A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe iniciou, de fato, a rotina de reflexões a respeito do discipulado missionário proposto para a Igreja na região. Após a abertura na basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, no domingo (21), os participantes presentes na Casa Lago e os conectados de forma virtual deram início à programação de trabalho na segunda-feira, 22.
Boas-vindas
O início das atividades foi marcado por um momento de oração com caráter afro, no qual foi feito um chamado para dispor o coração a discernir em comum nesta Assembleia Eclesial, tomando como referência o texto bíblico que convida a ouvir a Palavra de Deus e a cumpri-la. As saudações do presidente do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), dom Miguel Cabrejos; do presidente da Comissão para a América Latina, cardeal Marc Oullet; e do presidente do Episcopado Mexicano, dom Rogelio Cabrera, deram as boas-vindas aos participantes.
“Esta Assembleia deve estar junto ao povo”, disse Dom Miguel Cabrejos, recordando as palavras do Papa Francisco em 24 de janeiro deste ano, quando a Assembleia foi apresentada. O arcebispo de Trujillo (Peru), lembrou que Aparecida “nos chama a todos a sermos discípulos missionários e a passar de uma ‘pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária'”. Por essa razão, ele pediu que “deveria ser uma escola de sinodalidade”.
O Cardeal Oullet pediu “que o Espírito do Senhor presente em nosso meio nos ajude a discernir juntos como reavivar o espírito missionário que o Papa Francisco nos transmite por seu exemplo e seu magistério”. Para o cardeal canadense, “a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe é uma das muitas maneiras pelas quais a Igreja se reaprende a escutar e discernir”, apelando para uma profunda comunhão eclesial a fim de viver verdadeiramente a missão.
Dom Rogelio Cabrera agradeceu calorosamente que a Assembleia Eclesial esteja sendo realizada aos pés da santa padroeira do continente, definindo os membros da Assembleia como convidados que o México recebe como anjos e emissários de boas novas. O arcebispo de Monterrey insistiu que a presença de cada membro da assembleia é um sinal da união que o México tem com o Papa Francisco.
A centralidade de Cristo e de sua Palavra
A reflexão principal do dia foi dirigida pelo padre Fidel Oñoro, com um caráter bíblico, abordando “A centralidade de Jesus Cristo e sua Palavra em nossa ação pastoral“. Ele afirmou que a Assembleia é fruto da vontade divina, salientando que “o pastor na Bíblia é, antes de tudo, Deus”. O biblista colombiano assinalou que a Escritura “abre janelas de observação e compreensão mais profunda”, o que “nos tira do analfabetismo espiritual”. Por essa razão, ele enfatizou que “somente ouvindo a Palavra podemos perceber o que Deus nos diz e nos pede, podemos descobrir nossa missão e o que somos chamados a fazer”.