Mais uma vez, por três dias seguidos, sonhos se transformaram em atitudes; dias, anos e anos de estudos em ensinamentos; dons em partilha. O tempo precioso de cada voluntário (cerca de 3 mil) foi doado pelo bem do próximo e valeu a pena, porque feito com amor. O mesmo que lemos em 1 Coríntios 13,8, “O amor jamais acabará”, como bem expressou o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, ao declarar aberto o evento no dia 23. O mesmo amor que registrou para a história o papa emérito Bento XVI, na Carta Encíclica Caritas in Veritate, “a solidariedade universal é para nós não só um fato e um benefício, mas também um dever (43)”.
Quem teve a oportunidade de participar da Jornada da Cidadania, evento promovido pela PUC Goiás e Arquidiocese de Goiânia de 23 a 25 de maio, pôde perceber em pequenos detalhes o amor que foi partilhado no evento. Aquele mesmo amor que quiçá, veremos um dia difundido em toda a sociedade. Seja no atendimento, na alimentação, no levar informações aos visitantes, na atenção. Sorrisos e olhares disseram muito nesses dias e comunicaram que o bem é maior do que mal, como disse o reitor da PUC Goiás, Prof. Wolmir Amado, também na abertura do evento. “Esse sonho grande só é possível porque sonhamos juntos. O bem é maior, por isso estamos aqui, mostrando o protagonismo do nosso povo, a expressão de Igreja, universidade e comunidade vivas, sujeitos da própria história”.
Durante os três dias de Jornada da Cidadania, a Feira da Solidariedade teve intensa programação religiosa, que acolheu mais de 4,3 mil pessoas, nas missas, adorações ao Santíssimo Sacramento, atendimento de confissões e momentos de oração, louvor e partilha. A espiritualidade precede e impulsiona as ações sociais, e é fundamental para o entendimento da mensagem cristã. Isso engloba a prática da oração, a vivência dos sacramentos, o conhecimento e também a reflexão sobre documentos da Igreja. Pensando nisso, foram articulados momentos de partilha.
Atividades
Destaque para a Missa da Padroeira de Goiânia, celebrada pela primeira vez na Jornada da Cidadania, na manhã do dia 24, na capela da Vila Cenográfica, que contou com a presença de centenas de pessoas, entre elas autoridades políticas, como o governador de Goiás, Marconi Perillo, e os jovens que participaram do Congresso Mais Amor. Presidiu a celebração o arcebispo Dom Washington Cruz e concelebrou o bispo auxiliar Dom Levi Bonatto. O presidente da celebração, que celebrou seus 70 anos de idade na jornada (dia 25) destacou na homilia cinco pontos distintos que nos levam a ser como Nossa Senhora Auxiliadora. Ao final da celebração foi distribuído aos padres o Anuário Arquidiocesano 2016/2017 e aos representantes de instituições de ensino católicas, o livro “Dom Angelo Vincenzo Zani – uma vida dedicada à educação católica”. Em procissão, após a missa, a imagem da Padroeira foi levada para junto da imagem de São João Paulo II.
O Casamento Comunitário, neste ano, uniu 19 casais que foram assistidos pelo padre Vitor Simão. Diante de parentes, amigos e até filhos, esses casais tiveram a oportunidade de regularizar sua situação sacramental diante da Igreja. A noiva Eliana Maria da Silva, disse, sorrindo, que o momento era único, que depois de 21 anos de vida conjugal, oficializar a união é muito emocionante, e que tantos anos juntos não diminuíam o nervosismo da ocasião e nem a alegria. Padre Vitor ressaltou que para a Igreja é um momento de alegria singular, dado o número de casais que procuraram o Sacramento. Os anos de vida juntos representam a abundância do amor e a generosidade de Deus na vida dessas famílias.
Na Mostra de Produção do Conhecimento, que reuniu acadêmicos, professores e a comunidade, foram realizados mais de 180 workshops, que promoveram intercâmbio de conhecimento sobre diversificados temas, como saúde, política e educação. Chamou atenção dos visitantes a Estação Gourmet Cora Coralina, espaço de ensino de culinária saudável e prática que atraiu um público amplo da jornada. “Com a difusão da gastronomia pelos meios de comunicação, as pessoas estão buscando o aprendizado da cozinha saudável e nós, dos cursos de gastronomia e nutrição, ensinamos técnicas e novidades para elas fazerem pratos práticos rápidos, e saudáveis”, explicou o professor do curso de Gastronomia, Willian Carvalho. Foi ensinado, entre outros, o tradicional baião de dois, sobremesas francesas, sanduíches e sucos saudáveis. Passaram pelo local cerca de 700 cursistas por dia.
O 2º Congresso Jovem Mais Amor, uma das atividades da Feira da Solidariedade, organizado pelo Setor Juventude, da Arquidiocese de Goiânia, reuniu mais de 400 jovens e contou com a presença do padre Toninho, membro da comissão colegiada de assessores do Setor Juventude da CNBB. Aos presentes ele destacou a importância da iniciativa e parabenizou organizadores e participantes. Motivados a assumir o compromisso da evangelização, os jovens ouviram a pregação de Léo Rabello, do grupo de oração Dominus, fizeram adoração ao Santíssimo Sacramento e cantaram com a banda Ceremonya. O vocalista Danilo Lopes deu seu testemunho de fé, citando uma passagem bíblica do livro de Oseias, “O amor incansável de Deus prevalecerá”. Encerrando o congresso, cerca de 800 jovens assistiram ao espetáculo teatral Mais Amor, resultado de um trabalho artístico que narra testemunhos de vida dos grupos Semeadores da Alegria e Anjo das Ruas, projetos sociais fomentados pelo Setor Juventude da Arquidiocese de Goiânia. Sob o olhar atento do Reitor da PUC Goiás, Prof. Wolmir Amado, na mesma noite, ainda se apresentou o padre Delton Filho, da Comunidade Coração Fiel. Segundo o coordenador do Setor Juventude, padre Max Costa, a segunda edição do congresso superou as expectativas.
Encontro de Formação Voluntários da Misericórdia
Reflexões, orações e cantos para a vivência da misericórdia nas comunidades. Foi sob esses aspectos que se desenvolveu o Encontro de Formação Voluntários da Misericórdia, promovido pelo Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), no dia 25, sob assessoria do frei Luiz Turra, OFMCap. Para um auditório lotado, o frade deu pistas de como viver a misericórdia nas linhas de frente da ação pastoral, mas também no seio familiar. Uma das mensagens mais significativas deixadas por ele foi direcionada ao sentido da misericórdia: “Jesus, que é o rosto da misericórdia do Pai, não veio ao mundo para dizer que somos pobre gente pecadora, mas para assumir o pecado da humanidade e vencer o último inimigo: a morte”, sublinhou. Ele explicou também que em Jesus se revela o rosto da misericórdia porque aí está a identidade que sintetiza toda forma de comunicação. Frei Turra também afirmou que precisamos cultivar um Deus que é Pai e misericordioso e benevolente ao invés do juiz vingador, mas chamou a atenção para não sermos abusadores da misericórdia. “O Pai perdoa, mas não podemos abusar disso e recorrer sempre ao erro: o inferno é o egoísmo levado ao extremo e o céu é o amor acontecendo. Estamos praticando a misericórdia ao buscar o diálogo e olhar o próximo com os olhos de Deus, colocando sempre em prática as obras de misericórdia ao serviço das pessoas”, concluiu.
No encerramento da Jornada da Cidadania, a coordenadora geral do evento, Prof.ª Márcia Alencar, fez um balanço da terceira edição, destacando que as expectativas foram superadas. Mais de 100 mil pessoas passaram pelo Centro de Convenções da PUC, e 500 mil atendimentos foram realizados. “Estamos muito felizes e orgulhosos porque sentimos que tanto a PUC Goiás como a Arquidiocese de Goiânia estão dando sua parcela de contribuição à população que vive em situação de vulnerabilidade social. Mais uma vez demonstramos a importância da parceria e do acerto deste evento”, explicou. A coordenadora também mencionou que a Jornada é uma “grande sala de aula para professores e alunos, que leva aos participantes aprendizado para toda a vida”.
Feira da Solidariedade
Para o coordenador da Feira da Solidariedade, padre Max Costa, foi positiva a participação das 65 obras sociais, o dobro do ano passado e mais 25 barraquinhas de alimentação que totalizaram quase 90 estandes, e o acréscimo de atividades religiosas que superaram, também, as edições passadas. “Essas ações somadas nos mostram a bondade de Deus para conosco em primeiro lugar e o desejo no coração de continuar, como Igreja, fazendo o bem através das obras de caridade presentes na Arquidiocese de Goiânia”. Para as próximas edições, ele sugere o aumento de atividades religiosas nos espaços da jornada e mais envolvimento e participação das ações pastorais das paróquias. O diácono Amarildo Martins, que trabalhou na organização da Feira da Solidariedade, apresentou a avaliação de 200 proprietários de estandes, que foi positiva, em sua maioria. Foram elogiados o local e data escolhidos, a limpeza dos espaços, a grande divulgação e o atendimento dos voluntários. Destaque também para as celebrações religiosas, que proporcionaram a participação dos envolvidos no evento, seja nas missas, adorações ou palestras.
Fonte: Vicariato para a Comunicação/Arquidiocese de Goiânia