Seis bispos do Regional Centro-Oeste participam do 34º Curso para os Bispos do Brasil oferecido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro

Os bispos Dom Agamenilton Damascena, bispo de Rubiataba-Mozarlândia e secretário do Regional Centro-Oeste; Dom Antônio de Marcos Filho, Dom Denilson Geraldo e Dom Vicente Tavares, bispos auxiliares de Brasília; Dom José Francisco, bispo de Ipameri; e Dom Danival Milagres, participam do 34º Curso para os Bispos do Brasil, oferecido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.


O evento acontece no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro, de 27 a 31 de janeiro. O tema deste ano é “O querigma e os desafios pastorais como fonte de esperança”. O evento conta com a participação de 80 bispos de todos os regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


O Curso para Bispos do Brasil já está consolidado no calendário eclesial da Igreja no Brasil, conforme recordou na abertura da edição deste ano, o Cardeal Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Ele disse que o curso é um espaço privilegiado para a reflexão, o discernimento e a comunhão, no qual os bispos aprofundam a missão como sucessores dos apóstolos, chamados a anunciar e testemunhar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.”


O tema de 2025, conforme o Cardeal, é um convite para se voltar ao essencial da missão, que é proclamar a Boa Nova de Jesus Cristo com vigor e fidelidade. Para isso, trabalhando desde as questões relativas aos dados preliminares do último censo do IBGE acerca da presença da religião no Brasil, passando pelo aniversário de 1700 anos do Concílio de Niceia, e refletindo os desafios pastorais contemporâneos mundiais e da realidade brasileira, o Curso para os bispos quer ser, nas palavras de Dom Orani, “um campo livre para reflexões pessoais que nos motivem em nossa ação pastoral.”


O 34º Curso para os Bispos do Brasil teve a presença do núncio apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro; do coordenador geral do curso, Dom Antônio Catelan, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, que apresentou o programa do curso, que é desenvolvido em três núcleos temáticos: o kerigma, os desafios pastorais e o tema da esperança; do Cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, que presidiu Santa Missa e refletiu sobre o anúncio do evangelho.


Destaque para a conferência com o tema sobre “O atlas religioso do Brasil: uma leitura a partir do Censo Demográfico 2022”. Felipe Feijó, coordenador de área do IBGE, apresentou números e estudos acerca da realidade religiosa no Brasil, enfatizando o crescimento dos “sem religião” e a necessidade da evangelização no meio urbano e entre os jovens, maior grupo afetado pela migração religiosa.


O Cardeal Victor Fernández apresentou “O kergima que Papa Francisco nos propõe anunciar no contexto brasileiro”. Ele recordou o convite do Papa a um estado permanente de missão, o cardeal argentino definiu o kerigma como “a proclamação (ato de anunciar) da mensagem pascal que provoca a irrupção de um acontecimento na pessoa e na sociedade (o Reino). É um anúncio potente, que tem em si mesmo a força de provocar uma experiência, que por sua vez funda uma situação nova. Papa Francisco o sintetiza dizendo que seu conteúdo é ‘a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado’ (EG 36).” A proposta que o magistério de Francisco traz, ressaltou Dom Victor, exige uma conversão pastoral e missionária que pressupõe uma renovação pessoal. “Não podemos colocar nossa segurança no que nós sabemos e que os outros, ignorantes, não entendem: isso é cômodo e pouco generoso. É melhor reconhecer que assim não podemos seguir adiante e precisamos abrir-nos generosamente a um novo Pentecostes missionário.”