Terça, 28 Março 2017 13:22

Regional Centro-Oeste faz homenagem póstuma a Dom Antonio

Há um mês falecia o arcebispo emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira. Em memória a este que foi um dos precursores da Igreja no Regional Centro-Oeste, os bispos de Goiás e do Distrito Federal, reunidos no Conselho Episcopal Regional (Conser), prestaram suas homenagens ao irmão no episcopado. “Toda a trajetória de Dom Antonio é fruto da família, celeiro de vocações”, destacou em sua homilia o presidente da celebração, o bispo de Anápolis e vice-presidente do regional, Dom João Wilk.

Dom João comentou a história do irmão no episcopado, que começou no Seminário Santa Cruz, quando esta casa ainda tinha suas instalações em Silvânia (GO), época em que era bispo de Goiás, Dom Emanuel Gomes de Oliveira. Lembrou também o episcopado de Dom Antonio ao lado do primeiro arcebispo de Goiânia, Dom Fernando Gomes dos Santos. “Nosso querido Dom Antonio imprimiu a marca profunda do Concílio Vaticano II na Igreja do Centro-Oeste, nos transmitindo a visão positiva deste grande acontecimento eclesial”, disse. Ainda conforme ele, marcou a pastoral de Dom Antonio, “a Igreja comunidade, povo de Deus”, bem como sua passagem pelas dioceses de Goiás e Itumbiara, como administrador, e pela Diocese de Ipameri, como bispo diocesano, de 1975 a 1985.

Algumas impressões pessoais sobre o homenageado também foram expressas por Dom João Wilk. “Dom Antonio suscitava o entusiasmo nas comunidades e tinha sua base toda centrada na palavra de Deus. Exercia a caridade com o povo e os padres. Certa vez, aqui na sede do regional, falava sobre a relação com os padres e comentava que nunca suspendeu um sacerdote de suas funções. Aquilo me deixou curioso, mas depois fui refletir a respeito e entendi que essa atitude extrema deve ser o último remédio porque é uma decisão que causa muito sofrimento ao bispo e ao padre e Dom Antonio era assim, tinha uma consideração muito forte pelo sacerdócio e um valor profundo à pessoa humana”.

O vice-presidente do regional também comentou que o arcebispo emérito de Goiânia era um homem de oração, inteligente e discreto, incapaz de se colocar em evidência, sempre atento a tudo e corajoso nos tempos difíceis. Em algumas oportunidades tinha dificuldades com a classe política, mas era muito dedicado à unidade da Igreja. “Era um pastor de pregações simples, mas profundas. Em uma Assembleia Geral da CNBB, certa vez, ele explicava o significado da imagem do Divino Pai Eterno. Foi uma fala tão profunda que despertou até em mim a devoção. Ele era ainda o banco de dados do regional e da história eclesial de Goiás”, disse.

Dom João Wilk comentou também ter perguntado ao irmão se ele estava escrevendo suas memórias, mas Dom Antonio respondeu que tentava e não conseguia. Mas disse que falava e uma secretária transcrevia. Os dois bispos estiveram juntos, pela última vez, em janeiro, por ocasião do falecimento de uma irmã de Dom Antonio, religiosa salesiana que vivia em Anápolis. Sobre o falecimento do arcebispo emérito, Dom João disse ter recebido a notícia em uma celebração. “Eu rezava uma missa e senti o peso da notícia como se sente o peso da morte de um irmão, de um familiar querido. Peço a Deus que Dom Antonio interceda por nós para que saibamos transmitir o mesmo amor que ele cultivou pela Igreja”, completou.

Leia também: Comissão Episcopal Regional define pauta do Conser

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