Na manhã de quinta-feira (17) os bispos do Regional Centro-Oeste da CNBB concluíram a última Reunião do Conselho Episcopal Regional (CONSER) do ano. A semana foi marcada por diversas atividades, formações, comunicados, estudos e avaliações.
A primeira parte da reunião coube à Pastoral Carcerária apresentar ao episcopado os desafios que permeiam suas atividades. “Nosso principal desafio é ter mais pessoas disponíveis para esse serviço junto aos encarcerados”, afirmou o coordenador da pastoral na Arquidiocese de Goiânia, diácono Ramon Curado, que fez a exposição junto com a irmã Alessandra Santana, da coordenação regional. Os bispos avaliaram, logo depois, que se faz necessário as dioceses darem apoio à pastoral e estarem mais presentes levando o Cristo aos encarcerados.
O bispo auxiliar de Brasília, Dom José Aparecido Gonçalves, apresentou um texto na Reunião do CONSER, acerca do hábito eclesiástico e vestes litúrgicas, no qual pontuou alguns excessos no uso de trajes com forma e cores variadas para o exercício de funções nas celebrações. Amparado pelo Código de Direito Canônico, ele também comentou sobre o número demasiado de pessoas no presbitério durante as celebrações. Dom José ainda fez considerações sobre o uso do termo acólito para os coroinhas. “Precisamos salvaguardar a nobre simplicidade. Tudo que extrapola a simplicidade da nossa liturgia deveria ser revisto de tal modo que no presbitério, o centro da ação litúrgica seja o altar, a mesa do Pão e da Palavra”, disse em entrevista.
A respeito do uso do temo acólito para os coroinhas, ele explicou que trata-se de um desvio, porque acólito é um ministério constituído pela Igreja que não cabe atribuir a um leigo. Os bispos decidiram aprofundar os estudos sobre o tema. Para isso, uma comissão foi constituída por três bispos. Eles irão levar o assunto para discussão com a Pastoral de Liturgia do regional, a Comissão Regional de Presbíteros (CRP), professores de liturgia dos seminários e institutos e em julho do ano que vem irão apresentar uma posição para que o regional possa orientar a respeito. “A sobriedade quanto às vestes litúrgicas ajuda a destacar o que é sagrado”, ponderou Dom João.
Ano Santo da Misericórdia
O Jubileu Extraordinário da Misericórdia foi outro assunto explorado pelos bispos. Na plenária das discussões, cada um apresentou as experiências vividas em cada Igreja particular. Dom João Wilk, presidente em exercício do regional, disse que o Ano Santo foi observado pelos bispos como um importante tempo para a prática atitudes de misericórdia, quanto para a vivência espiritual no campo da devoção. “Muitas obras de misericórdia foram revitalizadas nas dioceses, novas iniciativas surgiram e foi também constatado que foi uma feliz ideia do Santo Padre privilegiar nossas comunidades com a abertura de Portas Santas da Misericórdia, para todos lucrarem indulgências plenárias e, sobretudo, foi um tempo oportuno de catequese sobre o purgatório, o céu, o inferno, o pecado. Os eventos realizados também neste ano foram muito importantes como as 24 horas para o Senhor que encheu nossas paróquias de pessoas em busca do Sacramento da Reconciliação”, disse o bispo de Anápolis.
Além dos temas em pauta, a reunião proporcionou também aos bispos momentos de confraternização, oração e celebração juntos e de troca de experiências sobre a ação pastoral nas diversas Igrejas particulares do regional. Foi também o último encontro deles no ano para a avaliação e planejamento das atividades da Igreja em Goiás e no Distrito Federal.
O CONSER reúne os bispos das 12 dioceses que compõem o Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal). A próxima reunião está marcada para os dias 27 a 30 de março de 2017.
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A reportagem completa sobre o último CONSER de 2016 estará disponível na Revista Uma Voz no Centro-Oeste, edição 2016