Jornalistas aprofundam estudos sobre Comunicação Integrada na Igreja

No mês de março, jornalistas de todo o país se encontraram na IX edição do Encontro de Jornalistas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O objetivo foi elaborar estratégias e instrumentos para aprimorar o trabalho de comunicação realizado no âmbito da CNBB, com seus regionais, as dioceses, as pastorais e os organismos da Igreja no Brasil.

O encontro contou com a assessoria internacional de Paulo Rocha, da Agência Ecclesia de Portugal. Em sua primeira fala, ele abordou o tema “O fato religioso como notícia”, em que explicou sobre critérios de noticiabilidade, ou seja, que determinam se um acontecimento ou um assunto são suscetíveis a se tornar notícia. Sobre esse assunto, ele provocou os participantes a estarem sempre em busca de material participativo, que dão visibilidade à vida da Igreja e de todo o povo de Deus. “A imprensa não é para servir à Igreja, mas o povo de Deus”, declarou, levando a entender que a comunicação que fazemos é um bem de toda a comunidade – clérigos, religiosos e leigos.

Mas o principal foco do evento foi a produção inicial do Guia de Comunicação Integrada para as assessorias de comunicação da CNBB Nacional, regionais, e para as dioceses de todo o Brasil. A tarefa coletiva resultou em um texto inicial que sofreu correções, ajustes e reelaborações, a partir de um primeiro material produzido pela Assessoria de Comunicação da CNBB.

Ainda durante o IX Encontro de Jornalistas da CNBB, houve plenária sobre Fake News e jornalismo de paz, com uma reflexão sobre a Mensagem do papa Francisco para o 52º Dia Mundial das Comunicações, a ser celebrado no próximo dia 13 de maio. Essa assessoria também ficou por conta de Paulo Rocha, que mencionou três aspectos cruciais: “prevenir notícias falsas; redescobrir a profissão do jornalista; comprometer cada pessoa na comunicação da verdade”. A Mensagem de Francisco tem como lema a passagem do Evangelho de João, “A verdade vos tornará livres” (8,32). Os participantes que se dividiram em grupos fizeram suas contribuições sobre o Guia de Comunicação Integrada.

Desafio da comunicação integrada

O assessor de comunicação da CNBB, padre Rafael Vieira, apresentou o modelo de comunicação integrada adotado pela Conferência dos Bispos, que, segundo ele, aderiu a conceitos motores da Secretaria de Comunicação da Santa Sé: o usuário em primeiro lugar; produção e distribuição em todos os momentos, lugares e dispositivos; sinergia e parceria; e multimídia: comunicação em texto, áudio, vídeo, gráficos, para redes sociais, rádio e TV. Ele também deu algumas dicas de expansão de público, interatividade, e, por fim, apresentou o novo portal da CNBB e propôs a articulação de uma rede de comunicação da Igreja no Brasil, a partir da construção coletiva da Agência CNBB de Comunicação. A jornalista e social mídia, Marina Amaral, por sua vez, apresentou um pouco de sua experiência nas redes sociais, atuando em grandes corporações no mercado. Partindo do princípio de que as redes sociais são um novo jeito de se comunicar, ela falou sobre o alcance da comunicação nesse ambiente, os meios usados pelos usuários para acessar as redes, e o que querem as pessoas que usam esses canais. Ela explicou como usar cada uma e ainda deu dicas. “Seja coerente e transparente, cuidado ao comentar, curtir e compartilhar outros posts e não fique preso em receitas, fórmulas e regras”, sugeriu.

Da Arquidiocese de Goiânia, participaram do encontro a coordenadora do Vicariato para a Comunicação (Vicom), a jornalista Eliane Borges; e o jornalista e editor deste jornal, Fúlvio Costa. “Foi uma rica experiência que vai somar em nosso trabalho e na busca pelo aprimoramento da comunicação que tem por objetivo a dimensão pastoral. É profícuo também a parceria e trabalho coletivo em prol da comunicação desta Igreja particular com toda a Igreja no Brasil que conseguimos estreitar durante o encontro”, avaliaram os dois, após o evento. Padre Rafael Vieira, ao fim do encontro, concedeu entrevista ao Encontro Semanal, avaliando positivamente o evento a partir de três pontos. “Primeiro, é importante nos alinharmos com o que tem sido esse fenômeno comunicativo que é o papa Francisco: simples, humilde, reformador. Segundo, conseguimos produzir um texto referencial, resultado de uma reflexão conjunta, que é o Guia de Comunicação Integrada. E, por fim, a convivência foi muito interessante. Embora nos reunamos apenas uma vez ao ano, para nós que servimos neste campo, é fundamental nos encontrarmos e contarmos nossas histórias uns aos outros. Isso hoje é mais comunicação do que qualquer outra coisa”, finalizou. Presidiu as missas de abertura e fechamento do encontro, o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner.

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