Mês Vocacional

 

O Mês Vocacional deste ano adquire um sentido especial e peculiar com a realização do Congresso Eucarístico Nacional, em Belém. O sacerdócio está ligado à Eucaristia “fazei isto em memoria de mim”, disse Jesus quando instituiu a Eucaristia.

É verdade que nestes anos o Mês Vocacional no Brasil passou a considerar todas as vocações e outras iniciativas, sobretudo no âmbito da família, que em parte enfraqueceram a dimensão das vocações consagradas como era quarenta anos atrás.
Mas continua sendo um marco importante, sobretudo para nossas Igrejas Particulares carentes de ministros consagrados.

A presença do presbítero na comunidade cristã significa a garantia da celebração e da presença eucarística; a presença qualificada do anúncio da Palavra; a presença pastoral de Cristo Pastor que apascenta, reúne e conduz seu povo através daqueles que ele mesmo escolheu; a segurança para o povo cristão de ter alguém que em nome de Cristo torna presente o Senhor, renova a fidelidade à Aliança, ajuda no discernimento, favorece o discipulado e a missionariedade da Igreja.

O padre é peça chave na comunidade cristã por aquilo que ele representa e por aquilo que ele é pela imposição das mãos: é ministro e servo do Pastor dos pastores. O povo sabe disso e é consciente da necessidade de mais presbíteros no meio dele.

Por causa disso adquire um sentido todo especial a orientação dada por Cristo mesmo: “Orai, pois ao Senhor da messe para que envie operários para sua messe”. A messe é do Pai, não é nossa; à comunidade cristã compete a responsabilidade de pedir operários. É interessante notar que é esta a única orientação de Pastoral Vocacional que recebemos do Mestre. Permanecem importantes e marcantes as palavras do documento de Puebla quando diz “a vocação é a resposta do Deus providente a uma comunidade orante”. Sem oração não haverá vocações, embora o trabalho vocacional seja esmerado e cada vez mais sofisticado para atrair a juventude.

Naturalmente no Mês Vocacional devem ser intensificadas também outras iniciativas que favoreçam as vocações de especial consagração. Nossa Igreja de São Luís de Montes Belos preparou um subsídio orante a ser usado em todas as comunidades com o intuito de ajudar e sensibilizar sobre o assunto. Marcou para o mês de agosto e parte de setembro as ordenações dos dez diáconos permanentes, em suas paróquias de origem, sempre para favorecer a dimensão vocacional dentro da diocese. Será realizado também um grande encontro diocesano de discernimento e acompanhamento para jovens. No dia 27 de agosto será realizada a 13ª Romaria Diocesana, com o tema “Eucaristia e Vocações”.

Na medida em que o trabalho vocacional é intensificado e feito por e com convicção, os frutos aparecem. É preciso criar uma cultura vocacional mais consistente e mais profunda em nossas Igrejas porque a Dimensão Vocacional, como a Dimensão Missionária, não deveriam ser reduzidas a pastorais, porque são algo que perpassa toda a ação pastoral da Igreja. Somos um povo de chamados e, portanto um povo que deve perceber constantemente a urgência da resposta aos apelos de Quem chama. Isso se realiza se se cria de verdade uma cultura vocacional em todo o Povo de Deus. Naturalmente nesse esforço encontra um sentido profundo de urgência e necessidade o trabalho em prol das vocações consagradas, sobretudo para o presbiterado.

Dom Carmelo Scampa

Bispo Diocesano de São Luís de Montes Belos