Terça, 24 Agosto 2021 11:29

2ª Reunião de Coordenadores de Pastoral do Regional teve reflexão sobre os desafios das Comunidades Eclesiais Missionárias

No sábado, 21 de agosto, aconteceu em modalidade virtual, a 2ª Reunião de Coordenadores diocesanos e regionais de pastoral, coordenadores de movimentos e presidentes de organismos do regional. Participaram do dia de encontro formativo, cerca de 36 pessoas. No período da tarde, o presidente do regional, Dom Waldemar Passini Dalbello, marcou presença.

A reunião foi mediada pelo secretário executivo do regional, padre Eduardo Luiz de Rezende, com assessoria do arcebispo nomeado para a Arquidiocese de Santa Maria (RS) Dom Leomar Antônio Brustolin. Ele aprofundou o tema “Comunidades Eclesiais Missionárias”, eixo principal dos quatro pilares as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023). Dom Leomar juntamente com outros bispos, padres e leigos, integrou a equipe de redação do documento.

Durante a sua fala, o arcebispo afirmou que as comunidades cristãs estão muito vulneráveis em uma sociedade plural e individualista como a nossa. Com a pandemia do novo coronavírus, isso só se agravou. Ao longo de todo o dia de formação, ele apresentou elementos provocativos a respeito dessa reflexão. Conforme Dom Leomar, ainda não é possível falar sobre pastoral pós-pandemia, mas sim em pastoral em pandemia. “Ainda virão novidades bem desafiadoras. Não podemos ser ingênuos de achar que até o Natal estará tudo resolvido”, disse.

Dom Leomar citou o Concílio Vaticano II dizendo que esse histórico acontecimento da Igreja privilegiou a Igreja particular, integrado pelos documentos conciliares Lumen Gentium e Gaudim et spes. “Esses documentos refletem a visão da Igreja sobre si mesma e sua relação com o mundo”, afirmou o bispo. Sobre a dimensão missionária da Igreja, Dom Leomar disse que não há discipulado sem missão. “Estamos fazendo muita pastoral sem ser cristão, sem perceber o discipulado que está sendo dado como pressuposto. Não há discipulado sem missão. O problema é quando a gente não atenta sobre a Igreja somos”, declarou.

É importante e indispensável a percepção de que estamos há quase dois anos sem estar presencialmente nas comunidades, segundo Dom Leomar. E isso é preocupante porque o cotidiano da vida se faz na paróquia onde se acolhe as diferenças humanas. “Precisamos prestar atenção para não dar respostas velhas para perguntas novas. A crise vocacional que assistimos não vem da pandemia, ela é anterior, mas é também resultado das mudanças em que as pessoas se encontram na situação atual e precisam de um olhar da fé”.
Desafios

Temos, na atualidade, conforme Dom Leomar, uma série de desafios pastorais. O bispo citou como exemplo a pluralidade dos contextos, a cultura do individualismo e do descarte e do secularismo acentuado, que vai tornando a religião quase que um elemento privatizado, onde se multiplica a religiosidade individual e se esquece do compromisso comunitário e social. É necessário fortalecer a comunidade numa sociedade em rápida mudança que gera comportamentos novos. O assessor disse ser importante distinguir as realidades em que a Igreja está inserida. “Diante da complexidade e pluralidade dos contextos atuais é muito importante ter consciência de que por mais semelhante que seja a realidade do Regional pode ser que o que sirva para a Arquidiocese de Brasília não sirva para a Diocese de Jataí”. É desafiante ainda a revitalização do conceito de paróquia e o sentido de pertença; atrair os afastados; atender de forma personalizada; trabalhar arduamente pela integração das pastorais e movimentos em torno de um único fim que é a salvação de todos. “Precisamos permanecer fiéis aos ensinamentos dos apóstolos que está no livro de Atos (2,42-47). Isto é, ter consciência de que a fé nasce pela escuta. Sem escuta atenta da palavra não existe comunidade missionária. Precisa haver algo comum que é também esse jeito de pensar a partir do que os apóstolos ensinaram pela comunhão de vida e do partilhar a mesa; da oração e da fração do pão que é uma das primeiras designações da eucaristia, pois é ela que dá o tom da convivência, que distingue a comunidade de grupos humanos reunidos. Pela eucaristia sabemos que o Pai enviou Jesus para unir a todos e salvar vidas do vazio, do pecado, da morte”, completou.

Após a formação com Dom Leomar, o presidente do Regional Centro-Oeste, Dom Waldemar Passini agradeceu a participação e sabedoria do arcebispo de Santa Maria, que foi compartilhada com os coordenadores de pastorais das dioceses e do nosso regional pedindo que as lideranças guardem e coloquem em prática os ensinamentos e as reflexões que foram partilhadas.

A reunião encerrou com as informações e encaminhamentos para a Avalição Regional do ano de 2021. As orientações foram feitas pelo irmão Diego Joaquim, que é membro da Comissão Pastoral de Avaliação do Regional. Após a fala do Irmão Diego, os participantes manifestaram a intenção de realizar a avaliação deste ano na modalidade presencial, que acontecerá nos dias 29 a 30 de outubro, na Cidade da Comunhão (CPDF) em Goiânia. O tema da reflexão será “A fé cristã em tempo de pandemia”, com a assessoria do secretário geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado.

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