“Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas. Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. A Mulher fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta dias. O dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino. Mas à Mulher foram dadas duas asas de grande águia, a fim de voar para o deserto, para o lugar de seu retiro, onde é alimentada por um tempo, dois tempos e a metade de um tempo, fora do alcance da cabeça da serpente. A serpente vomitou contra a mulher um rio de água, para fazê-la submergir. A terra, porém, acudiu à Mulher, abrindo a boca para engolir o rio que o dragão vomitara. Este, então, se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra contra toda a sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus. E ele se estabeleceu na praia.”
Apocalipse 12, 1-6; 13-18
Tal como está narrado neste trecho do livro do Apocalipse de São João, podemos identificar em nossos dias a atuação de Maria a favor dos filhos de Deus. Ela tem grande atuação a favor daqueles que nasceram das águas do batismo. Assim como Jesus depois de nascer de Maria careceu dos cuidados da mãe e de José, pois tão logo nascera, o dragão procurava devorá-lo. Para que Jesus Cristo pudesse realizar sua missão, era necessário que, como homem desviasse de todos os ataques do inimigo que não queria que sua missão se cumprisse.
A Igreja tem a mesma missão que Maria: conceber, gestar e cuidar para que Cristo nasça, cresça e se defenda do inimigo que não quer que a obra de Deus se realize. A fé nasce do anúncio do evangelho. Concebe quem o acolhe “Fiat” Sim; O nascituro é alimentado, educado e cuidado pela mãe Igreja. Não obstante nos encontremos no mundo, expostos ao ataque do inimigo, contamos sempre com os cuidados maternos da Igreja. Não nos iludamos de que as coisas possam ser fáceis, porém sendo vigilantes e astutos poderemos a cada dia experimentarmos a vitória pascal.
Pela evangelização, Jesus Cristo vai sendo formado e desenvolvido em nós, mas nós nos deparamos com a nossa concupiscência (Inclinação natural para o mal), e as solicitações do mundo, juntamente com as mensagens contrárias ao evangelho advindas do inimigo, nós travamos a mesma batalha da Mulher (Maria) e o dragão (Demônio).
A nossa fé deve ser esclarecida, por isso o Documento de Aparecida e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, nos encorajam a percorrermos um itinerário válido de iniciação cristã.
Inspirado no RICA (Ritual da Iniciação Cristã de Adultos), que nos ajude à amadurecermos à nossa fé e sermos cristãos mais sólidos, resistentes aos riscos deste mundo plural, secularizado, materialista com tendência a um indiferentismo religioso. Para tanto, contamos com o exemplo e a proteção materna de Maria. Com ela e na Igreja, haveremos de atingir a vitória de seu filho Jesus e a que se deu na vida dela, a primeira salva.
Ó Maria concebida e sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.
Dom José Ronaldo Ribeiro
Bispo Diocesano de Formosa-GO