Com essas palavras a Igreja começa um antigo hino com o qual invoca o Espírito Santo como criador, pois, por Ele que, no início, pairava sobre as águas, e pela Sua Palavra, Deus criou tudo (cf. Gn 1,1-31). Nesse mesmo hino, a Igreja chama o Espírito de “dedo da [mão] direita de Deus”, baseando-se na leitura paralela de dois textos dos Evangelhos – Mt 12,28 e Lc 11,20.
Essa expressão mostra que Deus age na Igreja e, por Cristo e no Espírito Santo, a santifica e a move. Como escrevi na minha Carta Pastoral: “O Espírito Santo dá vida à Igreja, atua em todos os batizados e no conjunto do corpo eclesial. É Ele quem faz da Igreja “templo do Deus vivo” (2Cor 6,16). O Espírito, presente em cada cristão desde o dia do Batismo, recebido de um modo novo no sacramento da Crisma e atuando em cada um dos sacramentos, é o dinamizador da vida e da santidade da Igreja (O Espírito Santo, a Igreja e a Liturgia, 38).
Estando presente na criação, o Espírito também está presente na recriação da humanidade, aquela iniciada com a Páscoa Redentora de Cristo. Cada homem, portanto, é renovado pelo Espírito Santo no seu batismo, pois, por Ele, é configurado a Cristo e inserido no Seu Corpo Místico, que é a Igreja. Ao longo de sua vida, celebrando os demais sacramentos, o fiel batizado cresce, por Cristo e no Espírito, na graça do Senhor e deve ser testemunha da obra salvadora.
Na Solenidade de Pentecostes, que hoje celebramos, devemos tomar consciência de que somos templos do Espírito Santo. Devemos, portanto, invocar constantemente o Espírito Santo para que, dentro de nós, Ele possa nos santificar, nos conduzir nos caminhos do Senhor e nos encorajar e sustentar na missão que cada um recebeu pelo batismo e por sua vocação específica. Repitamos sempre: Vinde, Espírito Criador!
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia