“A coleta em favor da Terra Santa é um pequeno gesto de solidariedade para o qual toda a Igreja é chamada a participar”, afirmou o custódio da Terra Santa, frei Francesco Patton, em vídeo divulgado para informar a data da coleta tradicionalmente realizada na Sexta-feira Santa. Neste ano, por conta da pandemia do novo coronavírus, o Papa Francisco aprovou a realização no próximo domingo, dia 13 de setembro, na véspera da Festa da Exaltação da Santa Cruz.
O frade Francesco Patton explica que a data foi escolhida “porque é o domingo mais próximo da festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos aqui em Jerusalém com particular solenidade, para recordar até que ponto chegou o amor do Filho de Deus por nós: a ponto de dar a vida na Cruz, pela nossa salvação, para nos reconciliar com o Pai e entre nós, fazer uma nova humanidade fundamentada na solidariedade e no amor”.
Também foi divulgado pela Custódia da Terra Santa um vídeo com o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, falando sobre a coleta. Ele explicou sobre a escolha da data próxima à Exaltação da Santa Cruz: “porque nos remetia, obviamente, não à Sexta-Feira Santa – que seria o dia em que se costuma fazer a coleta – mas à cruz de Cristo, à sua exaltação, ao descobrimento das relíquias da cruz de Cristo”.
Lugares Santos e obras de caridade
A coleta é destinada à manutenção e ajuda à Igreja presente na Terra Santa, berço do Cristianismo. No vídeo do frei Patton, são ilustradas as várias formas que a Coleta costuma assumir, uma vez que as ofertas das paróquias e dioceses de todo o mundo chegam à Custódia.
“Graças à generosa contribuição dos cristãos de todo o mundo, conseguimos continuar cuidando e mantendo os lugares santos do cristianismo, como o Santo Sepulcro, a Basílica da Natividade, até os santuários menos notados; podemos sustentar a ação pastoral das paróquias a nós confiadas; podemos garantir instrução e educação de qualidade a mais de 10 mil estudantes que frequentam as nossas escolas; podemos ajudar as jovens famílias a encontrar um lar; podemos amparar os trabalhadores migrantes cristãos, fazendo-os sentir-se acolhidos mesmo que longe da própria pátria; podemos nos colocar ao lado das pessoas atingidas pela guerra na Síria e ao lado dos refugiados ainda espalhados nos mais diversos países em que nos encontramos vivendo a nossa missão“, enumera o custódio da Terra Santa.
A Custódia da Terra Santa está confiada à Ordem dos Frades Menores há 800 anos, fato destacado pelo cardeal Sandri, que convidou a um gesto de gratidão: “Os franciscanos da Custódia da Terra Santa são aqueles que cuidam dos lugares onde Jesus pôs os seus pés e as suas mãos. Todos devemos agradecê-los porque eles não estão apenas ali, mas são missionários para com todos nós que chegamos aos Lugares Santos e recebemos a acolhida dos franciscanos, deles recebemos a palavra que explica o mistério de Jesus no lugar concreto onde Ele viveu, onde Ele esteve”.
Solidariedade
Diante do desafio da pandemia e das consequências que surgem agora e no horizonte, a solidariedade apresenta-se como caminho.
“Não sairemos deste terrível flagelo a não ser com a solidariedade. Por isso é importante a generosidade dos pobres, dos humildes, dos ricos … de todos, que dão o que podem pela sobrevivência dos Lugares Santos de Jesus e, portanto, pela presença viva de Jesus que todos podem experimentar com a peregrinação física na Terra Santa que hoje, devido a estas circunstâncias, se transforma em peregrinação da oração, do espírito, da invocação e da generosidade para contribuir com a manutenção de todos os Lugares Santos e de todas as necessidades dos nossos confrades na terra de Jesus“, afirmou o cardeal Leonardo Sandri.
Fonte: CNBB Nacional