Segunda, 10 Junho 2013 19:06

Fórum Social de Araguaína: do estado que temos ao estado que queremos

MOÇÃO DE APOIO ÀS LUTAS DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL

Nós representantes de movimentos Sociais, Acadêmicos, Professores, Indígenas, participantes do FÓRUM SOCIAL: DO ESTADO QUE TEMOS AO ESTADO QUE QUEREMOS (5ªSSB) realizado nos dias 07 e 08 de junho de 2013, na Faculdade Católica Dom Orione (FCDO) em Araguaína (TO), declaramos o nosso apoio à luta justa e incansável dos povos indígenas e quilombolas do Brasil, que nesse momento difícil estão sendo vitimas do abandono, descaso e omissão governamental, situações de extrema gravidade que tem resultado em suicídios de jovens, mortes por falta de atendimento à saúde, ameaças, criminalização, prisões e assassinatos de lideranças em conflitos pela terra. Nossa solidariedade humana especialmente aos povos Terena (MS) e Munduruku (PA), que perderam seus valorosos jovens e pais de família nessa guerra suja, desigual e injusta.

Denunciamos as grandes obras e projetos de hidroelétricas, soja, cana e eucaliptos que estão sendo implantadas dentro e no entorno das áreas indígenas e quilombolas de maneira irregular e sem consulta a essas comunidades, infringindo princípios da constituição brasileira, tais empreendimentos representam o principal foco de conflitos entre as empresas e as comunidades indígenas e quilombolas em todo o País. Repudiamos a judicialização dos conflitos, a tendenciosa expedição de Mandatos Judiciais e o uso desproporcional da força policial no cumprimento desses mandatos de reintegração de posse dados em favor dos fazendeiros, grileiros e políticos. Assim como noticias veiculadas pela mídia que influenciam de maneira negativa a população nas distorções dos fatos gerando sentimento de violência contra os povos indígenas e quilombolas que lutam por seus direitos.

Apontamos as mais de 90 proposições que tramitam no Congresso Nacional, entre elas a PEC 215, que propõe transferir para legislativo o poder de demarcar terras indígenas. O PL1610 que pretende promover um verdadeiro leilão das áreas indígenas para as mineradoras. O PL 4740 que pretende permitir o arrendamento das terras indígenas e quilombolas para o plantio de soja, eucaliptos e a Portaria 303 da AGU, como responsáveis pelo acirramento dos confrontos e mortes nas áreas de conflitos. E lamentamos a irresponsabilidade e a conivência do Governo Federal que cede às pressões da bancada ruralista e do poder econômico em detrimento ao direito à vida dessas minorias.

Responsabilizamos e culpamos diretamente o governo federal por essa situação vergonhosa e exigimos uma solução concreta para evitar que mais lideranças indígenas continuem sendo ameaçadas, perseguidas e (ou) covardemente assassinadas nesses conflitos (que os ruralistas estão chamando de guerra civil) provocados por interesses das empresas, fazendeiros e políticos.

Os participantes DO FÓRUM: DO ESTADO QUE TEMOS AO ESTADO QUE QUEREMOS

Araguaína (TO), 08 de Junho de 2013.

Entidades Signatárias:
Diocese de Tocantinópolis; / Conselho Indigenista Missionária – CIMI; / Comissão Pastoral da Terra – CPT; /Comunidades Eclesiais de Base-CEBs; / Faculdade Católica Dom Orione (FACDO); / Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco – MIQCB; / Alternativa para a Pequena Agricultura no Tocantins – APATO; / Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio-ASMUBIP; / Federação Dos Trabalhadores Na Agricultura Do Estado Do Tocantins; / Pastoral Familiar da Diocese de Tocantinópolis; / Associação Theofora; / Associação União das Aldeias: Apinajé – PEMPXA.



As Pastorais Sociais, no plural, são serviços específicos a categorias de pessoas e/ou situações também específicas da realidade social. Constituem ações voltadas concretamente para os diferentes grupos ou diferentes facetas da exclusão social, tais como, por exemplo, a realidade do campo, da rua, do mundo do trabalho, da mobilidade humana, e assim por diante.

Bispo referencial

Dom Nélio Zortea e Dom Jeová Elias

E-mail: pscnbbco@gmail.com

 

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