Mostrando itens por tag: Livro Maria e as Marias nos Cárceres

Foram dois dias de formação para os agentes da Pastoral

Nos dias 19 e 20 de maio, a igreja Santa Paulina pertencente à Paróquia São Pio X, em Goiânia, recebeu os agentes da Pastoral Carcerária durante Encontro Regional. As Dioceses de Goiás (Cidades: Novo Brasil, Goiás e Jussara); de Itumbiara (Piracanjuba); de Ipameri (Caldas Novas); de Passo Fundo (RS) e Arquidioceses de Goiânia e Brasília se reuniram e contribuíram durante toda a programação com os desafios enfrentados acerca da questão da mulher encarcerada. O evento teve início com um café e a reflexão com seus membros sobre “Quem é a mulher presa?”. A Coordenadora Nacional para a Questão da Mulher Presa, irmã Petra Silvia Pfaller, disse sobre o livro “Maria e as Marias nos Cárceres”, cujo trabalho é fruto de uma longa reflexão, que a publicação visa ajudar as pessoas que se encontram nesta missão, sendo presenças da Igreja Católica no cárcere a serviço dessas mulheres que se encontram em situações calamitosas e conflitantes, muitas vezes pior que as dos homens encarcerados.

“O que vocês encontram nos presídios?”, questionou irmã Petra aos ouvintes. As respostas foram as mais diversas como carência afetiva e familiar, instinto de sobrevivência, falta de recursos materiais, principalmente de higiene pessoal, preocupação com os filhos nas cadeias e fora delas, a questão de ouvi-las em sua individualidade, a vulnerabilidade e a resistência.

O padre Rafael Soares da Silveira, coordenador da Pastoral Carcerária em Goiás, esteve presente na formação introduzindo uma dinâmica de integração e partilha sobre a mulher presa, como são conduzidas e os desafios que as atingem. Outro relato de partilha dos grupos foi sobre o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) com dados referentes ao ano de 2015 e ao primeiro semestre de 2016.

“Muitos consideram o trabalho com as mulheres difícil, mas não tem como mensurar isso. Tem 23 anos que trabalho na Pastoral Carcerária, e nos últimos anos nas penitenciárias femininas de todo o Brasil, e não sei o que provocamos nelas. Fazemos um trabalho religioso e de ajuda assistencial nos casos mais urgentes. Os problemas e preocupações nos cárceres são grandes. Sei que a maternidade afeta e muito, e essas mulheres sofrem bastante por isso. Encontrei com uma numa festa da Paróquia cujo agradecimento foi espontâneo por eu tê-la visitado na prisão. Isso me arrepia e emociona. E estamos aqui para nos questionar e mostrar os caminhos do nosso trabalho missionário,” disse irmã Petra.

A programação do sábado (19) também contou com músicas, oração e a visita de dois defensores públicos do Núcleo de Direitos Humanos que realizam parcerias com a Pastoral Carcerária. A defensora pública, Fernanda da Silva Rodrigues Fernandes, agradeceu o convite para participar da formação e retratou o trabalho que a Defensoria Pública vem realizando nos últimos três anos de consolidação. “Queremos que os direitos sejam preservados e promovidos. A estrutura com coordenação e voluntários ainda é limitada, e conta com 84 defensores públicos em Goiás que são divididos por áreas, e apenas cinco para a de Execução Penal. A demanda envolve uma rede política, precisamos dialogar com o governo, apresentar respaldos, contar com aliados neste processo que envolvem as denúncias pelas comarcas dentro do projeto itinerante da Defensoria Pública,” relatou Fernanda.

O defensor público, Thiago de Mendonça Nascimento procurou questionar sobre os advogados, a defesa nos casos e entrada nos municípios do interior. O Decreto Nº 9.370, de 11 de maio de 2018, que concede indulto especial e comutação de penas às mulheres presas por ocasião do Dia das Mães, também foi entregue aos participantes. Nascimento comentou que o requisito que diz que mulheres gestantes condenadas à pena privativa de liberdade é um avanço. Uma das atividades feitas pela irmã Petra foram duas perguntas para que os participantes pudessem responder como viam a atividade que executam na Pastoral. A primeira foi “Onde eu vejo tortura no cárcere?” e “De que forma eu também torturo?”. “Existe um desligamento, um abandono por parte dos familiares e companheiros. A questão de estar presa muitas vezes injustamente reflete muito nisso também,” contou a religiosa. Outras respostas caminharam para a deficiência no fornecimento dos alimentos ou falta de comida, a corrupção, o abuso sexual, as agressões físicas e que a expressão da violência contra a mulher no presídio é diferente da dos homens.

“Em nosso trabalho também é importante criar incidência política, tanto quanto as visitas. Apresento a vocês o site da Pastoral com links, formações, materiais, artigos e vídeos. Existe uma ferramenta de denúncia também pelo preenchimento de formulários que vocês membros, podem realizar,” indicou irmã Petra. O domingo (20) contou com a presença de todos na Santa Missa, a explicação do padre Rafael sobre o Ano do Laicato que tem o objetivo de estimular o protagonismo dos cristãos leigos, e vai até o dia 25 de novembro de 2018, além do relatório de restrições, encaminhamentos, avaliações, oração final de envio e almoço.

Reportagem e fotos: Caroline Santana/Pascom Paróquia São Pio X

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Publicado em Pastoral Carcerária

O Encontro Estadual de Goiás, para formação da Pastoral Carcerária acontecerá nos dias 19 e 20 de maio, na igreja Santa Paulina, localizada no Setor Criméia Oeste, em Goiânia. O Encontro do sábado (19) será das 8h às 18h, e no domingo (20) ele se iniciará às 8h30, com a santa missa e terminará com o almoço. As inscrições podem ser feitas pelo telefone: (073) 99101-5525 com a irmã Alessandra. O investimento custa R$ 50,00.

No encontro será utilizado o livro “Maria e as Marias nos cárceres - Mulheres encarceradas” que poderá ser adquirido no local. A publicação é resultado de um grande mutirão que vem sendo feito nos últimos anos com a finalidade específica de colaborar na formação dos agentes da Pastoral Carcerária a buscarem de uma forma mais aprofundada o trabalho no cárcere levando em conta a vulnerabilidade e invisibilidade das mulheres presas.

A coordenadora nacional para questão da mulher presa, irmã Petra Silvia, disse que a cartilha de formação traduz o trabalho da Pastoral com as mulheres presas, além de apontar para o compromisso de uma nova postura como Igreja.

Veja abaixo a programação do Encontro

19 de maio - SÁBADO
08h - Café
08h30 – Oração inicial – Jesus e as mulheres na Bíblia
09h - Dinâmica de Integração e Partilha sobre a realidade das mulheres presas em Goiás
10h30 - Intervalo
10h45 – Tortura no Cárcere e a questão de gênero e diversidade no cárcere
12h - Almoço
13h30 - Retorno (Mística) e continuação dos temas
15h - Lanche
15h30 – Plenária
17h30 – Momento de oração
18h - Conclusão das atividades

20 de maio - DOMINGO
08h30 – Missa com a comunidade (Igreja Santa Paulina)
09h40 - Ano do Laicato - Pe. Rafael
10h20 - Relatório sobre as restrições nas visitas religiosas
10h40 - Intervalo
11h - Encaminhamentos e Avaliações
11h20 - Oração final - Envio
12h - Almoço

Serviço
Encontro Estadual da Pastoral Carcerária
Quando: 19 e 20 de maio de 2018
Horários: 19 de maio (08h às 18h)
20 de maio (08h30 às 12h)
Onde: Igreja Santa Paulina (Praça Dom Prudêncio Gomes de Oliveira, Qd. 25, Lt. 15 – St. Crimeia Oeste)

Informações:
Irmã Alessandra: (073) 99101-5525

Caroline Santana (Jornalista): 9-9116-6708 - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Publicado em Pastoral Carcerária

AGENDA CNBB

Nenhum evento encontrado

© 2025 CNBB Centro-Oeste - Todos os direitos reservados

Rua 93, nº 139, Setor Sul, CEP 74.083-120 - Goiânia - GO - 62 3223-1854