou o assessor.
Na formação, os presentes discutiram o que de fato é a misericórdia e as motivações que levaram o papa a proclamar esse ano extraordinário. O estudo se fez fundamental, conforme o assessor, porque os padres precisam levar os leigos à vivência do Ano Santo nos mais diversos ambientes familiares, sociais e profissionais. “Não é um ano para ser vivido individualmente, mas para nos reconciliarmos com o próximo, ir ao encontro, porque Deus foi misericordioso primeiro conosco, por isso somos chamados a sermos misericordiosos como o Pai”. O padre Cristovam enfatizou que essa é uma misericórdia ativa, diferente daquela em que as pessoas ficam apenas na piedade, somente em oração, pensando em si mesmo. “Não podemos dizer que somos misericordiosos se em casa, no trabalho, na política somos incoerentes com nossas atitudes. Por que, afinal de contas, que misericórdia é essa praticada apenas dentro da Igreja?”, questionou.
Conversão pela misericórdia
Ao longo de 2016 os cristãos são convidados a fazerem muitos questionamentos pela conversão. “Eu sou uma pessoa misericordiosa ou vingativa? Quero a retaliação em tudo aquilo que faço? Como estou vivendo a misericórdia desse Deus que é misericordioso comigo? O questionamento é para cada um. É bom que façamos essas perguntas porque elas gritam por conversão, por uma vida melhor”.
Para o padre José Luiz da Silva, da Arquidiocese de Goiânia, a formação é importante para que todo o povo de Deus viva com intensidade o Ano da Misericórdia. “Precisamos repassar o conteúdo refletido aqui para que o Ano Santo seja vivido nas comunidades a partir da centralidade de Cristo, que é o rosto da misericórdia”. Padre Murah Rannier Peixoto Vaz, da Diocese de Ipameri, disse que o encontro veio lembrar que “aquilo que não é estudado passa despercebido e o que não é lembrado, acaba esquecido”. Para a vivência do Ano da Misericórdia, segundo ele, o encontro representa “um respaldo de aprofundamento sobre os elementos que remetem à fé”. Disse ainda que “é importante estarmos aqui para que entendamos que nossas paróquias não devem ser centros de burocracia, mas pontos de encontro, de comunhão, acolhida e onde a misericórdia acontece”.
Marcou presença ainda no encontro, o presidente do regional e bispo de Uruaçu (GO), Dom Messias dos Reis Silveira, que sublinhou que a formação foi idealizada para que os padres estejam aptos a falar e viver o Ano Santo, bem como ser um primeiro passo na formação dos cristãos leigos e leigas sobre misericórdia. “Aqui estudamos as obras de misericórdia, o Ano Santo, o Sacramento da Reconciliação, nos preparando primeiro, para que em seguida sejam formados os mensageiros da misericórdia, porque esse ano é muito amplo e precisa envolver todos os cristãos”, destacou.
A próxima formação acontecerá no dia 25 de maio, das 8h às 16h, na Jornada da Cidadania, no Auditório do Centro de Convenções da PUC-GO, no Setor Jardim Mariliza, em Goiânia. O tema será “Voluntários da Misericórdia”, destinado a padres, religiosos, leigos, seminaristas e demais interessados. A entrada é franca e as refeições por conta de cada participante.
Fúlvio Costa
Nos dias 23 e 24 de abril, a Pastoral da Comunicação (Pascom) da Diocese de Uruaçu promoveu o 2º Módulo da Escola Diocesana de Comunicação, com o tema “Fotografia: uma abordagem teórico-prática”. Duas palestras nortearam a formação: “História da fotografia e o Poder da Fotografia”, ministrada pelo missionário da Comunidade Coração Fiel, Rondiney Arantes, e “Elementos para se fazer uma boa fotografia”, por Nigéria Nilupe, que tem formação em Fotografia e Imagem.
A Escola Diocesana de Comunicação é ministrada em módulos. O primeiro aconteceu nos dias 9 e 10 de abril, sobre Rádio: locução e produção de programas. O próximo será nos dias 21 e 22 de maio no CTL (Centro de Treinamentos de lideranças) em Uruaçu. Nesse módulo será abordado o tema: “Mídias Digitais e Planejamento estratégico”.
O objetivo da escola é colaborar na formação dos comunicadores do evangelho. Seu estilo pedagógico, criado para capacitar leigos e leigas, tem a finalidade de levar os interessados a conhecer e atuar como agentes da Pastoral da Comunicação, seja na Diocese de Uruaçu, como nas demais dioceses presentes no Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal).
Informações e fotos: Pascom da Diocese de Uruaçu
De 23 a 25 de maio, é realizada a terceira edição da Jornada da Cidadania, no Centro de Convenções da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). O lançamento do evento aconteceu nesta terça-feira (26) no auditório da Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Goiânia, e teve a participação de diversas autoridades, entre elas o vice-governador de Goiás, José Eliton Júnior; representantes da Prefeitura de Goiânia e Aparecida; da Câmara Municipal de Goiânia; o reitor da PUC-GO, Prof. Wolmir Amado, pró-reitores e professores; o arcebispo Dom Washington Cruz e o bispo auxiliar, Dom Levi Bonatto, além de padres, diáconos e a comunidade em geral.
Entre as novidades do evento, que reúne a Feira da Solidariedade, a Semana de Cultura e Cidadania, a Semana do Folclore e os Jogos Universitários, está a Estação das Profissões. Trata-se de um espaço de recepção e visita dirigida dos alunos do ensino médio aos cursos de graduação oferecidos pela universidade, com o objetivo de auxiliá-los na escolha profissional. Ao declarar lançada a Jornada, Dom Washington justificou o sentido do evento. “Não é uma iniciativa filantrópica, mas o aprendizado da partilha de tudo aquilo que vem de Deus”. Ele lembrou ainda do amor do papa Paulo VI pela Igreja e pela humanidade, para dizer que o mundo necessita hoje de “amor” – e a jornada é isso, pontuou – “sinal profético do amor de Jesus Cristo misericordioso que se espalha por toda a cidade e pelas famílias”.
“Estamos em tempos de fome, de guerra, de instabilidade política, tempos de tristeza, de desesperança. Isso, no mundo inteiro, são fatos que nos mostram o quanto temos que aprender para a humanidade dar conta da sua tarefa e nós damos exemplo pequeno ao mundo com a Jornada da Cidadania, mas grandioso diante das nossas possibilidades”, declarou a pró-reitora de extensão e apoio estudantil da PUC e coordenadora geral da jornada, Prof.ª Dr.ª Márcia de Alencar Santana. “Para além do discurso, o que importa mesmo é a ação que fundamenta e materializa as palavras porque um discurso sem ação é letra morta”, completou.
O coordenador da Feira da Solidariedade, padre Max Costa, comentou o surgimento do evento, em 2004, sob inspiração do Dom Washington Cruz, com o desejo de continuar a causa da solidariedade e da fraternidade cristã nas várias realidades. “A fé nos pede uma caridade concreta que faz parte da missão originária da Igreja diante de um povo marcado com tantos sinais de morte e inúmeras formas de exclusão. E nesse evento, unidos com todos os grupos e associações, temos como importante missão defender, cuidar e promover a vida em todas as suas expressões”.
Sementes pela transformação social
Para o vice-governador de Goiás, José Eliton, graduado em direito pela antiga Universidade Católica de Goiás, a Jornada da Cidadania é hoje a evolução das atividades de extensão que há 30 anos aconteciam nas periferias de Goiânia, em que os estudantes se dirigiam às comunidades para prestar assistência social nas mais diversas áreas do conhecimento. “Aquela semente se transformou e essas ações de hoje representam tijolos para a construção de uma sociedade mais justa”, afirmou. O reitor prof. Wolmir Amado, em entrevista a este semanário, comentou que a jornada foi inspirada em evento semelhante realizado há décadas no Rio de Janeiro. Ele ressaltou, no entanto, que a experiência de Goiânia, possibilitou o amadurecimento de um evento que é mais completo e original, no sentido de agregar os segmentos Igreja/Universidade. “Resultado de 12 anos de experiência, a Jornada da Cidadania começa a se consolidar com iniciativas locais, parcerias que se renovam juntamente com atores e sujeitos que participam e somam a cada ano”. O professor destacou dois aspectos (evolutivo e quantitativo) que fazem a jornada crescer. “No ano passado, tivemos 35 obras sociais presentes e este ano teremos 65, praticamente dobramos a presença das ações que são a face caritativa da Igreja de Goiânia que tem importante atuação na sociedade”. O outro aspecto, segundo o reitor, se dá com os casamentos comunitários. “Nasceu com o curso de Direito, em que os alunos começaram montando processos de casamentos civis e em 2009, com a conclusão das obras da Paróquia Universitária São João Evangelista, passou a ser religioso com efeito civil”, refletindo assim mais uma aglutinação do social com o religioso. Para o prof. Wolmir, a principal mensagem da Jornada, cujo nome deriva da Jornada Mundial da Juventude realizada em 2013, é a “dimensão solidária, da doação do tempo, dos talentos, que transformam e tornam o mundo mais fraterno e reflete uma pequena luz que ajuda a iluminar a vida das pessoas”. Em 2015, a jornada alcançou 320 mil atendimentos nas diversas ações sociais e a expectativa é que esse número chegue a 400 mil este ano.
Serviços e parceiros
Os serviços serão disponibilizados nas áreas Jurídica, de Saúde, da Criança, Empreendedorismo e Negócios, Vida e Natureza e profissões, entre outras. São parceiros nesta edição, Governo de Goiás, Prefeituras de Goiânia, de Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Bela Vista de Goiás; Sebrae, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Organização das Voluntárias de Goiás, INSS, entre outros.
Fonte: Arquidiocese de Goiânia
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira lançam campanha em solidariedade às vítimas do terremoto no Equador. Pelo menos 720 mil pessoas foram afetadas diretamente pelo terremoto ocorrido no dia 16 de abril e necessitam de urgente ajuda humanitária. Confira o vídeo da campanha.
A iniciativa responde ao apelo do papa Francisco ao pedir para rezarem por essas populações que sofrem. “A ajuda de Deus lhes dará força e apoio neste momento difícil”, disse Francisco na última semana.
De acordo com informações locais, o abalo alcançou o nível 7,8 na escala Richter e atingiu grande parte do Equador. Esta foi a tragédia mais grave dos últimos 67 anos no país. A Cáritas Equador constatou que o terremoto provocou a morte de mais de 600 pessoas, cerca de 130 ainda estão desaparecidas e 26 mil ficaram desalojadas.
Em nota, a presidência da CNBB e da Cáritas Brasileira convidam as comunidades a colaborarem com essa ação em favor das vítimas do terremoto.
“Conclamamos as dioceses, paróquias, comunidades, congregações, colégios e todas as pessoas de boa vontade para a realização de uma grande corrente de oração e coletas de solidariedade em favor do Equador, lembrando tantas mães, pais e filhos falecidos nessa tragédia”, expressam as entidades.
Os recursos financeiros arrecadados com a Campanha de Solidariedade SOS Equador serão destinados para ações de socorro imediato às vítimas (água potável, alimentos, abrigos e atendimento a necessidades básicas, especialmente de crianças, mulheres, idosos e pessoas com deficiências). Posteriormente, os recursos serão utilizados para a reconstrução das condições de vida da população afetada.
Outras informações, acesse: Caritas SOS Equador
A coleta em solidariedade às vítimas pode ser realizada por meio das contas bancárias, administradas pela Cáritas Brasileira:
Banco do Brasil
Agência: 3475-4
Conta Corrente: 33.362-X
Caixa Econômica Federal
Operação: 003
Agência: 1041
Conta Corrente: 3824-6
Caríssimos irmãos e irmãs, o tema central da 54ª Assembleia Geral da CNBB, ocorrida de 6 a 15 de abril de 2016, em Aparecida – SP, foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja e na Sociedade”, com o lema “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14). Dos estudos e discussões do episcopado sobre o assunto tão relevante foi aprovado mais um documento dos bispos para iluminar o protagonismo do laicato na missão da Igreja em tempos tão exigentes. O Documento não trará grandes novidades, mas retoma a temática com renovado ardor, e acréscimo das decisões da V Conferência de Aparecida e disposições do magistério do papa Francisco.
Desde os primórdios da era cristã, em virtude do batismo, os fiéis leigos e leigas ocupam um lugar especial na ação missionária e evangelizadora da Igreja. Leigos, do grego, laikos, derivado do termo laós, significa povo. O uso desses termos no início da Comunidade Cristã se referia aos membros do “povo eleito em Cristo” que passava a fazer parte da Igreja. Enfim, os fiéis leigos e leigos têm direito na Igreja, porque são a Igreja, nela vivem seu batismo e se alimentam da Palavra, da Eucaristia e praticam a caridade.
Com as grandes mudanças sociais e econômicas ocorridas na sociedade a partir do pontificado de Leão XIII (1878 a 1903), dá-se o início de maior valorização ascendente do laicato. Em 1929 o papa Pio XI cria Ação Católica, grande movimento de leigos e leigas que se espalha por todos os cantos da terra. Em 1935 o cardeal Sebastião Leme, do Rio de Janeiro, funda a Ação Católica aqui no Brasil com o objetivo de “salvar as almas pela cristianização dos indivíduos, da família e da sociedade”.
O papa Pio XII (1939 a 1958) protagonizou grande atenção ao laicato durante seu pontificado. Ativamente favoreceu os congressos do apostolado de leigos e outros eventos de similar natureza em Roma que serviram de base para o Concílio Vaticano II, convocado por João XIII (25/12/1961) e concluído por Paulo VI (08/12/1965). No referido Concílio os fiéis leigos e leigas foram tidos em grande conta, inclusive com a promulgação do Decreto “Apostolicam Actuositatem” sobre o apostolado dos leigos. Esse documento é a base de sustentação para a teologia e a ação pastoral coerentes do laicato católico, “verdadeiro sujeito eclesial” (Aparecida, 497a).
Não pode haver um antagonismo entre a hierarquia e o laicato, mas uma justaposição de comunhão e autoajuda. Cabe a nós sacerdotes ocupar nosso lugar e incentivar os leigos e leigas a ocuparem o lugar devido a eles na Igreja e na sociedade. Os fiéis esperam de nós pastores o abnegado serviço de acompanhamento, atendimento às confissões e à direção espiritual, o ofício da liturgia com objetividade e o nosso testemunho de santidade e pobreza. Espera-se do laicato a fecundação do mundo, através do testemunho cristão nos diversos ambientes onde os fiéis vivem e a santificação no trabalho que ajuda a transformar as realidades de injustiças e morte em ambientes de paz e vida. A família é o grande campo de ação dos fiéis leigos e leigas, onde a pessoa humana recebe sua primeira formação humana e cristã e os valores do Evangelho.
O Concílio Vaticano II compreendeu, de forma eloquente, a visão da Igreja fundada na comunhão e o princípio da autoridade e da hierarquia eclesiástica na perspectiva do serviço e doação. Desta feita, todos os cristãos batizados tem igual dignidade diante de Deus, chamados à vocação universal, à santidade (Lumem Gentium, Cap. IV). Sem a busca da santificação a Igreja fica reduzida a uma ONG (Papa Francisco).
As grandes reformas da Igreja, ao longo da história, foram protagonizadas com o empenho dos fiéis leigos. Nestes tempos nota-se o afastamento sistemático do homem de Deus. Outro fato é a inserção do hedonismo de forma avassaladora no modus vivendis das pessoas e a crise generalizada da cultura e das instituições que alcança também a Igreja. Diante dessa realidade, vemos levantar um grande número de leigos e leigas (inclusive jovens) que desejam ajudar a Igreja no alcance da autenticidade. Esses fiéis querem a Igreja como anunciadora do Evangelho e dos valores inalienáveis da fé e da família através da espiritualidade e do empenho na vivência dos sacramentos e da liturgia. Inegavelmente é um sopro do Espírito Santo na Igreja de nossos tempos.
“A Igreja tem recebido apoio de leigos e leigas competentes nos diversos setores da sociedade: professores, políticos, juristas, médicos, cientistas, sociólogos, psicólogos, profissionais em diferentes áreas e artistas de todas as artes. Brilham com sua competência, sua fé e seu humanismo, e contribuem com o desenvolvimento integral da humanidade e a missão evangelizadora da Igreja” (Instrumento de Trabalho do Tema Central, n° 39). A Igreja é solícita a todos e a todas que nas nossas comunidades rurais e urbanas, nos movimentos, nas pastorais, nos grupos de rezas e novenas e nos diversos serviços de evangelização e catequese fazem brilhar o amor e a misericórdia de Deus.
Dom Adair José Guimarães
Bispo diocesano de Rubiataba-Mozarlândia
No fim de semana, dias 22 a 24, o Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia, acolheu o I Encontro de Design Gráfico Vocacional, promovido pela Pastoral Vocacional do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal). Participam do evento representantes de cinco dioceses, seis congregações religiosas femininas e uma masculina.
A formação contou com a assessoria do padre rogacionista de São Paulo e diretor da Revista Rogate do Brasil, Reinaldo Leilão, que destacou a importância das novas tecnologias como importantes ferramentas para a divulgação da dimensão vocacional. Nesse âmbito, ele pontuou o domínio das artes gráficas como elemento agregador para o bom êxito do trabalho vocacional. Na prática, os cursistas foram orientados sobre como desenvolver artes em programas especiais como o Corel Draw.
Segundo o coordenador regional da Pastoral Vocacional, padre Elias Aparecido, o curso foi motivado pela falta de profissionalismo na produção de materiais gráficos para impresso e internet, ainda bastante visível nas dioceses. “Não podemos continuar produzindo materiais sem qualidade. É urgente propor as vocações aos jovens, mas para isso precisamos apresentar a pastoral de forma profissional e atraente”, disse.
A pedido dos participantes, no próximo ano deverá acontecer uma nova formação em design gráfico vocacional voltado para o aprendizado de produção de logomarcas.
No fim da formação, os participantes receberam certificados.
A Pastoral da Criança do estado de Goiás realizou nos dias 1º a 3 de abril, capacitação de Missão e Gestão na Diocese de Rubiataba-Mozarlândia, e nos dias 8 a 10, na Diocese de Anápolis, para novos coordenadores de ramos (paróquias). Nas duas formações, a coordenadora da pastoral na Diocese de Jataí, irmã Gerlândia, esteve presente.
Nos encontros, os participantes tiraram suas dúvidas sobre a missão que irão desempenhar na pastoral. Foi explicado aos líderes, coordenadores e equipes de apoio que atuam junto às famílias, sobre o Guia e o caderno do líder, a prestação de gastos e as folhas de acompanhamento e avaliação mensal das ações básicas de saúde e educação na comunidade (FABS). Estas últimas são ferramentas em que são registrados os dados de todas as gestantes e crianças acompanhadas pelos líderes de uma comunidade.
Segundo a coordenadora estadual da Pastoral da Criança em Goiás, Rosane Maria Góes, os participantes dessas formações saem capacitados sobre como trabalhar com cada um desses materiais e sobre tarefas indispensáveis como pesar crianças. A formação tem continuidade nos trabalhos desenvolvidos na prática.
Liturgia fundamental é estudada em encontro regionalNesta segunda-feira (18) a sede do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) acolheu o encontro de liturgia, que reuniu os coordenadores dessa dimensão nas dioceses. O bispo auxiliar de Brasília (DF) e referencial para a liturgia no regional, Dom Marcony Vinícius, falou sobre a liturgia fundamental na parte da manhã. Em sua exposição, disse que “Cristo é o sujeito e autor da liturgia porque é ele quem nos leva ao Pai e o culto que prestamos ao Pai se dá nele (Jesus), pelo Divino Espírito Santo”.
O coordenador da pastoral litúrgica no regional, padre Wolney Alves, da Diocese de Uruaçu, explicou que a liturgia fundamental é a base de estudo, que precisa estar unificada nas dioceses para que o regional caminhe em comunhão. Ele destacou que “a liturgia fundamental contém os pilares dessa dimensão porque mais do que seguir a lei, é importante vivenciar a liturgia, porque Cristo é a porta aberta que precisamos entrar para tocá-lo”.
Durante o encontro houve ainda espaço para programar o encontro de liturgia que acontecerá em agosto e deverá reunir os responsáveis da pastoral litúrgica em cada diocese. A temática trabalhada será Liturgia Temporal (Ano Litúrgico e Liturgia das Horas). Em outubro será estudado o Sacramento da Penitência e Reconciliação, com foco no Ano da Misericórdia. Ainda será definido o local e a quantidade de vagas a serem disponibilizadas.
Serviço
O trabalho que a pastoral litúrgica do regional vem desenvolvendo, de acordo com Dom Marcony, visa prestar auxílio formativo nesse campo às dioceses. “Queremos ministrar formações que sigam as orientações do Concílio Vaticano II, que nos pedem unidade, sem tirar a liberdade de cada bispo que administra as normas pastorais em sua Igreja particular”, disse. A partir do segundo semestre, a pastoral dará início a um trabalho de visita às dioceses, no sentido de descentralizar as formações. “Queremos colaborar naquilo que os bispos precisarem no campo litúrgico”, confirmou Dom Marcony.
Para Geane Carla Flauzina da Silva, da Diocese de São Luís de Montes Belos, o mais importante no encontro foi a troca de experiências entre as dioceses e a interação entre leigos e padres. “Encontros como esse despertam os leigos para a missão e o protagonismo na Igreja, por isso são muito importantes. Mais do que o conteúdo transmitido aqui, que foi indispensável para estarmos reunidos, eu destaco como fundamental também o momento de unidade que nos possibilita parar para refletirmos juntos sobre a fé pelo olhar litúrgico. É um trabalho que nos leva a observar as necessidades do nosso povo que precisa de orientação e ajuda para ter seu encontro com o Ressuscitado”, afirmou.
Bispo referencial
Dom Marcony Vinícius Ferreira
Coordenador: Pe. Fábio Carlos
Contato (62) 99439-6064
E-mail: padrefc@outlook.com
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