Tocantins: um novo regional

 

“Tocantins, Tocantins, gente forte, fé no porvir. Tocantins, Tocantins, liberdade, trabalho, amor…!
(Genésio do Tocantins)

O Estado do Tocantins, criado em 1988, no dia 17 de abril de 2013, durante 51ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB, em Aparecida-SP, por votação secreta, quase por unanimidade, dos 270 bispos votantes, passou a ser o 18º Regional da CNBB: Regional Norte 3. Uma graça, uma bênção e um presente pascal para todos nós que vivemos e trabalhamos pastoralmente nesta região.

O território do novo regional é constituído pelo Estado do Tocantins, com a extensão territorial de 277.620,858 Km², e formado por 139 municípios do Tocantins e mais sete municípios do Estado de Goiás, somando uma população de aproximadamente 1.500.453 habitantes.

O Regional Norte 3 é composto pela Arquidiocese de Palmas, pelas dioceses de Porto Nacional, Tocantinópolis e Miracema e pela prelazia de Cristalândia. É formado por 178 paróquias, conta com as presenças de 183 padres diocesanos, 30 religiosos, 33 diáconos permanentes, 101 religiosas, 15 Comunidades de Vida e centenas de leigos e leigas, membros das pastorais, dos movimentos, dos organismos e dos serviços eclesiais. E possui ainda um Seminário que acolhe atualmente cerca 45 seminaristas, de Filosofia e de Teologia, e um Tribunal Eclesiástico.

Um Regional não é uma super-diocese, mas uma instância de colegialidade e de colaboração pastoral; não possui uma estrutura de poder, e sim a de organismo vivo de comunhão e de serviço pastoral. A missão de um Regional é o cuidado pastoral de uma determinada região, através da inter-ajuda missionária entre os bispos das dioceses, de modo que o povo esteja mais próximo da Igreja e a Igreja mais próxima do povo.

Os motivos que levaram os bispos do Centro-Oeste (Goiás, Distrito Federal e Tocantins) a solicitar a criação do Regional Norte 3 foram os seguintes: as distâncias físicas, geográficas e pastorais entre Palmas, Goiânia (1.520 km) e Brasília (1.247 km), tornavam onerosas as reuniões, os encontros, as formações e inviabilizavam a participação, sobretudo dos leigos; a história e a caminhada pastoral do Tocantins plasmaram a identidade social, cultural e eclesial da região; a ação profética e evangelizadora da Igreja pressupõe a proximidade e a inserção nas situações existenciais e ambientais das pessoas, das comunidades e da sociedade; a necessidade de setorização, diminuindo as distâncias e aumentando a presença nas periferias existências e pastorais, para o bem-estar espiritual e pastoral do povo de Deus; o afeto colegial, o relacionamento, a ajuda recíproca e solidária, e a corresponsabilidade missionária entre os bispos e suas Igrejas.

Nascido com a vocação de ser pequeno e pobre, o Regional Norte III se regerá pela ótica da leveza da instituição, terá uma estrutura simples, enxuta e mínima, para o seu funcionamento, e se manterá economicamente pelas receitas oriundas das contribuições das dioceses componentes.

Criado, portanto, o Regional Norte III, tendo o sonho se realizado e o desejo se cumprido, resta-nos agora a capacidade de implantá-lo e de gerenciá-lo, a fim de que ele cumpra bem a sua missão de ser um Regional que tenha realmente o cheiro das ovelhas tocantinenses.

Por tudo isto, Tocantins, chegou a sua hora, a hora de assumir a sua missão!

Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo Metropolitano de Palmas-TO