Queridos irmãos e irmãs,
Como falar de esperança em um momento de crise e incerteza pela pandemia do novo coronavírus? A crise gerada por essa pandemia tem praticamente três dimensões: a saúde, porque há a preocupação de que as instalações hospitalares não sejam capazes de lidar com uma onda repentina de pessoas doentes; a crise econômica, decorrente do bloqueio ou a diminuição do ritmo do mercado global; e uma crise cultural porque, para a sociedade acostumada à diversão permanente e ao barulho constante, quarentena e silêncio representam uma ameaça a um estilo de vida dedicado à distração e em que as escolhas pessoais prevalecem.
O que a Igreja pode fazer diante dessa situação? Antes de tudo, devemos cuidar das necessidades físicas e da saúde daqueles que estão em maior perigo, deixando de lado o egoísmo e agindo com generosidade, sempre em conformidade com as regras sanitárias fornecidas pelas autoridades competentes, para evitar a propagação de infecções.
Em segundo lugar, é preciso ser criativo para poder afastar o medo que ameaça muitas pessoas. As comunidades podem se apoiar mutuamente e as palavras certas podem fazer a diferença. Nós, discípulos de Jesus, sabemos que os tempos difíceis são um chamado à oração e à penitência.
Quem conhece a Jesus Cristo e nele acredita sabe que o mal nunca poderá vencer. Portanto, nunca podemos duvidar do poder da oração para combater o mal em todas as suas formas. Nesse sentido, a exortação que faço é para fortalecer a oração em família, ajudando também as crianças a melhor conhecer Jesus e a confiar nele e na sua obra de salvação. Central também é o convite para manter as Igrejas abertas para oração individual e usar a tecnologia para se conectar e oferecer aos fiéis o apoio de que precisam.
Uma crise pode ser assustadora, mas pode abrir oportunidades. Portanto, este é o momento de se perguntar: por que Deus permitiu essa pandemia? Mas também é o momento de nos perguntarmos: onde podemos descobrir novas maneiras de conhecê-lo e enfrentar juntos as dificuldades? Deus, de fato, está em nossas cruzes e a sua graça está em ação, mesmo quando muitos pensam que foram abandonados, porque o Jesus do calvário é verdadeiramente o salvador do mundo.
Coragem. Sigamos em frente, porque o Senhor Jesus está à nossa frente e conosco.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia