Na manhã de Quarta-feira de Cinzas (10), a Arquidiocese de Goiânia, abriu a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, cujo tema é “Casa comum, nossa responsabilidade”, e lema, “Quero ver a justiça brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24). A campanha deste ano reflete e propõe ações concretas sobre o saneamento básico, direito fundamental previsto na Constituição Federal, que infelizmente ainda é um sonho distante de muitos brasileiros. O Brasil, em um conjunto de 220 países, amarga a 112ª colocação no ranking mundial de saneamento básico e o Centro-Oeste, mesmo fornecendo 45,9% do esgoto tratado, alcançando com isso o seu melhor desempenho no país, não atinge a metade da população com esse serviço.
O bispo auxiliar de Goiânia Dom Levi Bonatto destacou a importância da discussão do tema saneamento básico no mesmo momento em que o país combate as doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti. “Embora seja um tema voltado para o saneamento básico do país, este ano a CFE toca também na problemática da proliferação de doenças causadas pela falta desse importante serviço. A campanha é um gesto concreto para essa situação”.
A abertura da campanha na arquidiocese contou ainda com a palestra da professora do Departamento de enfermagem da PUC-GO e enfermeira da coordenação municipal de controle de infecção em serviços de saúde da vigilância de Goiânia, Elisangela Eurípedes Resende Guimarães, que elogiou a escolha do tema por parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC). “A criação de espaços de debates sobre saneamento básico, permite a reflexão sobre as práticas sociais e desencadeia na sociedade a mudança na forma de pensar e agir”. A professora também advertiu para a urgência de se estruturar na capital, políticas públicas de educação ambiental e sustentabilidade que provoquem mudanças no atual modelo de desenvolvimento marcado pelo caráter predatório e pelo reforço das desigualdades socioambientais.
Brasília
A solenidade foi presidida pelo bispo da Igreja Anglicana do Brasil e presidente do CONIC, dom Flávio Irala, e contou com a presença de diversas autoridades religiosas e civis: o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha; o ministro das Cidades, Gilberto Kassab; o diretor geral da Misereor, Monsenhor Pirmim Spiegel, entre outros.
Dom Flávio abriu o encontro expressando o contentamento pelo esforço e trabalho conjunto das Igrejas Cristãs em prol de um mesmo objetivo. “Expresso aqui a alegria de ter nesse conselho representantes de 5 Igrejas e das organizações religiosas que não são membros do CONIC, mas que aceitaram ajudar nessa mobilização da sociedade por esse direito urgente e necessário, que é o saneamento básico”, disse.
Para dom Sergio, a Campanha da Fraternidade vai além do âmbito da Igreja Católica ao trazer discussões e reflexões sobre assuntos que precisam de uma atenção especial, como é o caso da empreitada deste ano.
“Cada campanha quer nos ajudar a vivenciar a fraternidade no campo da vida ou da realidade social brasileira que necessite de mais atenção ou empenho, neste caso, queremos chamar a atenção para o cuidado com a nossa casa comum, sob o foco do saneamento básico”. Ele salientou também que, para a empreitada alcançar bons resultados, é preciso a participação de toda comunidade eclesial.
Marcou ainda o lançamento da CFE-2016, na Arquidiocese de Brasília, uma Celebração Ecumênica na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana, localizada na Asa Sul.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é organizada pelo CONIC que inclui as Igrejas Católica, Episcopal Anglicana, Evangélica Luterana, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida. Tem ainda neste ano a colaboração da Entidade da Igreja Católica Alemã - Misereor.
Com informações e fotos das Arquidioceses de Brasília e Goiânia