Vai, vende tudo o que tens e terás um tesouro no céu

Queridos irmãos e irmãos,

Desde o último domingo, a Igreja no Brasil tem rezado e meditado sobre a vida consagrada, seguindo o itinerário do mês vocacional, há muitos anos vigente em nosso país. A vida consagrada é como uma árvore com muitos ramos. O Catecismo da Igreja Católica diz que o estado da vida consagrada se constitui por uma consagração “mais íntima” do cristão, que se radica no Batismo. Por meio dessa consagração, o fiel se dedica totalmente a Deus e se propõem, sob a moção do Espírito Santo, a seguir a Cristo mais de perto, a doar-se a Deus, amando-o acima de tudo, e a procurar alcançar a perfeição da caridade por meio do serviço aos irmãos (cf. parágrafo 916).
Na festa da Anunciação em 1996, o papa João Paulo II publicou uma Exortação Apostólica Pós-Sinodal denominada Vita Consecrata, isto é, “A Vida Consagrada”. Nesse belo documento, ele expressa assim a vocação à vida consagrada:

A vida consagrada, profundamente arreigada nos exemplos e ensinamentos de Cristo Senhor, é um dom de Deus Pai à sua Igreja, por meio do Espírito. Através da profissão dos conselhos evangélicos, os traços característicos de Jesus – virgem, pobre e obediente – adquirem uma típica e permanente “visibilidade” no meio do mundo, e o olhar dos fiéis é atraído para aquele mistério do Reino de Deus que já atua na história, mas aguarda a sua plena realização nos céus. Ao longo dos séculos, nunca faltaram homens e mulheres que, dóceis ao chamamento do Pai e à moção do Espírito, escolheram este caminho de especial seguimento de Cristo, para se dedicarem a Ele de coração “indiviso” (cf. 1Cor 7,34). Também eles deixaram tudo, como os Apóstolos, para estar com Cristo e colocar-se, como Ele, ao serviço de Deus e dos irmãos. Contribuíram assim para manifestar o mistério e a missão da Igreja, graças aos múltiplos carismas de vida espiritual e apostólica que o Espírito Santo lhes distribuía, e deste modo concorreram também para renovar a sociedade (Vita Consecrata, n.1).

Temos a alegria de ter em nossa Arquidiocese um grande número de expressões da vida consagrada. O testemunho desses homens e mulheres edificam nossa Igreja e nos lembram a primazia de Deus e de seu Reino. Rezemos por todos os consagrados que aqui deram e continuam a dar sua vida. Da minha parte, gostaria de dizer a cada um: muito obrigado e que Deus os recompense com a alegria que não tem fim!

Dom Washington Cruz, CP

Arcebispo Metropolitano de Goiânia