O tempo da Quaresma começa com a poeira das cinzas caindo de forma orante sobre as nossas cabeças. Com suas mãos habilidosas e santas Deus tocou a poeira molhada e fez o que de mais belo poderia existir na natureza, criou uma imagem sua e pôs hálito de vida nela. O pecado quebrou essa imagem deixando as consequências do retorno ao pó. Deus reconstruiu sua imagem no seu Filho Jesus e nele somos recriados, por isso nossos cacos de vidas e a poeira de nossa existência pela misericórdia de Deus pode se recompor e podemos andar por um caminho abençoado sacudindo as cinzas de nossas vidas enquanto aspiramos ser iluminados pelas alegrias da Páscoa.
Ao entrarmos no tempo santo da Quaresma escurecidos pelas cinzas existências tenhamos a certeza que nossas cinzas são sinais que Deus por sua misericórdia nos faz renascer para uma vida nova. Assim as cinzas nos ajudam a ver a nossa fragilidade e nos permitem recomeçar. O nosso fim não é completo porque Deus nos fez um pouco “fênix” nos ajudando a renascermos de nossas cinzas. Muitas cinzas precisam cair de nossa vidas para que possa aparecer a brasa viva do amor de Deus em nós. Lembrar que somos cinza é uma oportunidade de recomeçarmos a viver com amor, fé, esperança e alegria. Feliz peregrinação rumo à Páscoa do Senhor!
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo da Diocese de Uruaçu – GO
Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB