“No início da Quaresma, que é um caminho de conversão e de luta contra o mal, gostaria de dirigir um augúrio especial às pessoas encarceradas: queridos irmãos e irmãs que estão na prisão, encorajo cada um de vocês a viver o período quaresmal como ocasião de reconciliação e de renovação da própria vida sob o olhar misericordioso do Senhor. Ele jamais se cansa de perdoar.”
No primeiro domingo de Quaresma, o pensamento do papa se dirigiu aos encarcerados em todo o mundo. Durante o Ângelus, Francisco manifestou seu encorajamento aos detentos, recordando que a Quaresma é justamente um caminho de conversão.
Para o vice-coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, padre Gianfranco Graziola, este apelo do pontífice é uma maneira de visualizar uma realidade em que nossa sociedade está submersa, esquecida, abandonada e tratada como caso de polícia.
“Como Pastoral Carcerária, sabemos do carinho e da atenção do papa para com as periferias existenciais e particularmente com o mundo do cárcere. De fato, nas suas visitas pastorais, está bem presente. Podemos interpretar este apelo do papa à reconciliação, à renovação, e encorajamento às pessoas encarceradas, para que possamos viver a Quaresma de modo a visualizar uma realidade que em nossa sociedade está submersa, esquecida, abandonada e tratada como caso de polícia. Além disso, Francisco, dirigindo-se diretamente às pessoas encarceradas, as coloca novamente no centro da história e da própria Igreja e o faz na perspectiva da misericórdia, que muda os parâmetros punitivistas e moralistas presentes em nossa sociedade. Com isso, ele nos diz que a superação da violência – tema da Campanha da Fraternidade deste ano – passa necessariamente para um recolocar no centro a pessoa humana como imagem do Deus criador e construtor de uma sociedade mais humana e mais fraterna.”