Segunda, 10 Abril 2017 18:21

Tríduo Pascal

A Igreja, a cada ano, nos faz acompanhar o mistério de Cristo, o Deus Conosco que é o esperado das nações; o Deus que vem; Aquele que anuncia o Reino e, por meio dos diferentes sinais, o confirma como presente entre nós; Aquele que enfrenta a hostilidade de quem não o aceita; Aquele que enfrenta a Morte e ressuscita; Aquele que envia seu Espírito para levar ao pleno cumprimento o mistério da vida plena. Sem dúvida nenhuma, o mistério pascal é o ponto mais alto, a fonte e a plenitude de tudo.

A Igreja como mestra sábia, por meio do Tríduo Pascal, como num filme, focaliza e celebra cada momento marcante daquele que se tornou para todos, Vida Plena.
O Tríduo inicia com a celebração da Santa Ceia, que torna presente a Eucaristia, fazendo memória do Senhor até que ele volte. É uma celebração solene, contextualizada num clima de despedida, num contexto de doação e de serviço, simbolizado pelo Lava-pés. É a celebração que também lembra a instituição do sacerdócio, isto é, do ministério de quem está principalmente ligado à Eucaristia.

Na noite da despedida a Igreja prolonga, de forma solene, sua ação de graças e adoração para quem nos amou até o fim, permanecendo em oração até a meia noite.

O segundo grande momento do Tríduo Pascal é a celebração da Paixão e morte de Cristo. Naquele dia a Igreja não celebra a Eucaristia, mas se alimenta com a escuta da palavra, sobretudo da narração da paixão segundo João, a mais rica de detalhes pascais. Reza pelas necessidades da Igreja e do mundo. Neste ano, nossas Igrejas do Regional Centro-Oeste fazem uma oração especial pelo Brasil que passa por inúmeras dificuldades; se prostra em adoração diante do Crucificado e se alimenta do Corpo de quem se entregou por nós.

O Sábado Santo é um dia sem celebração: é o dia do silêncio, da espera, da meditação profunda sobre o que foi celebrado na Quinta e na Sexta-feira Santa. Enfim, o grande momento do Tríduo Pascal é a Vigília, rica de símbolos, gestos, leituras da Palavra que relembram as grandes maravilhas de Deus na história; é a noite do novo nascimento pela celebração do Sacramento do Batismo, a Páscoa personalizada por cada um; é a noite da renovação do compromisso de seguir Cristo, Luz que ilumina e conduz todo ser humano.

Nada de difícil e de não conhecido celebraremos durante o Tríduo Pascal, mas simplesmente o itinerário do Mestre que, esvaziando-se a si mesmo, se deu para que tivéssemos vida. É o momento para revigorar a fé pessoal em Cristo Jesus. É o momento para nos sentir o novo povo de Deus reunido pelo sangue do Cordeiro. É o momento de tornar a “alegria da pertença” plena porque “Deus amou tanto o mundo que deu o seu filho único”.

Se a luz do ressuscitado de fato destruirá e apagará a escuridão que ainda nos envolve, a Páscoa será vida nova e os votos que trocamos terão seu sentido profundo.

Dom Carmelo Scampa
Bispo diocesano de São Luís de Montes Belos

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