Quarta, 11 Mai 2016 23:40

Assessor da capacitação “Voluntários da Misericórdia” explica o sentido do Ano Santo

 

“O Ano Santo da Misericórdia não é um ano temático, passado o qual, a misericórdia vai para as sombras. Ele é eterno e a chave da compreensão do evangelho e da vida cristã”, explica frei Luiz Turra, OFMCap, assessor do Encontro de capacitação “Voluntários da Misericórdia”, promovido pelo Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal), que acontecerá no próximo dia 25 de maio, das 8h às 16h, no auditório do Centro de Convenções da PUC-GO.

Em entrevista ao site do Regional Centro-Oeste, frei Turra diz que ao proclamar o Ano Extraordinário da Misericórdia, o papa Francisco propõe à Igreja “a revolução da misericórdia”, que longe de ser uma frase romântica, se apresenta como “desafio de uma nova pedagogia pastoral, uma nova relação de acolhida e não de julgamento, de proposição e não de imposição”. Ele destaca também que não é um Ano para se metrificar o resultado de sua fecundidade no seio da Igreja, mas para ser acolhido como um “ano da graça do Senhor para o futuro da humanidade e da Igreja, sempre desafiada ao novo”.

 

No Encontro de capacitação “Voluntários da Misericórdia”, frei Turra irá abordar diversos aspectos relacionados ao tema, seja a partir do Antigo e Novo Testamentos, nos quais se confirma o amor do Pai, o seu trabalho pela misericórdia e o chamado que faz para todos serem operários do Reino; a identificação de Jesus Cristo entre os humanos por suas obras; a Igreja em saída, que é o mesmo que Igreja da misericórdia; motivar para o aprendizado dos cantos de composição do próprio assessor, inspirados em textos bíblicos e na Bula Misericordiae Vultus, do papa Francisco, músicas essas que foram gravadas pelas Edições Paulinas e estão no CD que vêm com o livro “Felizes os Misericordiosos, também de autoria dele, entre outros temas.

Motivações teológicas

Os voluntários da misericórdia, que segundo frei Turra são os leigos e leigas, religiosos e ministros ordenados, “recebem esse título de honra em decorrência do Batismo, que é a base para todos os estados de vida”. Jesus Cristo, conforme explica, é o rosto da misericórdia do Pai, que deve se desdobrar em serviços ao próximo. Por isso mesmo é que os voluntários não são a junção de diferentes carismas que formam uma Igreja sem rosto, mas que somados desenvolvem diferentes ações misericordiosas. “Nós voluntários da misericórdia somos chamados, em primeiro lugar, a acordar para as motivações teológicas que nos animam. Diferente de uma ONG, ou movimento filantrópico, temos motivações de fé e esperança e da realidade que nos rodeia, onde contemplamos as periferias sociais e existenciais que, com suas misérias, desfiguram tantos rostos humanos e os pecados sociais que roubam as esperanças das multidões sem voz e vez”.

Finalizando, frei Turra diz que há diferentes modos de ser cooperador da misericórdia. “Há quem coopere na linha de frente. Estes necessitam do apoio de todos, da oração, da palavra de incentivo e da ajuda; há quem colabore com a partilha material, com alimentos, roupas, ofertas em dinheiro e mesmo na garantia da oração solidária. Uma das grandes contribuições é trabalhar também para superar a cultura da indiferença, um dos males de nossa pós-modernidade. Construir laços de solidariedade, superar a mania das fofocas, etc”.

 

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