Tu és Pedro, e eu te darei as chaves do Reino dos céus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-20
Novo presidente da Comissão Nacional de Presbíteros é da Diocese de Uruaçu
Nos dias 9 a 14 de maio, aconteceu em Aparecida (SP) o 18º Encontro Nacional de Presbíteros, que teve como tema “Presbítero, comunhão e missão, e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). O evento contou com a participação de mais de 532 sacerdotes de todos os regionais do país. O Regional Centro-Oeste (estado de Goiás e Distrito Federal) participou com todas as 12 dioceses presentes, menos o Ordinariado Militar do Brasil, totalizando 28 padres.
O encontro contou ainda com a presença de 11 bispos e 15 convidados representantes de 274 dioceses do Brasil. Participou ainda o núncio apostólico no Brasil, Dom Giambatista Diquattro. Assessorou o evento, o padre Dr. Rosimar José de Lima Dias e Dom Joel Portella, que é secretário geral da CNBB. Em uma de suas falas, durante o 18º ENP, Dom Joel disse que “os presbíteros estão refletindo sobre o atual momento da sua história, da sua vida, um momento marcado por incertezas, por perplexidades tanto pastorais quanto pessoais”.
Para o padre José Adelson da Silva Rodrigues, até então presidente nacional da Comissão Nacional de Presbíteros, o encontro foi “um momento de graça, já que é o primeiro a acontecer depois de dois anos de pandemia, que ele lembrou como tempo de angústia, sofrimento, mas também de espera, de esperança, de confiança e de gratidão por estarmos aqui reunidos com mais de 500 presbíteros e vários bispos dos diversos regionais. Com relação ao tema e ao lema do evento, ele destacou que “vai nos dar essa esperança de que sairemos daqui muito mais animados, mais fortalecidos, encorajados, para continuarmos a missão”.
O 18º ENP também foi eletivo. Padre André Luís do Vale, do Clero da Diocese de Uruaçu, e coordenador da Comissão de Presbíteros do Regional Centro-Oeste, foi eleito o novo presidente. Padre Fausto Marinho de Carvalho Filho, da Arquidiocese de São Paulo, foi eleito vice-presidente. Além deles, a nova presidência conta com mais sete membros.
Entrevistado, padre André disse acolher com alegria a sua eleição e falou dos objetivos pretendidos para a Comissão Nacional de Presbíteros nos próximos quatro anos. “É uma missão grande, de muita responsabilidade, mas ao mesmo tempo acolhi com muita alegria e sempre apresentei a Deus e pedi a Nossa Senhora que pudesse interceder por essa missão, e se fosse da vontade de Deus eu ser eleito, o que eu puder contribuir para os presbíteros, com certeza irei fazê-lo com muita alegria, amor e entusiasmo ao cuidado com os cuidadores. Temos o objetivo de fortalecer ainda mais a Pastoral Presbiteral fazendo ainda mais, como já, é um espaço de comunhão do presbítero com Deus, de comunhão do presbítero com os bispos, de comunhão dos presbíteros entre si, trabalhando muito bem a dinâmica da comunhão e o cuidado com os cuidadores. Viemos de um período difícil em que a humanidade passa por muitos desafios e com o sacerdote não é diferente então que possamos ser instrumentos de Deus também para ajudar os presbíteros a cuidar melhor do povo de Deus”, declarou.
Carta final do 18º ENP
Na Carta emitida no final do encontro, os presbíteros falaram sobre a crise causada pela pandemia do coronavírus, que afeta os âmbitos “da política, economia, meios de comunicação, vida social, moral e ética”. O documento também lembra todos aqueles que morreram em decorrência da doença. Outro ponto da Carta é o processo do Sínodo dos Bispos, sobre o qual os presbíteros reafirmam fidelidade ao Magistério da Igreja na pessoa do papa Francisco. Em comunhão também com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) os sacerdotes reunidos fizeram agradecimentos. “Alegrou-nos muito, em nosso 18º ENP, a visita e mensagem de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB; de Dom Jaime Spengler, 1º vice-presidente da CNBB; do Núncio Apostólico no Brasil Dom Giambattista Diquattro, e dos Cardeais Dom Hector Miguel Cabrejos Vidarte O.F.M., presidente do CELAM; e de Dom Odilo Pedro Scherer, 1º vice-presidente do CELAM; no mês no qual celebramos 15 anos da Conferência de Aparecida, realizada de 13 a 31 de maio de 2007”.
A Carta reflete também sobre o mundo secular e suas crises de mediações que propiciam o fundamentalismo, o relativismo e a indiferença. Diante de tudo isso, conforme o documento, os presbíteros são impelidos a agir com “coragem para abandonar as estruturas ultrapassadas que já não favoreçam mais a transmissão da fé (DAp, n. 365). Os presbíteros no Brasil ouvem a voz de Jesus como chamado-missão dirigido a todos eles: ‘Como o Pai me enviou, também eu vos envio’” (Jo 20,22).
Um conjunto de organismos da Igreja no Brasil, entre os quais as Comissões Episcopais Pastorais para o Laicato e para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançaram o caderno “Encantar a Política”.
O projeto retoma questões centrais das encíclicas do Papa Francisco – Laudato Sí, Fratelli Tutti e da exortação pós-sinodal Evangelii Gaudium, que tratam, entre outros temas, da alegria do Evangelho, do cuidado com a casa comum (meio ambiente) e abordam a Política como decorrência ética do mandamento do amor.
A publicação está organizada em cinco capítulos: a) A universalidade do Amor Cristão; b) A amizade social e a ética na política; c) As grandes causas do Evangelho; d) Cuidar da Casa Comum; e d) 2022 – Eleições e Democracia.
Cidadania eclesial e civil
Na apresentação da publicação, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, afirma que a publicação é fruto de uma oferta que marca o sentido do protagonismo dos cristãos leigos e leigas, pela propriedade de sua cidadania eclesial, qualificando e contribuindo com a sua cidadania civil.
Trata-se, segundo o presidente da CNBB, de mais uma possibilidade formativa enquanto contribuição importante no âmbito da educação política cidadã, pela verdade na política, reunindo densas lições de nosso amado Papa Francisco, para inspirar estudos, reflexões e atitudes que tenham no horizonte este propósito: ajudar cada pessoa a se reconhecer importante, essencial, na edificação de um mundo com as feições do Reino de Deus, todos à procura dele em plenitude.
O presidente da CNBB defende que “nenhum cristão pode permanecer alheio à tarefa de contribuir para que a sociedade se torne mais justa, solidária e fraterna: é compromisso de fé dedicar atenção à política, buscando resgatar a sua nobre vocação – singular expressão da caridade”.
A quem se destina
O caderno “Encantar a Política” é fruto do trabalho de uma rede de organizações, serviços, pastorais sociais e organismos da Igreja, Rede Brasileira de Fé e Política, e quer abrir os horizontes da Boa Política para mais gente da Igreja.
É voltado especialmente a pessoas atuantes nas comunidades e paróquias, como animadoras e animadores de celebrações, catequistas, ministras e ministros da Palavra, participantes de grupos e movimentos, e agentes de pastoral em geral.
Baixe o seu exemplar aqui: Caderno Encantar a Política
Fonte: CNBB Nacional
Nos dias 14 e 15 de maio, a Coordenadora da Pastoral Bíblico-Catequética do Regional Centro-Oeste, Anamar Arrais, esteve presente na Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Ceilândia (DF) assessorando uma formação com os catequistas da paróquia, com o tema: “Iniciação à Vida Cristã e o Querigma - a partilha de experiências e conhecimentos que anima a catequese”. Foi um momento de aprendizagem, encontro, troca de experiências em sintonia a missão dos catequistas. "Os catequistas são chamados anunciar a Palavra de Deus e sempre a testemunhar com coragem e com criatividade guiados com a força do Espírito Santo". (Papa Francisco).
A Pastoral Vocacional do Regional Centro-Oeste realizou no último sábado, dia 7 de maio, uma formação geral, iniciando a preparação para o 3º Ano Vocacional do Brasil. O encontro foi realizado no Convento Mãe Dolorosa, em Goiânia, e contou com a participação de presbíteros, religiosos, religiosas, seminaristas, membros de institutos seculares e de novas comunidades, leigos e leigas de 10 dioceses do regional (Brasília, Goiânia, Anápolis, Luziânia, Formosa, Uruaçu, São Luís de Montes Belos, Rubiataba-Mozarlândia, Jataí e Ipameri).
A formação teve a assessoria do padre Paulo Henrique Almeida, coordenador da PV/SAV no regional. O bispo referencial da Pastoral Vocacional, Dom Agamenilton Damascena não pode estar presente, mas encaminhou mensagem, lida aos participantes. O encontro foi aberto com a oração das Laudes e uma Lectio Divina do Evangelho da aparição do Ressuscitado aos discípulos de Emaús, conduzida pela irmã Lucilda Cantuária. Em seguida, o padre Paulo Henrique fez a acolhida e iniciou a exposição das temáticas.
A primeira conferência foi sobre a vocação do animador vocacional. Citando os documentos conclusivos do Sínodo da Juventude e do 4º Congresso Vocacional do Brasil, o sacerdote ressaltou que “Deus nos pede uma Pastoral Vocacional querigmática, ousada, que se articule a partir da pedagogia do processo, em uma gradualidade progressiva, com metas, etapas, passos e itinerários. Deus nos pede que não nos deixemos levar pela tentação da busca por receitas prontas ou do trabalho isolado. Deus nos pede oração pelas vocações, atenção pela sua Palavra, pede que sejamos autênticos animadores vocacionais e proporcionemos mais acompanhamento espiritual”.
O assessor ainda destacou, a partir das indicações do padre Cencini, as características fundamentais de um animador vocacional: educador, formador, corajoso, propositivo, coerente, essencial, alegre e digno de crédito. “O animador vocacional deve ser alguém apaixonado por Jesus Cristo, que se entrega, que se reconhece chamado; e agora, passa da fase da recepção para a oferta da vida e da fé”.
Na segunda conferência, padre Paulo Henrique abordou as questões mais próprias do 3º Ano Vocacional, que se iniciará no dia 20 de novembro, Dia Nacional do Laicato, Domingo de Cristo Rei. O tema será “Vocação: graça e missão”, inspirado no número 78 do documento conclusivo do Sínodo: “A vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade”. Já o lema “Corações ardentes, pés a caminho” recorda os discípulos de Emaús (Lc 24, 32-33). O coração que arde ao escutar a Palavra do Ressuscitado e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com o Cristo.
O objetivo geral deste Ano, que pretende ser um grande dom para toda a Igreja no Brasil, é “promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus”, afirmou o padre. São sete objetivos específicos, que ainda virão explicitados no Texto-Base, que será lançado nos próximos dias. Os participantes do encontro participaram da Santa Missa, e também partilharam sobre quais ações poderiam ser feitas no regional, nas dioceses e nas paróquias, a fim de viver e celebrar bem o Ano Vocacional.
A Pastoral da Comunicação Diocesana de Anápolis, realizará uma manhã de espiritualidade com os agentes de toda a diocese, no dia 28 de maio, com o intuito de celebrar 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS), que tem como tema: “Escutar com o ouvido do coração”.
O evento acontecerá no Auditório São João Paulo II – Cúria Diocesana, Rua Engenheiro Portela Qd. 01, Lt 01 – Vila Nossa Senhora D’Abadia, às 8h. A manhã de espiritualidade é voltada para todos os comunicadores e agentes da Pascom paroquiais da diocese, inclusive as paróquias que ainda não tem implantada a pastoral.
Durante o encontro, Dom Dilmo Franco, bispo auxiliar da Diocese de Anápolis, fará uma reflexão da mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais.
Fonte: Setor de Comunicação/Diocese de Anápolis
No terceiro domingo de maio (15), a Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a Vigília Pelos Mortos de Aids, em todas as regiões do país, trazendo a lembrança dos mortos por causa desta doença e sensibilizando as comunidades para a realidade da Aids, que ainda continua a provocar novas mortes. No sábado, 14 de maio, às 17h30, será celebrada a Missa pelos Mortos de Aids, no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade. A celebração será presidida pelo bispo de Nova Friburgo (RJ) e referencial da Pastoral da AIDS, Dom Luiz Ricci.
A Vigília pelos mortos de Aids é um movimento internacional que iniciou em maio 1983. Um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que haviam morrido por causa do HIV, organizou, em Nova Iorque, a Primeira Vigília Pelos Mortos da Aids. Este ano a vigília retoma o tema “Tantas vidas não podem se perder”, expressão que nos coloca em comunhão com as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, e nos alerta a sermos vigilantes no cuidado com a vida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que desde o início da epidemia, em 1980, até os dias atuais, mais de 38 milhões de pessoas morreram de Aids em todo o mundo, dessas mais de 680 mil somente no ano de 2020. E continuam a morrer. Uma análise do UNAIDS revelou que os lockdowns e outras restrições impostas pela Covid-19 interromperam os novos testes de HIV e, em muitos países, levaram a quedas acentuadas nos diagnósticos e encaminhamentos para o tratamento do HIV, dificultando o diagnóstico precoce e consequentemente o início do tratamento. Sem contar os impactos potenciais que a pandemia de Covid-19 poderá ter sobre o fornecimento de medicamentos antirretrovirais para tratar o HIV. Segundo o Boletim Epidemiológico (BRASIL, 2021), desde o início da epidemia de Aids no Brasil (1980) até 31 de dezembro de 2020, foram notificados 360.323 óbitos tendo o HIV/Aids como causa básica.
A 39ª Vigília pelos Mortos de Aids da Pastoral da Aids, neste ano de 2022, conclama a todos a promover a vida através da corresponsabilidade humana para diminuir as fragilidades e vulnerabilidades, promovendo um espírito fraterno e solidário no cuidado com o próximo.
Neste dia queremos reforçar nosso chamado, enquanto Igreja em saída, que convida à oração e recordação dos que partiram, mas ao mesmo tempo promove uma ação coletiva da cultura do encontro com os mais fragilizados, sendo testemunhas proféticas, em vista de uma sociedade mais humana, fraterna e solidária. Lembramos, ao mesmo tempo, que a morte não é a última palavra sobre o humano. Cristo ressuscitou para que transformemos os sinais de morte em sinais de vida.
“Eu vim para que todos tenham vida e a que a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Nos dias 30 de abril e 1º de maio, todo estado de Goiás se reuniu para uma grande onda de evangelização. As dioceses de todo o estado se mobilizaram nesta “onda de evangelização porta a porta”. Aprofundar a experiência com o amor de Deus e anunciar a Palavra do Senhor é a missão de toda a Igreja, bem como a da Renovação Carismática Católica (RCC) - Movimento Eclesial da Igreja Católica. Encher a terra com a Boa Nova, tornando Deus conhecido e amado!
“Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de ‘saída’, que Deus quer provocar nos crentes. (...) Naquele ‘ide’ de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova ‘saída’ missionária. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho.” (Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, 20)
Neste dinamismo de saída, foi que todo o Movimento Eclesial da RCC, no Brasil e em nosso estado, se lançou nas ruas, nas periferias, nas praças, onde o Senhor convocou para que o amor de Deus fosse proclamado com alegria e amor fraternal.
Testemunhos ficarão registrados na história:
“Vivemos uma experiência maravilhosa de Missão porta-a-porta. Momento forte onde fomos para evangelizar e fomos evangelizados! Quando saímos para levar Jesus nos enchemos da Presença Dele. Ouvimos a seguinte frase. "Esta Palavra foi um presente de Deus". E, nos sentimos presenteados por Deus! Louvado seja Deus por nos dar esta graça!”, relatou Lucivaldo Pereira, presidente do conselho da RCC da Diocese de Uruaçu.
Para que esta onda de evangelização ocorresse, foi necessário que todo o Conselho Estadual elaborasse um planejamento missionário, seguido por vários dias de oração e formação on-line, o que preparou cada missionário para que a missão se concretizasse em unidade e com a devida orientação de cada bispo!
Deus abençoe o Sim de cada missionário!
Fonte: RCC Goiás
Nos próximos dias 20 a 22 de maio, será realizada no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF) em Goiânia, a VI Turma do I Módulo (Pré-Catecumenato) do Itinerário Catequético do Regional Centro-Oeste da CNBB.
Investimento: R$ 280,00 por módulo (alimentação + hospedagem)
Foi encerrada nesta sexta-feira, 29 de abril, a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em modalidade virtual. O evento, que começou na segunda-feira, 25, teve como tema central “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, o mesmo da 16ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocado pelo papa Francisco.
Como acontece tradicionalmente, ao fim da Assembleia, o episcopado brasileiro divulgou a Mensagem ao Povo Brasileiro, cujo conteúdo está imbuído de “fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil”. Os bispos enfatizam no texto a solidariedade do povo brasileiro no tempo de pandemia, que fez a diferença, sobretudo na vida das famílias mais pobres em todo o país. “A partilha de alimentos, bens e espaços, a assistência a pessoas solitárias e a dedicação incansável dos profissionais de saúde são apenas alguns exemplos de incontáveis ações solidárias”.
Os bispos lembram as 660 mil vidas perdidas durante a pandemia, dor que a Igreja vive junto com as famílias por meio da solidariedade e das preces. Neste período, que ainda não acabou, a CNBB também valoriza o trabalho de tantos profissionais que dedicam suas vidas pelo próximo, como os educadores, as famílias e todas as pessoas de boa vontade. A educação, de acordo com a Mensagem, é também uma luta da Campanha da Fraternidade deste ano.
Ainda com relação à conjuntura nacional, os bispos são incisivos: “o quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem”. Isso falando do básico para qualquer civilização: “A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum”.
Leia abaixo, a íntegra da Mensagem
P – Nº. 0099/22
MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO
59ª. Assembleia Geral da CNBB
“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).
Guiados pelo Espírito Santo e impulsionados pela Ressurreição do Senhor, unidos ao Papa Francisco, nós, bispos católicos, em comunhão e unidade, reunidos para a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de modo on-line e com a representação de diversos organismos eclesiais, dirigimos ao povo brasileiro uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil.
Enche o nosso coração de alegria perceber a explosão de solidariedade, que tem marcado todo o País na luta pela superação do flagelo sanitário e social da COVID-19. A partilha de alimentos, bens e espaços, a assistência a pessoas solitárias e a dedicação incansável dos profissionais de saúde são apenas alguns exemplos de incontáveis ações solidárias. Gestores de saúde e agentes públicos, diante de um cenário de medo e insegurança, foram incansáveis e resilientes. O Sistema Único de Saúde-SUS mostrou sua fundamental importância e eficácia para a proteção social dos brasileiros. A consciência lúcida da necessidade dos cuidados sanitários e da vacinação em massa venceu a negação de soluções apresentadas pela ciência. Contudo, não nos esquecemos da morte de mais de 660.000 pessoas e nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, trazendo ambas em nossas preces.
Agradecemos ainda, de modo particular às famílias e outros agentes educativos, que não se descuidaram da educação das crianças, adolescentes, jovens e adultos, apesar de todas as dificuldades. Com certeza, a pandemia teria consequências ainda mais devastadoras, se não fosse a atuação das famílias, educadores e pessoas de boa vontade, espírito solidário e abnegado. A Campanha da Fraternidade 2022 nos interpela a continuar a luta pela educação integral, inclusiva e de qualidade.
A grave crise sanitária encontrou o nosso País envolto numa complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, que já nos desafiava bem antes da pandemia, escancarando a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. A COVID-19, antes de ser responsável, acentuou todas essas crises, potencializando-as, especialmente na vida dos mais pobres e marginalizados.
O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum. Num sistema voraz de “exploração e degradação” notam-se a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum.
Tudo isso desemboca numa violência latente, explícita e crescente em nossa sociedade. A crueldade das guerras, que assistimos pelos meios de comunicação, pode nos deixar anestesiados e desapercebidos do clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres, não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal.
Diante deste cenário esperamos que os governantes promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988, já tão desfigurada por meio de Projetos de Emendas Constitucionais. Não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira. A lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito e suas instituições, transforma adversários em inimigos, desmonta conquistas e direitos consolidados, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados.
Nesse contexto, iremos este ano às urnas. O cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança. Nossas escolhas para o Executivo e o Legislativo determinarão o projeto de nação que desejamos. Urge o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. Necessitamos de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, como as conquistas da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar 135 de 2010, que afasta do pleito eleitoral candidatos condenados em decisões colegiadas, e da Lei 9.840 de 1999, que criminaliza a compra de votos. Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral.
Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições.
Duas ameaças merecem atenção especial. A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. A democracia brasileira, ainda em construção, não pode ser colocada em risco.
Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve. Todos os cristãos somos chamados a preocuparmo-nos com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz.
Agradecemos os muitos gestos de solidariedade de nossas comunidades, por ocasião da pandemia e dos desastres ambientais. Encorajamos as organizações e os movimentos sociais a continuarem se unindo em mutirão pela vida, especialmente por terra, teto e trabalho. Convidamos a todos, irmãos e irmãs, particularmente a juventude, a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, obtenha de Deus as bênçãos para todos nós.
Brasília – DF, 29 de abril de 2022.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre, RS
1º Vice-Presidente
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima, RR
2º Vice-Presidente
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
Secretário-Geral
BAIXE A MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO EM PDF.
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Acontece desde segunda-feira, 25, e termina nesta sexta-feira, 29, a etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem como tema central “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, o mesmo tema da 16ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocado pelo papa Francisco.
Nesta quarta-feira, 27, os bispos de todo o país participaram, divididos por regionais, de uma discussão sobre a relação do Sínodo 2023 com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), documento que será renovado na 60ª Assembleia do episcopado brasileiro em 2023. “O trabalho de grupo foi mais amplo, em nosso regional houve expressiva participação e percebemos que a construção das DGAE no Brasil trata-se de uma vivência muito forte de sinodalidade”, disse em entrevista Dom Francisco Agamenilton, que é bispo diocesano de Rubiataba- Mozarlândia e secretário do Regional Centro-Oeste. De acordo com ele, isso é o sinal e resume a relação entre o Sínodo e as Diretrizes. “Sinodalidade não é um plano de pastoral, mas um jeito de ser da Igreja e nós aqui no Brasil com esse modo de construir as DGAE vivemos a sinodalidade na prática. Se alguém pede um exemplo de sinodalidade no Brasil está aí, de forma muito focada, no processo de construção das Diretrizes da Ação Evangelizadora”, explicou Dom Agamenilton, que ainda ressaltou que a Igreja no Brasil já era sinodal, embora pouco se usasse essa expressão.
Assembleia Virtual
Com relação à participação dos bispos do Regional Centro-Oeste pelo segundo ano consecutivo em uma Assembleia Geral dos Bispos em modo virtual, Dom Agamenilton avaliou positivamente. “Os bispos, que são um público com idades entre 40 e 70 anos, em sua maioria, aprenderam a usar a tecnologia e participam tranquilamente da Assembleia, portanto, estamos tendo, mais uma vez, uma Assembleia bastante proveitosa e bem participada com opiniões, considerações, de modo que a modalidade on-line não tolheu o expressar dos bispos, então isso embeleza e enriquece a assembleia. Claro que algumas coisas a gente perde como a conversa, o estar junto, que são características da participação presencial”.
Destaques da Assembleia
Dom Waldemar Passini, presidente do Regional Centro-Oeste, destacou dois pontos desta 59ª Assembleia Geral da CNBB: a sinodalidade, tema central, e a possibilidade de se tornar um documento da coleção azul, o Estudo 114 da CNBB - E a Palavra Habitou Entre Nós (Jo 1,14) – Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias,.
O bispo enfatizou que o tema central caminha em sintonia com as Diretrizes da Ação Evangelizadora que serão renovadas no ano que vem. “Nesta reflexão já vamos preparando as novas Diretrizes para o próximo ano na perspectiva de continuidade das atuais, uma vez que é um sentimento comum de que para o bem da Igreja, nós precisamos valorizar, criar e sustentar as comunidades eclesiais missionárias, esses grupos menores que vão se multiplicando nas paróquias, de modo que as paróquias sejam uma comunidade de comunidades, fortalecendo os vínculos fraternos a partir do crescimento da fé em Jesus Cristo, da experiência batismal, da experiência da vida eucarística e isso vai irradiando em fraternidade, em partilha de vida, de bens nos grupos vários das pastorais, movimentos e outras iniciativas, círculos bíblicos, com esse espírito de formar realmente as comunidades como um tecido em cada paróquia. Esse é o tema central e a perspectiva para onde está indo”, afirmou.
Já sobre o Estudo 114, Dom Waldemar que é o bispo referencial para a Animação Bíblico-Catequética no Regional Centro-Oeste, disse que o título valoriza a animação bíblica da pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias. “O Estudo valoriza a palavra de Deus, a liturgia, mas ganhando uma perspectiva muito mais de cotidiano na meditação, na oração pessoal, nos pequenos grupos, nas comunidades, mas também aprofundando a dimensão de estudo da palavra de Deus de modo que a palavra de Deus vá animando toda a vida da Igreja seja realmente a alma que dá vigor, vitalidade, entusiasmo para toda a vida da Igreja no âmbito pessoal, comunitário e em todas as dimensões, e tudo isso nós temos contemplado retomando o estudo 114 na perspectiva da aprovação do documento na segunda etapa da Assembleia dos Bispos, no fim do mês de agosto”.
Por fim, Dom Waldemar ainda pontuou a reflexão sobre a Campanha da Fraternidade 2022 que, segundo ele foi “muito proveitosa e muito bem avaliada pelos bispos”. Dom Waldemar comentou também o Ano Vocacional que a Igreja no Brasil irá celebrar em 2023. “Nós também valorizamos e nos dedicamos às comunicações referentes ao próximo ano, como Ano Vocacional. Dom Francisco Salm que é o presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada já nos apresentou todo o projeto, mas também o momento que estamos vivendo da preparação para o Ano Vocacional 2023. A grande vocação que todos nós somos chamados à santidade, mas com distinções dos lugares clássicos da vida cristã com a multiplicidade das vocações e ministérios na vida da Igreja”, concluiu.
Bispo referencial
Dom Marcony Vinícius Ferreira
Coordenador: Pe. Fábio Carlos
Contato (62) 99439-6064
E-mail: padrefc@outlook.com
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