João viu a muitos e depois viu uma multidão de Santos. Ela lhe foi revelado pelo próprio Senhor. Uma multidão é marcada por uma afinidade. Pode ser de elementos distintos ou iguais, e se define também pela orientação do movimento.
O sentido e a direção só podem ser dados por aquele que é o autor da santidade. O Santo por excelência, e de cuja santidade recebemos a nossa.
Na origem da santidade uma escolha. Um convencimento radicado na quotidianidade da vida que não pede nada de extraordinário. Mateus (5,1-12) elenca 9 Bem-aventuranças para iluminar este caminho. Nelas Encontramos os passos fundamentais e o aguilhão para a fé e a vida. Do amor a Deus e ao próximo, explicados com termos tão humanos que nos deixam aflitos.
A facilidade com a qual o Senhor propõe a santidade começa pelo pobre de espírito. Aquela pobreza profunda que não sente nenhuma carência, mas entende a provisoriedade de tudo que não é santidade, de tudo que não é Reino dos Céus nem Deus. A precariedade que produz esse tipo de aflição e desconsolo é consolada.
A mansidão é a terceira virtude. Ela possuirá a terra! Possuirá porque não a quer para si. Não a enfrenta nem a combate. Desliza em suas curvas sem perder ocasião de aprimorá-la. Os mansos estão juntos com os que promovem a paz. Pacificam por dentro e por fora e se elevam elevando os outros.
A justiça está no meio! Faz a passagem para visão mais espiritual das bem-aventuranças. Ela é dada e é exigida, pois “com a mesma medida que medirdes sereis médios”.
Os misericordiosos, os puros de coração e os perseguidos por causa do amor são os preferidos de Deus. Porque eles alcançarão misericórdia, verão a Deus e herdarão o Reino dos Céus.
É tudo isso e ainda mais. Todos esses sentimentos devem ser vividos com alegria e confiança. Porque quem se alegrar por ter feito essas escolhas ao longo da vida, inclusive com as dificuldades que delas decorrem, receberá uma recompensa nos céus. Será Santo!
Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)